Direção

Foto de raziasantos

Um Grito na Escuridão.

Um grito na escuridão!
Um grito na escuridão.
Crianças perdidas na triste garra dos vilões.
Caminham saltitantes em busca de sonhos dourados
Muitas do alto do sertão; vêm para sua própria destruição.
Outras arrancadas de seus rotos lares com promessas de uma refeição.
Caminha errante sem nem uma direção.
Caindo nas garras do vil gavião.
Homens malignos disfarçados de gentil cidadão.
Dilaceram suas presas sem nem uma compaixão.

Crianças puras e sorridentes se entregam - se as serpentes.
Perdendo sua inocência, destruída sem compaixão.
Que dor! Amarga suas almas entrando nas covas dos leões.
Laboratório do diabo, outrora fixação.
Hoje a realidade de nossa nação.
O grito na escuridão só ouvido por seus vilões.
Ah!Se eu somente gritar bravamente o mundo não me escutara!
Mas se um exército se levantar um brado de vitoria vamos escutar.
Derrubando os gigantes que o próprio povo ajudou a levantar.

Recuperando as crianças para que novamente voltem a amar.
Pobres pequeninos indefesos gentis, destruídos por em seus próprios pais.
ÒH terra adorada e idolatrada tu és mãe gentil...
Olhai pelas crianças do nosso Brasil.
Hoje mais um corpo inocente esta na dura pedra do necrotério:
Ate quando continuara essa dor sem mistério...
Os hipócritas e covardes tampam seus ouvidos,
Para não escutar os gritos na escuridão...
Feliz daqueles abortados, pois não sofrem agora vendo seus
Corpos esquartejados.
Que desejo insano e maligno tem esses vilões.
A criança perde sua inocência ainda nos braços o brinquedo segurar.
Onde estão as promessas de amor a derramar;
Se nem por nossas crianças podemos lutar!
Do rosto inocente desapareceu o sorriso, desamparado
No meio das travas foi lançado, na cova do diabo.
Por homens engravatados.
No meio da escuridão os gritos de desilusão.
Apaga - se a vela do amor e compaixão.
Com um frio grito na escuridão.
Ouvi-se o gemido, mas tampam os ouvidos!
Brasil mostra tua cara...

Foto de betimartins

O jardim das violetas

O jardim das violetas

Caminho, por belos jardins
Alguns tão belos que me perdi
Deixaram-me, apaixonar pelas cores
Pelos cheiros, que exaltavam suaves
Sentei-me, no tapete de ervas fofas
Ainda hoje, sinto o cheiro doce e forte
Que exaltava a jasmim no jardim
Olhei as pequeninas borboletas
Voando em círculos mágicos
Pisando de forma suave, majestosa
Nas pétalas delicadas das flores
Felizes e livres sem medo, voando
Como me sentia feliz, leve e solta
Era magia total em harmonia
Eu e eles, ali em partilha de amor
Olho, para outro lugar bem longe e vejo
Lindas violetas, dançando ao sabor
Do vento e da vontade de Deus
Caminhei, em sua direção
Como se fosse para um só lugar
Cheio de amor, sublime
Caíram-me as lágrimas de pura alegria
Por tão belo contentamento
Onde eu vi a mais bela união de Deus
Que já senti na terra…

Betimartins

Foto de raziasantos

A Última Carta!

Há ultima carta.

Entre mil novecentos e trinta nove, quando estoura a segunda guerra mundial:
Estávamos com nosso casamento marcado, por opção de meu noivo com seu patriotismo, resolveu alista-se para a grande batalha, não sei se sabia o que o esperava...
Seus pais como eu tentamos persuadi-lo a desistir, de lutar, mesmo porque se abreviássemos nosso casamento ele não seria convocado.
Mas quando amamos verdadeiramente não podemos podar os sonhos de quem amamos seria como se quebrássemos as asas de um pássaro.
As famílias dos pracinhas reuniam-se para despedida:
Da cidade onde morávamos eles eram transportados por trens, para um destino que nem eles sabiam onde seria.

Marcos este empolgado e orgulhoso em sua farda engomada, e bem passada.
Marcha sorridentes em direção á estação, onde eu e seus pais já o esperávamos, juntamente com outras famílias.
Eu usava um vestido de organza florido, meu cabelo dourados solto:
Estava ali ansiosa e aflita me orgulhava de meu amor, mas sabia que nosso destino agora era incerto, neste momento Marcos perdia a solidez da família e nosso calor, mas ganhava os aplausos e solidariedade de todos como também
Os demais soldados.

