Quando a gente começa a falar de amor, não encontra o que dizer, apesar de sabermos muito bem sobre ele.
Foi por acaso, ou melhor, não foi nada combinado, e muito menos coisa antiga, que se tenta a muito tempo.
Eu te conheci de uma maneira tão comum, que jamais pensei que fosse minha primeira chance de sofrimento.
Parece mesmo que são dessas coisas do destino, que começa um grande caso de amor, mesmo se ele é vivido por apenas uma pessoa, o que é muito ruim.
Eu sempre achei na minha ceguice de apaixonada, que coisas as quais falamos, brincadeiras, gentilezas tuas, aquele teu carinho, toda aquela sua atenção fosse mesmo amor de sua parte.
Poxa como é dificil para a gente que ama, enxergar com bons olhos as coisas que marcam um romance.
Hoje sei que tudo não passou de um sonho, que eu sonhei pensando que você também sonhava.
Parece brincadeira, mas um grande amor faz a gente ir tão longe e alto, que quando acordamos quase não se consegue descer.
São tantas fantasias que nascem, capazes de criar um novo planeta.
Eu sempre te esperei como qualquer pessoa faria no meu lugar e nunca me cansei.
O pior é que a cada dia que se passava mais eu me decepcionava, e porque não?
Tudo foi em vão, jamais consegui o que queria.
Talvez porque não tivesse lutado , mas lutar para quê?
Tanta gente lutou e ganhou esnobação, somente isto, tive medo, por isso não lutei, mas em compensação sofri a distância, vivendo uma angústia que me marcou profundamente.
E não só angústia, desespero, tristeza e carência.
O que me adiantou amar tanto?
Eu pensei na fé e no desespero na ilusão e no desgosto
Como um cego reza
Como um aleijado reza
Como um surdo reza.
Com a mesma fé que nós rezamos.
Recebem o mesmo beneficio.
Enquanto a vida corre a beleza é nobre de quem a mereça.
Sabemos da rapidez.
Os olhos que se fecham a mão que não se estende a palavra que fere.
Olhei pra Deus olhei pro céu, senti a alma
Do tempo escondido na própria vida
Senti a palavra maldita que você pronunciou
Não senti os braços muito menos o abraço que você prometeu
Mentira da sua verdade absurda.
Que se finge de luz e reflete maldade
Uma flor que não se tem jardim nem brilho, crueldade
“Eu quero que você tenha principalmente essa harmonia interior que você possa ter harmonia e uma família.
Eu quero que você tenha harmonia com seus amigos eu quero que você tenha harmonia com sua fé. “
Eu pensei na fé na Beleza da Alma
Do seu riso perdido da sua vontade
Do desejo falado, fadado.
Sua covardia.
Mentira
Beleza que só pode iluminar os fortes, aqueles que buscam vidas.
O que não é seu dia muito menos sua ideologia
Sua vinda é para acabar com a beleza das almas que tenta te iluminar
Mas assim mesmo você insistiu em articular.
Euforia luxuria apegos, pequenos desgosto para te confortar.
Nada é sua realidade apenas manipular.
Quem ama de verdade não é você, por que não tem Beleza não tem alma.
A harmonia que procura não esta fora da alma. Não esta na glória de querer ser.
O equilíbrio esta em você que não consegue se entender
Não esta no desprezo muito menos nos apegos daqueles que quer te convencer
Ou te comprar para que sua felicidade não tenha alma.
Se Deus é brincadeira você comete a grande besteira em nome dele falar.
Quem ama de verdade na Beleza conhece a essência e não se deixa levar.
Abre os braços e deixa o vento passar.
Mas se não conhece a frase, jamais ira se realizar.
Se não conhece vida, jamais ira sonhar
Se não conhece verdade, jamais ira conquistar
Se não conhece amor, jamais será.
A vida da beleza que buscamos é para os fortes.
Que querem e não se deixam levar.
Você que não tem beleza que perdeu a alma e que só fez destruir e acabar
Perde o sorriso imenso
Perde a oportunidade
De Alma que podia ter Beleza.
