Noite dentro sentado na varanda...
O Jazz toca de mansinho, baixinho
Uma brisa corre suave distribuindo caricia no meu corpo
A lua espalha a sua luz branda
Penso em ti e no que estarás fazendo
Provávelmente navegas na net...
Numa teia deslizando à procura do poema que te mandei
Daquele poema que fiz para ti.
Imagino-te leres e sorrires com a cabeça de lado
Os teus olhos matreiros fecham
E soltas um suspiro sem cuidado
Olhas para os lados e os teus olhos nada acham.
É uma noite calma, repleta de silêncio nostálgico
E o Jazz toca baixinho, de mansinho...
A brisa sopra amena e lembra-me o teu toque
A lua projecta uma luz branda...
Imagino o teu corpo nu... sob sua luz projectado
Arrepia-se-me o corpo todo e tremo de prazer
O suspiro sai do fundo da minha alma, carregado de carência
Levanto os olhos e confronto o céu...
Olho para a lua, e dela não obtenho resposta às minhas preces
Das estrelas vem um brilho tosco e senil
As núvens, pálidas e anémicas, passeiam indiferentes
Um vazio grande e opressor sufoca o meu coração.
Preciso de ti como terra que precisa de chuva
Desejo-te por seres o fruto proibido
Adoro-te por todos os dias seres uma alma nova
Amo-te como a borboleta ama a flor, por seres tudo o que desejo.
Samory de Castro Fernandes