Bem

Foto de vania

Sonhando...(Vânia Nunes)

Sonho contigo neste momento...

Durmo sentindo-te e, nessa hora calma,

És o cobertor que aconchega o meu pensamento...

Mas, é aí, contigo, que está a minha alma...

Depois, meu amor, quando acordo,

Morre o meu sorriso, porque não te achei,

Sinto-me perdida... E, então, te recordo...

Amo-te, é tudo o que sei!!!

Sei que os teus carinhos não são ilusões,

Sei que o teu sorriso me ilumina e me contém,

Porém, desespero por separados estarem nossos corações

Por isso, volta, amor, volta cedo e bem!!!

Vânia Nunes

Foto de princesadesol

Feminilidade e desejo (Patricia Venturini)

O desejo de ser mulher

Hoje e sempre

tenho um desejo,

um desejo bem de mulher,

desejar o desejante

jogo da feminilidade

A feminilidade que exala de mim...

Desejo ser desejada

desejada por vc

coisa de mulher!


Mulher não deseja olhar...

deseja o olhar

o olhar do meu amor

desejo o teu desejo por mim

suspiro em imaginar...

nudez

o desejo de ser tocada

tocada só por vc,
sempre por vc,
somente por vc

quero teu desejo de me beijar

sentir tua boca em mim

escutar tua ansia por meu corpo

corpo de mulher...

sorriso de menina

assim...

assim é a feminilidade que se manifesta
na sensualidade

no domínio de ser dominada

no desejo de ser desejada...

Patricia Venturini

Foto de vania

Amor... (Vania)

Não sei de onde surgiste e voaste...
Lá de longe ou daqui perto invadindo
Fazendo duas almas que encontraste
Novas alegrias e sentimentos descobrindo!



Antes não era o sol tão luminoso,
Nem tão rosada a Primavera...
Agora, contigo, surgiu o fogo mais gostoso
E as tristezas pertencem a outra Era...!

Tu a nada obedeces, nem a razão em ti manda...
Neste mundo, por ti, lindo e novo
Onde o teu espírito reina e canta,
Só tu escravizas dois a dois todo o teu povo!

E eu peço-te, Bem- Amado:
Permanece neste casal tão honrado,
Não fujas nem para longe, nem para perto,
Não transformes nossas vidas num deserto!!!

Foto de FERNANDO_JOSÉ

Amar-te (Fernando José)

Para a minha amada Rosinha

Amar-te é um sentimento quente

que está sempre presente

que continuamente se sente...

amar-te é ser audaz

é sentir a tua paz

é querer guerra de beijos

ter a coragem de mil desejos

é querer mimo incontido

é um carinho a partilhar

é sentimento bem sentido.


Amar-te ? Oh amar-te, é alegria

é transformar uma noite fria

num quente aconchego

oh !!! amar-te é pintar o sentimento

aquele que sinto cá dentro

de uma forma total e pura

numa tela bem segura

e saber que o tema a expor

pintado não a uma só cor

será sempre o nosso amor !!

Fernando José

Foto de quimnogueira

Poema do grito...(Quim Nogueira)

Na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

porque não pude ou porque não quis ?...

Eu revejo meus erros e me transformo em borracha;

borracha que apague a razão de aqui estar !

Na solidão do meu erro, do cometido consciente

ou do inconsciente assumido,

eu choro pelo vazio não preenchido,

pela vaga existente...

Por ficar, não ter ido...


Na solidão da minha mágoa sentida eterna e cadente,

eu revejo a ternura que em ti vive,

o carinho ardente do amor que busquei e... não tive.

Parto então em nuvens de gritos abafados

dum coração que arde sangrando,

não pela cruz que carrego mas pela cruz que outros,

irmãos meus, vão transportando.

As nuvens abafam meus gritos

sufocando as gargantas dos Deuses,

que nos seus pedestais,

me negam suas existências para num só Deus,

eu me mergulhe no cais.

Cais onde aporto meu arfar;

cais onde aporto meu ardor;

cais onde me fico, onde me sinto,

onde sou aquilo que sou !

As amarras então se me soltam e do cais me vejo partir...

Para onde vou ?...

Se é aqui que sinto que sou !...

Então, me agarro mais uma vez

e as ondas me embalam devagarinho...

ora fortemente, ora docemente...

E, então, o frio me invade.

Mas é nesse frio que me aqueço;

no frio das lágrimas dos que lentamente

enchem os sulcos do meu mar, deixando antever,

num só olhar, os adeuses perdidos

os choros sentidos

dum barco, só...a navegar !

E as amarras se me soltam...

e as ondas se revoltam...

e os outros barcos nunca mais aportam !

E na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

sinto-me voar em altos céus

desejando vencer a inércia do meu desejo,

lutar a teu lado, meu Deus,

sentir-me junto, como um afago,

vencendo os medos,

vencendo os choros,

vencendo as ondas,

vencendo os gritos !

Quim Nogueira

Foto de LEOANDRADE

Partida (Leonardo Andrade)

Você se foi com a noite

e o novo dia não trouxe luz

Você levou minha alma,

deixou um corpo vazio ...

vagando entre rostos inexpressivos,

lugares sombrios,

palavras sem emoção,

vidas sem razão.

O jardim não tem mais flores,

as paisagens perderam suas cores.

Não há mais risos, só dores ...

Aqui, em mim, sobreviverá um terreno estéril, semi-morto.

Enterrada bem no fundo uma única semente,

tênue esperança de renascimento.

