Curiosidade

Foto de Carmen Lúcia

Que seja sempre assim...

Que seja sempre assim...

Manhãs que se recolhem ao cair da tarde,
Noites que despontam a anunciar
Que o dia já termina pro amanhã recomeçar...
Acordes interrompidos, a pausa que prepara
Um novo som que virá...
É o movimento ondulante, constante, incessante...
Renovando a Vida!
Levando-me,enlevando-me, conduzindo-me.

Que seja sempre assim...

Basta um começo...leve arremesso...
Após o primeiro passo, outros surgirão,
Após a tempestade, novos tempos virão...
Depois da chuva o frescor
Levando embora o dissabor.
Tudo leva para o depois...
Como se o agora fosse uma passagem constante
Que me leva a seguir confiante
Conduzida por um cordão invisível
A desvendar o indizível, o imperceptível...
A curiosidade me move, me remove, me comove.
Eu vou.Impossível não ir.Todo dia partir...
E me entregar...e em partes, me doar...
Devolver o que já sou...
Vivo pra desvendar...
Manhãs recolhidas, tardes caídas,
Noites a anunciar...
Que o dia se foi...o amanhã irá chegar...
Dobrar esquinas, descobrir o que há de mais...
Esparramar partes de mim...não olhar para trás...
Estar sujeita a reformas...Há muito o que reformar!
Sentir a presença divina...fazer um poema...
De amor, gratidão, emoção...Rimas triviais!
Externar o que está dentro de mim...
Poetas são todos iguais!

Que seja sempre assim...

Foto de Eliseu Pompeo

minha ansiedade

estou sonhando acordado,
com uma louca paixão,
por uma lina e bela jovem,
que nem se quer me da atenção...
Penso em contar,
a ela tudo isso,
mas na hora acontece algo errado,
acontece o imprevisto...
Ela olha nos meus olhos,
eu começo a tremer,
com medo de contar,
e depois me arrepender...
daí, minha voz não sai,
nem um ai, nem mesmo a verdade,
assim ela vai embora sem demonstrar curiosidade...
Assim eu continuo,
com aminha ansiedade,
pois sei que algum dia,
ela vai saber da verdade...
Fico com a dúvida,
de contar a ela ou não,
mas há uma única certeza,
que é todo dela meu coração...

Foto de lanzinho

nas profundezas do teu olhar..

na escuridão do teu olhar eu mergulhei ..
ficava imaginando oq podia encontrar nessas aguas escuras e desconhecida..
medo tive apreensão,desejos e curiosidade eu tive..curiosidade de conhecer o fundo do mar..
desejos de conheçer tesouros inalcançaveis..
coisas que pensei que nunca ia encontrar..encontrei vc um tesouro mais do que valioso..
um tesouro que me faz sorrir um tesouro que me faz chorar.. sim de alegria..e no momento que vi vc.. me afoguei numa dimensão ondi nunca estive..
num dimensão ond meu coração batia fort, diferenti e hj eu sou mais do que rico por q tenho sua atenção seu carinho sua amizade e pricipalmente o seu amor..
e hj eu sei oq mais quero!!! quero me afoga nos teus rios..
quero transborda no teu olhar quero transborda nas suas aguas...
hj vc e meu mar
hj vc e minha praia....

Foto de JGMOREIRA

A CASA

A CASA

De sobre o promontório
a casa é minúscula
liliputiana
À medida em que me aproximo
percebo a amplidão do sítio
a fortaleza das colunas
a firmeza da amarração
o esmero no acabamento
o conforto da varanda.

Circundo a construção, admirado.
A mão, nada subalterna
torce a maçaneta azinhavrada.
A luz do dia fulgura nos cômodos
vazios, enche as paredes nuas.
dentro da obra inacabada, assusta-me
a pequenez do arquiteto
que abusou do excesso em ciência
para estilizar o que é rude
como soe a toda harmonia.

