Curiosidade

Foto de Zedio Alvarez

Masturbação poética

Na tua desnudada beleza em versos
O erotismo encarna e fica me chamando,
Causando um rebuliço na curiosidade
E eu fico na espreita poetizando

O curioso e libidinoso cérebro,
Autoriza de imediato as nossas mãos
A baterem na porta da tua perdição...
Provocando a maldade na imaginação.

Com a tua poesia temperada de prazer,
Provocando a loucura do meu imaginário.
Fico com a vontade implícita de te amar
E a explosão seminal não tarda a chegar

Foto de Zedio Alvarez

Amigo Portugal

Das caravelas dos meus poemas,
Fiz brotar uma expedição,
Para conhecer as origens da poesia.

Os lusíadas serão revistos...
Claro, Camões permitirá,
A nossa curiosidade Medieval.

Buscarei vestígios dos meus ancestrais,
Na inquebrável porcelana lusa famosa,
Nas fronteiras inexistentes com o Brasil,
Sempre coberta com um manto azul anil.

Um dia visitarei Portugal de Dona Lisboa.
Brasil e Portugal, dois países,
Dois povos, uma Pátria Mãe!
São elas Mãe e filha, duas nações
Dois amores um só coração.

Banharei-me no Tejo num dia de sol
Contemplarei o mágico arrebol
No Porto, beberei do vinho
Lindas raparigas, convidarei,
Para um fado dançar
Com uma orquestra de alaúdes

Irei versejar...
De Cabral a Camões
De Trabis a de Mentia
De Miguel a Abreu
De Jorge até a Xica,
Trás os montes, horizontes do além mar.

Eu, Luso-Brasileiro, num todo, sou um Sertanejo.
Quero passear junto com os meus desejos
Oh! Minhas lusitanas caravelas
Por favor! voltem, para me trazer sonhos...

(Para os meus amigos portugueses, em especial ao Trabis, que me ajudou a arrumar meus humildes versos)

Foto de Zedio Alvarez

São Paulo x Rio

Duas lindas metrópoles.
Quem é melhor? São Paulo ou Rio?
As duas me convidam para um desafio

O Rio é violenta...
São Paulo, também...
Mas quem é quem?

O Rio é fogosa...
São Paulo, teimosa...
Acho as duas muito dengosas.

Elas são fascinantes.
O Rio tem olhos de mel...
São Paulo me flagrou admirando um arranha céu

O Rio me desperta a curiosidade...
São Paulo! Que saudades...
Elas realmente são celebridades

São Paulo! Um dia vou te rever,
Para demonstrar a minha admiração por você.
E eu que não conheço o Rio
Ouço uma voz!: Vem me ver Zedio!

