Amargura

Foto de Carmen Lúcia

Seja para mim...

Seja para mim...
O fato mais marcante de minha história
Ao preencher lacunas de minha trajetória
De tempos que não vivi,apenas sobrevivi.

Seja para mim...
O bem que esmorece as grades
Das muitas que se afincam sobre a terra...
Liberta-me e em vôo livre,nada mais aferra.

Seja para mim...
O elo da felicidade e do amor perfeito
Que nunca alguém um dia já sonhou,
Que nunca alguém jamais experimentou.

Seja para mim...
O riso que esconde as dores
O amor que energiza o mundo
E que prepara encontros bem profundos
Para gerar mais e mais amores.

Seja para mim...
Um desafio íntimo, do mal a minha cura
Como escrever poemas sem amargura
Ou embarcar em louca aventura.

Seja para mim...
A luz das tardes de inverno
Que amarelada parece se apagar
Dando a impressão que o tempo corre devagar.

Seja para mim...
O companheiro de meu dia-a-dia
E que calados, sempre lado a lado
Seguindo o brilho de cósmicas poeiras
Possamos ver o céu se encher de estrelas.

Enfim, seja para mim
O que sempre serei para você!

(Tema:Nós dois)

Foto de Remisson Aniceto

Substância (para Rosangela de Fátima)

Encontro-me tantas vezes pensando em ti
e visualizo tua perfeita forma de mulher,
o dia a aflorar-te nos lábios de veludo,
a noite a escorrer-te pela seda dos cabelos.
Se estás longe de mim, dia após dia
transformo-te na delícia do fruto que aprecio,
no frescor da água que me sacia a sede
e na substância, enfim, que me permite o amanhã.
Posso te sentir na suave brisa matutina,
nos primeiros raios do sol que me aquecem
e ouso ver-te em cada objeto, em cada rosto,
em cada gota de orvalho da verde grama
e no ruflar das asas das andorinhas...
Sou pequenino ante tua presença
e obscuro ante tua transparência,
mas mantenho os olhos cerrados
enquanto o dia corre,
enquanto a hora vital não chega,
até que te encontro, nascida do nada,
florescida, cristalina ante meus olhos,
e bebo da taça dos teus lábios
e aqueço-me do sol do teu sorriso
e me desfaço em infantil alegria...
E vão-se do meu rosto a sombra e a amargura
e tudo o que me faz sofrer quando não te tenho.
Onda que vem
e que vai
e vem novamente
e torna a partir,
mas que não escoa nunca,
neste oceano de delícias que é o teu corpo,
que banha o meu corpo,
que faz nascente o sol no meu rosto.
És a delícia, a doçura dos meus dias
e a cada hora te espero
para reinar sempre em minha vida.

Foto de Nana ´De Má

Dilúvio

Meus olhos se transformaram em duas cachoeiras de águas mornas e salgadas,
Era tanto o sentir, me sufocava a amargura de te ter feito sofrer tanto,
Às vezes se faz coisas sem razão, porque sou sempre levada pela emoção,
Nem tudo que sai de mim é bom, pois não conheço as artimanhas desse novo companheiro, o amor, fico enlouquecida, e sem razão, só há a emoção,
Quero você para todo o sempre, in finito, in perpetum,
Não consigo admitir você longe de mim, e quando do punhal eu faço uso,
Esqueço-me que ele tem dois gumes, e a ferida mais profunda, acaba sendo em mim,
Muito sem querer, fiquei tão frágil frente a você, sou rosa em ventania, um ninho em tempestade, um cristal em beira de mesa, não pedi pra ser assim, foi assim que me deixou o efeito deste amor, tão sua, tão frágil, tão carente, tão perene, insegura,
Também tem o lado bom, fiquei mais forte frente às intemperanças da vida,
Ganhei mais força de luta, estou mais feroz em minhas conquistas, mas frente a ti,
Sou passarinho caído do ninho, criança de colo sozinha, sou tão frágil e necessitada,
Mas creio em ti, em sua proteção, seu amor é tudo que quero e nada mais, o resto é conseqüência, temos tanto que aprender um com o outro, e viva as desigualdades, te amo mais por elas, que poder é esse que tem sobre mim, que me faz sentir tanto, tudo que esta em torno de mim, me sinto mais viva como se tivesse duas vidas pela frente e a certeza do tempo, acredito tanto em você, creio em nós, e brigo por isso, pois longe de ti, sou leoa, sou astuta e engenhosa, calculo bem meus atos, sou a total tranqüilidade em ação confiante, mas perto, sou só eu, frágil, pequena, louca por seus cuidados, e nestes momentos, sou só sua, sou sua menina, sua flor, sua gatinha, seu passarinho caído, sou o melhor de mim, sou sua pequena, sou seu amor.