Algumas portas não se abrem
atiçando o rubor da curiosidade
até que se a molde em conformismo
muito embora se possa tentar adivinhações
baseado no conjunto já visto
da obra por terminar.

Tento definir o que vejo
mas todas as palavras são vazias.
Inúteis as canetas.
Como se fora me sufocar
ao ouvir a flauta de Pan,
desando a descerrar janelas possíveis
escancarar as portas que m’as permitem.
Desabalo pelo corredor
até alcançar o alpendre
onde desmonto, calado e imóvel.

Aboleto-me ao sol retirante
aninhando-me no aconchego
de um coração desencantado.

Na modorra, no vazio inútil
de gestos e palavras
apenas contemplo, sem músculos
o que construí de mim
enquanto desvendo outras casas
que vão surgindo ao longo
com outros eus a desmontar nas sacadas.

Foto de Homem Martinho

Amor, o que é?

O amor:

é curioso como uma única palava consegue agregar em seu redor tanta dúvida, tanta curiosidade, tanta incerteza, tanta alegria, tanta tristeza, tanta angustia, tanto drama.
Mas o mais curioso ainda é que após tantos estudos, tantas análises, tantas opiniões, ainda ninguém tenha conseguido definir de uma forma convincente o que é afinal o amor, uns defendem que é um conjunto de sentimentos, outros preferem dizer que são puras emoções temporais, outros ainda remetem-nos para um simples estado de alma.
Claro que não tenho a pretensão de levar a melhor a psicologos, sociologos, filosofos e todos os outros estudiosos das várias componentes humanas e por isso mesmo também não tenho a menor pretensão de procurar uma definição para o amor.
O meu objectivo é analisar, somente isso, alguns comportamentos gerados pelo amor, ou pela falta dele.
Quando descobrimos o amor, pela primeira vez, caimos na tentação de querer viver a vida como se nos tornássemos num só, como se toda a nossa vida passada se eclipsasse por milagre e nascessemos nesse momento, é a pior das tentações, deixar de ter vida própria, ficar dependente da vontade, do desejo, do gosto do outro, mas pior que isso é querermos impor ao outro um olhar para a vida, uma postura perane a mesma e uma forma de a viver que se enquadre naquilo que desejamos impor a nós mesmos.
Acabamos por descobir que tal não é possivel, dois seres serão sempre dois seres diferentes, mesmo que tenam ideais simétricos, mesmo que apreciem a beleza das coisas de modos identicos, serão sempre dois seres.
Depois, quando somos confrontados com a desilusão prometemos a nós próprios não voltar a cometer os mesmos erros, mas o que é certo é que assim que nos enamoamos novamente, a primeira tentação é revisitar os mesmos lugares, admirar as mesmas belezas, frequentar os mesmos bares, isto é, fazer uma remarche de tudo o que deixámos será que deixámos? para trás.
Voltamos a cair, voltamos a levantar-nos, voltamos prometer e voltamos a repetir tudo novamente.
tal como os alcatruzes de uma nora também o amor está umas vezes em cima, outras vezes em baixo e. curiosamente, enquanto está em baixo vai recarregando baterias e quando se eleva vai derramando lágrimas de felicidade tal como os ditos alcatruzes que quando jorram a água faze a felicidade das gentes.

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/07/017

Foto de giullyannaalmeida

Meu Brinquedo!

Cândida criatura!
Que de teu ventre
Num arroubo
Levei-te o maior tesouro
Despi tua inocência.

Em tua ingênua
Curiosidade,
Em teus sonhos
E em sua vaidade
Minha audácia
De teus puros caminhos
Desviou

E num gozo profundo
Nas trilhas de meu corpo
Desfilava tuas mãos

E sobre seu corpo
Minhas mãos acariciando
Nossos corpos se juntando
Em êxtase me levou

E hoje cândida criatura
És meu insano desejo
Meu espúrio brinquedo
Brinquedinho de amor!

