Blog de samorito

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Pérola Negra

Ao mergulhar no oceano profundo

Uma pérola encontrei

No seu contorno prateado

A minha face vislumbrei.

Ao recolhe-la na minha mão

Um mar de sensações me invadiu

E forte enegia penetrou no meu coração

Como manteiga que nem faca sentiu.

Era uma pérola negra,

A pérola de Cristo.

Era uma pérola negra

E mesmo assim, brilhava no escuro.

Quis possuí-la para mim

Mas vi que uma distância nos separava

Não podia tê-la só para mim

Pois a todos pertencia, mas também era minha.

Era a pérola de Cristo

A sua pérola negra

O brilho que a todos deslumbra

Mas que mesmo assim, nos enche de sentimento.

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Amar à luz da vela

Sorvo as tuas doces palavras

Naquela adega onde brindamos

na luz da vela a sombra das nossas taças

no desejo, o olhar cúmplice que trocamos.

Turvam-se as mentes no aroma inebriante do vinho

imagino roçarem-se os corpos e as peles suadas

fugirem soltas as gargalhadas descaradas

os corpos belos e desnudos no calor daquele moínho

naquela noite em que eras desejo e eu paixão

no calor em que nos amamos sem parar

deixas-te em fogo o meu coração

e partiste de taça e sapatos na mão, para mais não voltar

Samory de Castro Fernandes

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Desejo no Bazar do Oriente

Sons e odores adocicados no ambiente

No ar a palavra solta dos pregadores

Envolta na fumaça do teu riso contente

Sob o olhar nostálgico dos vendedores

Tua mão transpirada na minha

a alegria estampada no teu rosto de menina

caminhas com leveza e flutuação

os teus olhos, vivos e atentos, traem a tua paixão

sacos empilhados de canela,

tabuleiros alinhados de açafrão,

frascos, recipientes de pimenta,

um ambiente que nos enche de emoção

Observo-te enquanto fumo tranquilamente o narguilé

a taça de café parece ganhar vida na tua mão

enquanto observas os movimentos de Talibé

o pequeno bebé de Iussuf, o anão

Poiso a minha mão na tua com doçura

e retribuis-me um olhar de ternura

olhamos bem dentro dos olhos um do outro

sorrimos e não é preciso articular palavra ou gesto

A chama do desejo patente nos nossos gestos

visível o líbido nos nossos olhos

Amo-te e quero-te ter, alí, nesse momento

Amamo-nos e é nosso o desejo.

Samory de Castro Fernandes

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Primavera

Com o seu brilho maravilhoso ela chegou

As plantas de cores vivas se pintaram

O rio de água cristalina se encheu

Os animais aos seus lugares voltaram

Ela chegou e de vida encheu o vale

De um manto verde cobriu o solo

onde o esquilo traquina colhe a bolota

e a vaca teimosa rumina pacientemente.

Com ela trouxe os ruxinois e os pardais,

que de cantos enchem a fesca manhã

as gazelas, a cabra do mato e os chacais

que aos saltos sacodem as cãimbras da manhã.

O leão observa os bufalos e as zebras,

Tranquilamente descansa o leopardo

os lobos atentos guardam as ninhadas

Sob o olhar inquieto e melindroso do bufalo

O sol radiante estende o seu manto morno

As plantas espreguiçam laguidez e prazer

empurradas pela ténue brisa sem contorno

e nenhum, nem ninguém com nada se preocupa sequer

Ela chegou e trouxe a alegria

a esperança bordada no seu verde manto

ela chegou, ela é a primavera

e com ela carrega todo o seu encanto.

Samory de Castro Fernandes

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Lua

Lua nova, lua minha

Lua que há muito não alumiava assim

Lua minha, lua nossa

Lua grande da cor do jasmim

Nossa companheira da noite

Tu que todos os segredos conheces

Que em noites escuras me guiaste

Por caminhos bons e agrestes

Lua nova, lua cheia

Nossa lua, lua linda

Lua das nossas noites de namoro

Nossa lua, nosso tesouro

Samory de Castro Fernandes

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O teu vestido vermelho II

No jantar falaste-me dos teus medos e desconfianças

Expus-te o meu desejo e o meu sentimento

Respondeste com preocupações e cautelas

Tranquilizei-te com palavras de apaziguamento

Ficas-te mais tranquila e descontraíste-te

E fizeste-me um chá de especiarias orientais

Enlacei forte a tua cintura com os braços e beijei-te

Libertaste-te de mim, olhaste-me e não foi preciso mais...

Mal entrei no quarto reconheci...

O teu, aquele vestido vermelho!

