Cores

Foto de Joaninhavoa

PRESENTES OLVIDADOS!

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PRESENTES OLVIDADOS!
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Luzia foi uma formosa donzela de Siracusa.
Segundo reza a história surge em famosos quadros
pintados a óleo e em bandejas, verdadeiras
relíquias ezíguas.

Olhavam suas formas deliciosas
Nas chagas de óleo cores e misturas
Semicerravam os olhos para ver o pormenor
E acertar tiro ao alvo no epicentro comedor

Figura fascinante! Atraía os olhares
Das gentes a matéria e suas composições
Eram nos quadros algo pr`além de suposições
Verdadeiras obras d`arte onde rumores

Mil vezes repetidos por quem privava
Cruzava com tais presentes sacramentos
Mil e um serafins em esplenderosos reflexos

Saboreavam-na em neutras cúpulas
Seus reconditos cachos espelhados
Crucificados por pensamentos

Jamais esquecidos! Óh formosíssima
Ângulos adornados vértices onde a boca
Constrói presentes olvidados

Nunca antes conjugados.

Joaninhavoa
(helenafarias)
28 de Dezembro de 2008

Foto de Rosinéri

INTROSPECÇÃO

Para um pouco, põe-te em pé,
retém o olhar neste horizonte
e escuta o murmurejar da tua vida
a eterna despedida em cada onda
a sul, assim batida pela maré...

Vê agora esse barco ancorado
que jaz tímido a teu lado,
Assim tão despido e esquecido das cores da juventude
pela passagem do tempo e dos amores das ondas,
sereias encantadas, Deste e de outros mares...

Repara, é você, que como ele te esconde
no ângulo mais escondido deste cais,
sofrendo o abandono da mais fina e luz,
emersa no lodo e nas neblinas das manhãs
onde a pureza até parece não voltar jamais...

desvenda os olhos, rompe o nevoeiro que há em ti
e vem abrir os braços aos ventos varonis,
deixa-os velejar ao sol do meio-dia
e verás as cores de outrora a voltar e as velas a enfunar
de tal paz, de tal alegria
que há de ter saudades de ti,
Quando partires na maré de um belo dia...

