Dedos

Foto de Danoninho

Como se reconhece o amor..

Amar alguém sem se saber porque é estranho.
Creio que tudo começa, quando não nos damos conta,mas já pensamos demais numa só pessoa.
Demora algum tempo para que tenhamos noção de tal sentimento.Principalmente se for por alguém que mal conhecemos.
Um dia, uma pessoa totalmente estranha atravessa nosso caminho e sem se saber por que, o coração acelera.Os dias passam e você continua sem saber nada sobre esse outro alguém, mas por algum motivo ele não sai da sua cabeça.Os dias continuam a passar e você passa a sentir a falta de algo desconhecido...anda pelas ruas sempre a procura de alguém ou alguma coisa...a procura dele!!!
Nos enganamos, distraímos o coração enquanto o tempo passa e nos tornamos mais apegadas ao sentimento que temos, mas ainda sem respostas.
Daí você começa a se perguntar quando é que isso começou.
Essa loucura, essa falta, esse frio na barriga, esse coração a bater louco e desordenadamente sempre que pensa.. e quando vê perde a respiração simplesmente.
Falar você não pode ou não deve...e falar o que?Pois ainda simplesmente não se sabe o que é.
E os dias assim continuam até que você começa a se aperceber de que é recíproco. Cada olhar trocado parecem se despir, ali mesmo!!!
Começa a se aperceber que por algum motivo, seu corpo a leva de encontro ao dele. Sente a vontade de estar perto, tocar..assim..como que sem querer.
Daí vem a necessidade..fase impossível de não se viver.
Necessidade de respirar o mesmo ar que ele, de estar perto ou nos mesmos lugares.
Necessidade de sentí-lo e sentir o seu cheiro agarrado em você.
E o cheiro?Que enlouquece e nos deixa tontas... e então temos a resposta...estamos apaixonadas!
Palavras proferidas de uma boca que você deseja.
Palavras ditas diretamente ou discretamente a você e de você a ele.
Muto mais que palavras...
Desejos secretos, camuflados em coisas sem interessa algum.
Mas já não se consegue esconder os sentimentos...dos dois.
A respiração ofegante e o sorriso de orelha a orelha denunciam a paixão!
E acontece então o inevitável e tã esperado toque...o beijo!!!
Boca na boca, línguas que passeiam como se quisessem descobrir sempre algo novo.
Línguas apressadas em sentir o gosto, gosto tão bom de sentir...gosto da paixão, do desejo, das vontades...
Vontade de tirar a roupa ali mesmo, como se nada mais interessasse, nada fosse mais importante que nós.
Vontade de descobrir o corpo um do outro, cada parte, cada cantinho.
Passear os dedos em todo ele. E finalmente...sentir a paixão em plenitude, sem saber do amanhã ou sequer esperar por ele...
E agora sim, sabendo e tendo todas as respostas.
Mas nada agora importa...somos um do outro!

Foto de Sonia Delsin

DESLUMBRAMENTO

DESLUMBRAMENTO

Um fino pó a correr entre meus dedos.
A me mostrar os segredos.
Terra mãe.
O que somos?
Quanto valor às coisas damos!
Uma semente guardando a futura árvore.
Um ninho abrigando um filhotinho.
Um rio...
Um moinho.
Passeio pelos meus primeiros anos...
Passeio pela estradinha onde papai plantava coqueiros.
Passeio pelos galinheiros.
E chiqueiros.
Eram todos os momentos verdadeiros.
Uma cascata de luz.
Me vejo embaixo de uma cruz.
A chorar e rir.
O milagre.
Tantos anos que isto aconteceu.
Parece até que quem viveu nem fui eu.
Ó, meu Deus!
A vida de meu filhinho.
A cura.
Eu que sempre confiei.
Que sempre esperei.
Milagre? Graça? Benção?
Que nome se dá a isso?
Que longa a estrada que percorri!
Mas como eu vivi!
Cada instante. Com uma intensidade tal que assombrava a todos.
Tenho pensado tanto no tempo... no caminho.
Pensado nas pessoas que me inspiraram toda sorte de sentimentos.
Estou sentada...
Refletindo.
Chegam rajadas de ventos.
Outros tempos, outras pessoas... outras datas.
Risos, lágrimas...
Abraços, beijos...
Palavras, silêncio.
Hoje em dia vivo envolta num silêncio maior.
Passo horas e horas sozinha.
E não me sinto sozinha.
Sinto que me acompanham os meus tempos, os meus amados.
Sinto que Deus está do meu lado.
E anjos.
Gosto destas minhas horas introspectivas.
E ainda tenho perspectivas.
Sinto que cheguei numa fase da vida em que me divido entre o pensar e o vivenciar.
Sinto que vivo mais intensamente do que nunca o meu eu.
Não de uma forma egoística.
Mas necessária.
Um auto-conhecimento.
Um aprofundamento.
Um verdadeiro deslumbramento.

