Chão

Foto de angela lugo

Não quero adormecer sozinha

Esta noite vou adormecer sozinha
Pensar em você aqui nesta agonia
E talvez te escrever uma linda poesia
Olhando as montanhas ao além
Sentindo o céu amparar minha solidão
Ouvir o canto dos pássaros no anoitecer
As nuvens tornando-se uma neblina
Olhando tudo e sentindo tua presença
No perfume que deixou no ar
Na tua roupa dentro do armário
Na tua foto que olha para mim
Uma saudade vai apertando meu peito
Tenho vontade de sentir o teu beijo
Que vem fluindo com um desejo
Dominando todos os meus sentidos
Perco-me nos pensamentos escondidos
Dispo-me e largo a roupa no chão
Deito-me sob o luar com a pele nua
Sorrindo-te olho para ti e te chamo
Deita-te sobre a minha pele perfumada
Que cá está a delirar-se em pensamentos
Não quero adormecer sozinha...
Com você conseguirei vencer este caminho
Que percorro hoje na saudade sentida
Levo-te comigo em todos os lugares
Não o deixo sozinho nem um segundo
Espero-te aqui sob a luz do luar
Vem ter comigo e me amar
Antes que amanheça e a magia termine
Antes que as estrelas desapareçam
Antes que a luz do sol irradie o novo dia
Antes que a saudade seja presa no coração
Antes que a paixão se finde dentro de mim
Antes que eu não possa mais te ver assim

Foto de Homem Martinho

Amor feito força- Capitulo I

São oito horas da manhã de um lindo dia de Agosto, é Domingo, Susana despe o roupão que traz vestido e deixa-se ficar completamente nua diante do grande espelho que ocupa a parede direita do seu quarto de banho, olha demoradamente para o reflexo do seu corpo, gosta do que vê, um corpo de sonho, uns cabelos muito pretos, compridos e sedosos descaem-lhe sobre os ombros firmes e que parecem feitos da mais pura seda, uma seda ainda mais pura do que aquela de que é feito roupão que acaba de deixar cair no chão, levanta o braço esquerdo e enfia os dedos, uns dedos finos e compridos, por entre os sedosos cabelos, repetindo de seguida o gesto, mas agora com braço direito, são uns braços muito bem torneados, longos, mas não compridos em exagero, as suas mãos deslizam pelo couro cabeludo, descem pelos cabelos como se de lianas se tratasse e depositam-se sobre os magníficos ombros, dedica alguns minutos a massajá-los e continua a descida até tocar os bicos erectos dos seus seios, ela sabe, como ninguém, o que significa aquela erecção, nada mais do que desejo, desejo de amar e ser amada.
Susana vai descrevendo pequenos círculos em volta dos mamilos enquanto começa a ver desfilar na sua mente imagens de outrora, imagens onde ela é amada e ama.
Continua a viagem pelo seu próprio corpo, com ambas as mãos percorre as curvas da sua cintura, uma cintura que parece ter saído das mãos do mais perfeito torneiro, começa a afagar as suas ancas e sonha, sonha que são as mãos do homem amado que a estão a acariciar, é ao pensar no amor da sua vida que esperta par a realidade e percebe que precisa de e despachar, no entanto não resisti a acariciar a sua púbis, do mesmo modo que David sempre lhe fazia.
Susana liberta-se do estado de letargia em que se deixara prender, solta-se da amarra dos pensamentos que tomaram conta de si e dirige-se para a faustosa banheira de hidromassagem que está situada no canto oposto ao espelho, a banheira encontra-se incrustada no pavimento pelo que o seu rebordo se encontra pouco elevado em relação ao chão da casa, alça a perna direita, e dá uma ultima espreitadela para o espelho, sorriu, sempre adorara contemplar as suas belas pernas, umas pernas que eram uma tentação para todos os homens com quem se cruzava, David confessara-lhe uma vez que se tinha apaixonado por ela por causa das suas pernas, sorriu uma vez mais e entrou na banheira.

