CASINHA BRANCA DE JANELAS AZUIS
A casinha era de uma humildade.
Ficava na periferia da cidade.
Lá parecia que o sol tinha outra claridade.
Morava a felicidade.
Era tão branquinha.
De janelas e portas azuis.
Como os olhos da dona dela.
Todos diziam: É uma casinha tão bela.
Os anos foram passando.
E a família se mudou.
Para lá nunca mais voltou.
A casinha um outro ar tomou.
De abandono é o ar dela agora.
Não tem mais o jardim de outrora.
Nem o riso de uma mulher que carregava nos braços um lindo filhinho.
E dava a mão ao maiorzinho.
Uma trepadeira de flores cor-de-rosa chamava muita atenção.
Era tão bem cuidada.
E tão perfumada.
O gramado sempre aparado e uma árvore grande do lado.
A cerca tão bem feitinha dava um ar ainda mais bucólico naquela humilde casinha.
Fotografias antigas guardam sorrisos e gestos.
Guardam as janelas e as portas azuis.
Guardam também o jardim.
Isto é o bastante para mim.