Através de um oceano de pavor
As vozes esperançadas espalham-se
Reflectem nas águas brancas da dor
Navegam em vão por uma alma moribunda
E ao cair da noite
Mais um barco afunda
E o menino acorda,
Suavemente
no casembre à beira-mar
E pelos vidros da janela transparente
São visiveis os estragos
Causados pelo mar.
Outra onda gigante
mais navios naufragados
Tudo visto da janela transparente
Uns chamam-lhe olhos
Outros chamam-me mente.
Ouvem-se gritos mudos de socorro
As vozes ecoam numa cidade perdida
A dor é encontrada
a dor é devolvida.
A Lua acalma a maré revoltada.
E enquanto a dor se enche de luar,
mais uma alma é achada
Mais outra fica por achar.