Foto de nelllemos

Eu te pertenço

Quando você me esquece
O chão aos meus pés desaparece
Perco o rumo
Como cego a tatear lugar seguro
Onde me apoiar?
Caem minhas moletas
Paro no mundo
e só penso no teu
O teu mundo

Busco ler teus pensamentos
Faço dos teus passos os meus
Só pra ver se te encontro
Ou pra lembrar a você de mim
Que eu continuo aqui

Então me jogo no mundo
Nos becos escuros
Nos bares da vida
Nas estradas
Só pra ver se encontro o rastro
Dos teus passos em alguma calçada

Querendo chamar sua atenção
Desiludo-me
Sua atencão não me pertence
jamais me pertenceu
Eu te pertenço
mas você não é de ninguém

Nell Lemos
28/02/07

Foto de Sonia Delsin

OBSERVANDO

OBSERVANDO

Estou sentada numa varanda.
Observando.
Estou sentada numa cadeira macia.
Estou olhando.
Estou aqui a olhar.
Não só o que se descortina diante de meus olhos.
Vejo mais.
Vejo o tempo.
Escorrego pros meus primeiros anos.
Que delícia!
Nos balanços vou tão alto.
Meus pés quase tocam as nuvens.
Rio.
Corro pelas terras.
Sou a dona das borboletas azuis.
As que aprisiono e as que ficam soltas.
Agora sou uma menina-moça.
Mas que dor no coração!
A mocinha não pode colocar o pé no chão.
Pronto, ela se libertou...
Mas o tempo passou.
Outro mundo ela encontrou.
Vejo dois enamorados.
Rio de novo.
Tão apaixonados.
Vejo uma mulher madura.
Uma uva...
Um vinho tinto.
Vejo um céu azulado.
Um céu ficando acinzentado.
Vai chover?
Não... já choveu... a cântaros.
Agora brilha o sol...
Um raio vai bater bem na pedra branca do jardim e reflete no espelho do tempo.

Foto de nelllemos

Vampiro

Vazio
Absurdo
Absurdamente vazio
Seus pedaços são meus
Por partes
Teu inteiro se desintegra antes de você chegar
Tuas chagas
Os meus cortes
Quando me rasgo de te esperar
Não sei a hora
Tuas datas
Nem sei bem se vai chegar
Absorvo o teu sangue em minhas veias
Cravo os teus sentidos nos meus
Inventando
Reescrevendo cada instante
Cada hora
Imaginando ser o seu céu
Querendo ser o véu que cobre o seu rosto
Quero fugir,
Mas também quero ficar
Retirar cada espinho do chão
Para que você possa passar
Ser cada canto seu
Ser teu cada passo meu
Restringir-me
Deixando-te assim expandir
Pra que você seja meu som
O resto dessa dança que ainda não aprendi a dançar
Quero às vezes tuas veias
Teu sangue em sangria sugar
Pra ter-te mais
Quero os vãos
As réstias
As suas
Os seus
O que te pertença
Quero que seja meu
Não quero mais nada
Já pedi
E também perdi tudo
Já te suguei
Sou teu vampiro te eternizei
Sou teu pecado te crucifiquei
Sou o resto do mundo
E você é o que resta dele

Nell Lemos

Foto de Professor

Sonho

Que noite a minha
Esta que passou
Sonhando, rainha
Você me acordou

Tocou-me levemente
Plumas, seda, vento
Um abraço envolvente
No meu leito sonolento

O calor que agora sinto
Aquece-me, aproxima
Estimula meu instinto
E assim me reanima

Afoito sigo seu cheiro, gosto
Num relâmpago de tesão
Viro de um lado para o outro, o rosto
Quase me arremessando ao chão

Seguro-te no espaço
Uma forte imaginação
Vejo o corpo, cada traço
Delírios desta paixão

No abraçar me desespero
Estremeço pele e osso
Ter você é o que mais quero
Desejos deste pobre moço

Agora de olho semi-aberto
Fecho-o de vez
Para trazer pra perto
Este sonho outra vez

Foto de Robert Saint

Sozinho

Às vezes nós nos esquecemos de quem somos
e nos confundimos entre quem somos e a pessoa
que a gente ama, mais um dia vem à realidade e
ela te crava no peito o mundo real. A falta de tudo
que você não teve e deu, vem em você, e arranca o
sonho, te faz cair no chão, te deixa nu, sem rumo.
Você agora é um alguém sem saber quem, em um
lugar que não é seu e sem nenhuma mão pra te alcançar.

Foto de Stacarca

Amor funéreo

Amor funéreo

"A chaga que 'inda na
Mocidade há de me matar"

A noute era bela como a face pálida da virgem minha. O luar ia ao cume em recôndita dentre a neblina escura que corria os escuros delírios. Eu, pobre desgraçado levava meus pés a mais uma orgia a fim de esquecer a minha vida de boêmio imaculado. - Ah! E minha donzela morta que lhe beijava a face linda? Hoje, Não esqueci de ti, minha virgem bela de cabelos dourados que com as tranças enxugava meus prantos em dias de febre qu'eu quase morria, nem de seus lábios, os doces lábios que nunca beijei em vida, os mesmos que emudeciam os rogados de cobiças fervorosas? Sim, ó donzela de pele pálida que sempre almejei encostar as mãos minhas. Hoje, êxito de sua bela morte, sete dias sem ti, minha romanesca linda dama que as floridas formas diligenciavam os mais escuros defuntos. Os mesmos que indagam da lájea fria?
As lamparinas pouco a pouco feneciam na comprida noute que seguia, a calçada de rebo acoitava outros vagabundos que a embriaguez tomara, o plenilúnio se destacava no céu escuro, como um olho branco em galardão, magnífico. Ah como era bela a área pálida, e como era de uma beleza exímia, tão mimosa como a amante de meus sonhos, como a donzela que ainda não cessei d'amar.
- Posterga a defunta! Diziam as amantes!
- Calem-te, vossos talantes nada significam meretrizes de amores não amadas, perdoai-me, o coração do poeta nada mais diz, pois de tão infame, 'inda que vive, exalta aquela que não mais poderás oscular!?
O ar frio incessante plasmava em minha fronte doente, rígida, sequiosa pela douda vontade d'um beiço beijar, As estrelas fúnebres cintilavam, não eram brilhos obtusos, eram infladas e que formavam uma tiara de cores que perscrutava a consternação do ébrio andante, solene co'uma divinal taciturnidade. A'mbrósia falaz diria um estarrecido boêmio. Aquele mesmo que sem luz entreve o defunto podre que nunca irá de ressuscitar?!
A rua tênebra na qual partia, musgos fétidos aos compridos corredores deserdados p'la iluminação tênue dos lampiões avelhentado co'o tempo, lírios, flores que formavam a mistura perfeita d'um velório no menos pouco bramante, as casas iam passando, as portas vedadas trazia-me uma satisfação soturna, as fachadas eram adiposas e de cores sombrias, ah que era tudo escuro e sem vida. Como eram belos os corredores azeviches, aqueles mesmos que as damas trazia para gozar de suas volúpias cândidas que me corria o coração no atrelar aureolo.
A disforme vida tornara tão medíocre e banal qu'eu jazia a expectação feliz. – Pra que da vida gozar? Se na morte vive a luz de minha aurora!
- Hoje, sete dias rematados sem minha virginal, ó tu, que fede na terra agregada e pútrida comida p'los vermes, tu que penetraste em meu coração como o gusano te definha, tu que com a palidez bela pragueja as aziagas crenças banais que funde em minha febre, tu que mesmo desmaiada em prantos a beleza infinda, tu que amei na vida e amarei na morte. Ó tu...
No boreal ouviam-se fragores d'um canto sanhoso, era uma voz bela e que tinha o tom lânguido de um silêncio sepulcral, bonançosa era a noute, alta, os ébrios junto as Messalinas de um gozo beneplácito, escura, os escárnios da mocidade eram como o fulcro de uma medra irrisória, e o asco purpurava uma modorra audaz;
A voz formidolosa masturbava minha mente em turbadas figuras nada venustas.
Assassinatos horríveis eram belos como um capro divinal que nunca existira, o funambulesco era perspicaz que aos meus olhos era uma comédia em dantesca, os ébrios junto às prostitutas que em báquicos meio a noute fria gritavam, zombavam na calmaria morta, as frontes belas eram defeituosas que fosforesciam no fanal quimérico. Cadáveres riam nas valas frias do cemitério donde foras esquecidos, os leprosos eram saudáveis, os bons saudáveis eram leprosos fedidos que suas partes caíam no chão imundo, as lágrimas inundavam as pálpebras de revéis em desgosto, a febre desmaiava os macilentos, pobres macilentos que desbotavam aos dias.
Era tão feio assim.
- Quem és? De que matéria tu és feito? Perguntei e os ecos repetiam.
O silêncio completava os suspiros de meu medo, a infâmia percorria a ossatura lassa que o porvir eriçava. Tão feio tão feio... – Quem és? Porque me tomas?
