Desespero

Foto de Elias Dall Agnol

Tua Falta...!!!

Vazio frio da solidão
Presente na minha essência
Agora mais do que nunca
Sombras espessas do desespero
Inundam meus olhos cansados
Melancolia profunda
Torna-se plena em meu coração
Olhando o poente deslumbrante
Sinto a tua falta, sinto falta
Do teu cheiro adocicado
Impregnado em meu corpo
Delírio alucinado
Em estar ao teu lado
Desespero perene, que vai e que vem
Tênue linha, frágil sanidade
Quase prestes a romper-se
Estou perdido em desmandos
Ardente volúpia, torna meu pranto
Em desejo impetuoso, voraz
Olhar torpe, chamando teu nome
Sinto saudade do contato delicado
Pele macia, feito pétala suave, rosa graciosa
Dor maldita, atassalhou meu coração
Sua falta, sentida agora, viva, latente
Estou perdido, pois é grande o castigo
De não ter você aqui, comigo...

Foto de Daemon Moanir

Ó desepero eterno

Ó desespero eterno
Dai-me a vingança, o amor
Deixai-me com fervor, como dantes
Na altura em que a alma falava mais alto e melhor
Dai-me novamente as asas
Que tanto trabalho tive em construir.
Deixai-me entrar com lábios e língua e paixão
Em bocas doces, gentis, amantes
Concede-me este último desejo.
Dai-me meu anseio.

Bebo desesperadamente
À espera duma realidade mentirosa,
Para que me libertem e ame finalmente.
A uma liberdade completamente louca
Desenfreado em sentimentos assassinos
Sorriu, assim, com punhais nas curvas da boca
Ah! A loucura que a tanto me sabe,
Mas que tanto odeio apodera-se!

Foto de Osmar Fernandes

Sou...

Sou...

Sou parte do pedaço de mim.
Sou o meio do complemento de alguém.
Sou o esotérico do sonho real.
Sou inteiro, estilhaço... metade...
Sou partículas e a essência das células.
Sou a matéria, o próton, o nêutron, a realidade.
Sou o encanto dos olhos perdidos.
Sou o perdido do encanto irreal.
Sou o ato e a esperança de Deus...
Sou a vida, o sangue que brota desejos.
Sou a fome, o pecado, o destino.
Sou o anjo de sonho menino...
Sou o grito prosaico da existência.
Sou o mito histórico da humanidade.
Sou a guerra entre o bem e o mal...
Sou o vício, a droga, a inverdade...
Sou o avesso, o capuz do homem-animal.
Sou a loucura, a morte, o rascunho da ciência...
Sou a inveja, a cor e a graça do dinheiro...
Sou os dois lados da moeda... o desespero...
Sou o luto... o esquife... o tudo e o nada...
Sou o santo, o bruto, a experiência.
Sou alguém sem dono... Dono de ninguém,
Sou... nem de mim, EU SOU...

Foto de Dirceu Marcelino

ESTÓRIAS QUE SE REPETEM

“ESTÓRIAS QUE SE REPETEM”.

