Calma

Foto de Darsham

Sou onde não existo...

Procuro por mim
Remexo papéis, letras e tinta
Acordo na vida para ver onde ando
Olho pra dentro e procuro uma voz
Que me responda
Que me faça perceber
Como devo viver?
Só as letras me entendem
Quando os corações não o fazem
Só as letras me mostram o dia
Quando a noite teima em ficar
Só as letras me dão paz
Enquanto o mundo insiste em lutar
Só as letras me trazem a solidão
Aquela em que estando sozinha
Estou mais acompanhada que com os demais
Pois é nesta calma, doce e solitária solidão
Que me encontro, me descubro
E sou!!!

Só as letras me trazem o mais belo perfume
Só as letras fazem ecoar o mais belo cântico
Só as letras me transportam a alma
Até um lugar que é tudo e nada
É a luz de mãos dadas com o escuro
É a tristeza abraçada à felicidade…
É a coragem presa pelo desespero
É a dor impressa na alma gritando e calando a esperança
É a compreensão incompreendida
É o som que se abafa pelos uivos do silêncio desconcertante
É o auto encontro desencontrado
É a vida e a morte
E o intermédio
É o que somos, fomos e seremos
É o amor que nos atraca o coração
Que também quebra as cordas e nos leva para longe
É a loucura e a sensatez
O riso e a lágrima
O frio e o calor

(...)

Permaneço assim
Ilusão que respira
Sendo onde não existo
E existindo onde não sou…

Foto de Paulo Gondim

Perda

PERDA
Paulo Gondim
07/10/2008

Eu sei que você se desiludiu comigo
Dei motivos e te magoei muito.

Vi suas lágrimas caírem, ouvi seu soluço
Esquecida num canto da sala
Como se fosse um animalzinho ferido

Vi seu olhar perdido, numa direção incerta
Vi sua mão estendida, pedindo ajuda
E não fui capaz de me comover
Toda minha frieza foi brutal
E saí sem querer te ver

Mas o tempo passou e me trouxe a culpa
Como ferida aberta em chaga viva
Que me queima o peito e dilacera a alma
Na saudade que agora me acompanha
Que me tortura e me faz perder a calma

E busco nos meus sonhos tua imagem doce
Tua presença amiga, tuas mãos macias
Que me enchiam de carinho e de afeto
Quando te tinha por perto
Sem nada cobrar
Sem nada exigir

Só agora me dou conta da perda
Dos anos passados fora de ti
Dos beijos que não te dei
Do afeto que te neguei

Por isso, tens razão. Nosso caso teve fim.
Reconheço a culpa e me dou em penitência
Purgo minha dor, aceito minha cruz
No calvário que me traz a tua ausência