Foto de Mor

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

Em época não muito distante, duas mulheres se encontram na maternidade de um hospital.
Joelma chega de uma cidade do interior e é internada, pois estava próximo o dia em que deveria dar a luz a uma criança. Lúcia, a enfermeira que atendeu Joelma sentiu naquele momento uma sensação estranha que nem sabia explicar.
- Qual é o seu nome?
- Joelma, Cláudia da Silva.
- Solteira ou casada?
- Solteira.
- É o seu primeiro parto?
- Sim.
- De onde é natural?
- Carminha.
- A que município pertence essa localidade?
- Canto Novo em Santa Catarina.
- Tem algum plano de saúde?
- Não tenho, vim encaminhada pelo SUS, meu parto pode ser difícil por esse motivo fui encaminhada para uma maternidade que tenha mais recurso.
Carminha fica no interior do estado sem qualquer recurso, nem Posto de Saúde existe naquele ermo sertão.
Fez o prontuário da futura mamãe e encaminhou a mesma para o setor de internação da maternidade.
Logo em seguida fez o relatório da situação da paciente, nos mínimos detalhes para ser entregue ao ginecologista de plantão daquele dia.
- Doutor a paciente vem do interior do estado, cuja localidade não tem condições de atender em caso de um parto difícil, o médico da cidade encaminhou a mesma para um hospital que tenha mais recursos.
- Você trouxe roupas para usar aqui na maternidade?
- Não, só trouxe comigo roupas que vim vestida e uma outra para quando retornar como também para o bebê, já tinham me informado que aqui na maternidade as roupas de uso durante a internação são fornecidas pela maternidade.
- Nem sei bem porque a maternidade fornece as roupas?
- Aqui temos os mais rigorosos controles de infecção hospitalar, para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A enfermeira da ala de internação da maternidade recebeu Joelma, anotou seus dados levando-a ao quarto indicando a cama que por ela seria ocupada, mostrou o local onde ficava o botão para acionar a campainha em caso de emergência.
Joelma levava consigo somente as roupinhas para o futuro bebê, que ficaram guardadas no setor de internação.
As roupas para seu uso, bem como para o futuro bebê eram fornecidas pela maternidade, com isso evitaria o problema de infecção hospitalar. A maternidade tinha um bom conceito em relação ao problema citado.
Mais tarde, Lúcia a enfermeira plantonista, que recebeu Joelma foi até o quarto, para saber se tudo estava em ordem.
Ela ainda estava impressionada com o que tinha acontecido quando da chegada de Joelma, pergunta:
- Está bem acomodada não falta nada para você? Estava preocupada, pensei que não tivesse um bom atendimento, muitas pessoas que chegam do interior são relegadas a um segundo plano no atendimento.
- Até parece que seu relato mostra que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde deixa algo a desejar.
Despediu-se de Joelma dizendo:
- Se necessitar de alguma coisa durante sua estadia aqui na maternidade, peça para a enfermeira de plantão me chamar, meu nome é enfermeira Lúcia, meu plantão está no fim logo eu retorno para casa, até amanhã.
E Joelma responde:
- Até amanhã e bom descanso.
Lúcia chega ao final do seu turno de trabalho, bate o ponto, troca sua roupa e vai para casa pensando:
- O que aconteceu comigo hoje? O que tem aquela mulher que vi pela primeira vez até parece um imã a me atrair, nunca me vi numa situação dessas.
Lúcia entra em seu carro, demora para acionar a chave e seguir em frente, até parece hipnotizada, diante daquela situação liga a chave e aciona o carro, sempre pensando:
- Será que o caso de Joelma é tão complicado? Como vai ser o nascimento da criança?
Claro que Lúcia como boa profissional estava preocupada, mas será que era só isso?
Finalmente chega a sua casa, entra no condomínio estaciona o carro e fica imóvel dentro dele e pensa:
- Como cheguei aqui, nem sei por onde passei, nem me lembro de quem encontrei no caminho.
Estava realmente fora de si diante de tal situação, finalmente sai do carro, dirige-se para o elevador e sobe para o seu apartamento.
Joga-se sobre a cama e fica delirando:
- Como pode acontecer tal coisa comigo, quem é ela, de onde veio, porque logo fui eu que tive que atender essa pessoa? Ela vai ser bem atendida, o caso dela pode ser grave se vier a falecer durante o parto, com quem vai ficar o bebê, será que vai nascer sadio?
Finalmente depois de algumas horas naquela situação Lúcia acorda daquele torpor e se levanta toma um banho e vai preparar o jantar, pois morava sozinha e não tinha companhia.
Sua mente ainda não tinha se acalmado daquela situação, continuava pensando.
- O que vou fazer, como vai ser amanhã quando chegar na maternidade, como terá ela passado a noite, certamente é a primeira vez que é internada em um hospital.

...

