Bem

Foto de poetisando

Dizem

Que na vida tudo passa
É o que diz o ditado
Não sei quem o fez
Em mim está todo errado
Se fosse assim de verdade
Eu já me tinha esquecido
De quantas dores tenho
De tudo o que tenho sofrido
Podem ver-me a sorrir
Também me verem cantar
Sorri para esconder
O que me vai na alma
No meu coração a sangrar
Na vida tudo passa
Pois não será bem assim
As dores que tenho
Não me passam
Que vivem dentro de mim
Como eu tanto queria
Que estas dores saíssem
Para eu viver em paz
Mas são dores tão profundas
Que já me faltam as forças
De as esquecer já não sou capaz

De: António Candeias

Foto de poetisando

Amor virtual

Que estranho sentimento este
Que estranha forma de se amar
Alguém que não conhecemos
Mas amamos como sendo real

E como nos sentimos felizes
Quando esse amor virtual
Está com a gente a teclar
É uma felicidade tão real

Que o nosso coração dispara
Quando na tela o estamos a ver
É uma felicidade que sentimos
Que nos dá força de viver

E quando não se sente bem
E sem nada podermos fazer
Como sentimos tanta dor
Desejo de com esse amor viver

Não sei como se sentem os outros
Me sinto feliz com o amor virtual
Mesmo não conhecendo amo
Sinto como sendo amor real

Como o tempo custa a passar
Enquanto estou á sua espera
Uma ansia de mim se apodera
Enquanto o coração desespera

Sinto quando ela não está bem
Um desejo louco de a abraçar
De a apertar bem juntinha a mim
Até saber que ela se sente bem

De: António Candeias

Foto de poetisando

Sol III

O sol hoje a mim sorriu
De manha bem cedinho
Disse-me adeus e partiu
Voltei a ficar sozinho

De triste que eu fiquei
Por me estar a abandonar
Disse-lhe também adeus
Fiquei no quarto a chorar

Do quarto bem as janelas
Para entrar a sua claridade
Mas como sempre me faz
Sorri para mim de piedade

Não sei o que eu lhe fiz
Para ele me desprezar
Quando preciso de calor
Está ele a me abandonar

Porque me vens tu visitar
E dar esse teu sorrisinho
Se depois me dizes adeus
Me deixas de novo sozinho

Vens tu espreitar-me á janela
Com esse sorriso de desdém
Sabendo que preciso de ti
Que não tenho mais ninguém

De manha logo bem cedinho
Os bons dias me vens desejar
Acenas-me e vais-te embora
Deixando-me sempre a chorar

De: António Candeias

Foto de Anderson Maciel

AMORES ENAMORADOS

Mesmo que tudo em mim seja ruim
Que a vida não me dê esperanças
Irei continuar a seguir
Te guardando em minha lembrança

Pelos momentos que passamos
Por tudo que vivemos
Aonde juntos nos amamos
E assim crescemos

Não vou esquecer de nada
Dos momentos ao seu lado
Das palavras bem ditas
Dos amores enamorados. Anderson Poeta

Foto de poetisando

Queria um abraço

Queria um abraço apertado
Com muito amor e carinho
Até que a tristeza se vá embora
E saísse do meu caminho

Um abraço que permitisse
Em toda agente eu confiar
Voltar a ter mais alegria
Continuar a mais amar

Queria um abraço apertado
Com carinho e muito amor
Para sair desta tristeza
Que só me traz tanta dor

Quero um abraço bem forte
Dado com muita amizade
Que me devolva de novo
A alegria e a felicidade

Quero um abraço apertadinho
Até sentir-me bem aconchegado
Que a tristeza se vá embora
O gosto da vida tenha voltado

Queria um abraço apertado
Com carinho e mais amor
Sentir o coração de amizade
Até se ir embora esta dor

Quando a tristeza se for embora
Esse abraço continue apertadinho
Como uma prova de amizade
De muito amor e carinho

De: António Candeias

Foto de poetisando

Há fome em Portugal

Pôs-me me um dia percorrer
Este nosso lindo Portugal
Do sul até ao norte eu vi
Como vive o povo tao mal

No algarve terra da alfarroba
Encontrei gente a apanhar
Perguntei para que a queriam
Com elas a fome ia matar

No Alentejo que trigo já teve
Assim o chamaram celeiro da nação
Vi tanta gente cheia de fome
Já não há dinheiro para o pão

No ribatejo terra de toiros e toureiros
Onde já também a fome graça
Quase não tem de comer
Dizem que país em desgraça

Nas beiras fiz uma paragem
Queria ouvir o que iam falar
A todos ouvi a palavra fome
Sem saberem se ela vai parar

Subi até ao douro terra do vinho
Em tempos até foi bem farta
Hoje não há-de comer nem trabalho
E a fome também la não falta

Subi até Trás-os-Montes
Ai faziam um coro em exaltação
Perguntando onde para o dinheiro
Que era para a sua modernização
Vim descendo pelo litoral
Terras que foram de muito peixe
Hoje também se queixam da fome
Só não sabem a quem se queixe

Corri a orla marítima
Onde tinha peixe de fartar
Hoje se tiverem algum carapau
Para quatro pessoas tem de dar

Depois de todo o país percorrer
Aos políticos tenho que perguntar
Que fizeram a tanto dinheiro que veio
Para este país se poder modernizar

E os senhores ditos deputados
Á tantos anos na assembleia sentados
Não lhes pesa a vossa consciência
De verem os seu povo ser roubado

E a nossa justiça está cega
Para não ver as grandes jogadas
Que colarinhos brancos e políticos
Fizeram de roubos às descaradas

