Castigo

Foto de Gomes S

Doença?

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[Paciente]

Doutor, me ajude!
Ha muito tempo não como,
Estou fraco, que angústia,
Já perdi até o sono.

Meus prazeres mais intensos,
Não me trazem alegria,
Já chorei sem ter motivo,
Já perdi todo meu dia.

No meu peito sinto dores,
Sem contar a solidão,
Há momentos em que surto,
Acelera o coração.

Minha pele arde em chamas,
Suo frio a todo instante,
E o vazio que eu sinto?
Estou morrendo? Não me engane!

[Doutor]

Não se assuste meu amigo,
Essa dor não é castigo,
Agradeça todo dia,
Acredite no que digo.

Todo mundo sente isso,
É normal, sem excessão,
Os sintomas que apresenta,
Com certeza é amor,
Ou é fogo da paixão.

Foto de Nailde Barreto

"DA COR DO PECADO"

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Assim de branco me fascina;
com esse jeito angelical
oh, doce menina...

Assim de preto é o paraíso;
com esse seu sorriso
oh, doce castigo...

Assim de vermelho é tentação;
com esse jeito de vulcão
oh, doce tesão...

Assim, de qualquer cor, me chame;
me ame...me ame...me ame...
quero te fazer cansar, delirar...

E quando tu adormecer em meus braços
ficarei atento, apaixonado a espiá-la;
imaginando de que tantas outras cores e laços
ainda irei despí-la.

Nailde Barreto
02/12/10 às 22:45 hr

Foto de Fernando Poeta

Uma tarde Para Esquecer

Exponho tão fácil o que sinto,
Tão forte o que vejo,
Que torna-se resoluto o meu desejo,
De deixar fluir pelos poros meu sentimentos.

Desnudo minh'alma empírica,
Nesta tarde fria e cinza,
Entrego em palavras e versos,
Todo desespero de minha solidão.

Agora o que cerca-me são ambientes vazios,
Paredes nuas em tons ambíguos,
Sons fortes e torturantes,
Do mais obsceno silêncio.

O que resta além de tudo isto?
A tentativa vã de um sorriso?
Mesmo buscando encontrar motivos,
Com palavras apenas para meus ouvidos?

Pois assim vivo e me vejo,
Como louco falando comigo mesmo,
Distante da algazarra da vida,
Morrendo aos poucos, aos poucos ficando sem vida.

Tão severo castigo imposto,
À quem buscou errar tão pouco,
À quem quase acredita ainda,
Que um dia não haverá lágrimas vertidas.

Foto de Carmen Lúcia

Começar de novo

Saio da escuridão,
titubeio, piso em falso...
A luz ofusca a visão,
persisto no encalço
de ir de encontro à luz.

Esforço-me, cambaleio,
corpo pesado, passos cansados,
descompassados, sem precisão...
Recomeçar é preciso,
livrar-me do castigo
a que me condenei...
Livrar-me dos pecados
que me foram atirados
sem nem saber porquê...
Sem direito de me defender...
“Eu, pecadora, confesso...”
...a culpa que não cometi,
as dores que sofri,
as lágrimas que verti.

Agora volto e protesto...
Quero a absolvição!
Se amar demais é pecado
morro sem pedir perdão...
Pois amar foi o que mais fiz,
ainda que a pessoa errada,
mesmo sendo enganada...
Foi o amor que meu coração quis!

_Carmen Lúcia_

Foto de Wilson Numa

A minha mensagem

Se eu fechar os olhos não consigo escrever
Penso e não sei quais palavras escolher
Talvez por não ter nada para se dizer
Espero que possas entender

Pois tudo o que escrevo é para te esclarecer
O que a muito não te pude oferecer
Arrependo-me, e castigo-me por isso
Não posso voltar no tempo,
E então assim vou ficar

Mas vou abrir o meu coração
E oferecê-lo, não para quem der mais
Mas sim a quem me der o seu
Para que um dia eu saia ao mundo
E gritar que estou a amar