Foto de Minnie Sevla

Mendigo

Vejo o sol que resplandece e
salta das nuvens reverenciando
o dia que nasce com o pulsar da vida,
mesmo que moribunda ainda insiste.

Onde nem a dor é sentida
e todos os sentimentos indiferentes.
Vive dentro de mim um mendigo,
que busca no súbito silêncio a esperança do amor que persiste.

No dia que não tem reprise, na noite interminável,
na cor púrpura de minh’alma que sofre
um vazio imenso, uma camada de ozônio,
que se resume no nada para compor uma canção.

Queria ver seu sorriso, os dentes brancos e bonitos,
pois hoje é dele que preciso, anseio seu toque suave
e a chave inexorável do seu coração
para alojar-me no jardim das tuas emoções.

Arriar minha cabeça em teu peito másculo
Deixar as lágrimas rolarem pela face ainda pálida
Aconchegar-me em teus braços, como ninho
e inebriar-me com tuas palavras cálidas.

Sou mendigo vagando pelo mundo da solidão
Vasculhando o lixo e tentando juntar meus pedaços.
Dormindo nas ruas da amargura, me aquecendo com jornal,
pois o frio que congela meu ser já não causa tanto mal.

Minnie Sevla/Ramgad

Foto de Fernanda Queiroz

Uma história de amor... sem fim

A noite cai suavemente, o sono não vem, Porque uns dias são mais difíceis que outros?
Tentei ocupar minha mente em vão, teu rosto sobrepôs e depôs as tentativas, pensei que a noite calaria meu pranto, que a maciez dos lençóis embalasse meu corpo cansado mutilando meus pensamentos, mas não houve trégua.
Não preciso ir até a cômoda onde guardo minhas relíquias para rever tua foto, teu rosto esta cravado em minha mente, de uma forma tão presente que ás vezes sinto poder tocá-lo , minhas mãos tateiam sozinhas como se procurassem as tuas, mas não as encontro, parecem tatear na pedra negras de meu desespero.

Letra da canção do Filme Love Story sopra em meus ouvidos”Quando eu te encontrei, eu não pensei que um grande amor eu fosse ter, eu que só tinha amargura em meu viver e que já estava tão cansada de sofrer, vivendo só.”
Nada nunca me soou tão verdadeiro, você despontou em minha vida como um raio de sol, trazendo todas as cores da natureza, sons e belezas. Era um acordar exaltado, uma sorriso velado um trabalho apressado e encontros marcados onde o relógio pulsava tão rápido como nossos corações e o tempo se ia, o dia amanhecia trazendo alegria e se as lágrimas brotassem você as secava, se o sofrimento jorrasse, você o estancaria com tua suave melodia impondo curas as amarguras.

“Quando eu te encontrei, lendo em teus olhos eu fiquei a imaginar, que o meu mundo tu virias alegrar, que eras tudo que eu queria encontrar”
E foi assim... mágico... verdadeiro... a risada brotava sem que eu pudesse impedir, os olhos negros como a noite tinha o brilho das estrelas o andar parecia um embalo ritmado pela nossa coletânea, cabelos soltos ao vento que ao reclinar nas grandes colinas calçada de patins, parecia uma bandeira em haste, blusa gotejada de sorvete e boca lambuzada, sabor de chocolate, sabor de teus beijos ansiados.

“Meu coração.... eu te entreguei, me deste a vida enfim... me deste amor.... me deste a razão para viver... me desde paz ....”
Preencheste tudo, intensa e completamente.... pensamentos..atos.. ações.... despertou todos os sonhos postados, toda alegria não vivida de uma alma sofrida, entrou como um furacão não usando tua força em estragos, mas para cravar profundos alicerces que desafia a força do Sanção, brotou sementes que produziriam nas mais engrene rochas, calçou de sonhos minha alma peregrina, vestiu de branco meu corpo moreno, relutante em se entregas as emoções entorpecentes dos pensamentos, fez-me correr para o eco do penhasco onde gritar teu nome e ouvi-lo de volta era a certeza que você existia.

“E onde quer que eu vá irás comigo... nos sonhos meus... na minha mente... eu não irei só... comigo irás também....”
Não há como medir um grande amor.... um sentimento de paixão.... todas as raízes que escravizam nosso coração... é assim que eu sei te amar... nem meios ou mais...intensamente e completamente.
A música do filme Love Story , é como acordes agudos que tocam em meu coração, sem piedade ou ilusão.

Diga-me.... como esquecer alguém que gosta de flauta.... de me olhar como se tivesse me inventado....e de mim......

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Ednaschneider

Fenômenos Da Natureza

Chuva fria...!
Não me tragas solidão
Não deixe minha vida vazia
Apenas refresque meu coração!

Vento forte!
Não me tragas ansiedades
Não me deixes à beira da morte
O que quero é felicidade!

Sol escaldante!
Venha apenas me aquecer
Não queime minha vida de amante
Que a sua luz possa apenas me proteger.

Por favor, me ajudem fenômenos naturais;
Tragam-me equilíbrio de alma
Não me deixem amar menos ou mais
Quero ser feliz e viver com calma.

Tudo que faço no momento
É com muita intensidade.
Tenho tantos sentimentos
Que já chamaram de insanidade.

Amar demais não é loucura
Loucura é viver sem amar
Viver uma vida de amargura
E o tempo todo a se lamentar.

Por isso peço ajuda aos recursos da natureza
Que me dêem forças para ser equilibrada
Não quero viver na tristeza...
Quero amar e ser e ser amada.

04/05/07-Joana Darc

(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de paulobocaslobito

O teu amor sempre presente...

A vida é de si tão própria
E tão oca
Tão nua
Despida
E fria
Tão sem ramos
Sem rotas
Sem rumos
A vida é desconfiada
Uma calema
Vendaval de calma e guerra
A imensidão
Nesse momento vasto
Sem perigos
Perigosamente isolada
Perigosamente só
A vida é o sentido
Dos sentidos
Tão a vida
Tão vasta
A vida é tão irreal.

A vida é a nudez
Desfolhada
Desplumada
A roupa alinhada no cesto
O corpo nu
Da alma descoberta
Onde os teus olhos me tocam frios
E as minha lagrimas soltam-se num precepicio
Sou tremulo do momento
Que a vergonha se me deixa aos trambolhões
Penso matar-me só de me assim veres
Que na realidade sou Uma alma penada
Na amargura tão má
Da alma presa e amrgurada
Cachos de parras sobre as minhas faldas
Para me cobrir na verguensa
Que de tanto te amar me sinto perdido
Ao abandono e desesperado.

Inalo os pulmões o ar fresco
Da manhã quente
Alagando o corpo com sangue novo
Capto todo o Oxigénio que me proponho
E quero rebentar de tanto prazer!

Os sentimentos são escassos
Quiçá esparssos e vadios
Pois falta-me o ar no amor
E se falta ar no amor
A gente morre
E se morre
A vida é isso...
Respirar para amar...

A vida é o que sinto
Onde no nada sou mais feliz
Ter-te ou não
Basta que te sinta
Basta que no flash da mente
Me deixes ver o teu sorriso
Mesmo que seja uma coisa do passado
É bom lembrar velhos amores
É bom lembrar o amor
...Viver é amar...
Quem ama vive
Quem vive respira...
A vida é tão só
Mais um pouco de amor
Outro pouco de amor...
Sempre presente o teu amor...

Paulo Martins

Foto de Enise

meia locura...

Que tal trocarmos de loucura
você sobrevoa com a minha e eu me extravaso com a sua?
Que tal unirmos aquelas nossas mentes sãs,
que por mais vãs,
se misturam numa loucura madura
você com a sua, e eu com a minha
que ainda procura, num veio de água limpa
um seio de alma pura?
Que tal trocarmos a nossa loucura
você se propaga com a minha,
e eu me enriqueço com a sua?
Que tal espalharmos silenciosos aos quatro cantos,
que não houve nenhum processo podado,
que ninguém foi mal acabado,
que não houve nenhum pranto ou lisura
porque você tem a loucura mais pura
a loucura mais consciente,
própria do ser inocente,
mas redunda numa amargura?
Que tal trocarmos nossa loucura
você fica com a minha e eu me libero com a sua?
Que tal trocarmos de exílio,
fazendo do auxílio,
um asilado da lucidez?
Que tal experimentarmos a sua covardia,
trocando a sintonia,
e fingindo sensatez?
Que tal abandonarmos as regras,
fazendo-nos de contente,
porque um ser só é meio louco
quando a outra meia parte só é mais um pouco?
Que tal trocarmos nossas loucuras,
você sobrevive com as minhas,
e eu, vou vivendo com as suas...

Foto de Clynton

Batalha com o destino

O destino não é dono da minha vida. Sou eu quem escolho os meus caminhos e os meus amores. Não aceito imposição em minha vida. Não quero a decepção e a amargura de não ser feliz ao menos nesta vida. Podemos mudar, driblar ou enganar o destino para que, ao final, sejamos capazes de compartilhar juntos as nossas diferenças vividas.

Foto de pmgp3795

Amigo!!!

Um Poema da minha autoria, que dedico a TODOS os AMIGOS, obrigado a TODOS!!!...

Amigo!!!

Amigo, aquele que sempre se faz notar…
Mesmo quando se encontra distante!
O que nos entende, mesmo sem termos de falar…
Quando nossos olhos transparecem a amargura
Que o nosso Coração deixa escapar,
Por não ter a pureza de um diamante.
Mas… Que ele nos ajuda a lapidar
Com suas palavras de Amor, nos inspira a Bravura
Para na Vida continuar, a Lutar!!!...

Por: Pedro Pereira – 20 / 03 / 2007

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