Azar

Foto de Carmen Lúcia

Bem-vindo ao mundo!

Sem passaporte, confiando na sorte,
meio que se atropelando
entre atropelos vagando,
junte o que pode juntar
e se embrenhe pelo mundo
vasculhando o vazio e o fundo,
indo aquém e além
do que se possa imaginar...
Caminhadas desacertadas;
um ir e vir sem definição,
sem mudanças, mesma direção...
“Mens (in) sana in corpore (in) sano;”
pisando o sagrado, driblando o profano,
finitos e infinitos superando;
sempre viajando,
perdendo-se em labirintos,
achando-se em círculos...
Movimentos cíclicos
que levam ao mesmo lugar
da chegada...ou da partida?
Quem há de saber?Tanto faz!

E nessa roleta-russa
denominada “Vida”,
há o certo e o incerto
e também a sobrevida...
Um jogo de azar,
a bala não vencida,
cartada pré-estabelecida,
vitória favorecida...
Sorte?
Única certeza:
Morte!

(Carmen Lúcia)

Foto de Hisalena

Amei-te... mas tu não

Amei-te com a força intempestiva do vento norte,
Com o fogo ardente que brota dos misteriosos vulcões,
amei-te com o estrondo iluminado de mil trovões,
Como lotaria onde se materializa o azar e a sorte.

Amei-te com a leveza cristalina do mais puro cristal,
Com o perfume das rosas que abrem os seus botões,
Amei-te com a doentia esperança que é fatal,
Com a coragem destemida dos mais ferozes leões.

Amei-te cada dia que passou desde que te conheci,
Amei-te cada hora que por ti esperei e te desejei,
Amei-te cada minuto desde que ansiei por ti,
Amei-te cada segundo que contigo eu passei.

Amei-te… mas afinal foi tudo tempo perdido…
Partiste com as mãos vazias com que chegaste,
Deixaste apenas o meu coração no chão caído
E a certeza de que afinal tu nunca me amaste…

Foto de pttuii

Menina perfeita à chuva II

Bastava só que acreditasse em mundos paralelos. Rapaz de pó, vezes entrega total, igual a amor. Paixão de povo lutador. Mulher que entrega. Homem que aproveita. Mulher que dá. Homem que explora.
Simples amor de dois corações em equação fatal. Menina que sorria, e o sol voltava. Desapertava o edredon de chumbo que o céu cinzento usava para se tapar e, a custo, vinha acariciar-lhe um rosto incapaz de suster cascatas de lágrimas. O pior são as dores de hesitação. Menina perfeita que tratava por tu o dedo indicador de Deus. Acatava ordens hermenêuticas. Acreditava que a vida tem de ser pior, para um dia, um longínquo dia, consiga finalmente ser melhor. E o vento percebeu. Entrou-lhe pelo coração dentro, rasgou a frágil barreira de seda que ela própria tinha tecido como segurança, e traiu-a. O azar bafejou. Soprou. Enrolou a língua, e arremessou a tristeza. O rapaz de pó desfez-se, no meio de dois trinados de pardal moribundo. Ela não chorou. Apenas emudeceu. O dia acabou, deitou-se na cama de lamentos que o acolhe há séculos, e a noite saiu para caçar. Menina sentada em cadeira de pau podre, com vestido de cambraia imóvel.
(continua)

Foto de Sonia Delsin

FORTALEZA

FORTALEZA

Venci a tristeza.
Estive tão perto da morte.
Sobrevivi.
Foi um golpe de sorte?
Sempre repito que nisto nem acredito.
Sorte ou azar...
Creio que passamos pelo que precisamos passar.
Para nosso ser aperfeiçoar.

Uma ponte atravessei.
Do outro lado deixei...
Uma mulher triste.
Abatida.
Quase desfalecida.
Do outro lado da ponte ficaram...
Desilusão... medo... e até um segredo.
De coragem me armei.
A ponte atravessei.
Quanta coisa pra traz eu deixei!

Hoje eu rio, eu canto.
Dizem que sou muito forte.
Não sei se tudo isso é fortaleza.
Mas renasci das cinzas...
Ah, eu renasci! E cresci.
Disso eu tenho a certeza.

Foto de brigida

Pensamentos

Porque será que prometes?
Se sabes que não vais cumprir...
Porque será que mentes?
Se sabes que estás a mentir...

