Dor

Foto de Sirlei Passolongo

Mulher

Mulher

Coração que ama...
Colo que ampara
É seiva divina...
Que vida propaga
Fada artesã
Da sua própria saga

É o começo de tudo...
É fonte da vida
Fogo da existência...
Fulgor de todo verso
Do amor, a essência
Nota da canção
Que rege o universo

É guerreira...
Que a paz embala
Ventre da esperança
Rara flor que fala...
Perfume que embriaga
Mão que a dor afaga
Não importa a chaga

Sorriso que encanta
Braço que protege
O seu lugar conquista
O sonho... Persegue
É fada alquimista
É mulher... É luz
Fada que conduz
A inspiração do artista.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora.   

Foto de diny

NOS GRANDES MARES DO IMPOSSÍVEL

NOS GRANDES MARES DO IMPOSSÍVEL

Nos grandes mares do impossível,
sonhos são perdidos,
sem consolo e sem alívio
em dor inamovível
pálidos vagueiam entre lágrimas,
soluçantes, exaustos, agoniados,
sufocados,
por silèncio insensível,
sob o caos sem sentido,
da ausência de um amor
que nessa vida não cabe,
é impraticavel,
e não existe,
-não existe?!

Ah...
Na calada da vida,
a adorável face desse amor,
perdida entre brumas,
nas espumas dos pés-no-chão,
e a lassidão tão sofrida,
das horas secas e tristes,
dessa ausência que me doi; habita,
e essa distância que insiste,
com devoração à inocular-me desesperânça.
Anjo meu; que se me amasses,
não suportarias, meu coração sem asas,
pesado e cansado,
dessa vida sem ti.

Mas alçar vôo e seguir-te:
-sem chances!
não fazes caso nenhum...
E a alma se me rasga
em gritos dentro de mim,
gritos que tateiam gritos
que dizem:Mas, meu amor é uma ilha
perdido e louco,na amplidão de um mar-sol
onde o sol-pôr,
não mdeixa marcas,
porque brilha infinitamente.
E irresistível fascinio exerce,
espargindo luz suavemente.
É meu Anjo que sorrir,
e meu amor cresce em amplidões azuis,
qualquer coisa indizível,
feita de ânsia e alma!

Diny Souto

Foto de Wing0Angel

ASH LIKE SNOW ( Cinza Como A Neve )

O céu tingido de negro pela escuridão
Do meu âmago, trevas no coração
Dói nele a certeza da não salvação
Está tudo perdido - O que fazer então?

Desse pesadelo nunca irá despertar
Um mundo ideal, não é possível imaginar
Se tentar mudar, vai se machucar
A Luz da Redenção, jamais encontrar
I NEVER DREAMED...

Um amor, não vermelho-cor-de-paixão
Duro e frio, cinza como a neve no chão
Escorregadio, traiçoeiro como tal
Um sentimento nobre, embora banal
THERE... I COME FOR YOU

Esperança, uma palavra sem valor
Após inúmeras tentativas, só restou a dor
De saber que toda vez que o mundo muda
Algo precioso é quebrado e se perde para sempre...

THIS WORLD ISN'T WHITE
IT'S ASH, LIKE SNOW...

Glossário:
I NEVER DREAMED: Eu nunca sonhei
THERE... I COME FOR YOU: Eu venho até aqui por você
THIS WORLD ISN'T WHITE: Esse mundo não é branco/puro
IT'S ASH, LIKE SNOW: É cinza, como a neve

Foto de VenOon

Arrependimento Passional

Trago na alma o sorriso desolado
Forçado, por consequeências cometidas.
Por tanto lutar já me sinto fraco
Podedo produzir esperanças sofridas.
Desprezei por tanto tempo,
Aquilo que me foi oferecido.
A mácula promovendo o desalento
De todos os presentes, esse foi o mais querido.
Como um néscio, assim eu agir.
Representei erros passionais
Por não enxergar o seu amor puro,
Devorei de forma estulta a nossa paz.
Hoje meu coração respira ares soturnos,
Lembrando dos atos perversos, aumenta a mancha.
Caminho com meu espírito noturno,
Tentando recuparar de volta a chama.
Era uma chama, forte, viva e acesa.
Que graças a minha morbidez conseguir apagar.
Como fui tolo, a ponto de ocultar
O amor que agora peço que transpareça.
Me preocupai com o que estava longe e oculto,
Não notei o que estava mais próximo e visível
Formulei a chaga que devastou o meu mundo,
E essa doença a dor é inexaurível.
Com vilipêndio tratei o que me dera;
Tentar resgatar, talvez seja tarde.
Trago no peito o ego ferido que arde,
E me consome como calor a primavera.

Foto de Rosita

R E S P O S T A

Nada mais tenho que perdoar
E vou até o final de escutar
Agora vou te fazer companhia
Pois estou também a chorar.

Como podes me fazer rir
Quando neste momento
Sinto uma dor meu peito ferir?

Entrei em tua vida sem saber
Que iria um dia te machucar
Garanto que não foi por querer
Não planejei nos separar

Choro de tristeza ao te ver chorar
Não quero rir, nem te magoar
O amor, às vezes, não é eterno
Não sofras tanto nesta forma de amar.

Se não estais ao meu lado
Junto ao meu coração
É porque tive que partir
E viver uma outra emoção

Não te entregues a esta treva
Não machuques mais teu coração
Tenhas ânimo, tire da vida o calor
Chega de lágrimas e dor

As lembranças serão guardadas
Momentos de felicidade lembrados
Mas precisas compreender
Que tudo isto só te faz sofrer

Digo-te agora: estou a chorar
Ao ouvir o que estás a me contar
Acredito no amor que tens por mim
E por isto tenho carinho para te dar.