A me ver Marcos corre ao meu encontro tira sua boina e coloca no bolso, me abraça forte depois me toma em seus braços, me levanta como seu fosse uma pena, tão forte vigoroso.
Estávamos apaixonados, e nosso coração confirmava nosso amor.
Beijamos-nos longamente um beijo com sabor de despedida, mas cheio de desejos.
Ao som do hino nacional os soldados embarcam em busca da vitoria.
Como crianças inocentes estão eufóricas, como quem se espera um presente cheio de surpresas.
O trem fecha as portas e os sonhadores, exibem suas boinas nas janelas do aglomerado trem:
Entre os apitos, e fumaça desaparecem nas curvas das montanhas.
Marcos prometeu-me que me escreveria todo mês que para mim seria uma eternidade.
Quando o barulho do tem cessa, meu coração também se silencia.
Ainda sinto em meus lábios o sabor de sua boca, mas jê é grande a saudade.

Os dias passam lentamente, e para minha alegria recebo a primeira carta.
Marcos me escreve, com entusiasmo, e positivismos, diz estar tudo ótimo

Diz minha amada não se preocupe estou bem instalado em uma humilde hospedaria, mas tenho lençóis, limpos e comida quente, a guerra não é tão mal como se dizem.
Ele só se torna melancólico ao falar do nosso amor da saudade que sente do desejo que arde em querer me abraçar, me beijar, estar ao meu lado.
Neste instante eu o vejo sorrindo ao nos despedirmos, mas apesar da tristeza de sua ausência, fico feliz ao saber que ele esta sob um teto limpo com comida quente.
Começo há contar os dias para receber a segunda carta.
Assim meus dias passam mais rápido.

Por doze meses recebia suas belas cartas, a cada trinta dias eu já esperava o carteiro, com um copo de refresco ou uma xícara de café.
Sentia meu coração disparar quando o carteiro gritava meu nome ele já estava habituado, a todo mês me entregar à carta tomava seu refrescou ou café e assobiava acenado feliz por me dar boas noticias.

Eu me sentava ao lado da cachoeira nos fundos de minha casa, e com os pés na água espumante eu lia e relia todas as cartas.

Ardia em meu peito à dor da saudade e uma longa e intensa espera.

Mas as cartas tão cheias de incentivos e positivismos me deixavam, mais animada por saber que me amado Marcos estava bem.
Na pequena cidade que morávamos nunca recebíamos jornal.
E eu não tinha radio.
Meu coração por vezes apertava e sentia meu amor em perigo
Às vezes sonhava com ele sujo, e chorando...
Um amigo de Marcos volta para casa mutilado, depois que seu acampamento foi torpedeando.
Com a chegada de Mauricio entendi a dor de meu coração e razoes de meus sonhos, Marcos mentiu para mim, por todos esses meses, não tinha hospedagem com lençóis limpos, nem comida quente, tudo era sujeira e rastro de destruição, sobrevier não era uma opção, mas sorte.
Marcos não sabia que Mauricio tinha voltado, e continuava a falar coisas boas sem nunca deixar de me declarar seu imenso amor.
Meu coração agora é só dor, e medo, de perder meu grande amor.
A espera de suas cartas já não me deixa feliz, pois sei que ele mente.
Meus dias passaram a ser eternos, pois nunca via o tempo passar.
Todos os dias eu orava por todos que lutavam nesta guerra sem propósito.

Depois de onze meses as cartas cessaram!
E o silencio-me fez adoecer de amor, a saudade e incerteza tomaram conta do meu viver.
No dia vinte e dois de março de mil novecentos e quarenta e dois depois de mais de um ano no silencio, ouço novamente chamar meu nome, corro para abrir o portão, mas sei pela voz que não é carteiro, logo que abro o portão vejo um carro oficial militar parado em frente á minha casa um comandante tira a boina e faz continência me cumprimentado meu corpo estremece algo dentro de mim me diz que vou ter a pior noticia de minha vida, mas por outro lado eu rejeito esse pensamento e penso__ ele meu amor esta dentro do carro esta é a surpresa, o comandante olha em meu olhos um olhar distante e frio, com voz tremulas me diz meus pêsames senhorita, estou aqui para lhe entregar estas duas cartas,em uma eu reconheci imediatamente a letra do meu amor,mas no momento não tive coragem de abrir.
A segunda abriu diante dos olhos do comandante era uma medalha de honra á um herói morto.
Senti um vazio tão grande seguido de grande revolta, pois me lembrei de Marcos entrando naquele trem cheio de esperanças, e orgulho, por ir lutar por seus pais.
Olhei para o comandante que insensível a minha dor começou a detalhar a morte de Marcos.
Sem me despedir do comandante fui para nossa cachoeira ali eu li minha última carta.