Foto de Sonia Delsin

É AQUI O CÉU?

É AQUI O CÉU?

Chego sem asas.
Andei pisando em brasas...
Chego sem braços.
Tantos abraços...
Chego sem dedos.
Meus segredos...
Chego sem medos.
É aqui o céu?
Chego mansa.
Falando baixo.
É que a voz me sumiu pelo caminho.
Se pisei em espinho?
Chego sem pés.
Mas chego.
Chego com mãos...
E chego com coração.
Ah, ele bateu tanto!
Nunca se cansou.
Como este coração amou!
É aqui o céu?
Acho que é.
Tem a calmaria que eu esperava.
Tem o que eu buscava.
Tem paz aqui.
E tem um riozinho cantando.
Parece-me que chega um anjinho voando.
Olho a carinha dele e reconheço.
Alguém que já conheço.
É aqui mesmo o céu.
Acabei de constatar.
Só aqui eu poderia um dia te reencontrar.

Foto de Joaninhavoa

SÍMBIOSE É SENTIR

Óh! doce e cálida noite
Murmúrios houve…
Gritos… meu grito
Era meu canto estridente
Quando teus dedos
Descobriam fios, caminhos
Dantes por mim desconhecidos
Ou esquecidos…
E num bailado arqueante
Meu corpo contorcido e amante
Sulcando ainda o teu, rejuvenescido...
Mas ainda rufante, querido
Nossos ais escalando, voando
Vinham e iam como num porto
de abrigo!...
Oh doce e cálida noite
Gemidos houve…
Gritos… meu grito
Símbiose! Não é palavra é sentir
E é também o verbo amar!...

JoaninhaVoa, "In Vidas"
(2008/03/30)

Foto de killas

ÉS A MINHA FORÇA

Quando estás ao pé de mim,
Com o teu corpo nos meus dedos,
Sinto-me cheio de força,
Perco todos os meus medos.

És a minha força,
O que me faz continuar,
A desbravar este mundo,
Conseguindo tudo enfrentar.

Dás-me um bocado só teu
Ofereço-te um bocado só meu,
Terás o meu coração,

Que um dia há-de ser teu,
E tu me darás o que é meu,
Numa profunda paixão.

Foto de pétala rosa

SER POETA ////// 21 DE MARÇO DIA DA POESIA

POEMA PARA CELEBRAR O DIA DA POESIA 21 MARÇO 2008
E, QUE NÃO SE CALEM OS POETAS !!!!!!

SER POETA

O poeta
fala com o coração
e semea palavras de paixão.
O poeta
Sente a injustiça e acarinha o amor.
O poeta
Vive a paz, e a luz entornada no
desafio da tua voz.
O poeta
Vive as emoções
escritas em lágrimas de dor e fantasia.
O poeta
Semeia a paixão em pétalas duma canção ao cair
da noite.
O poeta
Enfeita a felicidade duma loucura
com labareda nas veias.
O poeta
Tem a verdade acesa nas estrelas do infinito
e o arco-iris no coração.
O poeta
Passeia em caminhos de espinhos
na escultura dum tempo incerto.
O poeta
É um pássaro faminto na
liberdade dos dias.
O poeta
Desfolha no coração uma esperança, uma alegria
Um sonho, uma saudade.
O poeta
sente o calor do sol escorrendo
entre os dedos.

Serei eu poeta?
Sentindo arabescos de ternura
na alma faminta de ilusões?
Serei eu um poeta??

