Cidade

Foto de giogomes

Meu caminho

Andei perdido, largado, sem notícias suas.
Como um meliante embriagado, perdido nas ruas.

Procurando uma via que me levasse a você.
Desejando te abraçar, beijar, querer te ver.

Quanto mais eu andava, cambaleava, mais me perdia.
A cada passo dado, trocado, deixava a alegria.

Apanhava da vida, nas esquinas nas quais caía.
Vivia triste, marcado, sem nenhuma fantasia.

Ao me ver naquele estado, dopado, em plena letargia.
Viu só uma sombra, um farrapo, de quem já fui um dia.

Não era a mim que olhava, odiava, era minha tristeza.
Querendo você de volta, inconcebível ato de avareza.

Em um estado lastimável, desagradável, de me ver.
Acho que pensava, olhava, mais a mim, do que a você.

Não que um dia, mês, a tenha deixado de amar.
Pois a falta de você, sem você, me deixava sem ar.

Não podia viver, sobreviver, daquela maneira.
O que eu realmente queria, desejava, era você por inteira.

Nem como amigo, querido, você me aguentava.
Um Tigre deprimido, com dó de si, coisa bizarra.

A Rosa que eu conheço, vejo, não gosta de pessoas assim.
Gosta de homens corajosos, alegres, enfim.

Com pena de mim mesmo, confuso, sem querer saber de nada.
Andava cada vez mais desviado, tropeçando na estrada.

Aos poucos, comecei a sentir medo, raiva.
Quando vi, não queria saber mais de mim, nem lembrava.

Quando a sua ausência, ida, me fez perceber a insanidade.
Voltei para a minha terra, lugar, a minha cidade.

Lugar no qual amava, lutava, e bem conhecia.
Olhando para mim, naquele estado, não me reconhecia.

Aos poucos fui voltando, andando, caminhando.
Enquanto melhorava, alegrava, voltava voando.

No caminho de volta, pessoas que gostavam de mim.
Me dando apoio, gritando, torcendo por mim.

Me fazendo pensar, raciocinar, como cuidaria de você ?
Se nem mesmo a mim, naquele momento, podia manter.

Hoje sei por onde vou, ando, qual estrada caminhar.
Tenho consciência do que sou, o que represento neste lugar.

Querendo te achar, mostrar, que estou bem de verdade.
Voltei a ser quem eu era, forte, sem auto-piedade.

Grito alto para que ouça, escute o que tenho a dizer.
Ainda não sei o caminho, o destino, que me leva a você.

Não sei se um dia verei, ou irei descobrir.
Pode ser que vá embora um dia, tenha que partir.

Talvez encontre comigo, esbarre em um cruzamento.
Me mostre um sorriso lindo, gostoso, como nos velhos tempos.

Estou curioso, intrigado, com que a vida vai me mostrar.
Nessa viela sem tamanho, que ela me faz trilhar.

Se um dia ler isso, e ainda se importar.
Saibe que voltei a andar, caminhar e até voar.

Por esse local emocionante, assustador, como uma grande avenida.
Que todos nós chamamos, pelo nome de VIDA.

Foto de MALENA41

QUARENTA MINUTOS...

Era o tempo de subir o elevador. Abrir a porta do apartamento.
Era o tempo...
Os dois tão jovens, bonitos. Ficariam naquele hotel quarenta minutos.
Existia amor?
Existia tesão. Grande atração.
A porta mal fechou e ele a abraçou. Ardentemente a beijou.
Ali, naquele hotel teriam quarenta minutos.
E depois?
Para que pensar no depois?

Micaela o conhecera no shopping center. Marcelo era alto. Bem alto. Bonito, lindo mesmo.
Os olhos azuis, o corpo atraente.
Ele também notou-a de imediato.
De lilás ela ficava bem e usava naquele dia o uniforme de trabalho. Estava em seu horário de almoço. Os brincos também eram roxinhos.
Como caía bem para aquela loira a cor lilás!

Ele pediu um café expresso e não a perdia de vista. Ela também era alta. Um metro de setenta e cinco? Um pouco mais?
Como se aproximar dela?

Quando a viu entrando na loja de celulares resolveu fazer o mesmo.
Ficariam próximos e quem sabe pudesse puxar conversa com ela.

- É muito legal este que pegou antes.
- Você acha? – ela respondeu sorrindo.
Ainda mais bonita sorrindo, ele pensou.
- Acho.
Ele não resistiu.
- Você fica bem de lilás.
- Acha? É meu uniforme. Trabalho aqui no shopping.
- Eu não sou daqui. Estou de passagem nesta bela cidade.
- Gostou daqui?
- Gostei de você. - Nasceu aqui?
Esqueceram completamente a vendedora e o celular. Deixaram o balcão e a vendedora que os viu se afastando sem nada dizer.
- Meu nome é Marcelo.
- Micaela.
- Queria te ver de novo.
- Até quando fica aqui?
- Parto depois de amanhã.
Olhando-a nos olhos.
- Deve ter um namorado. É muito bonita.
- Estou sozinha no momento. Terminei um namoro de cinco anos.
- Cinco anos?
- Sim. Você também deve ter uma namorada. É muito bonito.
- Sou noivo. Vou casar daqui dois meses.
- Foi um prazer lhe conhecer, – disse Micaela estendendo a longa mão e fazendo menção de se afastar.
- Quero vê-la de novo.
- É melhor não.
- Onde trabalha?
- Esqueça. Tchau.
- Quero vê-la de novo. Gostei de você.

Ela sentia que não devia encompridar o papo. Ela sentia...
Mas num ímpeto falou o nome da loja onde trabalhava.
- Vou comprar uma camisa lá. Estou precisando.
- Ok. Agora preciso ir. Está na minha hora de entrar.
- Passo lá.

Ele passaria? Falou que passaria.
Olhava cada homem que entrava e Marcelo apareceu duas horas depois.
Escolheu a camisa e na despedida deixou um pequeno pedaço de papel em sua mão.
Ela disfarçou e ficou de rabo de olho olhando-o sair.
Noivo.
Pouco depois foi a toalete e viu o número do celular dele anotado ali.
Ligaria? Ainda não sabia se o faria.

Na manhã seguinte...
- Marcelo. É Micaela.
- Sabia que me ligaria. Quero vê-la hoje. Minha viagem foi antecipada. Preciso voltar esta tarde para casa.
- Tenho uma hora e meia de almoço.
- É tempo suficiente.

Era uma loucura estar ali nos braços daquele homem. Uma deliciosa loucura. Ele tinha uma noiva...
- Que gostosa é sua boca. Você toda é gostosa.
E depois?
Depois nada.
Ela se entregaria a ele e pronto.

O beijo já os deixava maluquinhos. Imagine o resto.
Ele beijava-a na boca, na face, descia para o pescoço.
Nunca fora bom assim com Augusto. Não havia este fogo.
Por que lembrar de Augusto nesta hora?
Ela estremecia.
- Está bem, querida?
- Sim. Quero mais beijos. Está bom.

Se alguém lhe dissesse que estaria fazendo isso em seu horário de almoço um mês antes ela diria que esta pessoa estava louca. Se lhe dissessem dois dias antes ela também diria.
Que loucura boa! Que beijo gostoso!
Uma noiva.
Que vontade de perguntar se amava a noiva. Mas não estava mais do que claro? Ia se casar com ela.
Deixava aos poucos que o uniforme escorregasse de seu corpo.
Linda e nua ela tremia de prazer.

- Como você é bonita!
Ele também era lindo nu. Lindo e gostoso. Tinha um pênis avantajado e ela nem imaginava que homens pudessem ter realmente tão grandão.
Como se livrara rápido das roupas!