Vê se paras para pensar,
e vê o que podes perder!
Quem sabe, se de mim podes precisar.
E depois, não saberás o que fazer...

tu pensas que não,
mas acredita que sim.
Leva a mão ao coração,
eu sei que pensas em mim.

Passo horas no café,
e tu, sem nada me dizer
Será que não vês com o é?
Para a próxima não vou aparecer!

Já estou farta de esperar,
sem obter nada em troca.
Já estou farta de te amar,
sem ter um só beijo da tua boca...

Preciso do carinho,
que só tu me podes dar.
Com esse teu jeitinho,
só tu me fazes delirar.

Teu jeito de beijar....
Teu olhar ardente....
Teu jeito de tocar....
Teu respirar quente....

Tenho saudades de sentir,
teu corpo juntinho ao meu.
Eu tento, mas não sei mentir,
só queria que fosses meu....

Esta vontade de chorar,
já não sei o que fazer.
Porque é que te fui amar???
Porque é que sem ti não sei viver???

Mas que estupidez,
nada faz sentido...
Será que não vês?
Tens um coração bandido.

Esse teu olhar roubou
O amor que era meu
E esse teu sorriso ajudou,
e agora quem sou eu?

Mas que merda de vida,
sem ti não sou ninguém...
Tu deixas-me perdida,
não consigo ir mais além...

Eu morro de desejo,
de te ter aqui tão perto
De ti só quero um beijo,
que não venha do incerto!

A liberdade de escolher,
já tu me tiraste.
De que me vale viver,
se para mim nem olhaste?

Procuro-te na escuridão,
procuro-te de dia...
Encontro-te ou não?
Sem ti....nada via!

Será sorte? Será azar?
Sinceramente não sei...
Diz-me o que se está a passar?
É porque sempre te amei???

Foto de Maycon Nait

Jogo da vida

Hoje percebi que sou apenas objeto
Nesse jogo em que jogamos
Que por fim damos nome de vida
Sei que na corrida,
Ou num simples jogo de baralho
É preciso ter previlegios na rodada
Ter nas maos zapp, 7 copa ou ouro
tenho temor de pensar que
Como num jogo minha vida
Se vire ou acaba numa jogada de azar
Por isso penso muito e
Dou-me o previlêgio de esperara sorte,
como todos fazemos uma corrida ao banco.
Espero que neste jogo saio como vitorioso,
Nesse jogo de amor que vem do coração...

Foto de deborah eduardo

Sentimentos do amor

    Amor

    Um dia tinha uma garota que se apaixonou por um amor impossível porem como ela ja havia amado de mais e sofrido em dobro resolveu correr desse amor proibido...
    Só que ela não sabia que alem de tudo os dois eram ligados com sangue e eram primos...

    Passou a conviver com ele e com tempo acabou se apaixonando por ele sem perceber e um dia os dois se viram de frente um ao outro e ficaram...

    Ela se apaixonou por ele como jamais havia apaixonado por alguém...

    E finalmente decidiu se declarar e enfrentar seu medo de amar só que para seu azar ele também estava apaixonado mais não por ela por sua pior inimiga e ela levou um grande choque não sabia o que fazer e como era proibido não podia contar pra ninguém.

    E chorou por horas, dias, semanas ate que ela resolveu se suicidar..

    já que ninguém no mundo amava ela e ela estava extremamente sozinha no mundo...
    Mais quando ela estava preste a suicidar apareceu um anjo e disse que o amor não esta apenas em ser amado que na vida a gente sofre por instinto e que por toda vida ela havia corrido de amar e ela nunca foi feliz ha não ser quando ela estava com seu amor...

    E de repente o anjo some, ela para por um minuto e pensa...

    Eu nunca fui feliz mesmo ha não ser quando eu estava amando e então pq eu estou triste?
    Apenas pq ele não me ama?

    Ela percebeu que aquilo era bobeira e desistiu de se suicidar porem toda vez que pensava em se aproximar de uma pessoa ela tinha medo de sofrer.

    E depois de um certo tempo encontrou aquele anjo novamente andando por ali onde ela estava e foi ate ele e resolveu perguntar:

    Pq você me falou aquelas coisas se você não me conhece e anjos não se apaixonam?

    Ele respondeu muito envergonhado:
    Tem razão anjos não se apaixonam.
    Por isso não sou mais um anjo..

