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Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ÁGUA BARRENTA

ÁGUA BARRENTA

Lavadeira menina, na beira do rio...
Trouxa e sabão parecem tua sina
Logo pela manhã te aqueces do frio
Das rotinas esfregadas, lavadeira menina;

De sorte que o sertão de Pernambuco
Mais judia o sol que fascina
Volta os trapos quase enxuto
No balaio na cabeça da menina;

São dez irmãos e muita peça feminina
Na trilha que desconfia teus pés
A caminho do rio, lavadeira menina;

E voltas do trabalho árduo, como aguenta!
São muitas as tuas lavadas
Por causa desta água barrenta.

(soneto)

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 23
Village Itaquá

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ADOLF O EGOCÊNTRICO

ADOLF O EGOCÊNTRICO

O mundo gira em torno de mim
A linha imaginária da razão
Em minhas mãos estão decalcadas
Sinto-me senhor da situação
E quanto aos opróbrios desta vida
Morrerão de sede em seu próprio cálice
E aos opiônamos de raciocínios minados
Desaparecerão na onipotência de seus atos
E quanto a mim, estarei no mais alto degrau da soberba...
Aplaudindo os fracos
No divertido campo de concentração
As lamentações estarão atentas os meus ouvidos
Equilibrei-me na linha imaginária do equador
Dividindo povos, opiniões e vontades...
Escrevi uma história que beneficiava uma nação
E ditei em voz alta as minhas boas intenções
Poucos compreendem o romantismo do poder
A importância do nazismo, o orgasmo do sofrer...
Crucificam um gênio, ressuscitam um mártir...
Um Deus ou um demônio, tanto faz...
Meu nome ainda aparece nos jornais
E pleiteia no coração de jovens ambiciosos
Tudo isso lhe darei se tão somente prostrares
Ainda sobrevivo nas melhores intenções políticas
Ainda respiro nas entranhas narinas da mídia
Dá-me tua consciência e terás o gueto aos seus pés
Seis milhões de almas agonizando em um chuveiro de gás
Um dia todas as atenções estiveram voltadas a mim
Talvez você não perceba, ainda falo contigo no sofá da tua casa.

Esta Ideologia ou Pensamento é meramente ilustrada na criação do Autor
Não havendo nenhuma opinião de seu caráter seja ele social ou político.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 27 / Itaquaquecetuba ( SP )

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ADOLESCENTE PERDIDA

ADOLESCENTE PERDIDA

Mulher criança que a todos encanta
Dona de um sorriso inocente
Olhar descontente
És mulher de fato em seus atos
És criança crescida , adolescente perdida
Criança mulher que a todos engana
Na escultura do teu corpo
Na bravura do teu rosto
És criança no teu jeito de convidar
És mulher na beleza de deitar
Faz do coração do homem brinquedo
Sem esforço experiência ou segredo
Desejo oculta esconde em seu peito
Menina insolente rebelde e sem jeito
Te quero mulher
Quando me amas a todo o momento
Não te quero criança
Quando brincas com meu sentimento
Te quero criança
Adolescente perdida
Não te quero mulher
Assim ousada e despida
Não importa se és mulher ou criança
Eu preciso te amar
E não perco a esperança.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2002 no dia 20
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

O AÇO DA SAUDADE

O AÇO DA SAUDADE

Lamina cega que ao pulso cerra
O frio do teu metal confronta-lhe a face
Que ocultas sinais e tremores

O teu golpe que do frio sangue jorra
Esvaziar se faz em copos rasos
Um sorriso dispersa e atento

Inquieto espera o desferir
Não mais que o tempo o machuca
O aço da saudade que penetra

Sóbrio o corpo empilha na vala
A guia o toma como morto
Da bebida que exala pela entranha

Usurpar se faz na insensatez
Á cólera que teu rosto assola
A solidão que dispersa em pensamento

Entorpecido arremessa teus olhos ao céu
Do arrependido Deus que lhe oculta a face
Torto mendigo de esfacelados pecados

Se o inverno que à tarde trás e o congela
A lápide envelhecida em negrito o traga
Amarga e cala a voz que por vez
Outrora não só a matéria que desfaz
A maldita saudade como homem carregou.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2008 no dia 01
Arujá (sp)