Foto de @nd@rilho

NOSSA HISTÓRIA

Quem diria?
Parece que foi ontem,
Que a vi pela primeira vez,
O fogo queimando,

A euforia da adolescência,
Os hormônios explodindo,
A curiosidade pelo novo,

Dia a dia construímos nossa história,
Momentos de felicidade,
Impressos na alma,

Momentos de tristeza,
Que nos amadureceu,
E nos fez pessoas melhores,

Hoje temos um jardim,
Cultivado com amor,
Onde Floresceu,
Três lindos Girassóis,

Que mudou para sempre,
O sentido da palavra AMOR,
Selando nosso enlace,
Com o doce beijo dos anjos,

E nesse emaranhado de sentimentos,
Com o fogo do desejo,
Ardendo em nossa alma,
Seguimos compondo,
Belos capítulos,
Para essa história da vida....
...que está longe do fim....

Foto de Soninha Porto

POESIA: FILOSOFAR SOBRE A VIDA

A poesia filosofa sobre a vida...
filosoficamente...

mente entre dentes
e correntes.

sente a prisão
visão das abstrações...

liberdade, verdades
realidades do ser ou não ser

do poder, do querer,
do viver

simetrias, analogias
Tudo é poesia

inquietude, atitudes
plenitude a arder

morder o imaginário
binário do homo

efervescência do pensar...
filosofar sobre o tudo e o nada

cada filo, cada sépala
pétalas do cálice que derramam-se

poesia é o lírico, o épico
picos entre o banal e o ardente

do casual e do vicio
de ter a alma nas mãos.

é a curiosidade de ver
investigação do saber ser

Soninha Ferraresi Porto®

Foto de TrabisDeMentia

Onze da noite

Onze da noite. Soava a campainha. “Aposto que ele estava à espera que a hora chegasse” pensei enquanto me dirigia à porta atando meu robe. Ajeitei os cabelos ainda húmidos e espreitei pelo orifício enquanto levava uma mão à maçaneta. Do lado de fora aguardava um indivíduo cabisbaixo. Não era ninguém que eu não esperasse! Corri o trinco e cumprimentei-o com um sorriso! “Entre”, Ordenei em tom de pedido e estendendo a minha mão à sala de estar. “Sente-se ali por favor, no sofá”. Não era um jovem bonito, mas era contudo interessante. Musculado o suficiente para me despertar a curiosidade e abastado de masculinidade se bem me quis parecer. Fiquei observando-o caminhar enquanto fechava lentamente a porta. “Sim, sem dúvida o que eu estou precisando”. Dei duas voltas à chave como sempre faço quando tenho visitas. Se por um lado transmite segurança a quem vem por bem, por outro lado transmite desconfiança a quem vem por mal. E eu gosto sempre de saber em que terreno estou pisando antes de partir para a caça. Aproximei-me do jovem contornando o sofá pela esquerda e me debruçando sobre as costas deste. “E vai querer beber alguma coisa?” Ele se virou e num instante desviou seus olhos para o meu robe propositadamente entreaberto. Antes que ele se engasgasse ao me responder eu continuei - “Não tenho nada com álcool, mas tenho sumo, água...Tenho chá preto fresco, quer?”
“Pode ser chá então se não se importar” disse ele retomando a posição. Atravessei a sala lentamente em direcção à cozinha. Pelo ruído quis-me parecer que ele estava se ajeitando por entre as calças. E concerteza que estava me observando. Assim é que eu gosto, de deixar meus convidados bem esfomeados antes da refeição! De mostrar à presa quem é o predador!

