Água

Foto de gilsanjes

tributos

Pode o sol romper a noite
E a noite violar o dia.
Pode o mar talhar seu chão
E no sertão diluviar.
Pode enternecer-se a rocha
E solidificar-se a água.
Pode florestar-se o deserto
E desertar-se a densa flora.
Pode quebrar-se a ampulheta
E o tempo ensandecer-se.
Pode a eternidade
Reduzir-se a um segundo.
Pode tornar-se o mundo
Menor que um grão de areia.
Ainda assim, por toda a vida
Ecoara o meu grito.

“ EU TE AMO MÃE QUERIDA
MUITO ALEM DO INFINITO...”

Foto de gilsanjes

AUTOFAGIA

Sentei-me a mesa
Fiquei analisando
Cada traço de meus movimentos
Foi ai que percebi
Como estou a mastigar revoltas
Soltas laudas de proteínas
No gosto da autofagia

Nos movimentos dos maxilares
Uma busca de minimizar
Os grandes delírios que engasgo
Na água que limpa os sujos
Estou observando
Cada reticulo endoplasmático
Como meus órgãos
Para gerar outros organismos.

Força latente nas veias
Os grãos dos sonhos
Distribuídos pelo corpo
Fico me olhando sentado
Um prato sobre a alma
Um corpo sobre a mesa
Dou-me um olhar irônico
Volto-me para meu corpo...

Foto de Arles

Águia

A vida desfalece no compasso,
De uma infinita monotonia.
Breve, calma, simples... Complicada...
E nunca entendida.

A mesma espairece como árvore
Antiga, a deita-se às margens!
Dos rios, que lhe servem de espelho
E oferece água em abundância.

Somos de uma geração que
Jamais permitirá, que águias
Voem tão alto, pois nos
Acostumamos a viver tão baixo.

Nunca alguém viu a carcaça de
Uma águia, pois em seus últimos
Momentos ela voa bem alto e
Espera os instantes finais nos altos picos.

Foto de Manu Hawk

Desejo X Desejo (Conto)

O que fazer quando o desejo é maior que a razão? Quantas pessoas já não se imaginaram em situações inusitadas? Quantas tiveram coragem de levar adiante a imaginação? Quantas se arrependeram depois? Mas quantas se sentiram plenamente realizadas...

Fim de festa, taças e copos espalhados por mesas, canteiros, janelas, em todos os lugares... Agora somente os mais amigos estavam reunidos, alguns ainda dançando na pista, outros sentados na beira da piscina do Iate Clube, hoje palco de risadas e olhares cheios de tesão. Tudo era perfeito, cada palavra saía deliciosamente da boca, combinando com cada gesto, lentos, leves, soltos.

Estava cansada depois de um dia de trabalho, mas nada poderia quebrar o encanto dessa noite maravilhosa, onde todos da empresa puderam se conhecer um pouco mais. Não somente conhecer, mas extravasar os desejos mais ocultos depois de algumas doses.

Ric estava mais lindo do que nunca, livre da fisionomia tão séria e preocupada que carregara durante todo o ano. Conversamos, rimos, e dançamos muito. Estávamos conversando na beira da piscina, liberada para os poucos que ficaram. Mauro, amigo de Ric, e divulgador de uma das empresas que trabalhavam conosco se juntou ao nosso grupo. Era extremamente simpático, inteligente e agora pude reparar cada detalhe, era divinamente másculo e lindo. Enquanto falava fiquei extasiada, o que ele não demorou muito a notar. Fomos dançar, e ao sentir seu corpo tão próximo, me senti culpada. Mantinha um certo relacionamento com Ric, sem compromisso, eu sei, mas era um relacionamento afinal. E como negar? Desejava até o perfume que sentia em Mauro, naquele momento. Voltamos e Ric me chamou para irmos, havia combinado de dormir na casa dele. Para minha surpresa chamou Mauro também.
No caminho pensei em como fugir daquela situação, nenhuma idéia. Fui...