Agora te peço, para de chorar
Deixe estes momentos passar
E o sol em tua vida vai brilhar
E quem sabe voltes a amar.

Rosinha Barroso
28/02/2008

OBS.: Este poema foi inspirado após leitura de ns "lamentos" escritos por um amigo muito querido.

Foto de Darsham

Semear Sorrisos...

Não sou médica, não sou especialista em nada, mas vivo e estou aqui, observo e sinto e sei que muitas vezes um sorriso, uma gargalhada é muito mais eficiente do que um medicamento, uma droga…
Não tenho muita experiência em voluntariado, não posso dizer que tenho contribuído muito nesse campo, mas o meu coração diz-me muito mais do que posso transmitir aqui sobre o nobre acto de nos disponibilizarmos para ajudarmos o próximo…
Muitas vezes comento com pessoas que me são próximas que gostaria muito de fazer voluntariado em cuidados paliativos com crianças, ao que me respondem que é uma tarefa muito ingrata, que não tenho estrutura para tal, que não tenho estofo para ver um sofrimento tão atroz no rosto das crianças, sendo elas tão indefesas, precisando de ser protegidas…
É verdade, é muito injusto que estas coisas tenham que acontecer, principalmente às crianças, que deveriam ter o direito de viver e crescer e ter a oportunidade de ter oportunidades…
Mas não considero uma tarefa ingrata, uma vez que, e apesar de não podermos arrancar a doença e o destino de quem está à nossa frente, podemos fazer coisas simples que ajudem a que os últimos momentos não sejam passados em extrema agonia…
Contar uma história, ouvir um desabafo, fazer uma brincadeira, provocar um sorriso…
Só de pensar em conseguir fazer sorrir alguém que esteja em grande sofrimento enche-me a alma e leva todos os males da vida embora naquele momento…
É preciso ter muita coragem, não nego, pois é ponto assente que em certos casos vai chegar um dia em que já não se poderá tentar encontrar um sorriso perdido num olhar de desalento, mas sim a ausência de um corpo, de alguém que partiu para sempre…
Mas esse momento chegará para todos nós um dia, cedo ou tarde, ele é certo…então porque não aproveitar o que temos aqui e agora ajudando…semeando esperança…
A esperança, a fé não são apenas necessárias para todos os que estão de pé e gozam de saúde, e desejam realizar sonhos, alcançar objectivos. É necessário também para quem sabe que a sua partida está para breve, para que a dor seja minimizada, para que não se revoltem contra algo que é irreversível…e para que possam descansar em paz…
Tentemos todos plantar sorrisos e sementes de esperança para que a nossa existência possa ter um significado e sentirmos que importamos, que tudo valeu e vale a pena…

Foto de madim_shakur

AMAR...

Privar de amar
é uma dor sem igual
vivemos numa agonia
que nos poe mal.

É duro privar
do sentimento
que é belo e faz
vibrar.
é duro viver sem
ele,
ao nosso lado
para nos
consolar.

Quem pensava que
amar era facil
viveu num erro
sem perdao.
Amar é a mais bela
das vontades
Em que nos guia o
coraçao.

Foto de Carmen Lúcia

Logo eu?

Eu que havia jurado
A Deus e a mim mesmo
Não mais me apaixonar a esmo!
Trazer o coração trancado,
Jogar as chaves do outro lado
Eu, que o havia esvaziado,
Deixei-me de novo enganar...

Volto a chorar, lamentar...
As velhas lamúrias do amor,
Que “Quando se vai, deixa a dor,”
Antigo bordão dos apaixonados,
Que exultam por serem logrados,
Masoquistas e conformados,
Que de sadismo velado,
Do desamor ultrapassado
Fazem seu itinerário...

Dissabor, dor, abandono,
Injúria e desengano,
Velhos clichês desgastados,
Deveriam ser superados,
Afogados no mar de lágrimas
Dos inocentes acerbados!

Logo eu?

(Carmen Lúcia)

Foto de Henrique Fernandes

TRABALHO ÁRDUO DE TRABALHAR A VIDA

.
.
.

Cultivamos sabedoria no campo do sofrimento
E regamos com lágrimas de dor
As sementes que rebentarão inteligência
No trabalho árduo de trabalhar a vida
Anestesiados pela esperança
Na colheita de felicidade
Semeamos carícias, colhemos ternura
E encontramos no dar
O nosso receber

Foto de Ana Botelho

O NÃO

O NÃO

Eu estava só
Você adentrou,
Não bateu à porta
Nem nada falou

Pegou o seu copo,
De água o encheu,
Mexeu um refresco
Virou e bebeu

Ali eu estava
Sei que percebeu
Seguro dos gestos
O cigarro acendeu

Na turva fumaça
Fez várias bolinhas
Deixou no cinzeiro
As cinzas todinhas

Olhou para o carro
A chave apanhou
Pegou um boné
E a porta fechou

De capa e galocha
Na chuva partiu
Cantando pneus
Na lama sumiu

Tomei entre as mãos
O meu doce amor
E na solidão
Tratei-lhe a dor

No dia seguinte
Custei acordar
Para meu pensamento
Se reorganizar

Mas vi que você
Perdeu grande bem
Não quer os meus beijos
E eu a ninguém

Oh, triste destino
Sei que vou sonhar
Com dias felizes,
Não mais acordar

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