Amália LOPES

DIA DA DIVINA POESIA

Foto de pétala rosa

TENHO SEDE DE TUDO

TENHO SEDE DE TUDO

Sede dum céu violeta
da cor
das tuas palavras.
Do teu suspiro quando o prazer
Te faz soltar imagens de ilusão.
Sede de canções, valsas e longos beijos
Encostados nos meus lábios.
Duma tempestade de carinhos soltando-se dos
Teus dedos.
Tenho sede !!!!!
De ti...
Tenho sede das madrugadas nos teus olhos, dos
Gestos por explicar,
Do gosto absoluto dos momentos neste amor inquieto
Que enche o meu espaço em pétalas
E dias de saudade.
Tenho sede !!!!!
Nem sei se de ti...ou de mim...
Simplesmente, tenho sede!!!!

Amália LOPES
noite fria, 19 março 2008
para ti, que me olhas num deserto de desejo

Foto de Paulo Gondim

Janelas da alma

JANELAS DA ALMA
Paulo Gondim
15/03/2008

Eu me vejo preso no meu pensamento
Enclausurado nos meus dias de tormento
Envolto em névoa fria, fosca, espessa
Que me expõe as entranhas, nesse padecer
Do lamentar diário, desse calvário
Que é minha vida sem você

E tento escapar pelas janelas da alma
Dou voltas pelo quarto, perco a calma
Olho mais uma vez a rua, a rua escura
A mesma rua que me viu crescer
Que já não é a mesma, envelheceu
Como eu, que perdi anos, sem te ver

E continuo preso, inerte, sem saída
Na expiação de minha culpa tão doída
Escapar dessa agonia é o que me importa
Antes que se torne em mim obsessão
Que já se avizinha, que já se prenuncia
Como castigo de viver só esta paixão

E aí, mais uma vez, nas janelas da alma
Olho para fora e vejo amarelada palma
Do velho coqueiro em frente à porta
Nele, vejo tuas mãos, agitando os dedos
Como sonho, que vagamente me conforta
E que ouve, calado, meus segredos

Foto de Gideon

A mulher do Metrô

Dias desses consegui viajar sentado no metrô. Abri o livro do Wittgeinstein, e comecei a ler.

Em alguma estação à frente entrou uma mulher pobre, morena, cabelos molhados provavelmente do banho da manhã, meio ondulados e soltos. Parte caindo pela frente dos ombros, parte por trás. Braços musculosos e as veias das mãos bem salientes sugerindo trabalho árduo. O semblante era rígido. Não percebi qualquer vestígio de maquiagem. Lábios soltos e frequentemente mordidos pelos dentes inferiores. O vestido era simples com flores estampadas de baixa qualidade. O formato dos seios era sugerido pela falta de sutiã, contudo nada indecente. A barriga um pouco maior que o normal para uma pessoa magra. Diria que era meio barrigudinha, mesmo assim ligeiramente sexy.

O vestido descia até próximo os joelhos. Não tinha qualquer enfeite. Os pés rugosos com as veias também à mostra. Os dedos enfileirados, mas indecentemente separados do maior pela tira da sandália rosa. Unhas dos pés pintadas de gelo, única vaidade que notei. Uma bolsa de plástico aparentando falso couro estava pendurada pela alça, bem acomodada em seu ombro esquerdo, que por sua vez estava à mostra.

Parei de ler Wittgeinstein para observá-la atentamente. Ela estava recostada entre o final do banco à minha frente, do outro lado do vagão, e a beira da porta do trem. O ombro cuidava em manter o resto do corpo um pouco distanciado da parede do trem. Devia ter não mais que vinte e sete anos. Bonita mulher, rosto bem desenhado, mas sem brilho e expressão. Fiquei tentando adivinhar a sua profissão. Julguei que fosse uma empregada doméstica, mas pela hora, quase nove da manhã, percebi que não devia ser.

Enfim, fiquei imaginando aquele corpo por baixo da roupa. A sua barriguinha protuberante formando um colo acolhedor. Como disse, os seios bem formados e provavelmente um umbigo discreto.. Vez outra, pelo balançar do trem, ela mudava a posição dos pés me chamando a atenção os seus dedos enfileirados sobre a sandália. O trem estava cheio e tive dificuldade em continuar reparando-a. Talvez isto tenha-me feito forçar o olhar, e ela percebeu-me. Me olhou naturalmente. Apertou mais uma vez os lábios e desviou logo o olhar. Outra vez trocou a posição do pé de apoio e passou a mão direita sobre o cabelo. Aproveitou, ainda, para arrumar a alça da bolsa, que teimava em escorregar de seu ombro esquerdo.
Voltei a leitura de meu livro. Quando tornei olhar para ela, não mais a encontrei. Descera em alguma estação. Fiquei meio frustrado. Me ajeitei no banco, curvei um pouco mais a cabeça e voltei à minha leitura.