(tinham quarenta minutos)

Na cama ele a beijava toda e Micaela gemia.
Se contorcia, tremia. Ele beijava, lambia...

- Tudo bem, amor?
- Tudo.
Ela puxava-o para sugar seus mamilos e a boca escorregava para a barriga. Que delícia!
Ele descia mais e penetrava o dedo enquanto chupava seu clitóris.
Estava adorando aquilo.
- Continua, continua...

...quando por fim gozaram juntinhos ela olhou no relógio e viu que
não haveria tempo para um banho
Ele beijou-a de leve nos lábios
- Como você é gostosa!

Foto de raziasantos

A Última Carta!

Há ultima carta.

Entre mil novecentos e trinta nove, quando estoura a segunda guerra mundial:
Estávamos com nosso casamento marcado, por opção de meu noivo com seu patriotismo, resolveu alista-se para a grande batalha, não sei se sabia o que o esperava...
Seus pais como eu tentamos persuadi-lo a desistir, de lutar, mesmo porque se abreviássemos nosso casamento ele não seria convocado.
Mas quando amamos verdadeiramente não podemos podar os sonhos de quem amamos seria como se quebrássemos as asas de um pássaro.
As famílias dos pracinhas reuniam-se para despedida:
Da cidade onde morávamos eles eram transportados por trens, para um destino que nem eles sabiam onde seria.

Marcos este empolgado e orgulhoso em sua farda engomada, e bem passada.
Marcha sorridentes em direção á estação, onde eu e seus pais já o esperávamos, juntamente com outras famílias.
Eu usava um vestido de organza florido, meu cabelo dourados solto:
Estava ali ansiosa e aflita me orgulhava de meu amor, mas sabia que nosso destino agora era incerto, neste momento Marcos perdia a solidez da família e nosso calor, mas ganhava os aplausos e solidariedade de todos como também
Os demais soldados.

A me ver Marcos corre ao meu encontro tira sua boina e coloca no bolso, me abraça forte depois me toma em seus braços, me levanta como seu fosse uma pena, tão forte vigoroso.
Estávamos apaixonados, e nosso coração confirmava nosso amor.
Beijamos-nos longamente um beijo com sabor de despedida, mas cheio de desejos.
Ao som do hino nacional os soldados embarcam em busca da vitoria.
Como crianças inocentes estão eufóricas, como quem se espera um presente cheio de surpresas.
O trem fecha as portas e os sonhadores, exibem suas boinas nas janelas do aglomerado trem:
Entre os apitos, e fumaça desaparecem nas curvas das montanhas.
Marcos prometeu-me que me escreveria todo mês que para mim seria uma eternidade.
Quando o barulho do tem cessa, meu coração também se silencia.
Ainda sinto em meus lábios o sabor de sua boca, mas jê é grande a saudade.

Os dias passam lentamente, e para minha alegria recebo a primeira carta.
Marcos me escreve, com entusiasmo, e positivismos, diz estar tudo ótimo

Diz minha amada não se preocupe estou bem instalado em uma humilde hospedaria, mas tenho lençóis, limpos e comida quente, a guerra não é tão mal como se dizem.
Ele só se torna melancólico ao falar do nosso amor da saudade que sente do desejo que arde em querer me abraçar, me beijar, estar ao meu lado.
Neste instante eu o vejo sorrindo ao nos despedirmos, mas apesar da tristeza de sua ausência, fico feliz ao saber que ele esta sob um teto limpo com comida quente.
Começo há contar os dias para receber a segunda carta.
Assim meus dias passam mais rápido.

Por doze meses recebia suas belas cartas, a cada trinta dias eu já esperava o carteiro, com um copo de refresco ou uma xícara de café.
Sentia meu coração disparar quando o carteiro gritava meu nome ele já estava habituado, a todo mês me entregar à carta tomava seu refrescou ou café e assobiava acenado feliz por me dar boas noticias.

Eu me sentava ao lado da cachoeira nos fundos de minha casa, e com os pés na água espumante eu lia e relia todas as cartas.

Ardia em meu peito à dor da saudade e uma longa e intensa espera.

Mas as cartas tão cheias de incentivos e positivismos me deixavam, mais animada por saber que me amado Marcos estava bem.
Na pequena cidade que morávamos nunca recebíamos jornal.
E eu não tinha radio.
Meu coração por vezes apertava e sentia meu amor em perigo
Às vezes sonhava com ele sujo, e chorando...
Um amigo de Marcos volta para casa mutilado, depois que seu acampamento foi torpedeando.
Com a chegada de Mauricio entendi a dor de meu coração e razoes de meus sonhos, Marcos mentiu para mim, por todos esses meses, não tinha hospedagem com lençóis limpos, nem comida quente, tudo era sujeira e rastro de destruição, sobrevier não era uma opção, mas sorte.
Marcos não sabia que Mauricio tinha voltado, e continuava a falar coisas boas sem nunca deixar de me declarar seu imenso amor.
Meu coração agora é só dor, e medo, de perder meu grande amor.
A espera de suas cartas já não me deixa feliz, pois sei que ele mente.
Meus dias passaram a ser eternos, pois nunca via o tempo passar.
Todos os dias eu orava por todos que lutavam nesta guerra sem propósito.

Depois de onze meses as cartas cessaram!
E o silencio-me fez adoecer de amor, a saudade e incerteza tomaram conta do meu viver.
No dia vinte e dois de março de mil novecentos e quarenta e dois depois de mais de um ano no silencio, ouço novamente chamar meu nome, corro para abrir o portão, mas sei pela voz que não é carteiro, logo que abro o portão vejo um carro oficial militar parado em frente á minha casa um comandante tira a boina e faz continência me cumprimentado meu corpo estremece algo dentro de mim me diz que vou ter a pior noticia de minha vida, mas por outro lado eu rejeito esse pensamento e penso__ ele meu amor esta dentro do carro esta é a surpresa, o comandante olha em meu olhos um olhar distante e frio, com voz tremulas me diz meus pêsames senhorita, estou aqui para lhe entregar estas duas cartas,em uma eu reconheci imediatamente a letra do meu amor,mas no momento não tive coragem de abrir.
A segunda abriu diante dos olhos do comandante era uma medalha de honra á um herói morto.
Senti um vazio tão grande seguido de grande revolta, pois me lembrei de Marcos entrando naquele trem cheio de esperanças, e orgulho, por ir lutar por seus pais.
Olhei para o comandante que insensível a minha dor começou a detalhar a morte de Marcos.
Sem me despedir do comandante fui para nossa cachoeira ali eu li minha última carta.

Minha querida hoje te escreve para te dizer que estou indo com uns amigos para um novo lar, ainda não sei como será viver neste lar, mas sei que para sempre irei te amar, jamais se esqueça que nasci pra te amar.
Quando a saudade te sufocar lembre-se estarei entre as nuvens, e por todo firmamento a te olhar.
Lembre-se minha ama da nossa cachoeira, como as águas espumantes estão sempre, a nos abraçar, amo-te amor, amo-te
Adeus meu grande amor.
Assinado Seu unicamente Marcos.

E assim eu recebi sua última carta!

Foto de Allan Dayvidson

EXTRA-OFICIAL

Sem palavras,
Você valeu cada lágrima.
Só doi, às vezes, quando não sorrio.
Sem corações partidos,
Só estrelas familiares para nos guiar
em nossos territórios desconhecidos.

Apenas eu,
andando distraído pelo centro da cidade.
Basta inspirar
e distingo seu cheiro em meio a poluição.
Enquanto você salva algum mundo,
seu coração ainda pulsa sobre o meu
num abraço tão conhecido.

Às vezes, foragido,
me sinto meio perdido
em meu próprio território,
dando uma volta, buscando meu lugar.
Você mal me mostra como e já estou lá!
Você é um insight à prova de medos
me levando através do desconhecido.

