Ar

Foto de Carmen Vervloet

QUANDO EXISTE AMOR

QUANDO EXISTE AMOR

Os ouvidos se alimentam
com o silêncio da cumplicidade...
Os olhos se cumprimentam...
A alegria nos invade...

Os corpos se entendem
e conversam sem falar...
As mãos se estendem
como raios de luar...

Os sonhos tão pertinentes
neste conjugar do amar
decifram sons envolventes
que se espalham pelo ar...

Sons de desejos velados
revelados pelo olhar...
Cheiro de suor exalado,
Sal que tempera este mar...

Mar de ondas oscilantes...
Branca espuma a se espalhar...
Corpos que se entregam ondulantes
No navegar deste amar...

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados ao autor

Foto de Henrique Fernandes

ECO DO LAMENTO

.
.
.

Sigo a marcha fúnebre das ilusões
Tombadas pelo sopro de realidade
Por uma visão de novos tempos
Tempos adivinhados sem crédito
De estranhas aparições no céu triste
Poluindo o meu ar de tempestades
Esfumando a paisagem que me rodeia
E cinzento é promovido por suspiros
Apagando o mito da vontade que teme
Os turbilhões de raiva sob os meus pés
Encaminhando-me errante pela solidão
No rasto de uma viagem até nenhures
Sem relógio dilato-me pelo tempo
No efeito denso de nuvens sombrias
Que se perfilam no eco dos lamentos
Rachando as hipóteses das noites
Num triste relato de um espelho bárbaro
Marcando a alma com o símbolo das etapas
Já dilatadas num antes datado

Foto de Sonia Delsin

UMA CERTA MAGIA

UMA CERTA MAGIA

Vozes ao vento...
Elas contaram
segredos
a uma mulher
sonhadora.
Contaram que havia
no ar
uma certa magia.

Deus! Ó quanta alegria!

Foto de Carmen Lúcia

Momento

Em meio a um campo
De vibrações sutis,
Cores suaves,
Tons de azuis,
Violetas dançantes,
Plantas ornamentais
Milagres da natureza...
Onde o vento murmura
Palavras indecifráveis
Sussurradas às folhas das árvores,
Momento de ternura
Que se expande no ar,
Magia com sabor de mel,
Doce instante fugaz...
Repleto de muita luz
Que não se esquece mais.

Carmen Lúcia

Foto de jefferson bessa da matta

Te desejo!!!

Como eu quero te beijar, te acariciar e te amar!
Quero ser a tatuagem no seu corpo esculpida.
E quero ser a água que banha seu corpo nú.
Quero amanhecer ao seu lado lhe dizendo que te amo
E acariciando deslisando em seu corpo, feito pétalas de rosas para nunca te machucar.
Quero beijar-te seu corpo, tendo em minha boca o paladar do amor
E sentir seu corpo junto ao meu, saboriando a sensação maravilhosa e gostosa do prazer do amar.
Ah... Como eu quero ter-te ao meu lado
Para sentir o arrepio do seu corpo junto ao meu
Quero ser o seu pensamento, para descobrir seus desejos mais íntimos, e realizá-lo com todo carinho do mundo.
Quero ser o verso que toca seu coração
A melodia de sua vida
E o ar que tú respira.
Quero te dar a sensação do prazer
E o goso do amar.
Ah... Como eu te desejo meu amor!
Te desejo como jamais alguém te desejou
E te amo como jamais alguém te amou.

Foto de Marta Peres

Sinfonia, menina mulher!

Sinfonia, menina mulher!

Música suave se espalha no ar sensibilizando-me,
entranha nos meu ouvidos, no meu corpo que
dança, na minha boca que canta e desprende-se
dos meus olhos, melodia única, alegria e sonho.

Meninas que ontém corriam pelo jardim, pela
casa, que jogavam bola na rua, que brincavam
de bonecas, hoje se fizeram mulheres, belas,
de meiguice que enternece corações.

A transformação em moças belas, mulheres de
fibra, se fez num piscar de olhos, lindas paisagens
que admiro quando meus olhos se lembram,
deixam na tela imagens perfeitas das rosas.

No meu rosto estampa-se o sorriso, mistura-se
com secreta paisagem, o som suave e melodioso
do caminhar de cada uma espraia afastando, indo
em busca do sonho, confluindo no mesmo porto.