    Deixei minha vida sem pecados lá no céu apenas pra dizer pra você que eu sempre TE AMEI...
    Ela olhou pra ele e disse então vamos ficar juntos já que você me ama??

    Ele olhou pra ela e com os olhos cheios de lagrimas disse chorando:
    NAO POSSO...

    Anjos não amam esqueceu?

    Ela disse: mais você não e mais um anjo...

    E ele disse:
    Por isso mesmo trai DEUS e só tive tempo de te dizer isso...

    Agora vou morrer como todos outros humanos...

    Ela disse: sei mais você ainda e muito jovem.

    Ele sorriu e disse desaparecendo no ar...

    TENHO CANCER!

    E desapareceu naquela mesma hora...

    Uma coisa que ele não havia dito pra ela era que ele já havia sido humano e deus deu uma segunda chance pra ele e quando ele disse que queria voltar a ser humano, pois estava amando uma mulher deus disse:
    você se lembra que quando você virou anjo você só tinha mais 10 minutos de vida?

    Ele virou e falou SIM

    e DEUS respondeu tudo bem

    só mais 10 minutos...

    O simples prazo que ele teve pra dizer pra ela que ele a amava...

Foto de killas

SONHOS

Hoje Acordei inquieto,
Porque de noite sonhei,
Com uma linda rapariga,
Quando por azar acordei.

Pensei durante o dia,
E de noite tornei a sonhar,
Vi naquela rapariga,
A próxima que ia mar.

Mas onde a encontrar,
Se não no mundo dos sonhos,
Já estou a imagina-la,
E aos seus lindos olhos.

Quando por sorte na rua,
A encontrei a passear,
Expressei-lhe o meu amor,
E ela veio-me amar.

Mas a beleza que era,
No sonho era bem mais,
Tinha modos bem diferentes,
Eram bem mais naturais.

Assim fui de sonho em sonho,
Neste triste imaginar,
Mas nunca outro encontrei,
Que eu pudesse desejar.

Foto de Vlad Silva

RUAS PARALELAS

RUAS PARALELAS
Somos ruas paralelas,
Como as portas e janelas,
Como a água e o azeite,
O trabalho e o deleite.
Como a vida e a morte,
Como o azar e a sorte,
Como o réu e o autor,
Como o mar e o pescador.
O mocinho e o vilão,
Como o giz e o carvão,
Como o côncavo e o convexo,
Como o amor e o sexo.
Vão dizer que não te amo...
Vão dizer que não te quero...
Vão dizer que eu sou samba,
Enquanto tu és bolero.
Vão dizer que eu sou da noite,
Enquanto tu és do dia.
Que eu prefiro a casa cheia,
Tu a preferes vazia.

Ouviremos tudo isso,
Mas provaremos a quem for
Que apesar de diferentes,
Entre nós existe A M O R .

(Vlad Silva)

Foto de Lou Poulit

A MONTANHA E O PINTASSILGO (CONTO)

A MONTANHA E O PINTASSILGO
(Parte 2)

Com o passar do tempo, a tal tempestade não viera e duvidando de que viesse, afinal a montanha apiedou-se do pintassilgo, que se mostrava irredutível. Pediu que cantasse alguma coisa, depois que voasse para outra fenda só para ver o colorido das suas penas, pediu até que fizesse ao menos alguns passos da sua dança nupcial, o que era capaz de despertar sincera inveja da montanha. Tudo em vão. O passarinho só conseguiu emitir um único pio, mesmo assim em um tom debochado. A montanha então se indignou: quem esse cara pensa que é ― perguntou a si própria ― qualquer um dos sóis que passaram por aqui nos últimos mil anos daria qualquer coisa para me ver pedindo algo a alguém! Qualquer estrela desceria do infinito para me salvar, como se eu fosse a sua dracma perdida particular! Que raio de motivo pode ter este ínfimo montículo de penas, para recusar os pedidos tão simples de uma montanha tão maior que ele?