O pessoal da cozinha serviu o jantar para todos os doentes.
No hospital, ao cair da tarde, serviram o jantar para Joelma que estava calma, mas pensativa pela acolhida dada pela enfermeira Lúcia.
- Que bondosa ela foi comigo quando cheguei à maternidade, que primor de atendimento, muito diferente do atendimento dado nos Postos de Saúde do interior, me impressionou.
A enfermeira de plantão passa no quarto faz as recomendações necessárias e fala:
- Em caso de emergência acione a campainha que logo atenderemos.
Ela respondeu.
- Obrigado pelas orientações.
No quarto do hospital tinha televisão, assistiu o noticiário depois desligou, e fez suas orações.
- Senhor, protegei-me nesta noite, bem como meu bebê que está prestes a nascer, a todos que trabalham nesse hospital, principalmente a enfermeira que me recebeu quando aqui entrei, que ela seja feliz, peço pela minha família que ficou no interior, agradeço por tudo meu bom Deus Pai nosso que estais nos céus...
Logo em seguida adormece.

...

Lúcia em seu apartamento continua a pensar em Joelma.
- Será que serviram o jantar? Como deve estar pensativa longe de seus parentes.
A imagem daquela mulher não sai da sua memória, mas finalmente ela adormece.
...

Durante o sono já de madrugada acorda assustada, pois sonhara que a paciente que havia atendido a tarde tinha morrido na hora do parto naquela noite. Ao acordar fica pensativa:
- Será que esse sonho significa? Terá ela morrido, ou só foi um sonho meio maluco desses que sempre acontece comigo de vez em quando?
Vira para o lado e logo dorme novamente. Quando acorda com o ruído do despertador pensa:
- Vou levantar tomar banho e depois tomar meu café.
Em seguida ela vai até a garagem retira o carro; sempre impressionada com o sonho da madrugada, estava um pouco fora de si, na saída da garagem quase bate em outro automóvel que ia passando na rua pensa:
- Meu Deus o que estou fazendo? Quase bati meu carro.
Sai com mais calma e segue até a maternidade, ansiosa para saber como está passando a paciente que tinha chegado para a internação, estaciona o carro e vai direto até o setor da Maternidade e fala com a enfermeira chefe:
- Como vai Joelma aquela moça que foi internada ontem à tarde?
- Ela vai bem, entrou em serviço de parto na madrugada passou um pouco mal, pois o menino era grande pesou seis quilos é muito lindo e gordinho.
- Qual é o quarto que está?
- Está no quarto anexo a enfermaria número 3 e está passando bem.
- Vou fazer uma visita.
Lucia vai até o quarto que Joelma está internada bate na porta e entra.
- Bom dia como está passando?
- Agora estou boa, mas o parto foi difícil, o menino era grande e demorou mais, para nascer.
- Há pouco, ele estava aqui mamando depois levaram para o berçário.
- Qual é o número que tem no braço?
- É o número 3A.
- Depois eu vou lá ao berçário ver o menino.
Lúcia retorna, pois está na hora de começar o seu trabalho na recepção da Maternidade, continua pensando:
- Como será o menino; branco, moreninho e seus cabelos que cor têm, tudo imaginação.
Mas realmente quem não saía de sua memória era Joelma:
- Continuava pensativa. O que vou fazer quando entrar no berçário para ver o menino? Deixa isso pra lá.
Depois do almoço, Lúcia vai até lá, para conhecer o filho de Joelma, nesse horário quem estava atendendo o berçário era sua amiga Maria. Chegando Lúcia fala:
- Oi! Maria que bom que é você que está aqui, vim ver o menino que nasceu essa noite passada.
- Você sabe o número que ele tem no braço?
- Sim sei é o número 3A.
- Ele está no berço número 6.
- Lúcia chegou perto do berço e viu um menino robusto gordinho bem claro cabelos pretos ele estava enrolado numa faixa e dormia.