Riu-se na noute. Riu-se de uma risada túrbida que nas entranhas me cosia. – Não vês que o medo é o lascivo companheiro da morte? Não sentis que a tremura d'amplidão oscila o degredo da volúpia? Não ouves o troado que ulula por entre os caminhos perdidos da vida? Não crês que a derrocada és a fronte pálida do crente que escarra?
Quem és tu? Quem és? Repetia a estardalhaço.
Um momo representava como um truão, júbilo em tábido que vomitava uma suspeição incólume, do mesmo modo como espantadiço em vezes. O medonho ar que cobria as saliências da rua era fugaz, não era do algo aturdo que permanecia em risos na escuridão das sombras de escassa claridade da noute, parecia vim de longe, cheirava ruim a purulenta, como um cadáver tomado pela podridão do tempo.
A voz: – Sentes o olor que funde do leito da morte? Ei-lo, a fragrância de sua amada como és hoje, podre como a fé de um assassino salivante, oh que não é o cheiro de flores de um jardim pomposo, nem da inocência dos ramos de sua amada que não conseguiste purpurar em seu cortinado!? A voz espraiava uma fé feia, pavorosa como o cheiro lânguido em esquivo.
– Insânia! Insânia! Insânia! Gritava como um doudo ínvio.
A tom lamentoso da voz era horrível, mas... Era uma voz análoga e invariável. Nada poderia mudar o estranho desejo, ouvir a voz blasfemar palavras lindas dolentes.
- Ora, porque tu te pasmas? Quem és a figura a muladar o nome de minha donzela?
O vento cortava o esferal cerco da quelha, os dous faziam silêncio ouvindo a noute bela gemer lamúrias de quinhão. Era tão calmo, tão renhido...
- Moço, não vede os traços que figuram de minha fronte? Não vede que as palavras são como a tuberculose que nos extenua arrancando os gládios do peito? Não vede o amor que flameja e persevera perpetuando aos dias como a cólera. - Agora ouvi-me, senhor! Maldito dos malditos quem és? O que queres? – Sois o Diabo?
O gargalhar descortinava as concepções desconhecidas, era como o sulco dos velhos tomado p'la angústia das horas, do tempo, dos anos. Não era o Diabo, tampouco um ébrio perdido na escuridão da madrugada, nem menos um vagabundo escarnecido e molestado p'la vida das ruas.
A voz: - Quereria saber meu nome? Que importa? Já-vos o sabes quem sou, Pois? Não, não sou o Diabo, nem menos a nirvana que molemente viceja entre as doutrinas pregadas por idiotas vergastas. Não sou o bem nem o mal, nem 'alimária que finge ser um Arcangélico nos lasso dos dias. Não sou o beiço que almeja a messalina tocar-lhe os lábios adoçados de vinho. Oh que não sou ninguém somado por tudo que és. – Sabei–lo, pois?
- Agradeço-te. Disse-o!
Dir-te-ia as lamúrias seguintes, os ecos rompendo os suspiros meus, a lua sumira, o vento cessara, a voz que apalpadelava aos ouvidos descrido. Oh! tudo findou! Não sei se a noute seguiu bela e alta, lembro-me apenas de estar num lugar escuro, ermo, as paredes eram ebúrneas, a claridade não abundava o espaço tomado. O ar era desalento, um cheiro ruim subia-me as narinas;
- M'escureça os olhos, oh! Era um caixão ali.
Abri-o: Ah que era minha virgem bela, mas era uma defunta! Na pele amarelenta abria-se buracos que corria uma escuma nojenta, verde como o escarro de um enfermo; Os lábios que sonhei abotoar aos beijos meus era azul agora, os cabelos monocromáticos grudavam pelo líquido que corria pelo pescoço, as roupas lembravam um albornoz, branca como a tez inocente da juventude. Os olhos cerrados e túrbidos, tão sereno, a bicharia roendo-lhe a carne, fedia. As mimosas mãos entrelaçadas nos seios, feridas em exausto.
... Meus lábios em magreza os encontrou, frio como o inverno, gelado como a defunta açucena, a pele enrubescia aos meus toques, a escuma verde era viscosa e o prazer como o falerno, a cada beijo que pregava-lhe nos lábios, a cada toque na tez amarela, era tudo o amor, o belo amor pedido. A noute foi comprida, adormeci sobre o cadáver de minha amada, ao dia os corpos quentes abraçados, a adormeci em seu leito, dei-lhe o beijo, saí:
Coveiro: - És por acaso um tunante de defuntos? Perguntou-me.
- Não vês que o peito arde de amor como o fogo do inferno? E a esp'rança estertora como tu'alegria? Disse-o.
- Segues meu senhor!

