Destino

Foto de Carmen Vervloet

Botões Delicados

Botões mimosos
ainda a florescer...
Semeados sob viadutos, pontes,
solos inférteis!
Talvez nem cheguem a crescer...
Límpidas fontes de pureza
que se perdem nas ruas
infestadas por cruéis ardilezas...

Nos olhos, álgida tristeza,
o estômago a roncar...
Ausência de qualquer delicadeza!
Mãos sujas a mendigar,
corpos frágeis de fome
cambaleando magreza!

Homens passam de um lado pro outro,
alguns viram o rosto...
E elas maltrapilhas, famintas,
sem riso, sem chão,
sem brilho no olhar,
deixam uma lágrima escapar!

Vez em quando, uma alma generosa,
doa-lhes algum vintém...
Dividem um pão seco
com muito cuidado
pra não falte a ninguém
e dão lições de solidariedade,
elas nada possuem,
mas partilham o que têm.!

Neste esmaecido jardim,
de flores tão delicadas
semeadas em nossas ruas,
bancos de praça e calçadas,
sem viço, mas com a alma perfumada,
transeuntes não querem penetrar...
Ou dói-lhes a consciência,
ou prepondera a dormência...

E assim é criada por nós homens
a escola da marginalidade,
pós graduação em revolta...
E aquela pura flor,
em trágica reviravolta,
transmuta-se em feroz espinho
por carência de um lar, escola, amor...
Por carência de alimento, um olhar atento,
quem sabe um suave carinho?!

Ah! Triste destino de botões tão pequeninos!

Foto de Anderson Maciel

O MEU MELHOR ALIMENTO

Um dia a luz irá iluminar toda a sua vida, mas enquanto isso eu peço que não fique triste se me ver na escuridão pois este é o meu caminho; aquele que tracei para seguir... Você hoje pode estar triste com muitas coisas só que não deveria já que estamos tão bem e nossas reações são sempre boas. Não espere que essa luz que vem te iluminar chegue até mim, pois eu não estarei aqui para recebê-la. Irei a outro destino longe num patamar sombrio aonde a dor será meu melhor alimento. Anderson Poeta

Foto de Paulo Gondim

Serca

CERCA
Paulo Gondim
05/05/2012

Não me deixes só, antes que me perca
Pois que aqui o mal nem é a seca
Mas a pouca terra, em tanta terra
Pois se há terra, há também a cerca

E como mar que se navega a esmo
Não me cobre rota ou destino
A terra alheia me faz tão pequenino
A terra existe, mas não é minha
Ela não dá pão e nem farinha

A mesma terra infértil, morta,
Por muito tempo adormecida
Vista de longe com olhos fundos
Suspiros doídos, profundos
De quem até a vida é esquecida

Não me deixes só, antes que me sirvam
Como restos aos urubus que se ativam
Sobre a carniça fétida da fome
Nessa terra, poucas espigas se cultivam

A chuva escassa foge em sua pressa
E na terra seca, a vida logo cessa
Mãos ossudas estendem-se no ar
Num sinistro grito, sem brecha
Mais uma vez a seca, o ciclo se fecha

É assim, sem vida, sem guarida
A cerca impede qualquer saída
A terra cercada se faz abandono
Se tem cerca, também tem dono

E a terra não dividida
Em poucas mãos, possuída
Se torna estéril, impura
E de quem dela precisa
Serve apenas como sepultura

Da série, “No Sertão, é assim”

Foto de janie

MAE...SEM EXCEÇAO...IMENSIDAO!

a pele da mao enrugada
aspereza que nunca sentiu
prazer de uma mao cuidada
Creme e esmalte nunca viu!

tristeza estampada no rosto
sulcos de desilusao!
rugas na pele cravadas
e lagrimas no coraçao!

destino foi duro demais
amor foi desilusao!
Partiu, deixando incumbencias
Filhos e decepçao!

Maezinha pobre na palhoça
socando sempre seu pilao!
cidade grande nunca viu!
Seu sonho e uma televisao!

Nunca um cabelo cuidado!
Nunca um belo vestido!
Cuidar de todos os meninos
e so o que lhe faz sentido!

Visivel o que ja sofreu!
sofrimento alem do normal!
disfarça pra que nao vejam
mas lagrimas banham o avental!

Finge tao bem a tristeza
esconde suas agruras mil!
a vida passou tao depressa
tao depressa que ela nem viu!

Foto de Lucianeapv

SEREIA

SEREIA
(Luciane A. Vieira – 25/04/2012 – 13:10h)

Ser fantástico e irreal
Cruel em algumas mentes,
Tão doce e serena
Em outros tantos sinais...
Bela e formosa aparição
Trazendo em si algo fatídico
Mostra a beleza e traz impressão de luz
Mas trágico é o destino daqueles que
Acreditam nesta fatal beleza
E se atira em sua direção...
Tais seres
Sobrevivem na imaginação popular e
São míticas aparições da mente
Com subterfúgios tais
E embustes tantos
Que muitos se afogam
Em suas graças
E homens se renascem
Em seus ardores...
Muitos nelas se perdem
E nunca mais se acham...
Outros nelas se encontram
E se fartam de vida
E depois se esquecem de si
E se morrem para o mundo...
Ser sereia é ser irreal
Respingo de fatal ilusão
Pois em seu belo cantar
Existe apenas
Resquícios de solidão
Pois são proibidas de dividir seu mundo
Sem levar para o abismo do mar
O profundo amor que arde
Em seu canto e que carrega
Para a alma amante
Tão letal paixão.