Bem, não a perdi, claro. A descrevi aqui.

Foto de Gideon

A donzela no Arco dos Teles

O Arco dos Teles é mágico. Um corredor de ruas estreitas ladeadas por casas de danças, bares e restaurantes, quase tudo preservado ainda no estilo do tempo do império. Foi ali, que no início do século passado, houve a Revolta da Vacina. Dizem também que Carmem Miranda morou em um destes sobrados. O charme é sentar-se em mesas postas no meio da rua. As pessoas, neste ambiente, despojam-se de seus afazeres do trabalho, e entregam-se ao relax sugerido por este ambiente

Isaque, grande amigo, irmãozão. A saudade sempre aperta o peito quando lembro dele. O conheci em Macaé/RJ. Moisés me apresentou-o. Casou-se com Marina. Linda e delicada menina. Convidaram-me para tocar em seu casamento. Fomos para Belo Horizonte e toquei em um belo sábado pela manhã. Lindo casamento.
Pois bem, Moisés me ligou dizendo que o Isaque estaria hoje aqui no Rio. Saí às 18:45 e corri para encontrá-los no Arco dos Teles, como combinado.

Lugar sedutor. Muita gente e mulheres bonitas. Parece que tem um cheiro carioca no ar. Dá aquela sensação de alegria por estar participando, pisando, andando em lugar carioca tão instigante. Quando cheguei, eles já estavam lá há mais de quarenta minutos.

Sentei-me e logo percebi a dupla ao lado. Uma donzela aparentando uns dezenove anos de idade. Usava uma saia rebaixada, com a barriga à mostra, aliás como é o costume hoje em dia na cidade. Cabelos soltos, rosto lindo e delicado. Segurava um cigarro nos dedos da mão direita. Sentava displicentemente com os pés apoiados nos reforços da cadeira. A saia estava jogada sobre as coxas grossas, que balançava continuamente. Os joelhos abrindo e fechando fazia com que a saia fugisse insistentemente para cima deixando à mostra um par de coxas morenas claras, lisas e torneadas. O corpo estava meio jogado para a frente sobre o copo de cerveja, que estava pela metade. Tragava o cigarro e expulsava a fumaça para o lado com uma ligeira virada de rosto, sem contudo, perder de vista a sua amiga sentada a sua frente. Os jatos de fumaça eram embranquecidos e iluminados pela lâmpada de um poste preservado à séculos.

Eu e os amigos, contagiados com essa sedução displicente, estávamos quase em êxtase. Eu, Mosa e Isaque estávamos assim, relaxados e felizes. Falávamos gesticulando, rindo muito. Para sermos ouvidos um pelo outro fazíamos isto quase aos berros. A donzela continuava ali na mesa ao lado esbanjando sedução e beleza e nos ignorando solenemente. Em dado momento ela levantou-se e, juntamente com a amiga, e foi para dentro de um bar jogar sinuca. Este bar, com as portas em arco, ficava bem á nossa frente. Ficamos, os três, observando-as no desempenho do jogo. Um de nós, logo incentivado pelos demais, resolveu enviar flores para elas. Tivemos este ímpeto ao avistarmos um vendedor de flores, um jovem negro, alto, aparentando ter vinte e cinco anos de idade. Provavelmente um morador das favelas dos morros adjacentes. Um descendente de escravo. Compramos as rosas por três reais e pedimos para o simpático vendedor as entregarem. Ficamos aguardando e observando atentos a reação das donzelas. Nada aconteceu. Elas nem esboçaram um sorriso, pequeno que fosse. Quase ao mesmo tempo avistamos uma menininha também vendendo flores. Compramos outro ramo de flores e a enviamos com um cartão. Nada, elas não deram a mínima. Depois de muito conversarmos e rirmos, fomos embora. Já era nove e meia da noite. Ainda conversamos um pouco mais antes de nos separarmos próximo ao ponto das barcas, na Praça XV. Voltei feliz, mas com saudade de meus amigos. Isaque fora para a casa de Moisés, em Niterói. Saudades, muitas saudades. Momentos mágicos, estes.

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