Raio?! Onde, onde dona Montanha? ― O pintassilgo saiu subitamente da sua silenciosa meditação. Ora, Pintassilgo, não sabia que tu és capaz de ler pensamentos. Não o sou de fato, exceto quando podem ser um indício de tempestade. Verdade? É verdade sim... Eu estava aqui quietinho, quase zen, entrando em alfa. Sei... Um zero à esquerda. Não! Um zero não. Nem à esquerda nem à direita. Mas nesse estado, a minha mente poderosa é capaz de proezas que não podes imaginar... Ah, mas que bichinho mais pretensioso. Tuas explanações a respeito são desnecessárias. Esquecestes de que sou uma montanha? Eu já dominava estas técnicas muito antes dos teus ancestrais secarem as penas. Eles foram pegos por uma tempestade, foi? Que tempestade o quê, Pintassilgo, tu tens fobia de tempestade. Então por quê ficaram com as penas molhadas? Pintassilgo... Quis dizer-te que nós as montanhas passamos a vida a meditar. E que eu já houvera feito isso por uma pequena eternidade, quando os primeiros pintassilgos migraram do mar para a terra. Entendestes agora? Não sei bem, dona montanha. Penso que podes estar a me enrolar com esta tua sabedoria. Ora, por quê? Porque se meus ancestrais moravam no mar, deviam ter escamas e não penas molhadas.

A montanha aprumou-se nas suas profundezas e pôs-se a refletir por um instante: precisava concentrar-se mais, era muita arrogância para o seu gosto, contudo até que ele era bem esperto. E também teimoso como uma pedra... ― a montanha riu-se da própria piada. Depois, pensando bem, sentiu-se compelida a reconhecer que a tal tempestade, justo por não chegar, houvera lhe feito um bem. Deu-se então conta de que havia uma velada simbiose naquela relação aparentemente pouco útil. Mais que isso. A amizade de um passarinho não deveria ser importante para quem tenha a vida de uma montanha, muito menos os seus dejetos, que já lhe pareciam suportáveis. Sequer deveria tê-lo percebido, ele não viverá tempo bastante para ser importante. Entretanto, embora isso fosse difícil de explicar, já o era. Tanto que lhe preocupava. Conseguira despertar a piedade de uma montanha!

De repente o pintassilgo cantou, arrancando a montanha das suas reflexões. E logo ele ergueu-se, espreguiçou-se abrindo longamente as asas e depois sacudiu-se todo, da cabeça a ponta do rabinho. Mas a montanha ficou dividida. Em parte era o que ela queria antes: vê-lo menos triste. Por outro lado porém, ao vê-lo assim ela teve um pressentimento desagradável. A montanha dissimulou: Ora, ora, que bom vê-lo tão bem disposto, Pintassilgo! É mesmo, Montanha. Acho que a tempestade foi passear no mar... Talvez, mas, olhe aí bem ao teu lado, estas sementes fresquinhas, devem estar uma delícia e servirão para que reponhas as tuas forças. Nossa, Montanha, eu não estive doente. É, mas ficastes aí nesta fenda quentinha por horas, como se esperasses pelo fim do mundo, e não te alimentastes nem um pouco. Sei que tu estás todo doído. Não estou não, dona Montanha, e para que tenhas certeza disso, vou descer ao vale e comer as mais tenras lagartinhas, que não agüentam subir aqui. Sementes são comida para pintassilgo com auto-estima baixa. Mas Pintassilgo, não há necessidade ― ponderou ela ― então não sabes que sob as pedras também há insetos apetitosos? Claro que sei, mas estes têm sabor de terra. As lagartas que se empanturram de folhas têm um suculento e variado sabor, dependendo das folhas que estiverem comendo. Para um pintassilgo, o vale na verdade é uma colossal bandeja de salada, hum... É simplesmente irresistível!

O bichinho parecia mesmo decidido e a montanha já se sentia irritada com tanta teimosia. Mas como, para uma montanha, não é bonito que se exploda por um reles pintassilgo, somente porque ele não quer entender os seus tão bem intencionados motivos, ela optou por mudar a tática: Se tu te contentares com as larvas que te ofereço, antes de cair a noite te contarei um segredo que vais adorar. O pintassilgo franziu a testa e refletiu. Depois tentou negociar: Talvez... Se me contares logo. Ah, contando logo não terá graça nenhuma. Mas, ao cair a noite já estará na hora de dormir, e o que vou fazer de bom com este teu segredo? Que me importa? Azar o teu ― Ela dissimulou... Caramba, dona Montanha! Não eras tu que me aperreavas para que saísse a voar por aí? Estás a me esconder algo.

(Segue)

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