Quando apaixonado, a luz
é maior, é o próprio amar...
Os horizontes ficam nus,
despidos abrem-se ao olhar.
E as distâncias e as cores
revelam-se iluminadas.
Vê-se pelos amores,
como através do Sol no dia...
As pálpebras se apertam
pelo que os olhos ofusca,
mas, logo se habituam,
na ignorância do que custa.
Quando o amor se vai,
leva o que trouxe consigo,
o horizonte, na luz que cai.
Nos volta ao inicio do abrigo.
Mas, este agora é treva
para olhos, acostumados
pela luz, que o breu me leva.
Tenho os olhos esfaimados...
Neste lugar que apagou
tropeço, a buscar um muro.
Cego de luz, agora sou,
a tatear, tatear no escuro...