Foto de pttuii

Monta-me

As letras eram bem desenhadas. Perfeitas de mais.
Um preto afirmador parecia realçar cada curva.
Sete letras, e um tracinho pelo meio, escritos ao fundo de umas costas que brilhavam ao sol do meio da tarde.
Monta-me
Assim se lia semelhante palavra. Chegou à terra a dona da referida incrustação, na única carreira rodoviária de que o povo dispunha. Nada tinha de cavalo, embora uns traços de mula até que assentavam bem no todo que galgou os dois degraus da coxia da viatura.
Ventava um pouco, coisa que até veio por bem em dia de semelhante calma. E a mulher a mostrar o umbigo. Na praça central, junto ao coreto onde o autocarro normalmente pára, estava sentado o homem mais velho da povoação. E o
Monta-me......,
saltou logo à vista.
Pouco instruído, Ti Gama de sua graça dominava as letras o suficiente para perceber coisas pouco habituais. E se aquilo era pouco habitual. Saltava à vista um pedacinho de tecido curto, pouco abaixo do peito da fêmea. Quarenta graus, e dois bicos tesos como as tetas de uma vaca a pedir ordenha.Chegou armada com uma mochila dos estrangeiros. Aquelas coisas enormes, que quase só se vêem na televisão às costas do ‘cámonis’ de pêlo louro. A bagagem era maior que aquela meia leca. Ti Gama não conseguiu ver os olhos à pequena. Mas o sol.
O raio do reflexo que aquilo fazia no fundo das costas da moça.A bengala do velhote cravou-se na poeira do alcatrão, o homem levantou-se....e andou. As botas cardadas pesavam em dia de torreira, mas Ti Gama não descravava os olhos do preto daquela coisa. A jovem entrou na cabine da Rodoviária da terra. Pareceu ter ido comprar o bilhete de regresso.A cena, em poucos segundos, transferiu-se para um tascozito rafeiro. Coisa sem classe, mas que ia aguentando por ser o único na aldeia.
- Indicava-me o WC?
Voz maviosa tem a rapariga. Ti Gama estava hipnotizado. Sentou-se ao balcão e esperou. Tirou do bolso das cerolas um estojo dourado. Lá dentro meia onça de tabaco. Uns restozitos assentaram nos dedos do velhote, e foram cair em cima da mortalha. Enrolou o cigarrito, e antes de o acender já a jovem tinha voltado.
- Uma cerveja sem álcool, por favor.
O dono do tasco, cujo nome não vem ao caso, disse que não tinha. Só ‘mines’. A rapariga pediu uma cola. Ti Gama esperou que o gargalo se encostasse aos lábios da cliente, e disparou, ....sem pudores.
- A jovem desculpe, mas é alguma égua?
Resumindo uma longa história, em poucas palavras, quem sofreu foi a bochecha direita do idoso. A menina saiu à pressa, Ti Gama deixou cair o cigarrito, e o dono do tasco brindou-o com um:
- Você não tem mulher em casa?
Ti Gama nem respondeu. A bengala cravada no soalho, as botas cardadas a arrastar, e uma dúvida a assombrar-lhe a moleira debaixo da boina...Terá Deus criado mulheres cavalos?

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

UMA MULHER

UMA MULHER
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Eu quero uma mulher
Que venha de qualquer lugar
Que seja verdadeira
Pode ser santa, pode ser barraqueira
Pode ser brava, pode ser calma
Mas que saiba alegrar minha alma
E queira amar

Eu quero uma mulher
Que mostre que saiba dancar
Que goste de gafieira, pagode e forrozao
Pode pisar nos meus pes ou abri o salao
Pode ser linda e so pode ser linda
E que sonhe ainda e que sonhe ainda
E queira amar

Eu quero uma mulher
Que saiba sempre se cuidar
E nao so na casa
Mas sempre mantenha a graca
Que toda mulher tem no olhar
Na hora de amar e se entregar
E na hora de beijar.

Eu quero uma mulher
Mas que nao seja uma que todo mundo sonha
A mulher linda e perfeita
Eu quero uma mulher
Com defeitos e qualidade que faz a exata soma
E que seja a mulher, mas a minha eleita

© 2008 Islo Nantes Music/Globrazil(ASCAP)
Globrazil@verizon.net or Globrazil@hotmail.com
http://www.yesportes.com/

Foto de sidcleyjr

Realmente

Realmente surge de atitude precipitada
Do escuro na calada
Do ansiar dos namorados,
Preocupando as estrelas que assisti o desespero vermelho.
A D’alva que não habita a tal constelação
Dilatou-se no brilho de meus olhos
Lembranças coexistiram
Na aquarela dos ventos de verão
Comunhão de traços molhados
Rasga com arrepios os carinhos abstratos
Sensatos
A repugnante loura da paixão.
Realmente acaba o horário de verão
O silêncio da paixão
Talvez o principio do amor
Sobrepuja incertezas
Habilita a beleza e a paz no interior.
Toma regras acabando com o civil dentre os olhos
A carne é essência
O ser é o sentimento
Realmente agudeza da paixão
Silêncio do amor é ilustre quanto o brilho
Nítida calma do balançar das folhas felizes
Felizes por senti o vento
O vento que ninguém ver.