Foto de Carmen Lúcia

O catador de pensamentos

Mal amanhecia o dia
Lá ia seu Rabuja,
Com ar de ranzinza,
trajado de cinza
com um saco na mão.
Passava sob as janelas
de todas as ruelas,
caçando ilusões.
Suprimir sofrimentos,
catar pensamentos
caídos no chão.
Havia de todos os tipos;
alegres,pesados,sofridos,
sombrios,leves,vazios,
em grande profusão.
Catava-os com muito carinho,
colocando-os um a um
dentro do saco,no chão.
E antes de cair a noite
voltava para casa,
com enorme satisfação.
Embora cansado,queria
fazer de seu sonho,realização.
E nas prateleiras da sala,
distribuía com gala,
pensamentos mil...
Dispostos em ordem alfabética,
Sem nada de rima ou métrica,
com gesto febril.
Na A,pensamentos de Amor,
Na B,de beleza interior,
Na C,compaixão,comunhão,
Na D,desapego,doação...
Os pensamentos doentes
eram todos separados,
pois,por ele eram tratados,
com zelo,cuidado e aparato.
E quando chegava a hora
era o momento de glória...
Num raro jardim secreto,
plantava todos pensamentos
já livres de sofrimentos.
Com um sorriso discreto
tratava-os com grande afeto.
Então vinha a Primavera
com seu poder de transformação;
cada pensamento virava
linda rosa em botão...
E de seu Rabuja,o jardim,
Era beleza sem fim...
Canto de passarinhos
que saíam de seus ninhos
Pra voar por entre as flores,
rosas de todas as cores.
E quando de lá partiam,
em seus biquinhos cabiam
as mudas que então espalhavam
em cada canto da cidade.
As rosas se multiplicavam,
os pensamentos se uniam
num misto de amor e felicidade...

Foto de JSL

Soneto de Amor (Marmelada)

.
.
.
.
Na hora de lanchar atraquei
Meti a mão no cesto (violação)
E duas tristes palavras tirei:
O ele e o ela que poisei no chão

Misturaram-se os dois
Um e outro davam nó
Para um pouco depois
Um e outro ser um só

E o amor misturado na areia
E movediço até à exaustão
negava o mito da razão

Estavas embrulhada numa teia
De lua cheia molhada
Óh minha marmelada

.............................................
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