Este conto se baseia na estória de “Eros” e “Lara” e de “Marcílio”, os dois primeiro personagens fictícios de nossa poesia denominada Súplica.
As estórias de “Eros” e “Marcílio” podem ser comparadas a do francês Jean Genet .
Sabe-se que “Genet nasceu de uma união ilegal. Sua mãe abandonou-o na primeira infância, tendo sido criado até a adolescência por uma família substituta e depois teria passado alguns anos em orfanato do governo, em Paris. Sempre se sentiu ‘um enjeitado’, pois seus irmãos adotivos o chamavam de ‘bastardo’, consideravam-no “ovelha negra” da família, a quem imputavam os atos mal feitos que fizessem e consta até que fora vítima de violência sexual”.
Aos poucos até os demais membros da pequena comunidade passaram a lançar-lhe a responsabilidade de todos os atos anti-sociais que aconteciam na localidade e passaram a chamá-lo de “ladrão” e “homossexual”. Desse modo, não tendo pai, não mantendo contatos com a mãe, sem ninguém com quem se identificar, foi assumindo a única identidade que poderia internalizar.
Porém, nosso personagem “Eros”, apesar de ter estória muito parecida com a de Genet, ao contrário, tinha pais e vários irmãos. Aliás, estes se destacavam no pequeno vilarejo em que moravam por serem trabalhadores, construtores de “calçadas de pedrinhas”. Eram muito requisitados para fazer seus serviços e “Eros”, com cerca de quatorze de idade podia ser visto acompanhando-os quase todos os dias pela manhã quando a família saia para o serviço diário e só à tardezinha retornava para casa.
Ao entardecer observa-se que “Eros” se associava ao grupo de adolescentes do bairro, pequeno grupo da vizinhança, grupo de amigos, autênticos. Passava a gozar dos folguedos juvenis típicos daquela região e sempre terminavam as brincadeiras em “peladas de futebol”. Após as mesmas, permaneciam por algumas horas conversando, raramente seu grupo mantinha contatos com meninas, apesar de que nas proximidades e no mesmo horário formar-se outro grupo de moças.
O primeiro dos adolescentes que passou a se associar com as moças foi “Eros”, que logo começou a namorar uma delas, a mais bonita por sinal – “Lara”. Esta aos dezesseis anos se destacava por sua beleza. “Eros” também era um rapaz bonito e logo começou a namorar “Lara”, um casal lindo de namorados e inseparáveis. “Lara” engravidou e apressou-se o casamento que sequer havia sido programado. Casaram-se e passaram a morar em uma casa doada pelos irmãos de “Eros”. Tiveram um casal de filhos, duas crianças que se destacavam por sua beleza e gentileza.
No mesmo período em outra pequena cidade vizinha eis que surge - “Marcílio”. Também, ao contrário de GENET, tinha pais. Mas eram ambos sexagenários. Alguns dizem que essa é uma grande dificuldade de pais que concebem muito tardiamente, pois quando alcançam a terceira idade já não tem energia suficiente para cuidar dos filhos adolescentes e acompanhá-los nos primeiros anos e após atingirem a maioridade. Parece-nos que foi o que aconteceu com “Marcílio”. Não teve o privilegio de ser assistido por seus pais já idosos, na sua infância e adolescência.
Mesmo sendo um belo rapaz, ao contrário de “Eros”, não se interessou por namoradas. Ao contrário, diziam que se interessava por rapazes. Apesar desses comentários na realidade nunca ninguém comprovara tal fato. Destacava-se no colégio onde estudava por ser inteligente e vivaz. Logo começou a ser chamado pelos colegas adolescentes de “Marcília”. Percebeu-se que não se preocupava com essas difamações, e aos poucos foi assumindo essa “identificação diferencial”. Como Genet assumiu a identificação de homossexual.
Porém, mais grave do que a assunção dessa identidade foi o fato de “Marcílio”, num mecanismo de fuga e evasão, passar a fazer parte de outro grupo pernicioso, uma “gangue” de usuários de drogas.
Talvez, tenha passado a associar-se a este grupo inconscientemente, induzido pelo casal que praticamente o adotou, fazendo-nos lembrar do slogan que hoje vemos afixados nas traseiras de ônibus caminhões e em alguns locais públicos:

“Adote seu filho, antes que ele seja adotado”.

