Canto

Foto de LordRocha®

Mãe

Pelo cordão da vida me alimentaste;
No teu ventre me transformei;
Nas tuas entranhas te senti;

Na ternura da sua voz te conheci;
No descobrir da vida ouvi sua dor;
A primeira sensação foi do teu beijo;

No teu seio encontrei a seiva da vida;
No teu colo senti-me aquecido;
Nos teus braços senti-me protegido;

Na sua voz a sussurrar um canto adormeci;
Embalado nos teus carinhos sonhei;
Sob seu olhar protetor me despertei;

Na tua repreensão aprendi;
No teu conselho acertei;
Na tua história descobri a minha;

Você está em mim e eu em ti;
Sou teu e você é minha;
Minha mãe, seu filho.

Foto de angela lugo

Recordando

Noite clara enluarada
Céu límpido como diamante
Traz recordação emocionada
Ecos de uma vida brilhante

Que agora jaz adormecido
Em covas rasas céu aberto
Diante do olhar estarrecido
De dia passado e encoberto

Escondendo verdades no peito
Recordando horas de encanto
No coração guarda lembrança

No pensamento muito respeito
Na alma resta mesmo o canto
Saudade diante dos olhos dança

Foto de TrabisDeMentia

Onze da noite

Onze da noite. Soava a campainha. “Aposto que ele estava à espera que a hora chegasse” pensei enquanto me dirigia à porta atando meu robe. Ajeitei os cabelos ainda húmidos e espreitei pelo orifício enquanto levava uma mão à maçaneta. Do lado de fora aguardava um indivíduo cabisbaixo. Não era ninguém que eu não esperasse! Corri o trinco e cumprimentei-o com um sorriso! “Entre”, Ordenei em tom de pedido e estendendo a minha mão à sala de estar. “Sente-se ali por favor, no sofá”. Não era um jovem bonito, mas era contudo interessante. Musculado o suficiente para me despertar a curiosidade e abastado de masculinidade se bem me quis parecer. Fiquei observando-o caminhar enquanto fechava lentamente a porta. “Sim, sem dúvida o que eu estou precisando”. Dei duas voltas à chave como sempre faço quando tenho visitas. Se por um lado transmite segurança a quem vem por bem, por outro lado transmite desconfiança a quem vem por mal. E eu gosto sempre de saber em que terreno estou pisando antes de partir para a caça. Aproximei-me do jovem contornando o sofá pela esquerda e me debruçando sobre as costas deste. “E vai querer beber alguma coisa?” Ele se virou e num instante desviou seus olhos para o meu robe propositadamente entreaberto. Antes que ele se engasgasse ao me responder eu continuei - “Não tenho nada com álcool, mas tenho sumo, água...Tenho chá preto fresco, quer?”
“Pode ser chá então se não se importar” disse ele retomando a posição. Atravessei a sala lentamente em direcção à cozinha. Pelo ruído quis-me parecer que ele estava se ajeitando por entre as calças. E concerteza que estava me observando. Assim é que eu gosto, de deixar meus convidados bem esfomeados antes da refeição! De mostrar à presa quem é o predador!