Ao chegar fui direto para a cozinha, queria água, muita água, me afogar se possível, para apagar aquele fogo louco que sentia. Como poderia estar desejando aqueles dois homens assim? Mauro entrou na cozinha, passou entre o pouco espaço que havia entre a cadeira e meu corpo, bem devagar, roçando, provocando, arrepiando-me. Pegou o copo, me olhou firme, sorriu e saiu.
Quando cheguei ao quarto, Ric estava no banho, fiquei da porta admirando como era lindo. Suas mãos esticadas na parede, descansando, e a água escorrendo pelo seu corpo. Pediu-me que pegasse algo para bebermos, isso não ia dar certo, rs. Na sala Mauro já havia se servido, estava deitado no sofá, seguindo cada passo que eu dava, sempre sorrindo...eu queimava...isso definitivamente não vai dar certo, rs.

De volta ao quarto, entreguei o copo a Ric, que me puxou para debaixo do chuveiro. Minha roupa caiu tão rápida quanto à água pelo corpo, nos beijamos com tanta loucura, como nunca havia acontecido. Senti que não estávamos sozinhos, aquela sensação de que alguém observava, mas não paramos, estava queimando, louca de tesão por Ric e por saber que Mauro poderia estar ali. Isso me deixou mais excitada, sentia que Ric também havia percebido e gostava. Suas mãos percorriam meu corpo, a água caindo, bocas unidas, sugando, encaixamos...

A música invadia o quarto, banheiro, meus ouvidos, movimentos deliciosos, a cabeça rodava. Senti me acariciarem nas costas, dedos percorriam levemente até minha nuca, parei! Não sabia o que fazer, tudo era muito louco para minha cabeça! Queria pensar, raciocinar, mas não era isso que meu corpo pedia, deixei-me levar. Pela primeira vez me entregaria a imaginação, aos desejos somente.
Ric estava louco de tesão, me penetrava firme e deliciosamente, olhou como se perguntasse se continuaria...sim, sim, responderam meus olhos, mãos, boca, pernas, movimentos...movimentos deliciosos que faziam sentir cada vez mais o corpo de Mauro próximo, roçando em minhas costas, beijando meu pescoço... PAAAAAAAAARA! Vou enlouquecer!
Não sabia mais o que queria, quem beijar, abraçar, corresponder. Parar? Não! Decidi não pensar, atenderia somente meus instintos. Como um animal? Sim! Não vou me condenar, queria os dois e se havia chegado até ali, não recuaria.
Desejava loucamente sentir o gosto de Mauro, desde a festa pensava nisso, como seria sua boca, seus beijos, seu corpo. Ric sorria como se adivinhasse meus pensamentos, naquele momento nós sabíamos exatamente o que cada um desejava. Saciei-me dos beijos, carícias e corpo de Mauro! Me entreguei plenamente a dois homens maravilhosamente viris e carinhosos. Foi uma noite lindamente estranha, dupla penetração, tripla emoção, infinito tesão!

( por Manu Hawk - 13/06/2004)
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Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Foto de Joaninhavoa

Ah! Chuvas de montão

*
Ah! Chuvas de montão
*

Chegam versos a fio
E chuva até mais não
Agora num desatino
Gerando até confusão

Queria saber os porquês
Das águas, dos cheiros
Da terra! Os movimentos
Das filosofias existentes

Entranhadas, todas dentro
Do cordão umbilical
Árvore tão natural
Inocente beijou-a o vento

Assim surgem nascentes
Cascatas vidas outras gentes
E o meu amor está girando
E eu sempre o estou buscando

Água vem! Água vai
Ronda meus passos traçados
Com mil e um raios dourados
Ah chuvas de montão meu capim
Cai no chão.

de, Capim Dourado
em 25/07/2009

Foto de LuizFalcao

"COMO AS NUVENS"

De Luiz Antônio de Lemos Falcão

Nuvem que passa...
Água que escorre das mãos...
Vento sopra onde quer...
Quem sabe de onde vem?
E quem para onde vai?
A estrada por onde passaram meus pais...
O caminho por onde seguem os pensamentos...
Angulo ora agudo...Ora reto!
Tanto e tão pouco!
Poderia ser mais!
Tento...
Penso que posso!
E se posso...
Sou apenas eu...
Eu e nada mais!...