Pode ser a Beleza da Alma de um anjo de uma pessoa dos sonhos que se diferem da sua realidade. Que não ama de verdade
Que não acabe a qualquer pessoa medrosa.
Que vem e vai à fuga.
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Papel imperfeito manchado de mágoas
A dor cresce e alastra sorrateira no meu peito
Os sentimentos dão nós..as flores murcham
E as letras choram! A alma sangra!
Olhos entristecidos marejam na manhã
Flechas de Eros rasgam o coração
Retumbantes, marcas vão deixando
E as letras choram! A alma sangra
Espelhos se partiram
Os opostos não se atraíram
O Arcos Iris é preto e branco
E as letras choram! A alma sangra
A lua não brilhou,o sino não bateu,
O mar se revoltou, tempestade se criou
O maestro emudeceu
E as letras choram! A alma sangra
Pensamentos retorcidos
Inércia, desespero, dor
A noite cai...a angustia vem
Águas salgadas rolam na face
Meu Coração na vida já foi plantador de sonhos perdidos.
Jardineiro que com lagrimas de ternura regou ilusões.
Catador de esperanças em formas de afagos demorados.
Vendedor de quimeras, sorrisos e canções.
Meu Coração já foi bravo Guerreiro na guerra da saudade.
Gladiador da tristeza que venceu a vontade de morrer.
Já lutou como Samurai entre espinhos do desespero
e como Fênix solitária aprendeu sempre a renascer.
Meu Coração já foi andarilho e chamado de insano
para aqueles que o conheceram, serviu de riso e zombaria.
Foi tido como demente, ingênuo, romântico e tolo.
Entregava-se de corpo e alma e depois ficava só e sem alegria.
Meu Coração já foi pássaro vadio, sem teto e sem coração
e na ânsia de ser feliz muitas vezes a outro coração se entregou.
E por ter por horas, noites ou dias apenas, um pouco de carinho
embriagado pela solidão, que era feliz, ingênuo, até acreditou.
Meu Coração já foi dilacerado tantas vezes e sem piedade.
Em outras tantas vezes, se refez pela esperança de ter alegria.
até que um dia já descrente e muito calejado pela dor,
viu-se preso pelos olhos de uma linda e doce fantasia.
E meu coração que pela tristeza havia se endurecido
de guerreiro ferido que era, voltou a ser um plantador de ilusão.
Trocou as armas da solidão e do desespero, por um simples sorriso
abrindo suas asas para o amor, entoou uma nova canção.
Assim meu Coração que estava arredio e desgostoso
hoje canta versos de esperança, alegria e amor.
E faz da minha poesia um hino para a esperança
Igual a Fênix que ressurge das cinzas, enaltecendo a própria dor.
Sentimentos fora de tempo
Renascem neste coração de mulher.
Fui mãe amada, acarinhada.
Fui esposa ausente, distante... na madrugada.
Fui amante fervorosa,
Dominada por medos apaixonantes.
Fui alma partida,
Em noites de sonhos ausentes.
Fui alegria sentida,
Em momentos inesquecíveis.
Fui ânsia desmedida, dor aparecida,
Coração descoberto.
Entreguei-me ao destino,
Lutei contra o desespero.
Caí, levantei-me, e segui caminho.
Fui ilusão em noites mal dormidas,
Apagadas por fantasmas ocultos.
Cansei-me muitas vezes,
Mas continuei a combater
Numa guerra ilusória.
Fui parte de um nada,
Um pouco de um tudo.
Desmanchei-me por dentro
Para ser o mundo de alguém.
Fui paz, fui calma... fui esperança
No desespero...
E provavelmente ainda o sou...
Enviado por Ana Botelho em Qua, 25/02/2009 - 15:13
FRAGMENTOS DO LIVRO A SER LANÇADO EM BREVE:
DIÁRIO DA ALMA FEMININA.