Foto de carlosmustang

REST FOR MAN

Alguém se arrasta por Atenção
Achando-se fiel ao apegamento
Buscando o afecto, admiração
Pedindo um tempo, especiosamente

Me largando as ruas, sem destino
Sem ensejo, só pedaço de carne
A ação de desejo, Amor
Vagação, desprendimento, dedicação.

O muro atrapalha
Mas se vira verdadeiro desejo
É mão sobre o bolo

A boa recompensa sera benvinda
Inimigos moldados á própria pedra
Finalmente o deleite...

Foto de Anderson Maciel

PROFUNDA AGONIA

Quando você me procurar
já não estarei aqui
irei embora sozinho
seguirei meu destino

Voando como uma ave
pelos campos verdes
vou sentindo a paisagem
a força livre do vento

Em pranto vou voando
celebrando com dor
esta profunda agonia
que reina em meu coração. Anderson Poeta

Foto de Tayliebedich

Sinto sua Falta

Sinto falta das risadas, das vezes que me surpreendia, com pequenas coisas que nunca pensei que um homem me diria.

Sinto falta dos seus olhos, de quando fixava os meus tão profundo nos seus, e podia ver lá no fundo que meu destino era ficar ao lado seu.

Sinto falta dos momentos em que nada conseguíamos dizer, quando o que se estavamos querendo era se entregar a um louco prazer.

Sinto falta dos beijos seus, que faziam me sentir a garota mais feliz do mundo, e que me deixavam a toda hora num êxtase profundo.

Sinto falta de ouvir sua respiração quando ia dormir, era tão bom ter certeza que você estava ali.

Mas agora não a ouço mais, exceto em meus sonhos, onde posso deixar guardados os meus maiores desejos, as minhas lembranças, e a certeza que vou te encontrar outra vez e dizer quanta falta você me fez.

Foto de Bruno Silvano

Tudo o que era, que se foi, logo agora vai voltar a ser (Criciúma)

Era mais que multidões, embalados em um único foco
Focados, na direção dos campeonatos que, passaram de grandes desejos
Era apenas um simples sonho, que se passou pela mente de milhões de apaixonados
Exaltados pelo embalo, desse time brilhante, que nesses corações havia estado..

Guiados por um amor desenfreado, descontrolado por grandes ambições
De povos unidos, por um mesmo intuito, a que levava o time ao auge do seu ter
De emoções, em um dia poder ver, o que muitos não podiam crer

Das lagrimas que encheram um pranto de alegria, um povo de bem-dizer
Absorvidas por um manto sagrado, e consagrado em querer estar dentro de cada coração apaixonado crente em um novo reconhecimento, em um novo sonho a satisfazer..

De heróis do passado que apoiaram e desmistificaram, as barreiras do destino
Através de cantos que entoavam em cada coração
Da transformação de cada impulso, em celebração, que empolgavam e estimulavam a criação de uma nova direção

Onde os Desejos iam além, do poder, do desejo de conseguir, do impossível que tudo é possível pra quem, se arrisca em ser feliz,
Dos anseios de não ser campeão, mas ter dado o melhor de si.

Dessa explosão ofegante, de alegria eterna, de todo dia acordar e lembrar, dessa geração contagiante
Desses novos tempos que nos conduzira, a um novo apogeu
De glorias, que voltarão para provar que nada do que já foi, desapareceu.

De uma positividade refletida em cada face festejante
Vibrante por cada novo dia poder estar ao lado de que mais nos importa
De poder festejar, cada vitória alcançada, com todos os corações alucinados
Por uma mesma paixão
Dessa torcida, a mais apaixonado por seu time do coração!!

Bruno Patrício Silvano

“O Criciúma, é maior que tudo, é um conjunto de reações, jamais encontrados em outros seres-humanos, é todo o clamor e o amor da torcida, em um só coração”

Bruno Patrício Silvano

Foto de Fernando ARC

De volta ás origens..

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Um dia voltarei ás origens
onde tudo é conhecido,
onde não à verdade nem mentira.

Um dia serei eu de novo,
presente e existente,
descansarei das incertezas,
e voltarei a ser livre.

Conhecerei outras sensações,
outros desejos e emoções,
sentirei a paz dentro de mim,
viverei para sempre nas recordações
lembrando cada uma com emoção,
das batidas e dores no meu coração.

Um dia eu voltarei a sonhar,
mais uma vida, uma outra história para contar,
serei alguém, amarei outra vez, sofrerei,
sorrirei e irei me apaixonar loucamente de novo.

Esta é só mais uma linha do destino
que sempre teima em continuar
é a aventura dos sentidos,
de quem sempre quer de novo amar.

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