Não demorei mais que dois minutos. O jovem estava debruçado sobre a mesa de vidro com um ar de expectativa. “Espero que não se importe, preparei para si também!”. Não pude evitar o meu ar de surpresa. Afinal não é todos os dias que me deparo com um espectáculo destes! “Não! De jeito nenhum! Hoje vamo-nos divertir imenso!” - disse eu enquanto me ajoelhava e descortinava o porquê dos ruídos! Com um cartão de crédito ele ajeitava o risco de pó branco na minha direcção. Me estendeu uma nota de vinte enrolada sobre si mesma e me convidou. “Não! Você primeiro” retorqui lhe devolvendo a mão! Não se fez rogado! E na mesma sofreguidão que inspirou o pó se recostou no sofá! “Agora eu!”. Levei a nota á narina e limpei o que restava na mesa! Ele olhava para mim com um rasgo ofegante nos lábios e eu... Que saudades que eu tinha disto! Me sentia como que... Viva! Do meu coração partia uma sensação que se espalhava até ao formigueiro na ponta dos dedos! Fitava o jovem com meus dentes serrados, lábios entreabertos, olhar de desejo! Gatinhei até ele e me encaixei entre as suas pernas! “Era assim que me querias?” - falei sem esperar resposta. Puxei a sua camisa branca para fora das jeans e comecei pelo botão de baixo, escalando em direcção ao seu peito, ao seu pescoço. Ele me pegou nos cabelos e deixou que eu levasse minha língua até os seus lábios. Trepei para cima dele, e deixei que ele me desatasse. Sentia ele pulsando sob mim, pulsando a um ritmo louco. Como que implorando pelo meu toque ele se esfregava. Mas é assim que eu gosto, é assim que eu gosto! “Vem cá” disse eu lhe mostrando o caminho com a minha mão! “Vê como eu estou!” - O jovem não cabia em si com tanta loucura, tanto tesão. Tomou meus seios como se fossem dele e se vingou. Queria que eu devolvesse a ele o prazer que ele me estava a dar. “Mas eu devolvo, eu devolvo” -pensei. “Tira as calças” -mandei. Ele num ápice as chegou aos joelhos. Mostrava-se abastado, como eu já esperava pela firmeza das investidas. O tomei em minha mão e me apressei em aconchegá-lo em mim! A sua falta de ar estava, a cada batida, mais apercebida. Ele me olhava boquiaberto com ar de deslumbramento. Eu retorquia com movimentos mansos... Sob as minhas mãos palpitava um coração descontrolado. Cravei as unhas e demarquei meu espaço na sua boca. Sua língua me procurava numa ânsia louca. Demasiado louca para se conter num só lugar. Demasiado grande para caber num só sofá. Agarrou em mim e sem se permitir afastar me jogou no chão. Cruzei minhas pernas sobre as suas costas enquanto ele me ganhava centímetro a centímetro, enquanto palmo a palmo me arrastava pela sala. “Quero mais que isso, muito mais que isso” - eu avisava, mas ele já nem me ouvia de tão surdo que estava. Todo o seu ser se resumia num único ponto e com um único objectivo: me vencer no prazer. Encurralou-me num canto... Uma mão sob mim, outra na parede. Nada poderia ser mais perfeito. “Queres saber o que é prazer?" - Ameacei. Seus movimentos cada vez mais frenéticos eram já de um comboio descarrilado. “Queres?” - E no momento em que ele se enterrou em mim, eu me enterrei nele. Cruzei forte as minhas pernas e não lhe permiti nem mais um movimento.
Sob os meus lábios o quente sabor do prazer. Sob os meus lábios, em cada vez que ele compulsava, o doce sabor do sangue, impregnado de toxinas, me levava ao êxtase. Como leoa esperei pela morte incrédula da caça. Ali naquele canto, me satisfiz!

Foto de Francisca Lucas

Oceano De Palavras

Dicionário,
O meu oceano de palavras!
Nele, navego no meu barquinho
De pesquisa,
Tão pequenino!...

Quero ser pescador de palavras,
Debaixo deste céu,
Num temporal,
Natural
De palavras destiladas
E alcalinas...

No anzol da curiosidade,
Em agilidade
Arremesso,
Para os cestos
Da memória,
Quantas palavras consigo pescar,
E logo venho a devorar,
E rechear
A minha poesia...

Alimentando
A mente
E o coração,
Numa dissertação
Em ritmo poético!

(( Francisca Lucas ))

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