Blog de Sonia Delsin

AUSÊNCIA

Disseste.
Foi tão breve.
Eu disse.
Foi tão leve.
Voamos, amor.
Nas asas do vento.
Ó, que sofrimento!
Tua ausência.
É preciso paciência.
Eu tenho, tu também tem.
A vida é isto.
Uma luta, meu bem.

SE ERREI...

Onde foi que eu errei?
Sei que muito te amei.
Onde errei não sei.
Ou até sei.
Mas errar é humano.
A erros todo mundo está sujeito.
Temos qualidade e defeito.
Se errei foi tentando acertar.
Para bem viver é preciso aceitar.
Perdoar. Relevar.
Erraste também, meu bem.
Erraste também...
Mas teu orgulho cegou-te... levou-te pra outro caminho.
Pra longe, bem distante do meu carinho.
Te perdoei.
Tu me perdoaste?
Não sei.

FEITA PRA AMAR

Sou tua namorada.
Tua bem amada.
Sou uma menininha.
Uma gatinha.
Dependendo da hora viro uma oncinha.
E tu sabes, amor.
Sou mulher pra o que der e vier.
Sou de agradar, acarinhar.
Feitinha pra amar.

DE FANTASIAS...

Sonhei que em outro planeta eu estava morando.
Para duas luas vivia suspirando.
Não mudava muita coisa não.
Eu estava com o mesmo coração.
Não tinha calçadão.
Eu pisava noutro chão.
Andava olhando tudo.
E era diferente.
O tempo lá passava bem depressa.
Na verdade ele corria.
E eu escrevia poesia.
Não em folhas de papel.
Nem em máquina de escrever.
Muito menos em micro computador.
Escrevia nalgum canto do mundo que me rodeava.
Escrevia simplesmente com meu pensamento.
Ah! Lá não tinha vento.
Era tudo parado.
Imóvel. De uma absoluta imobilidade.
Me sentia tão leve.
Tão leve que um balão de ar parecia.
Acho que eu voava ou não sei bem...
Ou levitava.
Era um mundo-de-faz-de-conta. De fantasias...

FICARAM...

Ficaram guardadas nas minhas retinas...
Teu rosto lindo. Teu sorriso.
Tua boca pronta pra me beijar.
Ficaram guardados...
Teu jeito de andar.
Teu jeito de olhar.
Tua mão prontinha pra me acariciar.
Ficaram guardadas tantas palavras faladas...
Palavras caladas.
Ficaram tantas coisas entre nós dois... inacabadas.

POR QUE AS PESSOAS MUDAM?

Se ele soubesse como era lindo com seu olhar de menino.
Se ele soubesse como era lindo.
Sério ou sorrindo.
Ele se perdeu nalgum labirinto.
Eu sinto.
Que ele se perdeu.
Nunca mais se achou.
Do que era nada mais restou.

FERIDO BEM-TE-VI

Um dia eu parti.
Deixei o coração aqui.
O mundo eu corri.
Sofri.
Sou como um ferido bem-te-vi.
Insisto.
Canto.
Grito.
Ao nascer do dia eu acredito.
Embora de asa caída.
Bico ao vento.
Supero o sofrimento.
Mesmo que meu voar seja lento.
Eu tento.

MOMENTO

Foi um sonho?
Alguém me lambia.
Aquilo me dava uma alegria.
Uma louca alegria.
Lambia a pele mais fina do meu antebraço.
Me apertava num forte abraço.
Lambendo...
Alguém estava me lambendo.
Gemendo.
Dizendo.
Te amo.
Sonho?
Realidade.
Alguém me deseja, me ama.
De verdade.

SERES DE OUTRO TEMPO

Morreram?
Se morreram... renasceram.
Os dois são lindos.
Deus, como são lindos!
Quando sorriem parece que enfeitam o mundo.
O brilho que desprendem.
Parece que todas as luzes acendem.
Eu os olhos com os olhos d’alma.
Eles me inspiram calma.
E paz.
Dormem sossegados.
Os dois largados.
São apaixonados.
Eternamente enamorados.

AMANHÃ É OUTRO DIA

Scarletti dizia.
Amanhã é outro dia.
Quem não se lembra do E o vento levou?
Como aquela mulher amou!
Amanhã é mesmo outro dia.
Que leva a tristeza.
Que traz alegria.
Minha mãe também me dizia.
Dorme, querida. Dorme que a dor passa.
Nesta vida tudo passa. Amanhã é outro dia.