Foto de Paulo Gondim

Ópera torta

ÓPERA TORTA
Paulo Gondim
05/11/2010

Tentas esquecer-me, pois sabes ser preciso
Mas apenas tentas, nada mais do que isso
Nem o sol de um novo dia, nem a lua
O sereno da noite, a luz fosca da rua
Te servem de amparo, de lenitivo
Pois meu amor permanece, em ti, vivo

Assim sou eu, que também não te esqueço
E por assim ser, mais do que tu, padeço
Minhas noites são trevas, as manhãs frias
Orbitam em mim lembranças sem fantasias
Sou um espelho velho a refletir tua imagem
Um trem errante, que não sabe o fim dessa viagem

Somos o resumo dessa ópera torta
Representamos cenas de natureza morta
Dois zumbis, fantasmas na escuridão
Amargando o desprezo, a falta de perdão
Implorando o fim desse vil castigo
No abraço frio e derradeiro de um jazigo

Foto de Diario de uma bruxa

Passarinho...

Passarinho...
Todo prosa em seu ninho
Canta o dia inteirinho
Cuida dos seus filhotinhos
E voa sem conhecimento do perigo

Passarinho...
Foi pego... Que castigo
Agora preso sem poder voltar ao seu ninho
E agora! Seus filhotinhos
Quem cuidará dos coitadinhos

Passarinho...
Choraminga de tristeza
Canta de solidão
Luta contra a cadeia
Debate-se, se machuca
Não tem como escapar
Preso na gaiola
Não poderá mais voar

Poema as Bruxas

Foto de Oliveira Santos

Perdoa

Cada dia é uma saudade diferente
Todas suas, como sabe, simplesmente
Como posso negar o meu amor?

Em qualquer lugar eu lembro o tempo inteiro
Nossa! Chego até a sentir seu cheiro
Como posso negar o meu amor?

Sei que às vezes faço umas bobagens
Então eu vejo que não existe vantagem
E me arrependo e sinto muita dor
Para quê brigar com tantas coisa boas
Queria ouvir você dizer que me perdoa
Não quero nem pensar se você for

Você me disse que eu sou grosso e até arrogante
Eu reconheço que tenho meus instantes
Mas não esqueça que sou gente, meu amor

Ainda me lembro do que ontem dizia
Aquele cartão do dia em que eu nascia
Sei que você também lembra, meu amor

Nesses dias ando tão triste comigo
Até entendo que mereça algum castigo
Mas não me faça mais sentir toda esta dor
Por você posso me tornar melhor pessoa
Será que vou lhe ouvir dizer que me perdoa?
Não quero nem pensar se você for

27/01/02

Foto de Osmar Fernandes

Não sei se ela é meu começo ou o meu fim

Essa menina é meu veneno.
Usa um shortinho bem coladinho...
Suas curvas perfeitas me deixam tenso.
Sonho tocando-a com o meu carinho.

Essa garota sabe que é gostosa.
Já percebeu meus olhares maliciosos.
Ela gosta e fica cada vez mais fogosa.
Seu corpo, sua boca, sua voz, são desejosos.

Os meus pensamentos voam num sonho erótico.
Toda noite ela me perturba com seu jeito moleca.
Ela me deixa de um jeito caótico.

Parece um castigo, ela sempre me aparece assim.
Parece um pretexto, estou ficando careca...
Não sei se ela é meu começo ou o meu fim.

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

MARCAS

MARCAS
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Como separar o presente do passado
Como explicar o amor que jurei que duraria
Como emendar um vaso quebrado
Se todos os caquinhos se espalharam na ventania

Quais sao suas lembrancas? Quais sao as minhas?
Quais sao as dores que carrego comigo?
Se nossas almas estao entrelacadas como as vinhas
Como se fossem as marcas de nosso castigo

Por onde comecar a dividir se ha amores
Sim, ha amores que se recusam a despedir
E empacam na batida do coracao

E ficam la dentro como constantes dores
Assim como dores que nos fazem sentir
As eternas amarguras de uma desilusao

© 2010 Islo Nantes Music

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