Acendeu-se em mim a chama do desejo

E, sem pensar em mais nada avancei para ti

Vi-me, de repente, com o vestido no meu punho fechado

A alfazema cheiravam os teus cabelos

De éleo de amêndoas estava polido o teu corpo

Entrei bem dentro de ti e despejei os meus sentimentos

Os teus gemidos foram melodia para os meus ouvidos

As tuas carícias, o meu corpo estremeceram

A tua língua com sabor a frutos tropicais secos

A que se misturou, o perfume de alfazema que exalava dos teus cabelos

E a noite tornou-se num dia claro e límpido

Enquanto de cima, no nosso voo, contemplávamos a paisagem

Nesse momento só existiamos nós no mundo

Nessa noite nós estavamos em viagem.

Samory de Castro Fernandes

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O teu vestido vermelho

Na primeira noite que te vi vestida assim

Nessa noite tropical quente

O teu vestido vermelho despontando ao longe

Baloiçando ao vento o seu laço de cetim

O tecido leve e macio moldando o teu corpo

A auréula dos teus seios no pano roçando de leve

Tuas pernas cinzeladas marcando passos firmes e delicados

Ritmos sensuais desenhavam as tuas ancas

Desejei possuir-te com todo o fulgor de uma cavalo de batalha

Sonhei nadar no teu corpo e nele me afogar

Quis te dizer isso mas não consegui articular palavra

Meus olhos percorriam o teu corpo todo sem conseguir parar

Pensei poder iludir a vigilância e falhei

Julguei poder chamar a tua atenção com os olhos mas ignoraste

Quando te vi partir agustiei-me e quase gritei

Nesse momento pedi ao céus chance para voltar a encontrar-te.

Samory de Castro Fernandes

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Nossa Música

Quando a oiço tocar...

Quando oiço tocar aquela música

Aquela que à noite costumávamos dançar

Sinto uma triteza dentro da minha alma

Quando oiço a nossa música...

Quando a oiço tocar...

Lembro-me das noites em tua casa

Suados, deitados lado a lado a arfar

Lembro-me dessas noites de prazer

Em que nos uniamos num único ser

E de dentro de nós saíam suspiros de deleite

As sombras projectadas à luz da lamparina de azeite

Quando a oiço tocar... lembro-me daquela primavera

Em que fomos viajar juntos e com os nossos amigos

Os dias que passamos naquela praia maravilhosa

E a felicidade que irradiava de de nós os dois, escorrendo amor

Quando a oiço tocar... a tristeza me invade

A tua lembrança me enche de saudade

Mas, por mais que sofra estas angústias

Ela é a única coisa que sobrou da tua presença encantadora

Samory de Castro Fernandes

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A Resposta da Noite

Noite dentro sentado na varanda...

O Jazz toca de mansinho, baixinho

Uma brisa corre suave distribuindo caricia no meu corpo

A lua espalha a sua luz branda

Penso em ti e no que estarás fazendo

Provávelmente navegas na net...

Numa teia deslizando à procura do poema que te mandei

Daquele poema que fiz para ti.

Imagino-te leres e sorrires com a cabeça de lado

Os teus olhos matreiros fecham

E soltas um suspiro sem cuidado

Olhas para os lados e os teus olhos nada acham.

É uma noite calma, repleta de silêncio nostálgico

E o Jazz toca baixinho, de mansinho...

A brisa sopra amena e lembra-me o teu toque

A lua projecta uma luz branda...

Imagino o teu corpo nu... sob sua luz projectado

Arrepia-se-me o corpo todo e tremo de prazer

O suspiro sai do fundo da minha alma, carregado de carência

Levanto os olhos e confronto o céu...

Olho para a lua, e dela não obtenho resposta às minhas preces

Das estrelas vem um brilho tosco e senil

As núvens, pálidas e anémicas, passeiam indiferentes

Um vazio grande e opressor sufoca o meu coração.

Preciso de ti como terra que precisa de chuva

Desejo-te por seres o fruto proibido

Adoro-te por todos os dias seres uma alma nova

Amo-te como a borboleta ama a flor, por seres tudo o que desejo.

Samory de Castro Fernandes

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Andarilho Apaixonado

Pela estrada fora vai caminhando

Os pés descalços com as bolhas em feridas

Ombros descaídos, caminha cabisbaixo

Olhar firme no horizonte que promete esperanças

De passo apressado e persistente, passa sem olhar

Segue em frente sem notar nos que por ele passam

A chuva molha e o vento açoita sem magoar

Na cabeça, lembranças de momentos que passaram.

As costas curvas revelam o peso que carrega sem se queixar

Nos olhos estampada a marca da saudade

O corpo desgastado pelas intempéries da vida parece vergar

Mas os seus passos firmes e rijos demonstram espírito e vontade

Caminha em busca do seu amor perdido

Daquela que um dia violou as portas do seu coração

E numa noite partiu deixando um vazio no seu peito

Expondo ao nu as chamas da sua paixão.

Samory de Castro Fernandes

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