Foto de Carmen Vervloet

OLHOS QUE VEEM, CORAÇÃO QUE SENTE

No meu coração, gravada em felicidade, a fazenda Três Meninas! O casarão caiado em branco, portas e janelas pintadas em ocre, a varandinha, como mamãe chamava, com jardineiras repletas de gerânios coloridos e camaradinhas que caiam até o chão. Em frente à casa, estonteante jardim, onde borboletas faziam seu ritual diário, beijando com amor a cada exuberante flor, cena que meu coração menino guardou para sempre. As cercas todas cobertas por buguenvílias num festival de cores. Em seguida ao jardim, o pomar com gigantescas fruteiras (olhos de criança, enxergam tudo maior), mangueiras, abacateiros, laranjeiras, goiabeiras e tantas outras que não se conseguiria enumerar, onde com a agilidade da idade subia, não só para colher e saborear os frutos maduros, mas, para ver de perto os ninhos de passarinhos, que papai com sua profunda sabedoria, já me ensinava a preservar. Passava horas sobre os galhos das minhas fruteiras prediletas, principalmente goiabeira, que era só minha, ficava ao lado do riacho, onde também costumava pescar. Lá do alto, no meu galho preferido, junto aos pássaros, voava em meus sonhos de criança feliz!
Nos meus devaneios, fui mãe (das minhas bonecas), fui anjo (nas coroações de Nossa Senhora), viajei pelo mundo (sempre que via um avião passar), fui menina-moça (sonhando o primeiro amor). Na vida real fui criança feliz, cercada pelo amor e carinho de minha doce mãe, de meu sensível e amigo pai (ah! Que saudade eu sinto de você, pai), de minhas duas irmãs mais velhas que faziam de mim sua boneca mais querida, colocando-me sobre uma pilha de travesseiros, num altar improvisado sobre a cama de meus pais, onde eu era o anjo, na coroação que faziam de Nossa Senhora. Nesta época eu tinha apenas dois anos e se o sono chegava, a cabecinha pendia para o lado, logo me acordavam, pois não podiam parar a importante brincadeira.
Já maior, menina destemida, levei carreira de vaca brava, só porque me embrenhei na pasto, reduto das vacas com suas crias, para colher deliciosa jaca, que degustara com o prazer dos glutões. O cheiro da jaca sempre me reporta às boas lembranças da Fazenda Três Meninas... Até hoje tenho uma pequena cicatriz na perna, que preservo com carinho, sinal de uma infância livre e feliz. Desci morros em folhas de coqueiros, cavalguei cavalos bravos, pesquei com peneira em rio caudaloso! Ah! Tempo bom que não volta mais!...
Mês de dezembro. Tempo de expectativas e alegrias. Logo no começo era a espera do meu aniversário, da minha festa, do vestido novo, do meu presente, o bolo, a mesa de doces com os deliciosos quindins feitos por mamãe. Depois a expectativa do Natal, a escolha do pinheiro, do lugar estratégico para montar a imensa árvore, os enfeites coloridos, estrelas, anjinhos, bolas que eu ajudava mamãe a pendurar, um a um, com delicadeza e carinho, junto à certeza da chegada do bom velhinho, em quem eu acreditava piamente, com todos os presentes que havia pedido por carta que mamãe me ajudava a escrever. O envelope subscritado com os dizeres: Para Papai Noel – Céu
E depois era esperar a chegada do grande dia. Era o coração batendo em ansiedade, era a aflição de ser merecedora ou não da atenção do bom velhinho. Quando chegava o dia 24, sentia o tempo lento, as horas se arrastando, o sapatinho, o mais novo, sob a árvore, desde muito cedo, o coração batendo acelerado. Mal anoitecia, já deixava a porta entreaberta para a entrada de Papai Noel e corria para minha cama tentando dormir, sempre abraçada a minha boneca preferida, para acalmar as batidas do meu coração. O ouvido apurado para tentar ouvir qualquer ruído diferente. Era sempre uma noite muito, muito longa! Os olhos bem abertos até que o cansaço e o sono me venciam!
No dia seguinte, cedo pulava da cama. Que grande felicidade, todos os meus presentes lá estavam sob a árvore. Era uma festa só! Espalhava os presentes pela casa toda, na vitrola disco LP tocando canções natalinas, função de papai que adorava música... (Ah! Papai quanta coisa boa aprendi com você). Lembro-me bem de um fogãozinho, panelinhas, pratos, talheres que levei logo para o meu cantinho, onde brincava de casinha. Lembro-me também de uma boneca bebê e seu berço que conservei por muitos e muitos anos.
Todas essas lembranças continuam vivas dentro de mim, como se o tempo realmente tivesse parado nestes momentos de paz e felicidade. Os almoços natalinos na casa de meus avós paternos onde toda a imensa família se reunia em torno de uma enorme mesa. Vovô na cabeceira, vovó sentada a sua direita, tios, tias, primos e mais presentes para as crianças, comidas deliciosas, sobremesas dos deuses, bons vinhos que eu via os adultos degustarem, (depois do almoço, escondida de todos, eu ia bebericando o restinho de cada copo), arranjos de frutas colhidas no pomar, flores por toda a casa e depois minhas tias revezando-se ao piano, já na sala de visita, onde os adultos tomavam cafezinho e licores. A criançada correndo pelo quintal, pelo jardim, pelo pomar... Tantos momentos felizes incontáveis como as estrelas do firmamento! Momentos que eternizei no meu coração.
Hoje o tempo é outro, a vida está diferente. Muitos se foram... Outros chegaram... Os espaços estão reduzidos, as moradias se verticalizaram, as janelas têm grades por causa da violência, as crianças já não acreditam em Papai Noel, desapareceu o espírito cristão do Natal para dar lugar a sua comercialização, as ceias tomaram o lugar dos grandes almoços em família, da missa do galo...
Mas a vida é dinâmica e temos que acompanhá-la. Os grandes encontros de família são raros. As famílias foram loteadas, junto aos espaços, junto a outras famílias, junto à necessidade de subsistência.
Nada mais é como antes, mas mesmo assim continuamos comemorando o nascimento do Menino Deus, em outros padrões é verdade, mas com o mesmo desejo de que haja paz, comida e felicidade em todos os lares.
Feliz daquele que tem tatuado nas entranhas da alma os venturosos natais de outrora vistos por olhos que vêem, olhos atentos de criança, sentidos com a pureza do coração!
Olhos da alma, sentimentos eternizados!...

Carmen Vervloet
Vitória, 23/12/2008
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À AUTORA

Foto de Henrique Fernandes

Dou-me ao teu dar-me

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És prosa poética nos meus olhos
falante

Superas o meu ideal de mulher diante
das rosas silenciadas pelo quanto és bela
e canto

O tanto que me sabes bem

Esperei quase trinta e sete anos
pela tal que não existia
tu és

Logo existo e não insisto seres minha

Esqueço o Inverno no florir do teu sorriso
Caindo no sério merecer-me ser teu
rodopio

A céu aberto nas asas que me dás
para pousar em ti

És a coreografia do meu destino
um breve estar para sempre a cada instante

Que conquistamos nas lutas do recíproco
que ambos declamamos

Dou-me ao teu dar-me

Segurando a tua mão no meu peito
para que ouses ouvir o teu nome
na minha pulsação

Sente as cores que nos rodeiam
e em nós semeiam a vida

Foto de Fernando Almada

Amanhecer contigo

Se eu pudesse
teria assistido hoje ao teu despertar.
Faria, então,
uma festa de luzes, cores e aromas.
Transportaria para teu quarto
toda a vibração musical da aurora,
a energia do sol.
Enfeitaria teus cabelos
com os mais lúcidos e macios raios de luz.
Iria espargir sobre teus ombros
o perfume mais suave da manhã.
E prenderia em teu sorriso
a pétala mais diáfana do jardim.
E quando te levantasses
faria com que pisasses em rosas frescas
e assim teus pés calçariam
sandálias de perfume.

Foto de Zinara

Alma de Lápis

Poderia escrever sem fim
Mas o meu lápis está frágil
Não escreve
Não desliza
Simplesmente partiu-se
O meu pensar não imagina
Apenas vagueia na brancura das folhas

Só Eu e o livro
Não estou apenas só
Mas com um livro
Que não me inspira
Revela-me realidades escondidas
Transmite-me sentimentos fechados

Não quero escrever
Não quero Ler
Quero a minha mente livre
Sobrevoar as folhas da imaginação
Respirar os sonhos das noites em silencio
Silenciar os pensamentos negativos
Cruzar o céu da esperança

Então aí escrevo
Preencho estas folhas
Como pensamentos livres
Criarei uma realidade
Pr'além da imaginação
Pintarei com cores carregadas
De sentimentos libertados

Será uma viagem
Cheia de sentimentos
Que nunca antes foram revelados
Que nem sequer foram experimentados
Apenas ouvidos mas nunca sentidos

E nesse sitio
Com este diário já escrito
Ficará lá a minha alma
E eu no meu quarto
Agarrada ao meu diário

Enquanto a minha alma e o meu lápis
Deslizam nas névoas da imaginação

14/ Novembro/2008

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

Minha Amiga - Uma alma Gêmea

Homemnagem a minha querida amiga Leacira Neto

Num dia tão especial, em poesia vou abraçar-te
Aplaudir tuas conquistas, sorrir teu sorriso
Beber contigo as alegrias, comemorar as maravilhas
Virar as páginas mal escritas...vestir as fantasias

Gargalhar com seus recados decifrando as entrelinhas
Rolar, sorrir, chorar, meus anseios te contar
Dou-te meu ombro, dá-me o seu
Mais um ano festejar

Este dia especial é mais um ponto de partida
Arco iris de sonhos e de cores atrevidas
Novos sabores, novos amores
Fases douradas da tua vida

Neste dia te ofereço rimas e versos
Flores em palavras, brilho no olhar
Uma taça de champagne :
Um brinde a ti levantar

Receba meu carinho e amizade
Meus desejos de felicidades sem fim
Junto do meu abraço, um recado:
“Guarde um pedaço de bolo pra mim”

Foto de manoel freitas de oliveira

O engano

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O engano faz parte da vida
Oferece ao jardineiro algo além do comum
A visita da borboleta de mil cores
Essa armação pega tolos
Que tem o tempo marcado
Pode surgir efeito no agora
É um deserto que oferece àgua
Que não mata só a sede
As canções não falam por si
Há de sufocar os risos atrás da porta
Que pode estar com tempo contado.

Manoel Freitas de Oliveira

Foto de manoel freitas de oliveira

DeniseII

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E se não bastasse a Denise
Ontem Lê
hoje a borboleta de mil cores
Vendo saudades a quem queira
Não preciso de ilusão
Vivo dentro da ilusão.

Manoel Freitas de Oliveira

Foto de manoel freitas de oliveira

Borboleta

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O que seria da borboleta
Se não fosse o zeloso jardineiro
Que não usou atalhos
Achegar em tamanha perfeição
Um jardim com mil flores
Pronto a receber a tão esperada
Borboleta de mil cores.

Manoel freita de Oliveira

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