Não demorei mais que dois minutos. O jovem estava debruçado sobre a mesa de vidro com um ar de expectativa. “Espero que não se importe, preparei para si também!”. Não pude evitar o meu ar de surpresa. Afinal não é todos os dias que me deparo com um espectáculo destes! “Não! De jeito nenhum! Hoje vamo-nos divertir imenso!” - disse eu enquanto me ajoelhava e descortinava o porquê dos ruídos! Com um cartão de crédito ele ajeitava o risco de pó branco na minha direcção. Me estendeu uma nota de vinte enrolada sobre si mesma e me convidou. “Não! Você primeiro” retorqui lhe devolvendo a mão! Não se fez rogado! E na mesma sofreguidão que inspirou o pó se recostou no sofá! “Agora eu!”. Levei a nota á narina e limpei o que restava na mesa! Ele olhava para mim com um rasgo ofegante nos lábios e eu... Que saudades que eu tinha disto! Me sentia como que... Viva! Do meu coração partia uma sensação que se espalhava até ao formigueiro na ponta dos dedos! Fitava o jovem com meus dentes serrados, lábios entreabertos, olhar de desejo! Gatinhei até ele e me encaixei entre as suas pernas! “Era assim que me querias?” - falei sem esperar resposta. Puxei a sua camisa branca para fora das jeans e comecei pelo botão de baixo, escalando em direcção ao seu peito, ao seu pescoço. Ele me pegou nos cabelos e deixou que eu levasse minha língua até os seus lábios. Trepei para cima dele, e deixei que ele me desatasse. Sentia ele pulsando sob mim, pulsando a um ritmo louco. Como que implorando pelo meu toque ele se esfregava. Mas é assim que eu gosto, é assim que eu gosto! “Vem cá” disse eu lhe mostrando o caminho com a minha mão! “Vê como eu estou!” - O jovem não cabia em si com tanta loucura, tanto tesão. Tomou meus seios como se fossem dele e se vingou. Queria que eu devolvesse a ele o prazer que ele me estava a dar. “Mas eu devolvo, eu devolvo” -pensei. “Tira as calças” -mandei. Ele num ápice as chegou aos joelhos. Mostrava-se abastado, como eu já esperava pela firmeza das investidas. O tomei em minha mão e me apressei em aconchegá-lo em mim! A sua falta de ar estava, a cada batida, mais apercebida. Ele me olhava boquiaberto com ar de deslumbramento. Eu retorquia com movimentos mansos... Sob as minhas mãos palpitava um coração descontrolado. Cravei as unhas e demarquei meu espaço na sua boca. Sua língua me procurava numa ânsia louca. Demasiado louca para se conter num só lugar. Demasiado grande para caber num só sofá. Agarrou em mim e sem se permitir afastar me jogou no chão. Cruzei minhas pernas sobre as suas costas enquanto ele me ganhava centímetro a centímetro, enquanto palmo a palmo me arrastava pela sala. “Quero mais que isso, muito mais que isso” - eu avisava, mas ele já nem me ouvia de tão surdo que estava. Todo o seu ser se resumia num único ponto e com um único objectivo: me vencer no prazer. Encurralou-me num canto... Uma mão sob mim, outra na parede. Nada poderia ser mais perfeito. “Queres saber o que é prazer?" - Ameacei. Seus movimentos cada vez mais frenéticos eram já de um comboio descarrilado. “Queres?” - E no momento em que ele se enterrou em mim, eu me enterrei nele. Cruzei forte as minhas pernas e não lhe permiti nem mais um movimento.
Sob os meus lábios o quente sabor do prazer. Sob os meus lábios, em cada vez que ele compulsava, o doce sabor do sangue, impregnado de toxinas, me levava ao êxtase. Como leoa esperei pela morte incrédula da caça. Ali naquele canto, me satisfiz!

Foto de Nana ´De Má

Sem motivos.

Muito tempo se passou muito tempo eu levei, procurei por todo canto e nada encontrei, mas não sabia, nem sequer sabia o que estava procurando, nisso a busca se tornou mais difícil, mas sabia que não tinha encontrado, andei muito até então, fiz muitas coisas das quais não me orgulho, e em um dia sem querer por assim dizer, quase tropecei em você, e desde então venho descobrindo coisas lindas, e nessas descobertas finalmente entendi o que tanto procurava, era você e gosto de acreditar que também procurava por mim, estamos juntos em um continuo aprendizado de algo novo pelo menos para mim, o amor, esse abre tantas cobranças, e trás tantas felicidades e vontades sem porquês, erramos mais e cada vez mais todos os dias, mas aprendemos nos machucamos sem querer sem intenção, tudo de ruim que vêm de alguém que se ama é absolutamente perdoável e compreensível, dá sempre uma dor de cabeça, horas e horas se cuidando, não é fácil e é exatamente por isso que muitos desistem, mas não nós, acreditamos, por mais burradas que façamos, sempre acreditamos no melhor do outro, e se o perdão é pra ser usado, que seja usado com pelo amor, posso exigir muito, nem sei se faço isso, posso esperar demais, isso sim eu faço, mas nutro sempre a esperança de que fará o melhor, mesmo tendo a certeza de que você não sabe como, e muitas vezes se atrapalha na intenção e acaba sendo muito tardio, em atos, em passos, em reações, e sem querer chicoteia meu coração, nesse tempo, eu explodo, e fico totalmente sem chão, tento me animar e seguir com o coração, mas tem hora que não dá, eu choro calada de cá, não dá pra segurar, pois assim é o sofrer do amante, e choro e você ignora meu choro, porque engulo minhas lastimas, mas aos poucos explodo, e aí, acha paciência, me recupero logo, e tento voltar, mas me esqueço sempre, que pra te fazer entender primeiro no chão eu preciso te jogar, me esqueço também que é lerdo ao se levantar, e mesmo lhe dando a mão você demora a aceitar, mas tento, eu tento, até novamente vir me irritar, não me irrito fácil não, mas no amor tudo é tão delicado, cada palavra, cada dizer, cada tom, quantos cuidados se deve ter, mas mesmo assim esta sempre aqui, mesmo sendo retardatário, sabe que tem que ficar, pois de gatinha a onça eu posso passar, e tranqüilo e coerente fica a me acalmar, até os papeis se inverterem e domadora eu me tornar.