“Marcílio” após ser adotado pelo casal, de alguma forma começou a se relacionar com outros jovens, pessoas de outra cidade, maior e próxima, e prosseguindo naquele mecanismo de busca de identificação, e de evasão, passou a fazer parte de um grupo formado por pessoas de fora do circulo familiar e da comunidade local, membros clandestinos, ocultos, que compareciam à pequena cidade para adquirir alguma coisa que só o “respeitável casal” comercializava muito livremente, pois além de vendedores de roupas – mascates – também eram respeitáveis no círculo dos ricos, dos mais abastados, pois moravam em uma das mais belas casas da pequena cidade e assim seus relacionamentos se estendiam aos altos círculos sociais.
Provavelmente, os pais legítimos de “Marcílio” gostaram do interesse do casal por seu filho, mesmo porque além de morar bem, do aparente sucesso material o varão exercia respeitável cargo público.
Com bom grado deixaram que “Marcílio” com eles permanecesse, trabalhasse, até morasse. Pensavam que ele trabalharia no bar, dormiria na casa do casal, mas na realidade o jovem passava os dias no bar, no recinto de jogo e à noite passava ao relento a perambular pela outra cidade vizinha, a “trotoir” pela praça e pelas ruas quase desertas até o amanhecer.
Ainda que se resumisse à jogatina ou a promiscuidade sexual o casal de velhos não teria muito com o que se preocupar. O problema era ainda mais grave. “Não percebia o velho casal que seu filho passava por problemas individuais que ‘induzia-o’ à fuga e ao refúgio no consumo de estupefacientes e ao cometimento de infrações conexas”
Aos poucos o respeitável casal que o “adotou” começou a utilizar “Marcílio”, para outros comércios que faziam além das vendas de roupas, que ofereciam para seus clientes de casa em casa.
Percebeu-se então que era um comércio clandestino e ilegal quando alguns cheques emitidos pelo casal foram objetos de registro de boletim de ocorrência na delegacia de polícia local e nas investigações procedidas constatou-se que apenas a assinatura era verdadeira, as demais escritas eram todas falsificadas. O casal dono do cheque, mesmo prejudicado desejava apenas resgatá-los, mas de forma alguma queriam que fosse aberto inquérito. Pois diziam que não pretendiam responsabilizar o adulterador, pois este era “Marcílio” “seu filho adotado” que já tinha naquela ocasião algumas passagens nesta mesma delegacia, por pequenos furtos e não pretendiam prejudicá-lo ainda mais. Por que será?
Ninguém sabia o que estava acontecendo, pois, geralmente, esses atos anti-sociais são imperceptíveis aos que não conhece a subcultura da localidade.
No seio dos grupos secundários que se interligam de modo imperceptível, através de um mecanismo de “transmissão cultural”, “alimentam uma tradição delinqüente com o seu peculiar sistema de valores anti-sociais, que se transmite de uma geração de residentes à seguinte”.
Na realidade “Marcílio”, não era apenas um pequeno delinqüente, hoje reconhecemos, também era vítima. Vítima tão culpada quanto aos delinqüentes traficantes de drogas. Durante as investigações dos estelionatos praticados por “Marcílio”, percebe-se que ele usava apenas camisas de mangas longas, com o propósito de esconder as inúmeras marcas de picadas intravenosas nas dobras dos cotovelos.
Mas como de fato cometera delito de estelionato, foi indiciado em Inquérito Policial e respondeu ao respectivo processo criminal.
“Marcílio” até então conhecido como “homossexual”, agora, também, passou a ser considerado “toxicômano” e “ladrão”. Embora a comunidade local o rejeitasse como sempre, surgem não se sabe como, pessoas abnegadas que espontaneamente oferecem ajuda nas horas de desespero e assim com colaboração de representantes de uma grande indústria local, conseguiu-se sua internação na instituição especializada na recuperação de toxicômanos.
Lá permaneceu por algum tempo nesta instituição, esperando o julgamento do mesmo processo a que respondeu, sendo condenado, foi recolhido à Cadeia Pública da Comarca, para cumprimento da pena de um ano e quatro meses de reclusão. Permaneceu recolhido no regime fechado até ser beneficiado com progressão para o regime de prisão albergue e passou a pernoitar na casa de albergado.
A Casa de Albergado era uma das poucas existentes, que pouco a pouco foi desativada, como as demais.
No mesmo período em que “Marcílio” permanecia internado, o “respeitável casal” que o adotara, também, foi preso, em flagrante por tráfico de entorpecente e ao final condenados as penas de três anos.