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ACASALAR

ACASALAR

Olhas-me veneras!
Rejeitas-me
Eu compreendo
O dilema do pensar...
Despi-me esculacha!
Tonteias-me
Eu compreendo
O desespero de amar...
Tocas-me loucura
Receias-te
Eu compreendo
Este teu apaixonar...
Roubas-me a vida
Devolva-me
Não compreendes
Que sou livre pra voar...
Perdes-me e tornas
Perder-me
Não compreende
O desencontro do olhar...
Calas-te espera!
Entendas-me
Eu compreendo
O mesmo sexo acasalar.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Janeiro de 2009 no dia 07

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A VIDA É UM POEMA

A VIDA É UM POEMA

A vida é uma criança
Que acaba de nascer;
É um choro de viúva
Por alguém morrer;
É à tarde sombria
De um pensamento;
É a lágrima escondida
De um arrependimento;
A vida é a saudade
Que aperta o peito;
É alguém que te espera
Num abraço violento;
A vida é poesia
Solidão que vicia;
É o bater do coração
É o corte do umbilical;
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim;
A vida é uma proeza
Cercada de incerteza;
A vida é prematura
É eterna enquanto dura;
A vida é real ou ilusão
É livre arbítrio de decisão
Por quem escolhe
Ser feliz ou não;
A vida é nada mais
Que a lei suprema;
Do divino Deus
Que a tornou poema.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 02

Village Itaquá

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A TI TENHO AMADO

A TI TENHO AMADO

Se um dia você acordar
E eu não estiver ao seu lado
De saudade não vá chorar
Ao lembrar nosso beijo molhado.

Se um dia você acordar
De um sonho que a mim tens amado
Pois o mar não serás mais o mar
O castanho de meu olhar lagrimado.

Se um dia você relembrar
O que viveu comigo no passado
Por mim não mais se importará
Reclusão de minhalma no grilhão cerrado.

Se um dia você chorar
E eu não estiver ao seu lado
Lembra que é preciso suportar
A saudade que ficou no passado.

Se um dia eu não mais acordar
E você não estiver ao meu lado
O mar não será mais o mar
Acordarás-me de um sonho
Que a ti tenho amado.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli

Village Outubro de 2008 no dia 20

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A RESPOSTA DA SAUDADE

A RESPOSTA DA SAUDADE

Não me pergunte sobre as roupas
Espalhadas pelo chão
Se te observo a tua nudez
É que coube grande dádiva aos meus olhos
Não me pergunte sobre as palavras
Que soaram aos nossos ouvidos
Acenda um cigarro se achar preciso
Descontraída neste momento notarás
Que tais palavras eram frutos da imaginação
Descontrole total da nossa paixão
Não me pergunte sobre os corpos colados
Quando não faz sentido compreender algo
Neste momento de pouca sobriedade
Substitua as palavras pelas vontades
E encontrarás a resposta de estarmos juntos
Não me pergunte sobre o futuro
Ou sobre os dias que virão
Se hoje te espero é porque sei que podes vir
Não me pergunte sobre a liberdade de amar
Basta observar quando nos despimos
E calamos para o mundo
A realidade se faz presente em nosso quarto
Onde realizamos nossos sonhos
Não me pergunte sobre a dor da solidão
Se quando te sentis sozinha
Quando deveria estar ao meu lado
Se acaso sobre a saudade me perguntares
Então o silencio deverá responder por nós dois.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 1997 no dia 18 Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A PUTA DA VIDA

A PUTA DA VIDA

Coincidência ou não
A narrativa da vida
Passou-nos por despercebida
Coincidência ou não
Passou...
E não diga que foi em vão
Que a vida; a puta da vida
Assim tão vida, tão distraída
Coincidência ou não
Passou...
Assim termino, pois então
E não diga que foi em vão
Que a vida a puta da vida
Passou.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Dezembro de 2008 no dia 13

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A MORTE

A MORTE

De que importa se morri...
Envenenado ou de saudades

Debaixo deste sol tão quente
Estou morrendo de sede
Da vontade que me consome
Estou morrendo de fome...

De que importa os verbos e predicados
O gato tem sete vidas!
Hó quantas miseráveis vidas ainda tenho?

Enquanto um menino morre de vontade
Morro de saudades
Ás vezes morro pela idade
Avançada, como no sinal vermelho...

Às vezes morro de vergonha
Morro de ciúme
Morro da rocinha, do Rio...
De janeiro, de dezembro...
Morro por uma bala perdida
Como um jovem suicida
Ou entorpecente
Como idoso sem os dentes...

O que me espera após a morte
Ao termino desta poesia
De que importam os erros de ortografia
Pois a morte não tem hora
E nem avisa.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Fevereiro de 2006 no dia 24
Itaquaquecetuba (SP)

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