Desprezo

Foto de RenataSchwengber

Plus.

Peço desculpa por tudo
Mas errei tentando acertar
Não ganhei o teu desprezo
Mas perdi tua presença
Preciso aprender a conviver com
essa falta.
Mas eu valho um pouco mais
do que isso.

Foto de Felipe Ricardo

Um Sábio Soneto Para a Menina Que Pensar I

Ah! Cara menina, por que
Tamanha desprezo por este
Que aqui se apresenta de
Forma suave, sinuosa e gentil

Não sabes que eu compartilho
Da mesma essência primordial
Que nossa nebulosa nos ofereceu
No dia que nascemos, mas voce

Agora pode se perguntar, por que
Esse linguajar, cade o romantismo
Dele, cade aquele que eu conheci?

Sim, ele ainda esta aqui, mas também
Esta se cansando de ficar todo tempo
Dizendo que agora sim está de amando

Foto de Diario de uma bruxa

Amor, dor.. saudade, felicidade

O amor nos prega peças
Doces e amargas
Mas não há amor maior
Neste mundo que se acabe

Muitos adormecem
Deixando saudades
Voltando com toda força
Transbordando felicidade

Outros viram ódio
E o desprezo corrói
Mas no fundo é o amor
Que ainda muito dói

Amo mais que tudo
Sem pecado, sem falsidade
Amo você neste mundo
E até mesmo depois, na eternidade.

Poema as Bruxas

Foto de ALEXANDRA LOPUMO SILVA

Meu vício

Meu amor, meu vício
Acostumei com isso
sue jeito, sua fala, sua tara
seu gosto, o oposto do meu
desgosto estampado em meu rosto
disfarço, mas sei que não engano
me conhece bem, bem mais que eu
manipula minha vontade
escraviza minha alma
e vivo para sentir esse gosto
tão pouco que nunca satisfaz
desejo e me sinto frustrada
aceito seu desprezo
e me entrego ao meu vício
que é você

Ale

Foto de João Victor Tavares Sampaio

A Flor do Desespero

“Para dizer a verdade, não nasci nem do Caos, nem do Orco, nem de Saturno, nem de Japeto, nem de nenhum desses deuses rançosos e caducos. É Plutão, deus das riquezas, o meu pai. Sim, Plutão (sem que o leve a mal Hesíodo, Homero e o próprio Júpiter), pai dos deuses e dos homens; Plutão, que, no presente como no passado, a um simples gesto, cria, destrói, governa todas as coisas sagradas e profanas; Plutão, por cujo talento a guerra, a paz, os impérios, os conselhos, os juízes, os comícios, os matrimônios, os tratados, as confederações, as leis, as artes, o ridículo, o sério (ai! não posso mais! falta-me a respiração), concluamos, por cujo talento se regulam todos os negócios públicos e privados dos mortais; Plutão, sem cujo braço toda a turba das divindades poéticas, falemos com mais franqueza, os próprios deuses de primeira ordem não existiriam, ou pelo menos passariam muito mal; Plutão, finalmente, cujo desprezo é tão terrível que a própria Palas não seria capaz de proteger bastante os que o provocassem, mas cujo favor, ao contrário, é tão poderoso que quem o obtém pode rir-se de Júpiter e de suas setas. Pois bem, é justamente esse o meu pai, de quem tanto me orgulho, pois me gerou, não do cérebro, como fez Júpiter com a torva e feroz Minerva, mas de Neotetes, a mais bonita e alegre ninfa do mundo. Além disso, os meus progenitores não eram ligados pelo matrimônio, nem nasci como o defeituoso Vulcano, filho da fastidiosíssima ligação de Júpiter com Juno. Sou filha do prazer e o amor livre presidiu ao meu nascimento; para falar com nosso Homero, foi Plutão dominado por um transporte de ternura amorosa. Assim, para não incorrerdes em erro, declaro-vos que já não falo daquele decrépito Plutão que nos descreveu Aristófanes, agora caduco e cego, mas de Plutão ainda robusto, cheio de calor na flor da juventude, e não só moço, mas também exaltado como nunca pelo néctar, a ponto de, num jantar com os deuses, por extravagância, o ter bebido puro e aos grandes goles.”

- O Elogio da Loucura (Erasmo de Roterdã)

Louçã
A filha da morte
Mãe dos desencontrados
A Loucura, quente frieza
Tem a razão;
A Loucura assim em clareza
É pura escuridão

Esqueçam de cobra ou maçã
Pecados
De um raciocínio consorte
Falso cristão:
A simbiose, que é doce ilusão
O educar do prazer
A realidade do reproduzir
Não tem efeitos comprovados;
Se alguém tentar introduzir
O dever
Ou outra asneira em semelhança,
Se lembre de quando em criança
O mundo que nos parece acolher
Trai-nos em manso
Em lento avanço
De sermos adultos e suficientes
Sábios e clarividentes

Em ser injusto e imperfeito
O mundo que soa ideal
Passa longe de satisfeito;
Ou seja:
No final da vida é o final
Ao invés do que se almeja
Que se encontra ao natural;
Sem moral ou solução
Sem nexo de orientação;
Sendo a falha em seu ardor
A máquina em seu labor;
Eis o humano enfim descrito
Pequeno e frágil ao infinito;
Entregue
Ao destinar que lhe carregue;
Sendo insano por lutar
Por nadar em naufragar;
Pois isso explica a loucura
E o amor:
Nada mais que a abertura
O botão da semeadura
De um desespero em flor

Foto de Melquizedeque

Au revoir!

A sombra que descansa no fosso,
Invade a fonte do ínfimo verso,
Escrito em um íngreme vale
Pelas mãos do meu anjo perverso
Feri-me a alma com a tua lembrança

Pelo desprezo em mim impresso
Vagueio no limbo da tua esperança,
Arraigado em correntes de vento,
Que destilam o santo silêncio
Em seu olhar de criança

Na estação estática do último trem
Encontro o desdém derramado,
Um vômito fúnebre e desolado
Fruto do rancor, quando a fé é esquecida
Amargo odor sinto na tua ferida!

Nasceste tu na aurora, em raios ocres
Viste a vida como o labor manchado nas vestes
Na epidemia de lágrimas tu cresce,
Com a dor de ver um amor ser levado,
De ser um espelho sem reflexo,
Ou mais um verso retirado

Não sou o que pareço ser,
Mas tu desejas que eu seja!
Um herói moribundo sem sorte,
Que pragueja a vida na beira da morte
E respira sem ar, aprisionado na mente.

(Melquizedeque de M. Alemão, 26 de julho de 2011)

Foto de Daniel Penido

Narciso e Eco

****
****
****
****
Daniel Penido – 20/11/2011
Frente a frente no espelho
Narciso se deslumbrou,
mas pobre Eco, menina linda
pela superficialidade se apaixonou.

No desprezo sem igual
Narciso só se admirava
e a ninfa, coitada, desolada
Apenas definhava

Num murmuro resistente
Ela veio a transformar
E no castigo de uma mãe descontente
Numa flor o transformou para sempre o castigar

No mundo atual acontece sempre o mesmo
Mudando o contexto da história
O desfecho é sempre o que eu vejo
Sobrando apenas, de tudo, um reflexo no espelho

Foto de Daniel Penido

Narciso e Eco

***
***
***
Daniel Penido – 20/11/2011

Frente a frente no espelho
Narciso se deslumbrou,
mas pobre Eco, menina linda
pela superficialidade se apaixonou.

No desprezo sem igual
Narciso só se admirava
e a ninfa, coitada, desolada
Apenas definhava

Num murmuro resistente
Ela veio a transformar
E no castigo de uma mãe descontente
Numa flor o transformou para sempre o castigar

No mundo atual acontece sempre o mesmo
Mudando o contexto da história
O desfecho é sempre o que eu vejo
Sobrando apenas de tudo, um reflexo no espelho

Foto de The Axel

Olhares Diferentes

Mudamos?
Sim Mudamos
Você foi a primeira e eu mudei depois
Percebi por que a Garota que eu amo me odeia
E eu a odeio tambem
Me ignora e eu te ignoro tambem
me mate e eu te Mato tambem
sera assim
tudo que vc fizer eu farei pra ti
se é pra ser ruim comigo serei com vc tambem
Mesmo que isso me maxuque
ficar sendo feito de Troxa me maxuca mais ainda
E se quer saber suas cartas eu queimei
seus presentes joguei fora
e seu amor esta quase indo tambem
realmente quero que sofra mais do que eu
quero que veja como é ruim ser odiada
Pois agora te verei com olhares diferentes
Te verei com odio e desprezo
Te verei com Amor e Odio
Te verei como Alguem Perfeita
Que ja foi embora

Foto de PrihS2

Adeus

Perdendo tudo... Primeiro o respeito, depois a vontade de viver. Apos isto, a alegria, a vontade, as forças, o chão, a alma, a feh... Não sobrou-me nada alem da carne putreficada, dos olhos arregalados repletos de lagrimas, de um coraçao vazio e desesperançoso... Como recomeçar? Como criar sonhos, se nem sei mais o significado disto? Se tudo jah eh impossivel, e soh me resta sentar no meu quarto, ver o ceu, me embriagar da morte, e esperar que voce tenha um súbito momento de loucura, invada o meu mundo, derrube as paredes e me coloque nos teus braços, me dizendo que jamais quis partir, que eu sou toda a tua vida... E que nada eh igual sem mim... Mas como tal, apenas devaneio meu... ilusões... vontades... Não se preocupe, jah me acostumei com a tua falta, jah me convenci da distancia... E nao quero ter que olhar mais nos teus olhos e ver o desprezo... Nem tentar invadir a tua alma e me ver perdida, inerte, nua... Você deixou tantas saudades, levou tudo de mim... Mas não me importa ficar sem nada... afinal mais nada eh importante! Tudo o que sou, o que sinto não tem mais sentido, e a vida jah tirou o ar de mim.

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