Blog de Sonia Delsin

TUDO É PASSAGEIRO

Tanto te preocupas.
Pra que?
Se tudo é passageiro.
O mundo inteiro.
Descobre-se a cada dia novidades no universo.
Há mudança até no meu verso.
Ora fala de alegria.
Ora tristeza.
Ora fala de amor...
Ora de dor.
Tudo é passageiro.
Somos aqui pássaros...
Rabo de estrela.
Raio de sol...
Chuva... Arrebol.
Pés no chão.
Cabeça nas estrelas percorro o mundo num segundo.

RISCO O ESPELHO

Retoco o batom.
Um sorriso.
Nas pálpebras um tom.
De marrom.
Corro a unha no espelho.
Corro.
Da imagem refletida.
Se bem que é tão bonita.

ANEL

Ela rodava o anel no dedo.
Guardava um segredo.
Sabia que um dia o tiraria.
Sabia.
O mundo a preparava para a retirada.
Abria-se uma outra estrada.
O anel?
Dorme numa gaveta hoje em dia.
Dorme abandonado.
É lembrança do passado.
Mas jogá-lo fora?
Deixar tudo ir embora?
Por que não?
Seria a melhor opção.
O anel é lembrança.
Também é desesperança.

QUE OLHAR CARREGADO DE AMOR!

Um dia me olhaste.
Nos teus olhos li todas as mensagens.
Já estivemos juntos em tantas paragens.
Fizemos tantas viagens.
Nesta imensidão que é a eternidade.
Te encontrei.
Pensei.
Nos encontramos desta vez na maturidade.
Não na mocidade.
Que importância tem isso?
Se nos amamos de verdade.

DISFARÇAS

Retire esta tua máscara.
De que te escondes?
De quem?
Por quê?
Mostre tua face.
Não gosto de disfarce.

REMODELANDO O VIVER

Não se conformando
com a noite
criou o dia.
Não aceitando
a tristeza
inventou a alegria.
Não suportando
o tédio
encheu sua vida de cantoria.
Se fez poesia.

ROUPAS NO VARAL

(Pra Joana D’Arc)

Balançam roupas coloridas.
Tão bonitas.
Ao sol...
Fico olhando.
Pensando.
Um dia alguém me falou.
Não quero muito da vida.
Quero um varal repleto de roupas.
Femininas. Masculinas.
Este alguém por minha vida passou.
Me marcou.

EU NÃO SOU NADA

Eu não sou nada.
Sou tudo.
Contudo.
Eu não sou nada.
Se eu não crer nem preciso viver.
Se eu não for e nem conhecer o amor.
Eu nem preciso existir.
Se eu não sorrir.
Eu posso partir.
Como aqui cheguei.
Vazia.
A vida pode ser fria.
Uma geladeira.
Cada um entende a vida de uma maneira.
Eu não sou nada se imaginar que viver é uma maçada.

INDECISÃO

Quando dizes.
Vem.
Fico titubeante, meu bem.
Não sei se corro para os teus braços.
Te fujo de teus laços.
Usas as armas da sedução.
E temo machucar meu coração.
Quando dizes...vem pra mim.
Fico indecisa assim.

ALGUMAS DEZENAS

Sabe por que eu vivo a sorrir?
Porque eu descobri o encanto do existir.
Eu adoro dançar e danço.
Danço.
Outro mundo eu alcanço.
Um mais perfeito.
Porque acredito que em tudo se pode dar um jeito.
Completo hoje algumas dezenas.
Pequenas.
Perante este universo que é tão grande.
O tempo que se conta é o nosso tempo.
Não acredito em idade.
Ela não é medida para quem conhece a felicidade.

(28 de agosto. O dia que eu cheguei no planeta como Sonia)