E nós povo que nada dizemos
Deixamos que a fome mais aumente
Se não se revoltarmos todos
A fome acaba com agente

De: António Candeias

Foto de poetisando

Finge que não me conheces

Se me vires na tua rua passar
Faz de conta que não conheces
Quanto veres o meu olhar triste
É porque de mim te esqueces

Da minha tristeza és causadora
O meu coração destroçaste
Dizias que muito tu me amavas
Quando comigo só brincaste

Finge como sempre o fizeste
Parecendo ser mesmo verdade
Que me amavas de coração
Quando só tinhas era maldade

Fizeste de mim um palhaço
Só servi para de mim troçares
Não te lembraste que tens coração
Por isso comigo brincaste

E se um dia no passeio me veres
Passa para o outro lado da rua
Para assim me poderes evitar
Faz de conta que vais na lua

Não te importes mais comigo
Com o meu coração despedaçado
Que eu a mágoas bem as suporto
O meu destino assim está traçado

Se algum lado nos encontrarmos
E te perguntarem quem sou
Diz simplesmente a verdade
É alguém que muito me amou
De: António Candeias

Foto de poetisando

Bateu-me à porta a morte

Bateu-me à porta a morte
A morte bateu-me á porta
Fui abrir a ver o que me queria
Quando me viu deu uma risada
É mesmo a ti que eu queria

Quando ouvi a sua voz
Nem podia acreditar
Como eu também a conhecia
Pelo seu gelado olhar

Sorriu-me na sua roupa escura
Com um sorriso de arrepiar
Porque ainda tão novo
Ela me queria mesmo levar

Ocupou a minha casa
Sem ter razão para tal
Que eu me despedisse
Que ia deixar de ser mortal

Ficou ali bem instalada
Sem mais uma palavra dizer
Não tirava os olhos de mim
Para me ver até eu morrer

Muita vez eu a chamei
Sem ela me atender
Agora que quero a vida
Ela me quer a morrer

Já te conheço muito bem
Mesmo que tragas outras vestes
Conheço-te até na escuridão
Companhia já me fizeste

Bateu á minha porta a morte
Entrou sentou-se e ali fez guarida
Estava mesmo disposta
A levar a minha vida

Com o seu olhar gelado
Sorria-me na escuridão
Vendo o meu sofrimento
Apontava-me o caixão

De: António Candeias

Foto de Bruno Silvano

Um conto em New York

Quero ser realista
ter minha própria vida
poder amar.. Tudo isso na cidade que se contradiz
quero ir pra new York
Eu quero ser feliz.

Quero tempo, felicidade e alegria
poder descansar no agito
onde tudo acontece, onde tudo se move
quero ter paz na cidade que nunca dorme.

Quero meus desejos todos juntos
quero meus desejos misturados com os anseios de um sonho bem profundo

Por lá tudo surpreende, tudo comove,
É pra lá que eu quero ir
Quero ir para New York

Quero realizar meus sonhos
Conseguir meus discos de platina
Fazer meus ideais
Cuidar da minha própria vida

Quero aproveitar a beleza
Quero viver o frio em uma cidade praiana
Quero dormir acordado
Quero acordar dormindo nessa cidade cosmopolitana

Quero novas ironias
Novos caminhos
Aconchego em pura adrenalina

Me apaixonar nesse lugar cosmológico
Viver uma história de amor
Experimentar dessa magia
Na capital dos namorados.

Quero ver por outros ângulos a linha do horizonte
Quero cruzar o hemisfério, viajar pra bem distante
Quero ir pra bem longe daqui, quero algo que realmente me toque
Quero acordar na cidade que nunca dorme

Bruno Silvano

Foto de Rosamares da Maia

MENINO DE PERIFERIA

Menino de Periferia

Sonhando sonhos de menino-homem,
Dorme obscuro nas noites das periferias,
Cama de papelão e lençóis de jornal,
Pesadelo em cada esquina feia e fria.

Mas um menino tem o direito de sonhar!
Precisa de estímulos para sonhar – filosofia.
E não deve chorar porque foi ignorado,
Chamado Homem de segunda classe.
Substrato de pó de trac, de pó e crack.

Políticos pedem verbas, acusam, apelam,
É preciso muito para salvá-lo da perdição!
Resgatá-lo das drogas, de ser soldado!
Mas ele é somente um número, mais um,
Consolidando a estatística da miséria.

Construímos cadeias para a ressocialização.
Não sonhamos os sonhos da educação,
Dos meninos de barriga cheia e limpa
Da Fome pacificada, sono sem sobressaltos.
Dos meninos com cadernos nas mãos.

Um Homem tem direito a sonhos mínimos,
Foge, viaja na sua forma de respirar liberdade,
Reencontrar e resgatar a sua dignidade,
Varrida para baixo do tapete, no lixo comum.

Se ele for subproduto da mestiçagem,
É pardo? Certamente sem boa expressão.
Sua fé será medida, sua alma será pesada.
Quanto vale? Sem tradição. Quem dá mais?

Finalmente realiza sonhos na cela trancada,
Fundas verdades, no fundo, bem caladas.
Fome, preconceito, abandono, omissão.
Para a sociedade, não é nada, nunca foi nada.

Ele não será nada, só mais um elemento.
Mais um, que não soube ser cidadão.
Sonha menino. Capricha na dose,
Até uma over dose. Liberdade menino!
Sua alma está pacificada sua fome é pacifica.
Liberdade passiva - Já não podes respirar.

Rosamares da Maia
22/11/2005
Monografia – Puc RJ

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