Minha querida hoje te escreve para te dizer que estou indo com uns amigos para um novo lar, ainda não sei como será viver neste lar, mas sei que para sempre irei te amar, jamais se esqueça que nasci pra te amar.
Quando a saudade te sufocar lembre-se estarei entre as nuvens, e por todo firmamento a te olhar.
Lembre-se minha ama da nossa cachoeira, como as águas espumantes estão sempre, a nos abraçar, amo-te amor, amo-te
Adeus meu grande amor.
Assinado Seu unicamente Marcos.

E assim eu recebi sua última carta!

Foto de Carmen Lúcia

Sonhos

Meus sonhos sugerem poesia,
embalam-me em seus braços,
abraçam-me noite e dia...
Expulsam meus fantasmas,
livram-me dos medos,
enxugam o meu pranto,
refazem minha energia.

Meus sonhos são de esperança,
faróis atrás das sombras
quando me vejo perdida e criança
em busca da proteção dos pais
e eles perpassam a névoa escura
e num segundo a escuridão se desfaz.

Meus sonhos hei de realizar...
Estão bem onde eu consigo alcançar,
bailam em minha direção, beijam meu coração,
são sonhos que vale a pena sonhar...
Basta pegá-los com a mão
e os concretizar,
ou transformá-los em pássaros
e com eles voar...

_Carmen Lúcia_

Foto de CarmenCecilia

Vou-me embora para o estuário do Tejo

Vou-me embora para o estuário do Tejo

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Lá se não sou amigo do rei
Há menos nepotismo e mais lei
Chegou a hora...

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Uma seta questionou a direção
Uma apontou para o coração
Outra para a razão

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Essa é minha opção
Há um quê de urgência
Com sabor de desistência
Enveredando por todos os caminhos...

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Diante da encruzilhada
Guiar-me-ei pela sorte...
E enfim encontrarei meu norte...

Carmen Cecília
15/02/11

Foto de Carmen Lúcia

Barco perdido

Barco à deriva
perdido no mar
nômade a vagar...
cedendo à tentação
sem direção
na imensidão
da noite furtiva...
atrás da cortina
ilusória
transitória
inglória
da ambição...
maquiando o prata
ocultando o breu...
Mar dos hebreus
que não se abriu
ao que descreu ...
Caminho deserto
incerto
solidão
exaustão
ilusão
contraditória...
Vil trajetória
denegrindo a história...

Onde aportar?
E ancorar desatino?
Barco perdido
parco destino...

Melhor naufragar.

(Carmen Lúcia)

Foto de annytha

Viajante Cadeirante!!!