Lúcia se despede de Maria e volta para seu posto de trabalho. Quando na portaria chega um senhor de mais o menos 50 anos e pergunta:
- É aqui que está internada Joelma?
- Ela responde sim, é aqui que ela está internada e ontem a noite deu a luz ao um lindo menino, ela está passando bem.
- Quem é senhor?
- Sou o pai dela.
- Qual é o seu nome?
- João da Silva.
- Posso visitar ela?
- Sim pode, espere vou preparar seu crachá.
- Aguardo.
Lúcia chama uma atendente:
- Nair venha aqui leve o senhor João até o quarto anexo da enfermaria número 3 ele é o pai da Joelma que deu a luz a um menino ontem à noite.
- Sim, por favor, senhor me acompanha até o quarto.
Nair bate na porta e pede licença e fala:
- Joelma seu pai veio lhe visitar.
- Obrigada por ter trazido ele até aqui.
- Até logo, eu já vou.
O pai de Joelma entrou, cumprimentou a filha e perguntou:
- Como foi o nascimento do menino?
- Apesar de ter sido um pouco difícil ele nasceu forte e robusto.
- E onde ele está?
- Está no berçário.
- Ele não fica com você?
- Só vem aqui na hora de mamar e só faltam cinco minutos para o trazerem aqui, quando o papai vai conhecer seu neto.
Nesse momento Maria a atendente do berçário chega com o menino para ser amamentado e pergunta:
- Dona Joelma quem é esse senhor?
- É o meu pai ele veio me visitar e conhecer o seu neto.
- Pensei que fosse o pai do bebê.
Maria por curiosidade olha a ficha no pé da cama e nota que Joelma é mãe solteira e quem sabe nem saiba de quem é seu filho e pensa:
- Posso ter cometido uma gafe, em não ter olhado essa ficha antes, posso ter melindrado os dois com essa minha pergunta boba.
Maria aguarda até o final da amamentação, e do avô ver seu neto e ficar um pouco com o bebê no colo para, na volta, contar a sua esposa Virginia. Seu pai pergunta:
- Quando vai ter alta e voltar para casa?
- Não sei bem certo, mas devo ficar internada segundo o médico por mais quatro dias, mas depende de quando vem à ambulância para que eu possa voltar.
- Logo, que chegar à cidade irei falar com o prefeito para saber esses detalhes para telefonar e informar o dia que eles vêm.
- Quando o senhor for sair fale com a enfermeira Lúcia e ela lhe dá o telefone da Maternidade com todos os detalhes do dia da alta.
Estava chegando o fim do horário de visitas e o pai da Joelma iria se retirar à noite retornaria a sua cidade de origem, e disse:
- Eu vou até a Portaria falar com a enfermeira e depois vou voltar com a Ambulância da Prefeitura, espero que logo você retorne para casa, todos querem conhecer o bebê.
- Boa viagem papai; que Deus o proteja um abraço para a mamãe. Quando eu voltar vou relatar o que aconteceu aqui.
- Fique com Deus minha filha.
Chegando à Portaria a enfermeira Lúcia já tinha tudo pronto, entregou todas as informações ao pai de Joelma e disse:
- Obrigado por tudo que fez pela minha filha, que Deus lhe proteja em sua atividade profissional.
O senhor João partiu de volta para sua cidade de origem no interior do Estado, levando a lembrança do bom atendimento que recebeu quando da visita que fez a sua filha e pensava:
- Vai ser uma festa quando ela voltar no dia do batizado. Vou começar a preparar tudo antecipadamente. Qual será o nome que vamos dar a esse pimpolho? Bom, isso eu vou deixar para quando ela voltar.
Durante a viagem de regresso no final de outono início de inverno, as noites eram frias ainda mais a cada cem quilômetros ia subindo até chegar à altitude de mais novecentos metros acima do nível do mar. Em alguns trechos durante a madrugada se via fina geada nos campos quando o sol raiou trazendo um calor que foi aquecendo aos poucos e derretendo a geada. Quando já chegava o fim da viagem de retorno, o senhor João perguntou ao motorista:
- Quando será a próxima viagem a capital?
- Não sei bem certo temos alguns pacientes que tem que fazerem exames especiais, mas temos um pequeno problema, no momento esses exames estão suspensos, por falta de verba; pode ser que surja alguma emergência, porque da sua pergunta.
- Você sabe a Joelma está internada na Maternidade e deve receber alta dentro de poucos dias e ela poderia voltar na ambulância para casa, depois vamos conversar com o pessoal da prefeitura.
Finalmente chegaram à cidade. O motorista foi até a prefeitura, para saber se tinha alguma coisa a fazer com a ambulância o responsável pela saúde disse:
- Vá para casa dormir, viajou toda à noite e tem que descansar. Volte amanhã no horário normal.
O Senhor João foi para casa e sua esposa já o esperava para saber as notícias de sua filha e também saber se tinha nascido o filho (a) de Joelma. Na chegada foi uma festa e todos a rodeavam fazendo perguntas:
- Como foi a viagem?
- A viagem foi boa com muito frio na volta.
- Como vai a Joelma?
- A Joelma vai bem, nasceu o seu filho é um pimpolho muito lindo, gordinho e saudável.
- Quando ela vem daqui a alguns dias depois de estar recuperada o parto não foi fácil.
Na capital ficou a Joelma na maternidade pensando em seu pai que viajou de volta para casa, ela pensava:
- Como foi a viagem essa noite foi fria lá na serra devia estar mais frio, será que tudo correu bem e quando chegou em casa quais foram às perguntas?
De manhã serviram o café e logo mais tarde a enfermeira Lúcia veio visitá-la e saber com tinha passado aquela noite e perguntou:
- Seu pai viajou ontem à noite?
- Sim ele retornou com a ambulância da prefeitura deve ter chegado hoje de manhã em casa.
- Quando ele vai voltar para levar você de volta para casa?
- Vai depender de saber o dia da minha alta e se a prefeitura naqueles dias tem uma viagem até a capital para eu retornar.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim, pode fazer.
- Você gostaria de ficar morando aqui?
- Como vou ficar aqui longe de meus pais e como vou cuidar de um filho? Sem emprego isso seria difícil.
- Sei que pode ser difícil, mas não impossível.
- Com pode ser isso se não tenho ninguém por mim aqui?
- Isso se dá um jeito.
- Qual seria o jeito?
- Depois vamos falar sobre o assunto.
Tinha chegado a hora da enfermeira começar seu turno de trabalho, então se despediu dizendo:
- Antes de você voltamos a falar sobre esse assunto.
Joelma ficou pensativa todo o dia a imaginar o porquê daquela proposta da enfermeira Lúcia pensava em tudo:
- O que realmente ela quer fazendo essa proposta para mim, mas nem posso fazer isso e minha família o que vai dizer? Na certa, papai foi preparar a festa para quando eu chegar e já tenha marcado o dia do batizado do meu filho. Nem posso imaginar alternativa para ficar aqui, deixa para depois quero ver em que vai dar.
No dia seguinte quando o médico fez a visita de rotina, como vinha fazendo todos os dias desde sua internação, ele disse:
- Dona Joelma, eu vou marcar o dia da sua alta para que você comunique a seu pai para providenciar seu retorno para casa.
- Qual vai ser o dia Doutor?
- Daqui a três dias será o suficiente para se comunicar com ele?
- Ele deverá ligar amanhã para a portaria da maternidade.
- Eu vou falar com a enfermeira Lúcia e deixo o comunicado com ela.
- Assim ele terá dois dias para providenciar com a prefeitura para mandarem a ambulância me buscar.
- Nesses dias farei as visitas normais até o dia da alta.
- Doutor muito obrigado pela sua amável atenção.
- Tenha um bom dia.
Joelma fica a pensar:
- O que vai acontecer quando o Doutor falar para enfermeira Lúcia que vou receber alta daqui a três dias, ela vai vir aqui insistir naquela sua proposta, mas não posso aceitar sem voltar para casa, quem sabe depois.
Naquele dia a enfermeira não visitou Joelma, como de costume. Ela estava preocupada pensou:
- Deve estar com muito serviço por isso não veio até aqui.
No dia seguinte cedo seu João telefonou para a Portaria da Maternidade, para saber noticias do dia da alta de sua filha Joelma. Quem atendeu foi à enfermeira de plantão:
- Alô! Que fala?
- É a enfermeira Lúcia.
- Aqui é o pai da Joelma queria saber se o médico marcou o dia da alta.
- Sim ele marcou ontem e deu a contar de hoje três dias.
- Ontem fui à prefeitura saber do dia a ambulância vai até a capital informaram que vão viajar daqui a três dias chegarão aí no amanhecer do terceiro dia, ela que fique com tudo pronto para voltar para casa, aqui todos estão com saudades dela. Vou comunicar para ela daqui a pouco.
- Obrigado pela sua atenção e tenha um bom dia.
- E o Senhor também.
Naquele momento a enfermeira Lúcia levou um choque, não sabia o que fazer, ir logo ao quarto avisar Joelma? Seria uma saída, iria ela tentar mais uma vez convencê-la da sua intenção. Chega lá discretamente e pergunta:
- Já tem uma resposta para a proposta daquele dia?
- Pensei muito nesses dias, mas vai ser difícil estou esperando que ele telefone para saber do dia da minha alta, ou ele já telefonou?
A enfermeira Lúcia fica num êxtase nesse momento sem saber o que responder Joelma pergunta:
- O que aconteceu Lúcia? Parece que morreu, meu pai ligou ou não ligou?
- Ele ligou agora de manhã eu passei todos os dados que o doutor deixou comigo ontem e ele disse que a prefeitura está mandando a ambulância para buscá-la no dia marcado.
- Quanto a sua proposta depois que eu voltar para casa e ajeitar tudo por lá voltamos a conversar sobre o assunto com mais detalhes.
Naquele momento chega ao quarto a chefe do berçário com seu filho e diz:
- Está na hora de amamentar o nenê.
Lúcia sai cabisbaixa sem nada falar. Joelma amamenta o nenê e no final entrega dizendo:
- Daqui a três dias retorno de volta para casa.
A chefe do berçário tomou o menino no colo e levou para sua cama sem nada falar. Aquele foi o dia mais nefasto para a enfermeira Lúcia, uma noite interminável, estava mesmo atordoada e só pensava:
- Porque ela não aceitou a minha proposta, nem me deixou apresentar o que e tinha a dizer a ela.
Chegou o dia da partida de Joelma tudo tinha sido preparado na véspera recomendações médicas e quando deveria retornar para uma nova consulta. O motorista da prefeitura chega à portaria da maternidade e pergunta:
- A dona Joelma está pronta para viajar?
Lúcia responde que tudo está pronto.
Logo ela chega na portaria cumprimenta o motorista:
- Bom dia o senhor veio me buscar?
- Sim daqui a pouco vamos partir tudo está pronto para carregar na ambulância?
- Sim tudo está aqui às malas e mais o meu filho que ainda não escolhi o nome dele.
Joelma se despediu de todos e também da enfermeira Lúcia. Agradeceu a atenção e o atendimento que deram a ela no tempo que esteve internada embarcou e partiu de viagem. Lucia com os olhos cheios de lágrimas ficou pensando.
- Será que ela vai voltar um dia...
A viagem transcorreu dentro da normalidade e no final da tarde chegaram à cidade, em frente à prefeitura estava a família de Joelma esperando-a. Quando ela desceu sua mãe falou:
- Que bom minha filha que você voltou com um neto para sua mãe.
- Obrigada mamãe por essa recepção.
- Filha, no domingo será batizado o meu neto, o padre vem rezar missa na Igreja e seu pai já providenciou tudo só falta escolher o nome e os padrinhos.