A “Respeitável Senhora” depois de um mês de reclusão na cadeia local foi transferida para uma Penitenciária Feminina do Estado. Lá teve algumas dificuldades de relacionamento com as demais reclusas, em face de ser esposa de funcionário público. Porém, com apenas nove meses de reclusão ela foi beneficiada com prisão albergue domiciliar e retornou para sua casa.
O “respeitável Senhor”, também, beneficiado com prisão albergue domiciliar, permaneceu preso apenas por um ano e dois meses.
Atualmente, ambos vivem felizes na mesma casa e continuam a ser respeitados na pequena comunidade. Consta que não reincidiram.
Ocorreu que, enquanto o respeitável casal saía do sistema prisional, logo depois, “Marcílio” ingressava, justamente, em razão daquele cheque adulterado cuja vítima era a “Respeitável Senhora”, pois fora condenado por estelionato.
Neste mesmo período Eros deu entrada na mesma cadeia em que estava recluso Marcílio, chegando a morar por pouco tempo juntos na mesma cela. Em razão disso saberemos a seguir o que acontecera com Eros.
“Eros” e sua bela mulher, também eram fregueses do respeitável casal e, provavelmente, além de roupas compravam outras “mercadorias”.
Logo a toxicomania de “Eros” o subjugou.
Inicialmente, por não conseguir acompanhar seus irmãos no trabalho de construção de calçadas, passou a ter dificuldades financeiras para suprir as necessidades da família e, provavelmente, para adquirir as substâncias entorpecentes de que necessitava, então passou a praticar pequenos furtos. Logo foi indiciado em inquérito. Mas sua primeira prisão ocorreu por porte de entorpecente. Tal infração era afiançável, porém, como nenhum de seus familiares se prontificou a pagar o valor arbitrado, chegou a ser recolhido à cadeia pública.
Consta que nessa oportunidade um dos presos, também oriundo da mesma comunidade, tentou seviciá-lo sexualmente e por resistir com afinco aquele não conseguiu seus intentos. Saiu da cadeia, invicto, mas marcado por uma das mazelas da prisão. Ainda dizem que a cadeia regenera, não foi essa primeira experiência de “Eros” o suficiente para ele.
Pouco dias depois, novamente ”Eros” foi preso por violação de domicílio. Desta vez, consta que o presidiário “Bárbaro” investiu sobre ele com intenções inconfessáveis e para resistir ele fingiu que estava tendo um ataque convulsivo, inclusive, espumando pela boca. Nesse estado foi socorrido e de alguma forma separado de ala da pequena cadeia, onde não poderia ser alcançado por seu algoz.
Ao saberem do sucedido seus irmãos e esposa fizeram esforços para pagar advogado e libertá-lo. Porém, consta que sua bela esposa inconformada do ocorrido, ou seja, com as constantes tentativas de sevícia a que o marido sofria, ameaçava-o abandoná-lo, caso não se corrigisse e retornasse à cadeia.
Foi o que ocorreu, pois decorridos mais alguns meses, outra vez “Eros” foi preso em flagrante por furto. Neste terceiro período consta que, totalmente, subjugado foi presa fácil de “Bárbaro”. Pior do que isso ao saber do ocorrido, sua esposa, o abandonou de vez. Logo arrumou outro companheiro.
“Eros” não foi abandonado apenas por ela, mas também, por seus irmãos e pais. Abandonado, não tendo trabalho e condição de comprar drogas, tornou-se um verdadeiro alcoólatra “bêbado de rua” e nos quatro ou cinco anos que se seguiram, retornou à prisão por flagrantes e condenações por furtos e uso de substância entorpecente.
Este foi o relato de “Marcílio” do ocorrido com Eros, porém, reservou-se a contar se “Bárbaro” tentara alguma coisa contra si. Chegou a dar a entender, que, o que importava saber sobre isso, se ele já era conhecido como “homossexual”.
Infelizmente, não foi longo o período de observação de “Marcílio”, pois ele que era conhecido como “alcagüete”, algum tempo após revelar esses casos que segundo a subcultura carcerária deveria permanecer oculto, e ainda por dar informações sobre outros delitos praticados na região, principalmente os relacionados ao tráfico de entorpecente, em certa data ao ausentar-se, descumprindo o horário de entrada na casa de albergado, foi morto num bairro de uma grande cidade próxima.
“Marcílio” morreu por “over-dose’ de cocaína, mas segundo dizem poderia ter sido forçados a tomar uma dose excessiva, ou seja, fora assassinado. Por quem? Não se sabe, pois esta é uma das estratégias do crime organizado.
Casos como o de “Eros” e “Marcílio” nos fazem lembrar e comparam-se com o de Jean Genet, mas agravados por serem estigmatizados, além de ladrões e homossexuais como “toxicômanos”, “alcagüetes” qualidades negativas que não são aceitas na sub-cultura carcerária, colocando-os na última categoria da hierarquia existente entre eles.
Estórias como de “EROS” e “MARCÍLIO” mesmo fictícias comprovam a dura realidade de nossos dias, mas o que é interessante são estórias que se repetem. Repetem...