Mais um dia
e você deve estar fazendo agora
algo de grande relevância.
Não entendo como continua
dedicando a mim tanta importância.
Coloque meus óculos inocentes
e veja seu heroísmo extra-oficial.

Ninguém liga, ninguém está lá.
Mas as lembranças de você
me colocam em meu território.
Dando uma volta, buscando meu lugar,
eu mal pisco os olhos e já estou lá.
Você é a conexão à prova de escalas,
criando atalhos entre mim e o desconhecido.

Você não é meu pilar de sustentação,
É meu lembrete de que sou inteiro.
Não é meu corbertor,
É meu livro de cabeceira.
Não é a minha voz,
É o que canto sob o chuveiro.
Não é o trem na estação,
É um belo cartão postal especial:
"Eu vou sentir sua falta"

Olhei para onde estamos e aonde iremos.
Percebi que nunca estaremos longe.

Em meu próprio território,
dando uma volta, buscando meu lugar.
Por que não me contou que já estamos lá?
Você é o laço à prova de distância.
Uma ligação com o desconhecido.
O mais próximo do meu território é você.

Foto de Jessik Vlinder

Saber o Que Somos

São 05:34h e eu não dormi esta noite. Por quê? De madrugada, quando o silêncio enfim paira na cidade, é possível ouvir coisas absurdas. Coisas suas... Desesperos que seu eu mais íntimo suplica por uma oportunidade para gritá-los em seus ouvidos. É tão difícil ouvi-los porque para isso é preciso silenciar todo o resto. Tudo que vai além de você. Tudo que permeia qualquer outra coisa que não seja VOCÊ. Conseguindo esse silêncio é hora de conversar, de finalmente dar ouvidos ao que realmente é necessário e importante, ao que realmente faz falta ou está em excesso, faz feliz ou entristece. É hora de se ouvir...
Tentamos na maior parte do nosso tempo agradar todas as pessoas e nos deixamos geralmente em último plano. “Preciso parecer séria para o meu chefe. Divertida para meus colegas. Sempre educada e simpática para o motorista do ônibus. Decidida e poderosa para o cara com quem troco olhares. Bem resolvida financeiramente para os familiares. Estudiosa e dedicada para os professores e descolada e popular para os amigos da faculdade...” E assim vamos preenchendo todas as lacunas de “Como você deve ser para...”. Fala sério!! Às vezes enche o saco! Vou deixar atrasar os trabalhos e estudar para provas duas horas antes dela. Não me concentrar absurdamente e assim acabar tropeçando na calçada e me melando com sorvete quando estiver passando por ‘ele’. Nem olhar pra cara do motorista que nunca responde ‘de nada’. Dizer para as colegas o quanto são fúteis e mesquinhas e para os colegas o quanto são vazios e imaturos. Discordar com tudo que o professor sem noção diz. Pedir dinheiro emprestado à vó e ir para o cinema com os primos na quarta porque é o dia mais barato... Assim é divertido! Rs
Na real, agora? E novamente à dura realidade...
Precisamos de equilíbrio! Essa é a eterna meta da minha vida e deveria ser a de todos. Equilíbrio!! É importantíssimo que sejamos nós mesmos, mas muitas vezes, por nós, será necessário agir contra aquilo que somos. O problema está quando passamos a viver em função dos outros, em função do que agrada segundos e terceiros. Precisamos nos amar mais! Não tô nem aí que falem do meu vestido curto, eu sei que não sou uma p... Mas não vou pra reunião de colégio do meu irmão mais novo assim. Bom senso... Não tô nem aí se acham que eu sou metida ou prepotente porque eu sei que não sou... É disso que falo. Sempre vão nos julgar! Então temos que saber melhor do que qualquer um o que realmente somos e não somos. Quando isso for certo e tivermos certeza que nos conhecemos mais que todos, fiquemos tranquilos... A consciência que manda...

Foto de Carmen Vervloet

SANTA TERESA

Santa Teresa... que paz tão imensa
nas tuas matas preservadas de onde surgem
em nuances do verde claro ao escuro
árvores centenárias exalando esse ar tão puro.

Na castidade que a terra urge,
em teu seio mostrou-se intensa
a selva virgem onde o silêncio surge,
entre montanhas, colibris e crenças.

Que lindas cores nas tuas alvoradas,
onde a minha alma italiana descendente
passeia feliz sobre a cidade colonizada
sob a forma de uma rosa amanhecente.

O meu coração feliz saltitante
entrega-se ao teu bucolismo, cidade amada!
Sempre vestida por cores impressionantes,
ao som do coral da sua multíplice passarada.

Carmen Vervloet

Foto de raziasantos

Poderia ser diferente...

Poderia ser diferente.
No dia 13 de outubro de dois mil dez, por volta das dez horas da manhã.
Recebi um telefonema, era minha filha me avisando que o irmão de minha cunhada tinha sido assassinado.
Noticias como estas nunca são agradáveis, principalmente quando se trata de alguém próximo a nós.
A separação sempre e dolorosa, mesmo quando já esperada.
Então ao receber esta triste e trágica noticia sentei-me e fiquei meditando.
Eu o conheci quando meu irmão se casou com a irmã dele.
Nando era um jovem alto, moreno corpo bem malhado, um homem sedutor, educado, e muito prestativo.
Nesta época meu irmão era recém casado e foi quando ficou gravemente doente, ele tinha câncer no estomago, ainda muito jovem, mas...
Não se escolhe o nosso destino.
Foi neste período difícil que passamos que passei a conhecer Nando melhor.
Ele estava estudando enfermagem e se dedicou meu irmão com muito amor,
Nos últimos dias de vida de meu irmão a ajuda de Nando foi crucial, ele o levava para o banho trocava suas roupas, revezava com a família no hospital.
Nando era um ser de luz uma pessoa com alma caridosa.
Infelizmente se autodestruía era usuário de drogas, no inicio, maconha...
Considerada droga leve...
Meu irmão partiu, mas a gratidão pela força e ajuda em geral que Nando nos prestou jamais será esquecida.
Só que uma amizade não se constrói por gratidão.
Em cada, gesto, cada, ato, uma verdadeira amizade se constrói com pequenas
Partícula de amor ate que se transforme em amigo.
E era assim que eu o via como amigo.
Com o passar do tempo ele foi se afundando cada dia mais nas drogas.
Era casado tinha duas filhinhas lindas, mais tarde teve um filho.
O qual hoje tem três aninhos.
A família cansada de lutar desistiu dele, eu por vez poderia ter feito algo, mas
Não sei por que não fiz.
Ou talvez tenha tentado, não sei eu sempre conversei muito com ele tentei encaminhá-lo á uma clinica, mas não dependia de mim e sim dele.
Assim ele se perdeu de vez, abandonado, pela família, vendeu tudo que tinha pra comprar craque, vivia como um zumbi rondando a cidade, sem expectativas, de um novo amanhecer.
Ali sentada comecei a me perguntar o que poderia ter feito por ele.
O que deixei de fazer, como seria se ao invés de tentar tivesse obrigado ele
A ir para uma clinica:
Perguntei-me ate onde a família é responsável, como conseguir ajuda?
Não encontrei resposta, mas tenho certeza que podemos acreditar na recuperação desse pobre coitado, engolido pelas drogas, adotados por
Por traficantes que corroem a sociedade.
Eu acredito que o apoio da família é fundamental, pois meu filho era um usuário, e hoje esta limpo, veio pela dor, mas esta livre.
Infelizmente Nando não teve a mesma sorte, cavou e encontrou sua morte.
À noite fui para o velório, e encontrei toda família reunida, também os amigos da família dele também, eles choravam a perda do menino que fora criado juntos deles, eram vizinhos, que viram crescer.
Tudo estava normal como todos os velórios choro, olhares curiosos, flores que chegam amigos dando os pêsames velas...
O silencio da morte foi quebrado quando, uma das irmãs dele começou a montar uma mesa com lanches para os amigos que iriam virar a noite no velório.
Eu olhava o rosto dele no caixão estava tão sereno que nem parecia ter morrido de forma tão brutal.
Esta imagem ficou gravada em minha mente, agora ele encontrou paz.
Quando sua irmã terminou de montar a mesa, com as guloseimas, as crianças que circulavam pra, lá e pra cá inocentes sem saber do que se tratava.
Foram as primeiras a se servirem...
Mas o que mais tocou a todos foi o filho dele com dois anos e meio, ele correu pegou nas mãos da tia e pergunto dando pulinho de felicidade:
É agora que vamos cantar parabéns titia?
No silencio da morte á dor mais forte dos pobres anjinhos inocentes, seguem
Em seus caminhos incertos do dia do amanhã...
Que em teu último suspiro Deus possa ter tido misericórdia de ti.

Foto de odias pereira

" AMOR IMPOSSIVEL " ...

Quando eu vi você entrando com seu pai naquela igreja,
Não consegui segurar o meu sofrimento.
Ao te ver toda de branco linda como uma princesa,
Uma lágrima rolou em meu rosto, mostrando o meu descontentamento.
Te amei por muitos anos e você não percebia,
Não deixei ninguém saber que eu te amava.
Toda vez que eu te olhava mais o meu amor crescia,
Nunca soubeste desse amor nem tão pouco imaginavas.
Eu te amei do meu jeito,
Guardei só pra mim esse amor.
Mantive sempre todo respeito,
Obedecendo o nono mandamento do senhor.
Eu sabia que tu eras por muitos anos comprometida,
Por isso nunca tentei me aproximar,
Preferi guardar pra mim essa ferida,
Do que tentar do outro te tirar.
Hoje eu vou ver você com outro se casar,
Mesmo assim peço a Deus por sua felicidade.
Vou procurar um outro lugar pra morar,
Vou mudar daqui vou morar noutra cidade.
Quero esquecer de vez de você,
Apagar de vez esse amor invisível,
Nunca mais quero lembrar vou esquecer,
Vou desistir pra sempre desse amor impossível...

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
15/02/2011

Foto de Leidiane de Jesus Santos

Tucano

Eu vi um tucano morto
Bem na sacada
Do meu quarto
Ele foi escolher
Logo ali para falecer.
Mas era tão lindo
Mesmo naquele estado
Tão fúnebre
Em seus olhos eu pude ver
O desespero, o cansaço.
Da cidade grande
Da poluição
De onde ele veio
E o que aconteceu realmente
Não tive como ajuda-lo
Não tive como o socorrer
Foi estranho
Foi revelador
Quantos iguais a ele não estão por ai
Morrendo, perdidos
Sem saberem aonde ir.
Acho que os bichinhos
Também ficam loucos
Com toda essa agitação
Só sei com o que eu vi
Que eles também têm sentimentos
Eles também sofrem.

Foto de rukass

Mar Revoltado

Através de um oceano de pavor
As vozes esperançadas espalham-se
Reflectem nas águas brancas da dor
Navegam em vão por uma alma moribunda
E ao cair da noite
Mais um barco afunda

E o menino acorda,
Suavemente
no casembre à beira-mar
E pelos vidros da janela transparente
São visiveis os estragos
Causados pelo mar.

Outra onda gigante
mais navios naufragados
Tudo visto da janela transparente
Uns chamam-lhe olhos
Outros chamam-me mente.

Ouvem-se gritos mudos de socorro
As vozes ecoam numa cidade perdida
A dor é encontrada
a dor é devolvida.

A Lua acalma a maré revoltada.
E enquanto a dor se enche de luar,
mais uma alma é achada
Mais outra fica por achar.

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