Foi a mais bela festa realizada na cidade. Com muita comida, churrasco, porco assado e galinha recheada.

São José/SC, 9 de maio de 2.006.
morja@intergate.com.br
www.mario.poetasadvogados.com.br

Foto de Vega Poet

Latejar

Tu não Sabes o que tenho,
Não te importas
Mas eu sei o que queres
E eu me importo

Me incomoda o meu desejo
Pois te desejo por dentro
De dentro pra fora
De fora pra dentro

E quando não mais aguentais
A curiosidade é o teu algoz
Te faço sentir
Latejar

Teu prazer é explícito
Tua carne treme
Tuas entranhas umedecem
Até que a noite amanhece...

E me ligas sem parar,
Não vê a hora de comigo viajar,
Para sentir o meu sexo
Dentro do seu Latejar

Foto de @iram

Melodia psicótica

Toda uma vida é um movimento lento- acelerado em que tudo tem uma música.
Até este meu escrito tem música, tem letra, tem batida tribal; psicótica, inteligente...

Imagem/ pensamento/ sentimento/ luz/ música/ transcendente/ elevado/ viajem/ busca/ encontro/ sonho/ sonhos/ olhar/ tu/ olhar/ eu/ silêncio/ paz/ luta/ elevar/ buscar/ alcançar/ envolvente/ eloquente/ telepatia/ dança/ magia/ natureza/ tribalesca/ imenso/ todo/ concentrar/ absorver/ verter/ dar/ calor/ loucura/ sã/ viajante/ psicadélica/ bom caminho/ espírito sagrado/ porta/ luz/ escuridão/ sabedoria/ divindade/ expressão/ curiosidade/ medo/ paz/ harmonia/ saúde/ divino/ nós/ humanidade.

Lídia de Sousa 26-05-2003

Foto de ANA PAULA B BERNARDI

A Sorte, o Amor e o Destino

Deus quando te fez, estava num dia muito feliz e resolveu fazer alguém muito especial que fosse abençoado e perfeito.
Depois Deus pensou: “agora eu preciso encontrar alguém que mereça ser presenteada com algo tão lindo”, e ele sorriu e pediu que a sorte viesse ao seu encontro. No encontro com a sorte, Deus determinou que ela escolhesse alguém para receber um presente muito especial.
A sorte, muito obediente, foi prontamente atender ao pedido de Deus. Ela desceu à Terra e procurou por entre seus filhos alguém que fosse digno de ser presenteado por Deus, porém nada encontrou.
Ela vasculhou a Terra por todos os lados e cantos durante nove meses, mas a Sorte, como aventureira que é, não desistiu de sua missão.
De vez em quando ela ia prestar contas à Deus e lhe revelava que nada havia encontrado, então Deus, achando-a inapta para realizar o seu trabalho, desincumbiu a Sorte da tarefa e pensou por algum tempo.
Depois de muito pensar Deus mandou chamara a si o Destino e o Amor e lhes incumbiu da tarefa achando que dois trabalhariam melhor do que apenas um.
O Amor e o Destino não acharam a tarefa fácil, mas se prontificaram a ajudar Deus na sua empreitada.
A Sorte, porém andava abatida e envergonhada por não ter conseguido atender ao pedido de Deus e resolveu conversar com o Destino e com o Amor. Ela pediu –lhes que permitisse que os ajudasse a realizar o trabalho ao qual Deus os designou, e eles aceitaram.
Iniciou-se então uma incansável procura de alguém que fosse digno da criação de Deus, mas nada encontraram.
Vinte anos depois, estavam a Sorte, o Destino e o Amor andavam pelas ruas da Terra, desanimados e conversavam entre si combinando de pedirem a Deus que os desincumbisse dessa tarefa. Todos concordaram com isso e estavam indo se encontrar com Deus.
No caminho, viram algo que lhes chamou a atenção, era uma menina triste e solitária. Notaram que a menina tinha inúmeros defeitos e que não tinha nada de especial mas resolveram se aproximar só por curiosidade.
Quando chegaram perto da garota perceberam que ela estava fazendo um pedido a Deus e ela pedia que lhe dessa Sorte e para que o Destino colocasse alguém muito especial em seu caminho e que esse alguém lhe mostrasse o Amor.
Ao ouvirem os pedidos da garota a Sorte, o Destino e o Amor sentiram que aquela era uma pessoa digna de receber o presente de Deus.
Essa pessoa sou eu que agradeço todos os dias a Deus por ele ter criado você para mim.

