Chuva

Foto de Jonas Melo

Na minha cidade

Na minha cidade

Na minha cidade é assim, todos são mui hospitaleiros;
Tem carinho e muita atenção aos visitantes,
tanto nacionais ou estrangeiros;

Manhãs tímidas que nos convidam a permanecer
enroladinho um pouco mais,
E os cantos dos pássaros em nossas árvores como corais;

Tem à tarde exuberante, acompanhada de um sol encantador;
Tem mulheres bonitas, morenas, ruivas, loiras...,
e até aquelas que nos causam muitas vezes algum temor.

Minha irmã disse que os homens, são cavalheiros,
educados, atenciosos, carinhosos,
São divinos, com os deuses do Olimpio, segundo ela muito gostosos;

Nossas ruas são serenas, sombreadas pelos galhos de nossas mangueiras;
Tem gente que sobe nos mesmo e começa a brincadeira;
Nossos rios, também são ruas, utilizadas pelos nossos conterrâneos, e adornadas, pela flora e fauna que buscam o doce sereno do amanhecer.
Minha cidade parece um sonho, e os que chegam aqui parece que desfalecem de tanto encanto e prazer;

Na minha cidade é assim,
a chuva sempre vem fazer a festa de nossas crianças;
Os encontros dos apaixonados são sempre marcados antes ou depois dela;
E as mangas (frutos de nossas mangueiras) são sempre boas companhias quando pulam diante da gente, corre, corre, pega ela.

É verdade, as frutas daqui são divinas!!!, simplesmente demais,
Bacuri, cupuaçu, o açaí, taperebá, que água na boca já me dá
Nas tardes de pôr-do-sol, ou na boca da noite tão gostoso é um tacacá, com tucupi meu amor disse pra mim;
Nossa farinha de verdade, não se pode jamais esquecer,
dàgua, de tapioca ou de coco com açaí quero comer;

Bem se quiseres saber mais, então vem, venha agora!,vem correndo sem demora, conhecer minha Belém do Pará,
A cidade das mangueiras e da nossa eterna e encantadora baia do Guajará.

Jonas Melo

Foto de Chácara Sales

A Voz de um Mendigo

Ando com a solidão
Pelas ruas nuas, pelas ruas vagas,
Pelas noites escuras, pelas noites claras,
Pelos cantos sujos, pelos cantos limpos,
Sem o ar da graça pela imunda praça.

Na chuva fria, canto alegre;
Observo-a lavar as calçadas,
Formar no chão lindas poças d'água,
Correr de uma esquina à outra
E depois de cansada tornar-se garoa.

Tremo com a roupa molhada.
Passo de bairro em bairro, bato de porta em porta,
Como o que me dão, um pouco de sobras.

Adormeço em um banco qualquer.
Durmo sem um: Boa noite!
Acordo sem um: Bom dia!
Bate forte o sol no rosto,
Da pra dar um sorriso.

Não preciso de cômico nem de circo,
Só a fé em Jesus Cristo.

Sob a noite estrelada elevo a prece,
Voa como águia, sobe como foguete,
Chega como trovão, humildemente.
Lá no alto há quem escute a voz de um mendigo,
É o Deus da Gente!

*Autor: Chácara Sales

Foto de Rosinéri

APENAS PROCUREI E NÃO ACHEI

Eu fui a palavra de ódio e magoei você
Eu fui um pássaro e voei
Fui a chuva caindo e molhei
Eu fui a lágrima de uma criança e comovi
Eu fui a semente no vento da terra e germinei
Eu fui a magia das horas românticas e encantei
Eu era um ser humano a procura de seu amor
Apenas procurei e não achei.

Foto de pttuii

Interior I

Um crime poderá estar prestes a acontecer. Em princípio, não será uma coisa mediática. As coisas acontecerão porque, simplesmente, o epílogo terá de ser esse. O autor não deve ainda fazer prognósticos sobre o modus operandi do alegado homicídio, porque na prática ainda não estão reunidas as condições para descrever uma situação que constitui sempre o último recurso da demonstração da animalidade humana.

A sala onde se adivinha semelhante desfecho é esparsa. Pintada de um branco reflector, com uma génese criadora de epilepsia, não terá mais que 10 metros quadrados. Trata-se de uma repartição de atendimento público, situada numa localidade do interior do país.

São três e 15 da tarde, e lá fora venta como se esperava de um dia de início de ano. Chuva adivinha-se, mas por enquanto está contida por entre o negrume das nuvens agrupadas em posição ofensiva.
Uma senhora, dos seus 40 e poucos anos, impõe a si própria um regime de calma auto-inflingida. Poderá ter a ver com a fila de cidadãos que se acotovelam no parco e sufocante espaço.

