Ó desespero eterno
Dai-me a vingança, o amor
Deixai-me com fervor, como dantes
Na altura em que a alma falava mais alto e melhor
Dai-me novamente as asas
Que tanto trabalho tive em construir.
Deixai-me entrar com lábios e língua e paixão
Em bocas doces, gentis, amantes
Concede-me este último desejo.
Dai-me meu anseio.
Bebo desesperadamente
À espera duma realidade mentirosa,
Para que me libertem e ame finalmente.
A uma liberdade completamente louca
Desenfreado em sentimentos assassinos
Sorriu, assim, com punhais nas curvas da boca
Ah! A loucura que a tanto me sabe,
Mas que tanto odeio apodera-se!