Direção

Foto de Civana

Rosa dos Ventos

Dez passos acima e chegarei ao sonho,
Norte querido, amado, desejado,
sonhado, sonhado...
Sai do mapa e me abraça!

Dez passos abaixo e chegarei a realidade,
Sul sonhado, desejado, querido,
amado, amado...
Mapeou meu corpo e acorrentou!

Dez passos para ambos os lados e chegarei à luz,
Leste a Oeste fraternalmente amado,
Deixou trilhas em minha alma!

Sou a Rosa dos Ventos desorientada,
Sem rumo, sem direção, solta ao vento...
Ventos?! Levem-me ao caminho tão esperado!

(Civana)

Foto de Sirlei Passolongo

Paixão

Paixão
Auge do desejo
Fogo que a tudo
Devora
Chega sem avisar
Chega sem marcar
Hora
Vulcão que o corpo
Explora
Prisão sem muros,
Sem grades.
É tempestade que a
Tudo invade

Paixão
É Misto de sonho
E loucura
Sabor de fel e
doçura
Anseio maior que
A razão
É Fuga sem direção
Devaneio sem sensatez
Ainda assim...
Nada melhor que
Uma paixão
Melhor morrer
Sem lucidez
E se apaixonar
Ao menos uma vez!

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de ek

segunda-feira

hoje eu acordei cedo,
nem tão cedo,
a preguiça de ontem me convenceu a acordar uma hora mais tarde.
acordei disposto a ir trabalhar,
sem o cansaço dos dias normais,
e a preguiça de ontem me abandonara.
era uma linda manhã de segunda
sim uma manhã de segunda-feira linda.
uma manha fresca. clara, traquila.
enquanto caminhava em direção ao ponto me invadiu um desejo de sair de bicicleta,
a lembrança dos passeios de domingo que ja há algum tempo que não faço.
sentado esperando o onibus e lembrando as cachoeiras, lagos e trilhas,
vou pra casa, pego a bike e passo na casa de meu amor,
não, pego a Raposo e desço para o clube la em Araçoiaba,
faço melhor, vou sem rumo,
pedalar por pedalar,
pelo amor à magrela, à vida e à liberdade que temos.
e quando eu vejo, ja são sete horas e o onibus não passou,
não veio, ou eu estava de olhos fechados quando ele se foi?
não importa, agora sou todo paz,
não vou trabalhar hoje,
não vou ligar pra avisar,
e só volto la no ano que vem.
uma linda manhã de segunda-feira,
veja só, uma segunda-feira.

a beleza esta nos olhos de quem ve,
liberdade em seu rosto, e não no vento,
a paz,
no coração
e não no meio que nos cerca.

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Dirceu Marcelino

MULHER

Obrigado, por me estenderes a mão!
Também não sei ao certo quem me inspira.
Acredito ser de Deus essa inspiração.
Pois é Dele o amor que tenho em mira.

Não te ignoro, pois, é pura emoção!
Vibra em mim os acordes da lira!
Dedilhas aí e atingem aqui meu coração,
Percorre meu corpo e todo ele transpira

Cresce assim em mim a flecha da paixão
E tenho que dominar o que se estira
Em mim e se arremessa em tua direção.

Sim! Ajuda a este Homem que te admira,
Mas tenha um pouco de compreensão
E aplaques a chama pela qual delira!

Foto de Raiblue

Id(entidades)...

Meu analista enlouqueceu
E não descobriu quem sou
Sou tantos
Sou vários
Contrários
Secretos diários
Sou tudo que não digo...
Sou o avesso
De tudo que transpareço
Sou o devaneio...o vício...
Entre tantas id(entidades)
Há uma que mais parece comigo
Cigana que dança
Na contradança do tempo
Vem de muito longe
Acompanhando meu destino
É ela que escreve
E me remete
Aos mais loucos desvarios
Solta,livre,gira...
Sem direção
Guiada apenas pela emoção de existir
Assim, infinita...
Etérea....

(Raiblue)

Foto de Mitchell Pinheiro

O ENCONTRO DO AMOR

Eis que surgiu aquela graciosidade inefável
Trazias consigo um tormento ilimitável
Andavas na mesma direção de meu olhar
E passeava nos pensamentos de meu pensar
Não me permitia ser a mim mesmo
Nem me deixava desejar outro desejo
Nem sabia que havia beleza tão bela
E nem imaginava que eu seria um ser que eu não era
Desconhecia-me a cada vislumbre de sua presença
E ao fitar-te alegrava-me com a alegria mais intensa
Todos os problemas inexistem diante de ti
Tudo reluz, o mundo é feliz
As maldades são descartadas só o amor que domina
E a vida segue sublime com tudo sempre pra cima
Aquela rotina sem graça e sem um propósito para se motivar
Foi preenchida com rios de alegria e felicidades de mar
Não há mais o que procurar é só desfrutar o que encontrei
O amor é o melhor pra ensinar e tudo que é bom eu já sei
Agora sorrimos num só sorrir
E nos conduzimos num só conduzir
Um só pensamento
Um só sentimento
Uma só necessidade
Uma eterna felicidade.

Foto de Mitchell Pinheiro

ESQUIVAR-SE DO QUERER

Inteiramente tentado
Evitando o inevitável
Ocultando numa amizade
Um querer ilimitável
Em presença de minha amada
Minha atenção, minha direção de olhar
São furtados junto com a criatividade de minhas palavras
Falta-me o que falar
Com tantos sentimentos
Tantos motivos para sonhar
Por negar o indispensável
Fujo de mim mesmo
Por disfarçar o indisfarçável
Cego-me do que vejo
Mas sei que esse amor acumulado
Um dia será realizado
E enfim poderei praticar
Todas as possíveis formas de amar.

Foto de Raiblue

Besame

Envolva-me em tua dança
Fica comigo esta noite
Preparei-me para ti...
Flor no cabelo cheirando a jasmim...

Uma fenda lateral no vestido azul
Na pele, essência de absinto
Dou-te o meu céu e todos os meus vícios
Na boca,o vermelho carmim irresistível

Toque-me
Como se eu fosse um instrumento
De leve, dedilhando caminhos escondidos
E ouça a suave melodia dos meus gemidos...

Na penumbra, os desejos acendem
E a música, um convite envolvente
Diálogos secretos das mãos
Apontando a direção da noite

Dança, cama, sutras...
Velas do desejo queimando a noite inteira
Lançando-nos em alto-mar
Já não há como voltar...

Olhos nos olhos
E a madrugada parece se estender
Infinita...ardente ...
Por vários e vários poentes...

Besame!
Serei sua...
Enquanto houver luas
Enquanto a música tocar....

(Raiblue)

Foto de Cabral Compositor

Bússula

Bússola
No colo da paixão
No gostar do querer
Vou buscar a razão
Para o amor acender

No choro, na emoção
No Nordeste, na direção
No Sul, no Oeste
Norte, Noroeste

Em todo Sul do Oeste
E Centro Oeste
No salmo, no belo
Na margem do Nilo
Na coroa de Nero
Nas sandálias, no pescador
Nas embarcações, em Cabral
No Por do Sol
Em alto Mar
Num Atol

Cabral Compositor

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