Só pode florescer sendo regada pela saliva dos seus beijos

ou pelas lágrimas de felicidade da sua volta...

Volte .. antes que o deserto queime a esperança e a semente seque.

Enterrando um amor que morreu por amar demais

Leonardo Andrade

Foto de Carlos

Meu amor, meu Amado, vê... (Florbela Espanca)

Meu amor, meu Amado, vê... repara:

Pousa os teus lindos olhos de oiro em mim,

- Dos beijos de amor Deus fez-me avara

Para nunca os contares até ao fim.



Meus olhos têm tons de pedra rara

- É só para teu bem que os tenho assim -

E as minhas mãos são fontes de água clara

A cantar sobre a sede de um jardim.

Sou triste como folha ao abandono

Num parque solitário, pelo Outono,

Sobre um lago onde vogam nenúfares...

Deus fez-me atravessar o teu caminho...

- Que contas dás a Deus indo sozinho,

Passando junto a mim, sem me encontrares? -

Florbela Espanca (1894-1930)

Foto de Carlos

Em Maneira de Provençal (D. Diniz)

Quer' eu em maneira de provençal

fazer agora um cantar de amor

e quererei muit' i louvar mia senhor,

a que prez não formosura não fal

nem bondade, e mais vos direi en:

tanto a fez Deus comprida de bem

que mais que todalas do mundo val.



Ca mia senhor quis Deus fazer tal,

quando a fez, que a fez sabedor

de todo o bem e de mui gran valor;

E com isto é mui comunal

ali u deve; er deu-lhe bom sem

e des i não lhe fez pouco de bem,

quando não quis que lh' outra fosse igual.

Ca mia senhor nunca Deus pôs mal,

mas pôs i prez e beldade e louvor,

e falar mui bem e rir melhor

que outra mulher; des i é leal

muito, e por isto não sei hoj' eu quem

possa compridamente no seu bem

falar, ca não há, trá-lo seu bem, al.

D. Diniz (12??-1335)

Foto de Patrícia

Cantata de Dido (Correia Garção)

Já no roxo oriente branqueando,

As prenhes velas da troiana frota

Entre as vagas azuis do mar dourado

Sobre as asas dos ventos se escondiam.

A misérrima Dido,

Pelos paços reais vaga ululando,

C'os turvos olhos inda em vão procura

O fugitivo Eneias.


Só ermas ruas, só desertas praças

A recente Cartago lhe apresenta;

Com medonho fragor, na praia nua

Fremem de noite as solitárias ondas;

E nas douradas grimpas

Das cúpulas soberbas

Piam nocturnas, agoureiras aves.

Do marmóreo sepulcro

Atónita imagina

Que mil vezes ouviu as frias cinzas

De defunto Siqueu, com débeis vozes,

Suspirando, chamar: - Elisa! Elisa!

D'Orco aos tremendos numens

Sacrifício prepara;

Mas viu esmorecida

Em torno dos turícremos altares,

Negra escuma ferver nas ricas taças,

E o derramado vinho

Em pélagos de sangue converter-se.

Frenética, delira,

Pálido o rosto lindo

A madeixa subtil desentrançada;

Já com trémulo pé entra sem tino

No ditoso aposento,

Onde do infido amante

Ouviu, enternecida,

Magoados suspiros, brandas queixas.

Ali as cruéis Parcas lhe mostraram

As ilíacas roupas que, pendentes

Do tálamo dourado, descobriam

O lustroso pavês, a teucra espada.

Com a convulsa mão súbito arranca

A lâmina fulgente da bainha,

E sobre o duro ferro penetrante

Arroja o tenro, cristalino peito;

E em borbotões de espuma murmurando,

O quente sangue da ferida salta:

De roxas espadanas rociadas,

Tremem da sala as dóricas colunas.

Três vezes tenta erguer-se,

Três vezes desmaiada, sobre o leito

O corpo revolvendo, ao céu levanta

Os macerados olhos.

Depois, atenta na lustrosa malha

Do prófugo dardânio,

Estas últimas vozes repetia,

E os lastimosos, lúgubres acentos,

Pelas áureas abóbadas voando

Longo tempo depois gemer se ouviram:

«Doces despojos,

Tão bem logrados

Dos olhos meus,

Enquanto os fados,

Enquanto Deus

O consentiam,

Da triste Dido

A alma aceitai,

Destes cuidados

Me libertai.

«Dido infelice

Assaz viveu;

D'alta Cartago

O muro ergueu;

Agora, nua,

Já de Caronte,

A sombra sua

Na barca feia,

De Flegetonte

A negra veia

Surcando vai.

Correia Garção (1724-1772)

Foto de Patrícia

Tenho amor, sem ter amores (Soror Madalena da Glória)

Tenho amor, sem ter amores.

Este mal que não tem cura,

Este bem que me arrebata,

Este rigor que me mata,

Esta entendida loucura

É mal e é bem que me apura;

Se equivocando os rigores

Da fortuna aos desfavores,

É remédio em caso tal

Dar por resposta ao meu mal:

Tenho amor, sem ter amores.


É fogo, é incêndio, é raio,

Este, que em penosa calma,

Sendo do meu peito alma,

De minha vida é desmaio:

É pois em moral ensaio

Da dor padeço os rigores,

Pergunta em tristes clamores

A causa minha aflição,

Respondeu o coração:

Tenho amor, sem ter amores.

Soror Madalena da Glória (1672-?)

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