Mas não é de descartar que a senhora esteja a braços com uma situação de violência psicológica de índole doméstica, já que segundo as pesquisas prévias a esta dissertação, a localidade em causa ocupa um lugar de destaque nas queixas policiais apresentadas por mulheres de meia idade.
Faltam menos de 48 horas para terminar o prazo burocrático de entrega dos impressos de cobrança do imposto sobre o rendimento do trabalho, e a ansiedade colectiva forma uma nuvem espessa, difícil de contentar, e ainda mais complicada de controlar. A uma supremacia de idosos, respondem dois jovens, aparentando uma vida com duas dezenas de anos.
O ar taciturno e irritado que demonstram, revela que estarão ali para fazer o 'português' recado a uma pessoa de família. Uma jovem contenta-se a tilintar o piercing que pende de duas narinas aquilinas, e com uns laivos judaicos. Uma gabardine preta, tão densamente negra que contrasta com o politicamente correcto ambiente, oculta um corpo que se auto-esconde de olhares reprovadores. A jovem mulher terá tentado fazer uma demonstração recente de independência perante os progenitores, uma vez que tem o cabelo quase rapado. Os olhares de reprovação que a cercam num ataque quase 'Juliocesariano', aparentemente não a incomodam. (continua)

Foto de minnie_heart

O Amor aconteceu...

sem seres o mar mergulho em ti
sem seres o céu eu abro as asas
sem seres a chuva eu dispo-mo,pra te receber no meu corpo
onde deslizas com essa ingenuidade furtiva,
entrego-me, rendo-me em ti...
continuas...
suado, corpos distantes de nós, sinto a tua mao...
ela atreve-se em mim, fazendo-me atrever em ti, por ti...
loucura, paixão do nosso amor...
deslizas, acaricias, intimidades nossas...
eu, tu sem divisões de corpo
agora unidos mais do que na alma
o paraíso num beijo...
a ar a fugir, o corpo reage, paralisa de prazer...
nós unidos não cedemos amamos mais
sinto o calor dos teus labios na minha pele
os teus olhos entram em mim
os minha mao procura a tua, a tua em busca da minha...
como os teus pensamentos meus
os meus sonhos teus
os sentimentos nossos
o nosso profundo beijo
colados, suados, enaltecidos
amantes amados, entregues
um momento não escolhido
alguem por nós o decidiu, sucedeu...
o teu corpo no meu, o meu o teu
ja não sei...
coração disparado, o olhar não desviado...
o amor aconteceu...

Foto de Valkyria

Cai a chuva lá fora

Cai a chuva lá fora
São as lágrimas de alguém que chora
Talvez de um anjo perdido
Ou de um deus desiludido
Que chora pela nostalgia de uma vida
De uma vida sem sentido
Que não há-de ser esquecida

Foto de Jonas Melo

Sonhar com você

Sonhar com você é viajar por um mundo desconhecido e fascinante;
É ter todas vontades, fantasias e desejos atendidos;.
Sonhar com você é adormecer em seu colo;
E querer ficar assim sem pressa de acordar;

É não ter medo de sair na chuva,
Pois se sabe que ela vai molhar,
Mais sempre vai ter dois corpos para aquecer até enxugar;
É sair a noite e, brincar intensamente na madrugada,
Sem se preocupar com às horas de voltar para casa;

É brincar de esconde, esconde e se encontrar nos seus braços;
Sonhar como você, é querer viver eternamente,
Mesmo sabendo que o eterno um dia termina;

Sonhar com você é está coladinho, bem grudadinho mesmo;
No escurinho do cinema “assistindo” um filme qualquer
E não lembrar, que filme era mesmo?

É querer andar sempre de mãos dadas,
Sem presa, no compasso da sua caminhada,
Você minha pessoa amada;

É sempre perguntar-te onde estou errando?
Mesmo sabendo que vou ouvir “você é maravilhoso”...
Que convencido, que nada;
Simplesmente sonhar com você é se fazer feliz, fazendo você feliz;
Sonhar com você é ser prudente nos por menores.

Jonas Melo !!!

Foto de pttuii

I can draw ghosts

Os que apanham o dia assim, parecem ser pessoas assaz diferentes das que por aqui passaram ontem. Seria por esta hora quando me deixei nesta envolvência, e a sombra que normalmente pisa esta gasta calçada viu-os enliados no minuto que procuravam capturar. Gostei deles. Até os desenhei com um pedaço tosco de carvão que consegui mimetizar. Cabelos energicamente compridos, e alvos como a madrugada que se desenhava no céu. No dorso a chapa gasta da morte, que lhes embalava a marcha com uma enérgica sensação de desleixo. Seria uma criança, pelo que vi da forma desajeitada como procurava descobrir o mundo. Pela mão trazia um ser sem idade. A mulher da felicidade contratada, pareceu-me, julgando pela forma como deixava em corações deformados restos de pétalas da flor do amor. Um pouco mais à frente, com a chuva a ampliar indecisões já por esta altura, reencontrei-me. No espelho que eu sempre pressenti naquele recanto do meu universo, vi-me a fazer o balanço de uma vida que desdenhava.

Foto de pttuii

Mulher de prioridades indefinidas

era uma chuva que
escrevia a cores
as palavras do desejo
canoro,
e ela dúbia,
de mundo reprimido
debaixo dos pés,....

sentia sorverem-lhe a força
para ainda lamentar mais
o amor,

descreveu-se de forma
tragicamente redundante,

e a nuvem mais à mão
serviu para que escrever,
se tornasse o encontrar
de pessoas no deslizar
da maior perfídia que o tempo
deixava de comer para
matar ainda mais,...

Foto de pttuii

Última noite

é a última noite
de todas as noites que nascem
porque o dia quer,
e por a chuva bater,
leio,
através das grades,
a dor nas pedras da calçada,
e o latejar de uma rosa moribunda
que não resiste ao frio,
cubro o quente,
no lixo,
na fome,
sem voz,
Mudo, mudo,
só como a morte é capaz de ser muda,
e eu só, aquecido,
praguejando, suspirando,
por mais uma última noite....

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