'Macro

Foto de sidcleyjr

Estou feliz

Aquele sorriso
O reconhecimento padrão
Suposta admiração
Aprendi um sisudo momento que palpita o centro
Que anseia o tempo
E desleixa a felicidade.
Parabéns pela emboscada
Pescaria farta de dons cravados nos estilos
De líricos
Abstratos
Artes a ambos os lados
O céu sobre pensamentos ser humano
O amor
Olhos ao esplendor de lúcidas mulheres
Pintando aquarela do brilho aos olhos do poeta
Quanta paz
Tanta dedicação
Compreensão,
Alma em frases despistando obstáculos
Carimba no peito a satisfação.
Curtos momentos
O vento cheirou levemente,
Fonte do amadurecimento de folhas típicas da época
Honra e agradecimentos
Calma que agora fala o silêncio.

'Macro ®

Foto de fernando gromiko

TERRA e SOL

Odeio seu olhar que vai à alma
Adoro seu sorriso reluzente
Ambos tiram minha calma
Ambos me deixam descontente

Minhas frustrações seguem constantes
Dois corpos bem presentes
Duas almas tão distantes
O que sinto, tu, não sentes

Sabes que és minha felicidade
Seu coração de pedra meu amor não alcança
Deixe-me de lado sofrerei com a saudade
Porém ficarei louco com a esperança

Posso ver que és feliz
Adoro te ver sorrir
Porém quero ser feliz
Perdoe-me por partir

Na distância não te vejo
Seu sorriso não brilha pra mim...
Quero anular o meu desejo
E também meu triste fim
(autoria: Enzo Bicalho, Cosmissismo

Foto de Paulo Gondim

Primeira imagem

PRIMEIRA IMAGEM
Paulo Gondim
21/09/2008

Na meiguice de tua foto
Vi o teu sorriso escondido
Tímido, suave, meio perdido
Porém, misterioso
Como se não sorrisse
Como se não existisse

Na leveza de teu sorriso
Vi tua alma, quieta, calada
Assim, “como não quer nada”
Também misteriosa
Como se não falasse,
Como se só me escutasse

No brilho calmo de teus olhos
Vi a calma dos inocentes
Como crianças contentes
Com o primeiro brinquedo
E assim me fiz encantado
E assim me fiz enamorado

Foto de Graciele Gessner

Curvas em Chamas. (dueto)

Deleito-me em suas curvas,
Elas que me deixam em chamas.
Abraçando-me em seus encantos
Nestes avassaladores momentos...

Flama-me em suas labaredas;
Curvas deliciosas e perigosas,
Nelas estão escondidos seus dotes
Num deliciar de suas graciosidades.

Suas curvas que me levam a cometer loucuras,
Aventuro-me sem medo do que me espera.
Uma preciosa mulher em chamas de amor.
Suas particularidades fazem cair em tentação.
Pura atração... Fatal! Uma alucinação!

É preciso calma e cuidado,
A primeira curvatura é misteriosa.
Acentuada, quase fechada,
Acerada deixa-me acuado.

Não me intimido, coloco-me numa arriscada.
Cobiço-a conhecer os seus valiosos segredos,
Seus mistérios de mulher que incendeiam;
Essas brasas incontroláveis precisam ser apagadas.

E neste percurso desconhecido
Imagino o seu corpo para acariciar...
Meu coração fica exaltado de tanto imaginar.
Perco-me em meus pensamentos de tanto pulsar.

Não tenho medo de me perder
Estarei nos braços do meu bem-querer.
Este é o verdadeiro sincronismo de amar!

Sonho acordado... Estou maravilhado!
Inquieto em suas curvidades, desejo ser atropelado
Com seus beijos intensos e seus carinhos de amor.
Ambicionando ansiosamente o seu corpo esbelto,
Envolvendo-me com suas carícias, suas delícias...
Ah, que gostosas malícias!

Suas curvas são brasas acesas...
Sem noção, estou em puro perigo e fascinação!
Com seu lindo sorriso ponho-me a tentar.
Ah, como cobiço toda minha, amar!

05.07.2008
Dueto: Graciele Gessner & Poeta Raio de Sol*.

*Se copiar, favor divulgar os devidos créditos. Obrigada!

Foto de sidcleyjr

"

"Antes do sentimento atuar no ponto extremo; A quebra do escuro prologarar o brilho e a calma pelo entendimento."

'Macro

Páginas

Subscrever Calma

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma