Alma

Foto de Kamael

Não Esqueci...

Ainda sinto no rosto
A brisa da manhã nublada
Ainda trago no peito
Expectativas da madrugada.

Ainda tenho na alma
Tatuada a tua imagem
Ainda em minha boca
O sabor de tua paixão.

Ainda ouço tua voz
Na solidão da saudade
Ainda quero ouvir
Novamente a mesma canção.

Ainda preciso sonhar
Com tua realidade
E jamais esquecer
Que um dia fui feliz...

Kamael.
- O poeta não me disse, qual o tamanho do amor... Mostrou-me a ferida.-

Foto de Carmen Vervloet

Simplificando

Mais uma primavera colhida,

no corpo as marcas do tempo...

O coração uma roseira florida

resistente aos massacres dos maus ventos.

Nem sei o que me resta pela frente...

O futuro é sempre uma surpresa,

mas positiva é a minha mente,

dos agouros não sou uma fácil presa.

Caminho com fé e esperança no coração,

semeio de véspera o que quero colher no outro dia,

em tudo que faço coloco paixão,

tatuei o amor na alma com galhardia

e ele me conduz às acolhedoras moradias...

Deus me presenteou com mais este ano de vida

e com Ele me comprometi a colocá-la a seu serviço.

Aprendo a simplicidade observando canteiros de margaridas

e essa simplicidade é que vai dando a minha existência mais viço.

Foto de Carmen Vervloet

Soneto de Natal

A cidade se veste em traje de gala
e a paz envolve a todos como por encanto
o espírito natalino no âmago não se cala
os corações compõe ternos acalantos.

O Menino-Deus renasce vigoroso
trazendo o amor resgatado pelo mundo
lança sobre a terra seu olhar afetuoso
desperta em nós o sentimento mais profundo.

E no deslizar das horas agora mais vivas
ressurgem lembranças guardadas do passado
e o natal chega alegre em comitiva

acendendo o silêncio da alma adormecida
que no bem-querer responde ao seu chamado
abrindo os braços em singela acolhida.

Foto de Paulo Gondim

Da janela da rua

Da janela da rua
Paulo Gondim
07/12/2011

Eu esperei o tempo passar
Com a paciência dos monges
E a resignação dos condenados
Que um dia pudesse te ver

Mas o tempo não perdoa
E a espera não é para sempre
Por isso meu olhar já se cansa
E se posta da janela da rua
Ansiando te ver

A paciência já se faz cansaço
E cada espaço se amiúda
Em cada aperto do peito
Quando penso em ti

A resignação, marca de quem ama,
Pereceu, hoje é angústia
Na lacuna que se faz na alma
Tua ausência é mais sentida
Na vontade que se faz perdida
Que são meus dias sem ti

Foto de Marilene Anacleto

O Amor Que Foi Embora

Se é que viemos de Deus e vamos voltar para Deus,
Isso vai demorar um pouco.

Tenho tanto a aprender, tenho tanto para ensinar,
É melhor deixar fluir.

Então preciso amar, sorrir, bendizer, cantar,
Tudo que chega a mim.

O sorriso que concorda, o não positivo em certa hora,
Aceitação pela vida afora.

Aos amores correspondidos, agarro-me de corpo e alma.
Seguimos, assim, de mãos dadas, bem grudadas, palma a palma.

E dançamos borboletas, e explodimos em pólen.
Dormimos quando acordamos, acordamos enquanto se dorme.

Amores por toda parte, sem vergonha, sem disfarce,
Até que a empatia acabe.

Tudo é certo. Não há linhas tortas. O olhar enviesado entorta
O que Deus escreveu de bom.

E o amor que foi embora, e deixou-me em transtorno,
Pensando ser a pior,

Saiu da minha vida bem na hora em que Deus me enviou
O, hoje, meu grande amor.

Foto de Paulo Master

Yin e Yang

Em experiência subjetiva me sujeito a mais grotesca vulgaridade. Vejo-me submisso, escravo do teu amor. Tua beleza nua corrompe minha calma, aquece minha alma, tira-me o sono, rasga-me a roupa. Seu corpo escorre em meus poros gerando impulsos prazerosos. Meus instintos veem-se caprichosamente estimulados por uma tentadora sensação de felicidade. O falo tornou-se visível, passando a responder com pulsos de virilidade, naturalmente com um apetite voraz. O desejo advém de uma sensação eufórica causada por elementos químicos que induzem ao prazer. Logo, o corpo passa a responder com intenso frenesi frente aos estímulos desse desejo com picos crescentes de excitação. O lirismo amoroso em viço aquece teu corpo. O delírio erótico, lascivo, responde como um sensível receptor sexual, nos unindo em perfeita simetria, como yin e yang. Desejo ir além do monte de Vênus, tocar teu centro erótico. Em sumo, oferecer o sêmen celeste, germinado com deleite de um orgasmo dantesco, excessivo e selvagem, luxurioso e desregrado. O coito nos ofereceu o domínio do prazer. Enfim, o clímax é atingido com êxtase e gozo sequencial. De súbito, a exaustão predomina. A respiração ofegante e a tensão de outrora são trocados pelo relax total. A lasciva febril evapora-se, evanescente no ar.

Foto de Marilene Anacleto

Quero Esvair-me Daqui

Quero esvair-me daqui
Feito águas de cascata
Emitindo serenata
Aos ouvidos e sentidos
Dos que têm alma apurada.

Sem um minuto parar,
Assim que puder ver o mar,
Às areias me abraçar
Despedir-me sem soluçar,
Do amado, a caminhada,
Ora alegre ora chorada
Em melodia vibrada.

Como quem ouve o vento
Chamar todos os pensamentos
Os bons e maus sentimentos
Sejam de festa ou lamento,
Agradecer sinceramente
Integrar-me ao mar, finalmente.

As dores que um dia senti
Quando partiste daqui
Pesadelos que vivi
Decepções que sofri
Tua maneira de mentir
Esquecerei tudo, enfim.

Quando me esvair daqui,
Amores irei sentir,
Pela natureza e por mim.
O sol irá transluzir,
O clarão da lua, repartir,
Outro amado a me conduzir,
Nas ondas do mar sem fim,
Estrelas a reluzir.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Senso Comum - Parte 3

Num rompante de seriedade, resolvi escrever algo seriamente no meu seríssimo Facebook.

"O mundo é grande e maravilhoso. Eu o amo. Deus existe. Tudo aquilo que eu fizer será bem-sucedido e tudo aquilo que eu acreditar se contretizará em verdade."

Aí, por um milésimo de segundo, minha consciência preguiçosa trabalhou.

- Não seja ingênuo. O importante é você se bancar. Se você se bancar, aí ninguém vai te obrigar à aceitar o que é certo.

Eu persisti na minha crença sobre a vida. Eu estava e estou resoluto! Nenhuma resposta da minha consciência me fará parar de brisar! Minha existencia é diferencial ao destino do planeta!

- Se mata, seu otário. A vida não é para os de mentalidade fraca. Chumbinho custa só cinco reais! Pega seus panos de bunda e vai embora.

Foi assim que eu descobri que tinha a alma pequena.

Foto de Marilene Anacleto

Amores de São João

Frio. Naquele tempo, só tinha isso.
Cachecóis, casacos, meias de lã,
Nove noites de espera, de suspiros,
Pouca luz, o rosto dos namorados futuros
Colhiam na alma imagens de anjos divinos.

Longo dia, manto de ensaios das falas,
Mãos perfumadas para colher sonhos
Em balés, na noite que custava a chegar,
Para o possível abraço do amor eterno.

Domingo. Dia do santo. Dia de sol.
Rostos leves, sem gorros e cachecóis.
Os sonhos berçados na longa semana
Materializam-se em enredos celestiais.

E as surpresas não afastam o calor
Das ilusões da semana a sonhar beijos.
- Não é tão lindo quanto parecia ... -
A piscadela marota acaba em casamento
Sonhado a cada noite de novena, de desejo.

Foto de ALEXANDRA LOPUMO SILVA

Dor lancinante

Chorei
De novo chorei
A indiferença machuca
Doi
Uma dor lancinante, pulsante
Impregnante, como um suspiro profundo
No fundo da alma
Doi
Choro lágrimas secas, de sangue
Presas nas entranhas, no oco do peito
Dilacerando meu coração
Estou seca, o ar pesado entra e parece me atordoar
e ao fundo, escuto uma voz fraca
Sou eu, pedindo socorro baixinho, sem forças
Quero viver, quero amar de novo

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