Foto de serpent possession

conhece-ti a ti próprio

Chega um dia em que alguém que agente achava que não conhecia
Nos procura, bate a nossa porta
Até consegue fingir intimidade
Sentar na nossa cadeira e por vezes beber de nossa água

Sempre mostrando certa intimidade falsa que nunca existiu
Talvez seja porque nós julgávamos não conhecer esse estranho que nos bateu a porta
Mas ele por vezes jura que nos conhece e consegue nos ludibriar
Até certo ponto de total espanto da nossa parte

Como pode esse á quem nós consideramos estranho
Conhecer-nos tão bem
Esse alguém que consegue nos deixar arrepiados com tais atitudes impensadas

Mas agora que percebi a ligeira impressão de conhecê-lo
Talvez seja porque ele me parece ter os olhos da minha mãe e a boca do meu pai
Como poderia imaginar semelhança tal que nunca vi igual

Ele se hospeda em nossa casa
Dorme em um quarto ao lado do nosso
Mas sabe eu começo a me lembrar
Ele me parece familiar, pois nunca vi coisa igual

Essa pessoa que no início parecia estranha e um tanto confusa de si própria
E por não saber quem era, pediu minha ajuda

É só pode ser isso, tem que ser
Agora eu sei
Deve ser porque essa pessoa sou eu
No começo confusa pedindo ajuda até a mim mesma para logo descobrir que muitas vezes os estranhos somos nós, até que nos descobrimos e o q era estranho agora nos parece tão familiar

Foto de Vadevino

40 ANOS DEPOIS

De que vale o homem
Andar sobre a Lua
Se não andamos tranquilos
Em nossa própria rua?

Por que tanto investimento
Nos projetos da NASA?
Por que investir na Lua
Se é a Terra a nossa casa?

Nosso planeta empobrece
De amor, água e floresta,
Enquanto uns vão à Lua,
Catam pedras, fazem festa!

Foto de Joaninhavoa

Nosso Amor

*
Nosso Amor
*

Impossível esquecer! Maravilhoso
é sonhar
Esta realidade que nos leva
a delirar
Na mais pura agonia na mais louca arrítmia
minh`a dor
Faz parte do nosso amor!

Acorrentado sem algemas é tremor
apenas
Corações de prata de essências
exactas
E a tua dor de cal quando recolhe
à raíz
Fica à superfície por
um triz

Momento em que eu vejo
sentindo
Teu ritmo ser o mesmo que o meu
criador no tempo
Da fonte do desejo ascendente
d`emoção
Qu`no deserto ondula presente
em meu coração

Nem se esvanece nem se esquece
minh`a doce paixão
Obra do acaso! Água clara
sob dimensão

Joaninhavoa
(helenafarias)
18/07/2009

Foto de Joaninhavoa

Nosso Amor

*
Nosso Amor
*

Impossível esquecer! Maravilhoso
é sonhar
Esta realidade que nos leva
a delirar
Na mais pura agonia na mais louca arrítmia
minh`a dor
Faz parte do nosso amor!

Acorrentado sem algemas é tremor
apenas
Corações de prata de essências
exactas
E a tua dor de cal quando recolhe
à raíz
Fica à superfície por
um triz

Momento em que eu vejo
sentindo
Teu ritmo ser o mesmo que o meu
criador no tempo
Da fonte do desejo ascendente
d`emoção
Qu`no deserto ondula presente
em meu coração

Nem se esvanece nem se esquece
minh`a doce paixão
Obra do acaso! Água clara
sob dimensão

Joaninhavoa
(helenafarias)
18/07/2009

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