CADEIRANTE VIAJANTE

Cadeirante Viajante, que percorre pela estrada da vida , uma estrada comprida, que parece não ter fim;
Vai Viajante Cadeirante, corre com a sua cadeira, traça o teu percurso, rumo ao seu destino, onde mais cedo ou mais tarde, mesmo com a alma ferida, coração dilacerado, cruzando serras e mares , sabe onde quer chegar e enquanto sua cadeira desliza no asfalto da vida deixando seus rastros para trás, aproveita para olhar o belo cenário feito pelo Criador, o GRANDE Arquiteto do mundo, que um dia te criou!
Cadeirante Viajante, corajoso e valente, que só tem em sua mente, seu percurso alcançar percorrer o mundo a fora pelas estradas desertas,cheias de curvas e serras, com sua cadeira de rodas, sem se incomodar com o sol que arde em sua pele, porque se lembra que logo virá a noite trazendo o seu frescor com o perfume do orvalho, e isso lhe dá mais coragem pra prosseguir a viagem, porque ele não pode parar, por isso vai enfrentando o cansaço, desafiando seus limites, sem medo da solidão e da morte, vai seguindo o seu caminho ao encontro do seu destino, continua a viajar sem medo de não chegar.
Cadeirante Viajante, rumo ao Sul, ou rumo ao Norte, vive a viajar sozinho onde a sua pressa de chegar, é maior que a sua dor; tem os olhos bem abertos, porém o seu olhar é manso, porque tem que conduzir junto a ele, seus companheiros também viajantes: A dor, a fome a solidão o cansaço e a vontade de chegar...
Cadeirante Viajante, quero te dizer, que Deus está no comando, te ajudando na caminhada,e fazendo valer a pena, então continues a viajar, porque nessa caminhada, Ele está do teu lado!
Cadeirante Viajante, existem milhares outros, mas nenhum de igual valor, pois não têm a tua coragem e vivem desgovernados cruzando os asfaltos em direção ao nada, encontrando só o vazio e choram de desalento por não terem conseguido, prosseguirem sua jornada!
Mas você Cadeirante Viajante, corre o mundo com sua amiga cadeira,e sem que tu percebas, ta ensinando a alguém que também usa cadeira, que com ela, se pode romper barreiras!
Parabéns bravo homem Cadeirante Viajante!!!

Foto de Carmen Lúcia

Teus olhos

Teus olhos...Ah! Esses teus olhos...
São como dois lumens anunciando a paz,
Como um clarão na noite lhe arrancando o véu,
E embalando sonhos ante o portal do céu!

Teus olhos...Ah! Esses teus olhos...
São como os luzeiros de uma embarcação,
Que guiam, que norteiam para qualquer direção,
Que também desnorteiam nas águas da ilusão.

Teus olhos...Esses teus olhos raros...
Gotas azuis do oceano, passíveis de engano,
Tornaram-se sombrios, dois castiçais vazios,
Veleiros naufragados no mar do desengano.

-Carmen Lúcia-

Foto de raziasantos

Amor meu grande amor.

Se a lua e as estrela pudessem falar.
Diria que em meio à escuridão do meu interior.
Caminho sem rumo em meio muitos pensamentos.
Em busca de repostas que nunca encontro.
Nesta intensa melancolia, que amarga meu viver!

Há se as flores, o vento, as águas me trouxessem você de volta!
Os laços que nos uniam se perderam com o vento...
Os doces momentos de amor e ternura, as juras de amor...

Em meio à tão frágeis flores se enterraram.
Estarei eu sendo castigada, por te amar demais?
Será meu destino morrer por amá-lo?
Ate quando caminharei sem direção...

Por quanto tempo enfrentarei esse inverno que nunca passa:
Passam as estações, mas para mim nunca chega à primavera...
Minha vida sem você é jardim sem flor.
Mergulho cada dia na mais profunda solidão.
Nestes labirintos de recordações tento encontrar uma saída...
Mas quanto, mais procuro, mas me aprofundo no vazio sem você.
Peço ao céu, e as estrelas que iluminem meu caminho para que meus olhos
Possa velo, ainda na eternidade quero vê-lo.
O mas breve, pois morrerei de saudades.
Amor grande amor leve-me para onde você foi!

Foto de betimartins

Sussurros de amor!

Sussurros de amor!

Entre manhas sonolentas
Nas quimeras da inquietude
Dispo-te a ti amor e olho-te
Olho para ti e pergunto-me
Quem és amor? Quem és tu?
Que me deixaste sem folgo
Sem trono, sem direção, perdida...
Olho aquele casal de beija-for
Juntos na sua jornada, delicados
Como tu oh! Meu Amor, como tu!
Reparo na imensidão da aurora
Vejo o imponente Sol, raiar
Respiro o ar que a brisa trás
Fresco, aromático e único...
Flor de lís, flor de orquídea
Que logo vais desabrochar
Olho vendo aquele casal
Caminhando de mão dada
Unidos pelo amor infinito
E fico a meditar sobre ti
Entre sorrisos e pura alegria
Abraças-me e dás-me uma rosa
Vermelha, aveludada e delicada
Tão perfumada, bela e sem espinhos
Como o amor que sinto por ti
Aquele amor que eu, desconheço
Vai para além da razão e da emoção
E logo me aconchego na tua metade
Aquela que faz despertar um vulcão
Uma tempestade e trazendo a calmaria
Entre sussurros de felicidade
Na penumbra do nosso quarto
Eu quero saber quem és tu? Amor...

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