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Rosa morena
Ao vender diamantes
Morenice dos risos
Feito sereia de asas
Não depende do mar
Muito antes da saudade
Amarelo era o lugar
De cantos de encantos
Chegadas e idas
Flores e cravos de espelhos
Influências no balcão
Um olhar vale o perigo
De silenciar a razão
E partir ao nada
Rumo à loucura sem freio
A testemunhar no jardim
Os passos sincronizados
Com aval das deixas
A sereia muito após
Longas passadas de sol
Bateu na fonte do ciúme
Com finalização de unhas
Deslizaram na pele em uso
Com respiração ofegante
O olhar marcou datas
De encontros de lua
Um convite rasgou o tempo
Mais uma vez o olhar
De uma situação de deixas
Abonada pelo destino
Os segundos apadrinhou
Os fatos desta cena
De tão real ao sonho
É proibido tocar
Bastou mais a noite
Mais calor nos atos
Já no jardim dos encontros
A curiosidade e o cio
De uma entrega plena
Ignorando os presentes
Rumar ao bel prazer
A renúncia desta opção
Clara demais aos surdos
Nesta cegueira de permissão
Sem somar nada ao nada
A porta destrancada
Anunciava o convite molhado
Já elaborado muito antes
E deste que por capricho
A sereia morena de presente
Embalada na casa quimera
O prazer selvagem em espera
Fez render contradições
No jardim a rosa
Pode valer menos.
Manoel Freitas de Oliveira