"A mulher, por sua forma polêmica e única, arrasta consigo uma história que além de triste, é um dos retratos mais fiéis que temos da tortuosa evolução da humanidade, dos seus grandes preconceitos e de monstruosidades cometidas como forma de camuflar os desastres cultivados nos seios das famílias desajustadas, onde os complexos variados eram repassados aos seus descendentes, um método presente na velha tradição familiar era a de se lavar a honra de um parente querido com o sangue alheio, ou mesmo outro tipo vingança desmedida como se esta compensasse um crime anteriormente realizado. Além da figura da fêmea, qualquer outra criatura que tivesse nascido com a predominância das características “femininas” de ser, teriam marcadas em seu destino uma triste síndrome, uma espécie de anomalia social, ou seja, a de passarem a vida inteira buscando a sua real identidade..."
"Quem nunca travou desafios incansáveis para desfrutar dos direitos que por lei lhe pertenciam há séculos? Quem foi que sempre trabalhou por uma família mais amorosa e por um mundo bem mais justo, carregando, na maioria das vezes, a debochada caracterização de "piegas", ou "reacionária fracassada"? Se você ainda não ouviu tais comentários, certamente, eles estão velados, embotados e que só serão percebidos em atitudes de pessoas que parecem nos amar mesmo as mais próximas..."
"E qual assediada nunca recebeu:
- um telegrama misterioso de um amigo do seu pai, acompanhado de calcinhas comestíveis;
- um beijo roubado pelo marido da vizinha de andar, no elevador do seu prédio;
- umas piadinhas inconvenientes daquele coroa que ficava todo torto quando você passava para o colégio;
- uma perseguição indesejada e vergonhosa, pelas ruas quando ia fazer compras;
- um beliscão nas pernas sob a mesa, durante um jantar de família, por aquele marido ridículo de uma prima, ou da sua melhor amiga;
- um recadinho atrevido jogado na varanda da sua casa vindo das mãos de um respeitado chefe religioso do bairro;
- uma cena de masturbação em uma praia, ou praça obrigando-a a ir embora imediatamente;
- uma esfregada extremamente incômoda em um ônibus lotado e teve que se calar com receio de desencadear uma confusão em público;
- a sua residência violada por um tarado causando um distúrbio sem fim em sua vida, com processo, audiências e situações de constrangimento diante de estranhos e amigos;
- uma briga enorme que pensou ter causado, envolvendo um irmão, por atrevimentos vindos de pessoas outras;
- propostas de riquezas e casamentos estranhos, onde a sua casa seria em local deserto e freqüentado apenas por este suposto romance;
- uma literal luta corporal para se desvencilhar de um assédio de alguém que namorasse uma aparenta, ou uma amiga;
- bilhetes de desconhecidos com propostas ridículas colocados no limpador de pára-brisas do seu carro, bolsa, ou entregues em restaurantes por terceiros...
Estas são algumas situações pelas quais odiamos passar, mas que, por estarmos representando o sexo feminino, somos alvo dos "machistas" preconceituosos e que na maioria delas não podemos reclamar, nem retrucar porque logo somos consideradas as "culpadas" pelos assédios recebidos. Registro aqui a declaração de uma jovem que passou por uma situação complicada de quase violência sexual e que, ao chegar à delegacia para registrar a queixa, foi debochadamente abordada pelos plantonistas enquanto faziam as perguntas recheadas de um sorriso irônico sobre os fatos, traumatizada e controlando um grande desespero, só não desistiu de realizar por completo a denúncia por causa do seu compromisso com ela mesma e com outras pessoas que já passaram, ou que podem um dia se deparar com tal absurdo.
As pessoas “femininas” também sentem desejos, têm preferências, sofrem de afinidades físicas com outras pessoas e, por isso, deverão ter oportunidades de participar de escolhas e terem o direito de dizer "não" quando acharem necessário..."
(NÃO PERCAM, DENTRO DE ALGUNS MESES NAS LIVRARIAS)
Num dia esquecido,
Por um tempo infinito,
Um mar de sonhos
Entrou em minha vida.
Meu mundo mudou de cor,
E corações começaram a voar em torno de mim.
Meus sentimentos ganharam asas,
E percorreram as estrelas e todo o universo.
Meus sentidos despertaram
Para uma lógica irreal,
Que deixou-me quase sem ar.
Senti então dentro de mim,
Os anjos a cantarem suas canções de amor,
E, em puro êxtase, entrei quase em coma
Num sono profundo e aconchegante
Dominado por uma névoa de um melodioso renascimento.
O sangue dentro de minhas veias,
Começou a borbulhar,
Como se estivesse sendo aquecido por uma chama ardente,
E então, uma serenidade quase estonteante
Começou a domar a minha alma revoltada,
E aos poucos, comecei a abraçar o amor,
Esse sentimento eterno que nunca morre
E que perdura para alem dos sonhos, da fantasia,
Que teima em ficar colado a nós
Mesmo nas alturas de desespero.
Abracei a calma
E a solidão, que dominava toda a minha existência,
Desapareceu, para nunca mais voltar.
Dedicado a J. Sempre me ensinaram que anjos têm asas, mas agora sei que isto não é verdade. Anjos também sofrem acidentes, caem e se machucam. Mas eu sei que você vai superar tudo isto, minha querida, e voltar a pisar com seus lindos pés este chão que é abençoado com seus passos.
- Mais alguma coisa, Barão?
Respondi negativamente, com um gesto. Pedro, meu mordomo de tantos anos pegou suas malas e saiu da mansão vazia. Olhei para aquelas paredes que antes estavam tão repletas de quadros, aqueles cômodos outrora adornados por móveis caros... Agora vazios. A mansão, herança de meus antepassados que agora pertencia a outra família, novos ricos que investiam nessas velhas mansões que resistiam ao tempo, à especulação, fomentavam sonhos e sofriam com o alto valor do IPTU.
Além do mais, minha antiga mansão precisava de empregados, e eu já não podia mais contratá-los. Aos 98 anos, só me restava partir como fizera Pedro. Mas a partida de Pedro tinha um destino traçado por sua aposentadoria. Quanto a mim, iria me aposentar da vida. Aproximei-me da janela e vi o mar lá embaixo. Uma linda vista para a praia particular que já não me encantava como antes, em minha infância e juventude. Em minha juventude antes de encontrá-la.
Sim, antes de encontrá-la. Foi um único encontro, e desde então eu quero que ele se repita. Ela me prometeu que viria me buscar, e cá estou esperando. Por isso, deixo a mansão e vou até a praia. A lua se reflete nas águas escuras do mar que, revolto, se choca contra a areia. Deito-me distante, recostado numa pedra, triste porque sei que ela não virá. Prometeu que viria me buscar, mas minha esperança de que sua promessa iria se cumprir, é em vão. Qual a razão de tornar a ver este velho, ela que está tão jovem e linda como antes? Sim, como naquela época...
Eu tinha vinte anos, naquela época, e estava no Rio de Janeiro, participando de um réveillon e gastando em demasia a fortuna de meus pais, como sempre fazia. O baile no grande hotel estava animado, com figuras de escol, todos bem vestidos. Lindas damas, gentis cavalheiros, nobres decadentes, empresários espertos, políticos corruptos, agiotas rapaces, toda a elite brasileira e estrangeira se encontrava comemorando a passagem de ano. Eu já havia beijado e agarrado em segredo mulheres casadas, solteiras, viúvas, desquitadas, ou seja, tudo aquilo que é permitido a um descendente direto dos primeiros colonizadores da nação.
Uma donzela, filha de paulistas produtores de café, flertava comigo a todo instante. Esperei a hora certa de agir. Quando a moça olhou para mim e se dirigiu ao corredor que, naquele momento estava deserto já que todos se reuniam como gado nos últimos minutos do ano velho, percebi que deveria agir. Eu a segui com dificuldade, abrindo caminho entre a multidão de felizes e embriagados foliões. Já a perdera de vista e temi que não a encontrasse mais. Finalmente consegui ter acesso ao corredor, mas não a vi. Andei lentamente pelo corredor, sem ver a donzela. No caminho, encontrei seu lenço caído no chão. Percebi que uma surpresa não muito agradável poderia estar à espreita. Dei mais alguns passos, quando ouvi um gemido vindo atrás de uma das portas fechadas. Auscultei com atenção. Uma voz feminina tentava gritar por socorro, mas estava muito fraca. Tomei coragem e empurrei a porta, conseguindo abri-la.
A donzela estava desfalecida nos braços de uma garota vestida de negro. Fiquei estupefato, a princípio, mas depois fui tomado pelo horror. Do pescoço da donzela jorrava sangue, sua jugular fora atingida por algum objeto cortante. Então, com maior horror, notei que o corte partira dos dentes da outra garota. Recuei alguns passos. A garota largou o corpo da donzela, que tombou ao chão, e literalmente voou até mim. Caí para trás, ao chão, quando a garota me pegou pelo pescoço com a mão direita, enquanto sua mão esquerda amparou minha cabeça ao segurar minha nuca. Fiquei estendido no chão do corredor, com a garota sobre mim.
Foi assim que eu a conheci há mais de setenta anos. Ela me olhou profundamente. Seu corpo era esguio, ágil e leve. Sua pele morena e suave, as mãos, que seguravam meu pescoço e minha nuca, firmes. Os braços compridos e fortes. As pernas também fortes, as ancas discretas. Cabelos curtos e castanhos. Os pequenos seios comprimiam meu peito. Olhei diretamente em seus olhos. Eram negros como a noite. Nunca havia visto olhos de um tão belo negror. De sua boca, onde dentes alvos e perfeitos sorriam ironicamente para mim, exalava um aroma de morangos silvestres. Seu corpo tinha o cheiro do mato molhado que, na fazenda de meu pai, tanto alimentava meus sonhos infantis.
- Vale a pena deixar que você morra em meus braços? ela me perguntou com sua voz grave, mas com uma docilidade infantil.
Eu não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Fiquei extasiado com a beleza daquele ser misterioso. Ela me largou e se ergueu agilmente. Levantei-me também e, num gesto ousado, segurei-a pelo braço.
- Quem é você? consegui perguntar.
Ela me olhou como um felino. Desvencilhou-se de mim, mas eu tornei a segurá-la.
- Me solte! ela ordenou.
- Então, me diga quem você é. insisti, largando seu braço. Ela caminhou até a janela, e eu pensei que iria fugir. – Por favor. pedi. – Me diga quem você é.
Ela tornou a me olhar, veio até mim e me abraçou. Disse-me:
- Sua vida não existe. O que você faz é arrastar-se por este mundo ilusório. Mas você pode viver novamente.
Neste momento, ela me deu um beijo ardente no rosto e depois na boca. Apertei-a fortemente. Nunca tinha sido beijado daquela forma. Foguetes estouraram, gritos animados explodiram, pois chegara o novo ano. Não sei quanto tempo se passou, mas ouvi que algumas pessoas estavam vindo ao nosso encontro. Ela abriu os olhos negros. Quando nossos corpos se separaram, ela tornou a caminhar até a janela.
- Não vá. tornei. Apontei para o cadáver da donzela, estendido no outro cômodo. – Eu posso dar um jeito nisso.
Ela sorriu para mim.
- Você está tão morto quanto ela. disse. – Mas você pode viver novamente. E quando for morrer de verdade, virei te buscar.
Terminando de dizer estar palavras, saltou pela janela. Fiquei desesperado, imaginando que se suicidara. Estávamos quase no terraço do grande hotel. Mas, quando cheguei à janela, eu a vi voando... Sim, voando ela fez um rápido vôo contra a claridade da lua e desapareceu no manto da noite.
Gritos me despertaram de meu torpor. Acharam o corpo da donzela, as pessoas outrora alegres pela chegada do novo ano, estavam aterradas. Fui forçado a responder uma série de perguntas. Fui conduzido à delegacia, tive que lá voltar várias vezes, mas após algumas semanas minha inocência foi comprovada e me deixaram em paz.