Meninas que se fizeram mulheres, som da mais
bela sinfonia familiar, perfeição, presente de Deus!

Marta Peres

Foto de Henrique Fernandes

Ó TU FEMININA!!!

.
.
.

Acendem-se as candeias no pátio da vida
Onde te rasgo um sorriso que me faz ferver
O sangue nas veias que transbordam de emoções
Honrando o momento com sorrisos de ar fresco
Em remoinhos de vento quente que me beija a pele
Percorrendo-me ardente e intenso o peito marcado
Pelo desejo de mergulhar em ti e ver-te arder
Em loucura nas brasas do meu toque explosivo
Que sem uso de magia ou truques se entranha em ti
Prolongando provocar ao longo do teu olhar
Um brilho que me dá asas com cores de alegria
Para voar pelo céu infinito segurando tuas mãos
Sob o trilho galáctico de uma paixão inédita
Derretendo o gelo que sem voz desaparece
Em lágrimas jorradas por felicidade
Que aquecem a verdade então fria
E chegas até mim com um longo olhar
Ao longo dos instantes que me desejas
Enquanto mulher que sabes tão bem ser
Ó tu feminina

Foto de JGMOREIRA

AINDA LEMBRAS? II

AINDA LEMBRAS? ll
RRR

Minhas desesperanças são vagos lumes
Na mata fechada sem alumiar nada
Além dos passos que dou, morta de cansada
Alpinismos milimétricos
Verminais gostos inodoros da tua saliva
Visual insípido aos teus olhos cépticos

Não sou nem o riso ou a dor
Comumente transparente em seu dorso
De suor no ato da falta de amor
O lirismo acabou?
Não incubou em teias de aranha na alma
Satanás ainda batendo palmas
Cristo se envergonha e chora
Vês? Todas as lágrimas transbordam

Não te espero mais na calçada
Não ando descalça nem sou sem graça
Policiais policiam meus fatos típicos
Feriados singulares, coincidentes
Sem reincidência, coerência, decência

Onde andamos nós que ficamos tão sós?
Velhos jovens loucos sãos e de antemão, contraceptivos
Canto mas nada entoa
Falo mas nada em ti ecoa
Grito sem orgasmo
Só doloroso espasmo de músculo contraído

Onde fugimos de nós?
O hoje se masturbou no ontem
Lançou sêmen morto no amanhã
Que nasceu à noite
Abortou a tarde
Enterrou uma manhã pálida
Do dia ofuscante já morto

Não consigo estremecer perante o medo
Nem tenho medo perante o ladrão
Não há roubo. Só roubados
Não consigo aspirar e expirar
Os hélios ou helênicos que respiras
A mim não concedo o pão do Senhor
Não prossigo que a escada encaracolou
Submergiu no teu rodamoinho

Essa vida toda contida na cabeça de alfinete
Esse teu congelo e degelo, setenta quilos
De pedra e sub sal.
Meus afagos desafogam energias nucleares
Em homens que encontro nos bares
Acordando em camas alugadas
Faço amor sem amar, dando sem entregar
Essa imaginaria guerra real se prolonga
Ao som de tambores e caças
Submarinos submergem à minha aparição
Sou o front, o desalinho da tropa dispersada
Na tua farda mal amada, branca de medo

Somos as engrenagens enferrujadas das máquinas
Gosto ácido de azia que corrói o estômago
Espinho na pata do leão; Paleótipo vazio
Puro som de grito abafado na fronha usada
A caldeira do diabo a que me atiraste
Harpa de archanjo que jamais ouvirei
Depois que meu Deus passou para o terno e gravata
Cabelo cortado, ar compenetrado, empresário de almas

Correria se tivesse pés
Falava se houvesse voz
Amaria se meu coração não estivesse partido
Fragmentado em dor atroz
Amaro amargo, Cinzano
Corte de fazenda barata
Peso perdido na balança desregulada

Acima de tudo, quero amar
Projetar-te em outro corpo
Que seja meu, meu de tudo
Para amar essa parte tua
Como nunca pude te amar
Que não deixarias
Sem mágoas nem angústia
Nem caos nem paz

Ainda te perpetuo
Teimo contigo no meu peito indeciso
Incoerente
Ainda te sinto apesar do tempo cretino
Que só sabe medir distância
Sou o nãoseioquê na tua vida
Talvez, teu olho cego, um sonho teu
Despertado
Armário de respostas que não abres
O porto seguro no qual atracas após
A deriva diária
Um vício, mania de criança
Algo em alguém destemido
A força fraca de ser valente
Encarar e debochar da vida
Chamar homens de meninos
Rir dele e fazê-lo crescer
Estacionar o trem do tempo
No garimpo do sentimento
Carregando a bateia para te achar
Ou achar uma pedra preciosa
Não mais a rosa fria, cadáver de flor
No que esse amor me tornou

Talvez, seja só meu esse amor...

Outro dia/1979

Foto de JGMOREIRA

AINDA LEMBRAS? I

AINDA LEMBRAS? l
RRR

Talvez ainda tenhas neurônios
Talvez ainda recordes, pense e sonhe...

Quem nos viu não entendeu
Quem viveu foi sepultado
Vivemos em catalepsia
Seremos fetos no formol?
Seremos um pouco de dó em si-be-mol?

Ah, realmente me concebi no teu ventre fértil
Fui algum dos espermas que ejaculas sem prazer
Faço concorrentes na tua memória áudio-visual
Serei teu encontro provocado-casual?

Ah, meu amor, os homens marcham
As guerras se abastecem de almas desvairadas
E nós? Dois bêbados lúcidos a perambular
Sem importância por qualquer lugar
A pensar, queimando os fios do cérebro
A confundir os sistemas gastos
Convencendo nossos espíritos
A convalescer de cada endemia de mágoa.

Realmente já passei dos talvez
Sou fruta madura à espera de solo com ph
Mais propício, úmido, fecundo
Já sou a anciã desgastada que foge calada
Cabeleira alvoroçada

E tu?
Rocha metamórfica
Tumulo descaverado
Alquimista falido
Engenho inacabado
Pecador sem pecado
Inseto urgente de formicida
Autômato despilhado

Eu vivo e sobrevivo
Sempre recomeço dos barrancos aos trancos
Sobre pés descalços, raros tamancos
Os homens olham, mas não me vêem
Os meus olhos olham sem enxergar
Procuro a forma simples de amar
Como amo a ti
Amo do amor mais profundo além do corpo
Para dentro da alma
Não vejo teu amor em ninguém, solto por aí
Não ouço o que diz a tua boca lacrada
Não rio seu riso em dente algum

Tanto amo que desamo
Nem sei se estou dando ou negando
Orando ou odiando
Subtraio ou multiplico
Se retrocedo ou ascendo no holocausto de espinhos

Não falo mais de coisas normais, informais
Imorais, sensuais, iguais, banais
Ando escutando sem ouvir
O astigmatismo me castra as pupilas
A miopia retrai o nervo ótico
Encurta os espelhos, já nem me vejo
Nem te vejo refletido nas poças de chuva

Ainda lembras-se das não promessas?
Dos teus adeuses solitários e burros?
Dos retornos às pressas com ar soturno
De quem lançou as últimas moedas no poço do infortúnio?

Talvez ainda recordes, sonhe e ao acordar, pense
Que sequer existimos.

Um dia/1979

Foto de Mentiroso Compulsivo

Um Outro Caminho

Num caminho por entre a noite fria,
vi uma árvore carregada de flor,
que tentava crescer na erosão do ar,
mas com peso excessivo, de tantos gomos,
demasiado para os ramos da minha alma.
Um sentimento da fímbria onda branca,
meditando na noite que devora as páginas do mar,
sob o oceano de conchas a formar orquestra
das novas melodias de Chopin (eu as ouvi)…
Gotas borbulhantes bailando na água
que apanhei como bailarinas dançantes,
num ballet fechado em minhas mãos.
Toda a forma real e irreal incontida,
entre águas do céu feitas de vidro
é o mundo que vejo e nunca vi antes.
Um desejo que respiro mas que não escolhi.
Pedi a Isthar para procurar por mim o céu,
que traça as prosas e versos entre um mar de rosas,
que crescem em águas azuis, por entre espinhos.
Definindo e traçando um outro caminho
Até às nuvens que já suspiram a canção de “benvindo”.

Páginas

Subscrever Ar

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma