São tantas as coisas
Que não quero no pouco que quero
A vida é composta
Por prateleiras desorganizadas
Num acumular de estantes
Amontoando instantes
A memória é uma arrecadação
Com pó de arrependimento
Onde há sempre um se
Que antecede muitos mas
A memória também é
Um testemunho gravado na alma
De recordações que conjugam
Momentos de saudade
Comportando um misto
De felicidade e tristeza
Felicidade que se nomeia
Em sentimentos que nos fazem gente
Um sentir o alcance á meta
De um desejo que nos surpreenda
O intimo de luz que saboreamos
Desmaiados num lago de paz
A tristeza
Que nem sempre entendemos é perturbante
Quando estamos capazes
De perceber o que nos entristece
Não existe sofrimento
Porque temos a oportunidade de esclarecer
E emendar o erro ou preencher
A falha de uma falta
Mas não saber a fonte da tristeza
É cabecear na pedra dura
Isto é sofrer sobre um medo de vir a sofrer
E só quem tem medo é corajoso no continuar
Revelas em tua bela poesia,
Beleza d’uma vida de paixão,
D’ arte maior vivida com maestria,
Em versos guardas a recordação.
Eternidade, amor que a extasia,
Versos do profundo do coração
E vemos que não é mera fantasia,
Pois saem de tua alma com emoção.
Resplandece em nós como magia,
Encanto sublime em eclosão,
Imagens em vida de galhardia,
Revividas em notas dessa canção,
Em nós ressoam a tua nostalgia
E faz-nos sentir a tua solidão...
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2. Inspirado em "OS ÓRFÃOS"...
"Suavemente o apertou em meu peito, suas mãozinhas segurando as minhas,
E tentou apagar a devastadora dor, ninando-o, cantando-lhe uma doce canção,
Dando-lhe coragem e cobrindo-o do terno amor de uma mãe por seu filho..." Marisa Dinis.
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DEUS GUARDE MEU NETINHO!
Ó bela musa encantada internacional!
Ouvindo essa triste música meu netinho
Acordou sob esse acorde sensacional,
Percebi que estava um tanto assustadinho.
Não sei se por reação ao acorde musical,
Ou radiação que eu transmitia ao pequeninho,
Ou da inspiração deste estímulo espiritual,
A acordar várias vezes o meu menininho.
Será que por receber a radiação virtual,
Ou por sentir a vibração de seus amiguinhos,
Ou por sentir a mesma sensação residual,
Do seu avô que tenta responder ao órfãozinho,
Como tu poetisa e grande musa transcendental.
Doem em minh’alma as mortes desses pobrezinhos.
Mesmo sem abrir os olhos eu te vi ao meu lado.
Senti minha pele se incendiar de desejo com o seu calor.
Instintivamente minhas mãos procuraram teu corpo,
minha boca faminta, em beijos lhe declarou meu amor.
O calor de nossos corpos juntos revelou a urgência
quando se entregaram na ânsia de se completar.
Suores, fluidos e sussurros se misturaram,
dois corpos feitos um, na forma de se entregar.
Com medo de acordar, eu não abria meus olhos,
pois ter você comigo desta forma, eu sempre sonhei.
De olhos fechados lhe dei meus carinhos mais sinceros
misturando meus sonhos e meu cotidiano, me realizei.
Confesso que não sei se foram minutos ou horas
que fiquei absorta nesse mundo quase irreal.
Minha alma levitava sobre o céu noturno e particular
e por amor, realizava vôos impossíveis para um mortal.
Nesses vôos meu mundo se coloriu e se perfumou.
Flores de todos os tons enfeitaram meu jardim.
Sem medo pelo universo do amor livre voei;
Perdi-me dentro dele, a angústia que sentia teve fim.
Se foram dias ou meses eu confesso que não sei.
Apenas hoje tenho consciência de tudo o que vivi,
pois enfeitiçada pela felicidade, eu abri meus olhos
e o brilho de um olhar triste e meigo eu vi.
E ao sentir neles tanto carinho e desejo, eu sorri,
porque depois de tanta busca, finalmente pude perceber.
Que com meu sonho, construí a minha realidade
pois hoje em seus braços, tranqüila eu posso adormecer.
Enviado por Sonia Delsin em Ter, 25/03/2008 - 13:46
FLAMEJANTE
Nas entrelinhas dizes...
Quando te calas...
Dizes.
Quando falas... dizes.
Dizem de amor os teus ardentes olhos.
Dizem da paixão.
Contam do que desperto em ti.
Desejo.
Desperto em ti o que julgavas perdido.
O verdadeiro sentido.
Do viver.
Sentir a alma ferver.
O corpo arder.
É isto que desperto em ti.
A vida flamejante.
Quando surge no infinito
um lugar bonito...
você está lá...
eu não posso te ver...
minhas lágrimas me cegam,
eu não ouço vozes...
só ouço lamentos
e quando eu lhe dei meu coração...
foi pensando em um dia você me amar,
mas a solidão foi me prendendo
e eu já não consigo sonhar...
minha mente está fechada,
assim como o meu coração,
eu só consigo chorar...
chorar e chorar minha solidão,
o meu futuro é incerto...
não tenho certeza do amanhã,
a minha garganta está fechada
e meu coração cheio de dor,
já não há nada a ser feito...
tudo aconteceu
e minha alma já não existe...
nem sei se já morreu...
agora só há o sofrimento
e eu tanto queria o amor...
queria te mostrar o que é belo,
mas você não deu valor...
há tantas dúvidas
e não há respostas...
somente você pode me fazer feliz,
eu já não olho para o lado,
minha vida está por um triz,
mas eu vivo com a esperança...
de que você possa me amar
e talvez um dia me perdoar,
assim poderei sorrir...
ou não...
Quem me dera ficar jovem para sempre
Na eternidade que te pertence o meu ser
Mas mesmo quando já for muito velhinho
Esta loucura por ti que despejo loucamente
Nos meus beijos que fazem suar o Sol
Será sempre vigorosamente jovem
E na tua entrega a mim rejuvenesço
Confiando que para sempre serei jovem
Desejando envelhecer a teu lado
Pela juventude até que o infinito nos consuma
E que a vida seja sempre a mesma canção
A canção que hoje canto e recanto feliz
Porque finalmente encontrei o amor
Nós encontramos o amor, somos o amor
Cada passo dado em frente é inspirado
Na cultura de amar com que me cativas-te
Tuas quaisquer palavras são serenas
Mesmo quando apontas meus erros
Para me transformar num melhor homem
Decorando na alma os sorrisos que provoco
Fazes-me sentir um herói incondicional
Ao sentir-te protegida deitada no meu peito
Murmurando quanto me amas e desejas
Em voz baixinha e sensualmente rouca
Ouvindo valorizo todos os nossos momentos
Que recordarei e contarei aos nossos netos
Ai, quem me dera ficar jovem para sempre
Pelo menos até quando acabe este amor
Nunca