Foto de NiKKo

Como estou agora.

Meus amigos me perguntam como estou,
ao perceberem que em meus olhos há um brilho triste.
No fundo eles sabem que sem você nada sou,
que para mim sem você nada existe.

Embora eles nada digam, eu posso ver
que gostariam de perguntar o que de fato aconteceu.
Pois todos sabem que você é a razão de minha vida,
e não entendem porque nosso amor morreu.

Eu não toco no assunto e tento evitar comentários,
pois não poderia explicar porque tudo terminou.
Afinal nem eu mesmo entendo o porque de seu adeus,
não consigo aceitar a razão pela qual você me deixou.

Eu te confesso que choro nas minhas noites insones
e ouço canções que contigo muitas vezes eu ouvi.
deixo que minhas lágrimas corram soltas pelo meu rosto
marcando cada segundo que com você eu vivi.

Confesso que ás vezes em minha angustia e desespero
pego o telefone para te ligar, pois quero ouvir sua voz.
Pois minha alma assim teria um pouco de alegria
só isso, amor, já diminuiria essa saudade atroz.

Pois meu coração sente tamanha falta de você,
que fica hora revendo suas fotos e mensagens,
busco acreditar que um dia por você fui amada,
que não foi tudo loucura e fruto de miragens.

Mesmo sofrendo eu admito que ainda te amo
e que sem você minha vida perdeu a razão de ser.
Sinto-me fracassada, e em meio a essa angustia
sinto-me aos poucos, na solidão, morrer.

Foto de Mabel

É uma pena

É Uma Pena
Que pena que você fugiu de mim
Que pena que você não quis me conhecer
Que pena que você não deu esta chance para nós dois!!!

Merecíamos muito dividir a nossa dor
Quem sabe daí, não brotaria um novo amor
Não foi por desespero não foi por solidão
Eu realmente queria conhecer melhor o teu coração

Mas, mais uma vez a vida,
Me negou a oportunidade de ser feliz.
E então passo os meus dias com esse fardo pesado
E com essa pergunta sem resposta em meu coração
- Como seria se você estivesse aqui para me tirar da solidão?

Não sei porque, não sei pra que, mas como eu queria te conhecer.
Minha vida quer saber?
Vou tocando como Deus permite,
mas a interrogação fica em meu coração.
- Será que com ele eu estaria chorando assim?

Queria saber como se sentiu
Queria saber o que ficou em sua cabeça
O que passou em seu coração
Mas você se cala
E não me dá o mínimo de atenção...

É uma pena você ter fugido
É uma pena eu não ter te seguido
Pois saiba que se você tivesse aberto seus braços para mim...
Tenho certeza que era neles que eu hoje repousava e me acalentava.
Que saudades do que a gente não conseguiu viver...

Foto de Osmar Fernandes

Palco-fantasia

Palco-fantasia

O vento sopra o nobre desejo
Da moça-mulher bonita.
Que embala seu sonho sereia
No seu mundo eremita.

Defronte ao espelho se perde
Numa profunda vã poesia.
Despe-se diante de seus olhos
No seu palco-fantasia.

Desfolha seu corpo,
Sonhando mulher fatal.
Posando de estátua grega,
Nua, miss, irreal.

Escrava do desespero,
A moça-mulher aflora.
Envaidece-se, chora.
Fenece no tempo e vai embora.

Foto de carlosmustang

"LIMITAÇÕES"

Dermarcára um pequeno espaço,
Onde não posso ultrapassar.
Apenas um pedaço, pra "viver"
E pra sonhar...

Um dia não podia, viver triste limitações assim!!!

Dei murros e murros, nessa parede
Soqueteei minhas correntes
Tanto, que minhas mãos, quase cairam...

O desespero envolveu-me
Ví o fim de uma essência vital.

Não me libertei dessa sina "incompreendida"
Não valeu viver, sem sonhar não vivo!!!

Foto de carlosmustang

"SONHOS DESPEDAÇADOS"

Apenas um uníco espaço...vacúo
Sem vida, sem movimento
Mesmo numa velôcidade intensa
À procurar uma presença!

Agarro-me em alguns metêrioritos, perdidos...
Para ao menos saber algum rumo
Num triste desespero!
Então eu me "aprumo"

Sim, onde estou?
Eu quero acordar!!!
Mas meu coração, bate em dispárate!
E impede...
Que eu me disface!!!

Mesmo perdido...
Eu me encontro...
Por não ter o rumo certo.
Deste louco jogo
Do UNIVÉRSO.

Foto de Naja

ILUSÕES E REALIDADE

ILUSÕES E REALIDADE

È fato que ao sentirmos algum tipo de sentimento por alguem, criamos ilusões a respeito, como se fosse caso concreto, como se fosse como sonhamos, ou gostaríamos. Não sendo assim, pode acontecer dessas ilusões esgotarem nossa energia.
Antes que se esgotem todo nosso sistema sensitivo, nossas emoções, as sensações de alegria, prazer, ficaríamos sem nada; precisa-se verificar os sentimentos negativos que temos em nosso interior. Podemos dar início a um sentimento de desvalorização de nosso EU, de nós mesmos, bloqueio de nossas emoções e ficarmos sem nossa auto-confiança.
A pessoa sente como se a vida estivesse vazia, sentimento de perda total, no caso, como se a alma fugisse de nós nos deixando ôcas.
O difiícil para casos assim, geralmente de perdas, é analisar os próprios sentimentos e poder agir com o que achamos mais correto. No caso descrito, fica quase impossível que consigamos chegar a uma conclusaõ sobre nossas atitudes, se certas ou erradas. Auto-análise é bem dificil de ser feita para quem está num estado de sofrimento.
É bom lembrar que seja homem ou mulher, os dois têm sentimentos, o que não significa que, por exemplo, um casal que se separa, mesmo um deles sentindo amor; nada que se faça, fará o outro amar também.
Para se lidar com isso, o que pode ser pior é o desespero, nem sentir-se desprezo por si mesmo, numa condençaõ por não deixar de sentir o amor não correspondido.
Se houvesse uma auto-estima nessa pessoa, isso não aconteceria, pois não permitiria ser ou sentir-se desmerecida. O caso é que, quando nos sentimos abandonadas (os), é dificil se sentir com uma grande auto-estima, o gostar de si mesmo, já termina no momento em que se entra em depressão ou apenas uma grande piedade por si , por não ter coragem de enfrentar a desilusão e tentar outra vida com outro alguem ou só..por que não?
A auto-cura está na proporção em que se tenta procurar uma atividade que, de alguma forma. impeça ele ou ela, de tentar comunicação com quem não nos quer.
O parceiro´pode aceitar ter uma amizade com o outro, por realmente gostar da pessoa, mas não amar; ou pode repelir qualquer tipo de comunicaçõa de dizer claramente, o que nos causaria grande sentimento de repulsa, de negativismo.
E nossa auto-estima iria acabar de desaparecer.
Temos a capacidade de olharmos para dentro de nós mesmos e verificarmos o que estamos fazendo de nossa vida, e por fim , tomar uma decisão, mesmo se sabendo que haverá um tipo de sofrimento, mas é um passo para começarmos a sentir que somos pessoas merecedoras de amor, amizade, paixão por outro, sem precisar mendigar amor a ninguem.
Poucas pessoas com que lido, dizem ter condições de ser amigo de quem se ama, mas não é amado. (a). É uma decisão que só a pessoa pode tomar, num momento de lucidez e amor próprio
É bastante triste, quando declaramos nosso amor por alguem, abrimos nosso coração mas não temos o retorno desejado. Se aceitamos condições para termos a pessoa amada, de algfuma forma, corremos o risco de nos tornarmos um nada na vida. Sem sentimento, seríamos vegetais.
O importante e mais correto, mesmo dificil. seria levantarmos a cabeça, seguirmos a vida tentando, se não outro amor, algo que nos desse prazer, um pouco de alegria e aos poucos retomar a vida normal...
Li um livro de Tennessee Williams em que um dos personagens, para fugir de sua vida miserável, por se sentir sempre infeliz. vivia nos cinemas. Era uma fuga, pois durante duas horas, ele em nada pensava,, pois dedicava-se a se transformar em algum personagem que a ele se assemelhasse. Sei de pessoas que fazem isso na vida real. Algo precisa ser feito para se sair de uma situação sem nenhuma esperança. Impossivel é viver a espera de milagres que não acontecem, de quem não voltará, de quem não nos ama, perdendo tempo útil de vida, a espera do nada.
Não é nada fácil, mas que é necessário, é.! Acredutar e si mesmo e sair em busca de seu novo destino.
naja
Publicado no Recanto das Letras em 02/11/2007
Código do texto: T720014

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