Foto de EdilayninhA

Com amor!

A vida comenta: Estou me sentindo diferente.
O cérebro conta: Meus pensamentos mudaram de repente.
Os olhos mostram: Nosso mundo está bem mais bonito ultimamente.
Os ouvidos cochicham: Todos os sons ficaram românticos.
A dúvida pergunta: Por que estamos assim?
A incerteza responde: Ainda não sei.
O coração revela: Estamos amando.
A curiosidade interroga: Quem é?
A certeza declara: Diego.
A boca diz: Eu vou contar pra ele.
A paciência pede: Espere mais um pouco.
A ansiedade discorda: Já esperamos demais.
A insegurança pergunta: Como haverá de ser?
O desejo fala: Legal!
Os sonhos imploram: Nós queremos ser vividos.
Mas a realidade se impõe: A vida não é tão bela assim.
A esperança conforta: Tudo dará certo.
O medo invade e escandaliza: Conosco ele só quer brincar.
A dor pede: Quero uma explicação.
Finalmente vem a fé e ordena: Confie.
Depois dessa, ninguém mais ousa dar sua opinião.

Agora eu estou em frente a esse texto, lendo-o sem saber o que pensar ou fazer...
Esperando o tempo me dar uma resposta certa. Com medo, incerteza, insegurança, curiosidade, paciência, e a cima de tudo com amor!

Foto de Naco_Ranza

Esperança...(Naco Ranza)

Esperança...

...perdida...

... e assim te peço Tempo, lucidez.

Perdi-me, entregue a ilusões que me adoçaram meses, dias seguidos. Pois sabes bem que é pelo desconhecido que me sintro atraída, mas sabes também que por cada atracção encontro feridas....

Em tempos aliado mas agora carrasco, fazes questão de me fazer ouvir o corpo dizendo "tem calma, não aguento muito mais"... é...... mas e o coração dizendo "Não pares... sabes bem que nunca é demais!"


E agora?

Montei, pois, o cavalo que mostravas, sempre rumo ao que não via por via de um estado de Nirvana que me parecia quase tão perfeito quanto o ar que respiro... tal era a fusão com a ilusão...

Sabes também que não me faço guiada pela razão que sempre me deixa dorida, nunca sei onde... e em tom de curiosidade te digo: nunca me deixa satisfeita pois fica sempre a sensação de nada ter conquistado...

Já o mesmo não acontece quando me guio pelo coração...

A dor que sinto é sempre genuína e no fim resta a conquista que fiz e nunca ocupa lugar : um degrau na escadaria do ego do EU, que muitas vezes foi subida por via do sofrimento... que não lamento.... pois faz-me sentir dona e senhora de mim.

De novo, é lucidez que te peço, ainda que te guarde rancor pela dor que me causas... mas sabes que é rancor passageiro, matreiro... tal raposa como tu.

Lucidez.... não vejo um palmo.

Se é por amor que não me ajudas temendo que me magoe... não te iludas... magoada já estou. Faz por favor o que te peço... eu agradeço...

Afinal, tal como ele, sabes que...

Naco Ranza.

Foto de Glasswaltz

Por acaso (Glasswaltz)

Para a nuka

Como pelo brilho da manhã

Uma folha desperta do seu ramo

Como um sinal ou sintonia

Sem aparente razão

Ela sai do seu casulo

Desperta para um novo mundo

Um mundo onde tudo interage

Onde vê tudo pela primeira vez

Mostro o belo da vida

Mas ela recua...

Sem saber qual o seu destino ela

Revela-se um pouco distante

Talvez na desconfiança

Desconfianca que a vida

Não hesitou em lhe dar

Talvez seja das circunstâncias

Um acaso da vida

Um destino inconstante

Uma verdade escondida

Mas ela não resiste

Talvez seja a curiosidade

Talvez esteja perdida

Nesta vida inconstante

Nesta vida perdida



Glasswaltz

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