Foto de Nana ´De Má

Um grito.

Cante uma vontade, grite um desejo.
Peça ao infortúnio um pouco de sossego,
Grita para todo o tamanho do desespero
Que é amar sem provar,
Sentir sem tocar,
Falar sem ouvir.

Mas olhes os dias e todo esse tempo,
São horas, são dias, semanas e meses,
Algo está acontecendo,
Bom ou ruim?
Será que mereço?
Ai de mim que sofre assim.

Peço e canto a todas as manhãs,
Sempre sopro ao vento um desejo,
E a voz do lírio continua a entoar.
Pensas,
Sempre vou escutar.
Em meus mais lindos sonhos você vai estar.

Hei de gritar-te sempre pra vires a mim.
Em nossas conversas com cheiro de lírios, se fundem promessas, e cantos em desalinho,
Nem ligo muito só sinto, deixo correr, mas planejo bem os detalhes de nosso sonho,
Quero gritar, quero chorar, mas não quero e nem ouso me entregar, nego-me sempre.
Sou forte, sei o caminho, tenho a direção, e muito mais,
Por isso canto a vontade e grito o desejo.

Ai de mim que já não tenho mais sossego,
Penso em ti dia e noite, noite e dia,
E nesses devaneios planos são feitos,
Para um futuro lindo, cheio de aconchego,
Quero provar, quero sentir, quero tocar todo o seu ser.
E um dia poder gritar, e agradecer as graças por te ter assim, tão estrela pra mim.

Foto de cathy correia

Mãos

Mãos que se tocam
Bocas que se beijam
Corpos que se agitam
Corações que batem apressados,
Enamorados!
Suspiros que se dão
Carícias que se cruzam
Olhares que se prometem,
Palavras que sonham,
Caminhos inexplorados!
Em qualquer canto,
Recanto
Em qualquer leito
De qualquer jeito...
Amores que se partilham
Numa troca sem pressas
Ardente,
Premente,
Dois corpos... um só desejo!

Foto de yurirbraz

Pobre poeta louco

Pobre poeta louco

Yuri Rodrigues

Cálice maldito da minha alma

Que se enche com o vinho da morte

Embriaga-me e me faz louco

Um pobre poeta apaixonado

Que se deixa levar pelas coisas do coração.

Sentado em um canto de trevas

Escrevo meus versos malditos

Coloco no papel toda a minha insanidade.

Até mesmo a linda donzela

Que se perdeu no escuro do meu coração

Já se foi por medo da demência

Medo de um poeta apaixonado

Medo de um poeta amaldiçoado.

O cálice está vazio,

Aquele vinho que me embriaga

Torna-me um pouco mais sensato

Deixo então os prazeres da poesia

E me envolvo nos prazeres da bebida.

O mesmo amor que me consumiu

E me tornou este poeta louco

Enterra-me em um buraco à luz da lua.

Ainda sou poeta, mas poeta defunto,

Apodrecendo pelo amor que não tive

Enterrado sozinho com a minha loucura.

Ao lado do túmulo, um lírio

Que se deixa encher de orvalho

Enquanto minha boca se enche de vermes.

Um pobre poeta louco,

Que morreu na esperança de ser amado.

Foto de Stacarca

Aleluia

'Inda que cantai o canto,
O Cântico cantado em anos
Porvir, a cantiga em tanto
Candes, cantemos os danos.

Canção d'esp'rança escusa
D'espúria cantante assaz,
Ó cauta plangente, a fusa
Trila! Crê-na doutrina falaz.

'inda que cante o desvario
Da cantiga em canície dia,
És doudice da canção brio
Que cantamos, ante sofria.

Cante! Cantemos: ao crente,
Cantado p'lo vulgo antro
Miserável, cândido doente!
Cante, inda assim és canto!

Foto de Mariii

Desejos

Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Foto de cathy correia

Mulheres

Essas mulheres
Que lutam, batalham...
Trazem nos olhos
Amanhãs de esperança.
Em cada lágrima
Trazem um sorriso,
Um amor,
Um afecto,
Um canto predilecto.
Fazem da vida
Uma festa colorida
Têm nas mãos estendidas
Sonhos vestidos de futuro.
Plantam flores de amor
Em muros de indiferença
Onde antes só cabia a dor!

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