Assim me lembrei das palavras de minha amada. Eu estava morto sim, pois tinha uma vida dependente dos sucessos de meus pais. Mas poderia viver novamente. E assim terminei meus estudos, formei-me, fui dar aula de filosofia num seminário e depois numa faculdade que acabou sendo incorporada, posteriormente, a uma universidade federal. Casei e tive filhos. Viajei pelo mundo. Mas meu único objetivo era reencontrar aquela garota. O tempo ia passando para mim, deixando suas marcas. Herdei uma fortuna de meus pais. Fiquei viúvo aos 59 anos. Quando ultrapassei os setenta anos doei meus bens a meus filhos, à exceção da mansão onde vivia, buscando evitar para eles o martírio de um inventário.
Estava me acabando, e não a via mais. Sempre olhava para a lua, sabendo que em algum lugar deste mundo ela voava contra sua claridade. Sabia que ela era a personificação do amor, mesmo sendo uma criatura sombria. Eu a amava mais do que tudo. O que importa se era um ser noturno? Ora, a claridade da lua só pode ser vista à noite, mas ela pertence ao sol que lança seus raios luminosos contra este frio satélite. E esta claridade lunar inspira histórias de amor e, claro, de lobisomens. De seres perdidos como eu. Eu estava perdido sim, pois minha vida, embora recuperada, não era completa sem aquela garota que eu encontrara há tantos anos.
Dissera para mim que viria me buscar quando eu fosse morrer de verdade. Por isso estou nesta praia. Já não tenho mais nada. Como eu disse, doei meus bens para meus filhos, exceto a mansão onde vivia, mas que agora eu a havia vendido porque não poderia levá-la para o túmulo, e depositara o dinheiro na conta bancária de meus netos. Dispensara os empregados, após lhes arrumar colocação em outras casas e empresas. Meu mordomo Pedro conseguira se aposentar. Tudo estava em ordem, mas eu não conseguia morrer assim, feliz, já que esperava por ela e ela não vinha.
Aqui estou olhando as vagas do mar que choca contra a areia da praia. Não me incomoda a pedra sobre a qual estou recostado, pois minha dor pela saudade é maior do que a dor que a pedra impinge a este corpo de velho. A lua está lá, como sempre, iluminada pelo sol. O mar negro se agita. E eu aqui, sozinho, sabendo que minha hora chegou, mas a promessa dela não será cumprida.
Neste momento de desespero, desesperança e descrença, sinto um toque de uma forte mão em meu ombro. Ergo os olhos e a vejo, jovem e linda como antes. Sorri para mim, seus olhos negros brilham em contraste com a lua.
- Eu não disse que viria? ela diz.
Sim, neste momento único ela cumpriu o que dissera no dia em que eu encontrei o verdadeiro amor. E agora posso também cumprir meu destino, tão diferente do dela que é viver para sempre, mas o cumprirei em seus braços. Sua mão roça meu ombro, e ela, ao voltar, me deu a paz.
"Você!!!
" Quando a,
vontade de chorar for mais forte que o teu sorriso...
"Tudo te parecer cinzento...
"Os dias te parecerem intermináveis...
"O silencio da noite for ensurdecedor...
"A realidade te parecer pesada...
"Os teus pensamentos se transformarem em tormentos...
"Tudo à tua volta deixar de fazer sentido...
"Lembra-te...
"Eu existo...
'Vou estar sempre contigo..És a minha vida, a razão do meu viver...
"Tu não estás sozinho!
"Se mesmo assim a força teimar em não chegar...
"Se garra a minha mão...
"Sente o meu abraço, o meu beijo e o meu amor...
"E divide comigo o medo, as lágrimas, o desespero...
"Fecha os olhos e deixa que eu te embale e acalme a tempestade!
"Eu vou estar ao teu lado, mesmo que o mundo teime em andar ao contrario!
"E mesmo no silencio de um olhar, eu vou estar em qualquer momento só pra te abraçar e dizer:
"Te Amo!!!
Autora:Eda.S.L.M.S.