Blog de P.H.Rodrigues

Foto de P.H.Rodrigues

Frescor

Eu vim colorir o teu quadro.
Com um pouco de prazer.
Quem sabe no teu quarto...

Eu vou pintar no céu...
Um enorme sete,
em seu vale,
com textura e gosto de mel.

Eu vim colorir o teu olhar.
Um abraço confortante.
Um ombro para descansar.

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Centurião: Rio

Seguia o Centurião em mais um dia de sua jornada.
Nas margens de um rio, um barco, em um tronco amarrado.
Sem tripulação, ou aviso. Simplesmente, largado.
Ao nada. Ele pensa, e vê, que o barco pode lhe ajudar.

Sobe. Porém, nada tem para remar, e não sabe ao certo,
onde tais águas o irá levar. Inapropriado, mas usa sua espada.
Mesmo cortando as águas turvas, e quase não saindo do lugar,
uma direção tem que tomar.

Desce o rio observando a paisagem. Vê várias formas Bizarras, outras elegantes.
Algumas, tão belas, que nem parecem ser reais. Sente-se um pobre delirante.
Sente no peito, um aperto de saudade. De algo que ainda não aconteceu.

De textos lidos, que ninguém escreveu. Anceia logo, pelo porto seguro.
Navegará sem parar. É tudo que sabe. Não sente medo dos monstros que há de encontrar.
Sente receio de que não encontre uma costa, para atracar.

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Brincadeira

Portas com janelas, como passarelas.
De um mundo ao outro.
Envolva-me com teu corpo.

Deixando minha língua navegar em torno...
De seus seios, seu umbigo. Agarrando!
Sua cintura, apertando o quadril.

Vamos brincar na parede, na cama.
Afundar o colchão...
Ver o mundo de cabeça para baixo.
Elevando o desejo. Perdendo o chão.

Não controle-se, permita-se acelerar a respiração.
Sinta o toque, e o sussurro ofegante de prazer.
Em teu ouvido, pela frente, ou por trás. Fazendo-lhe gemer.
Mantendo o continuo movimento. Até a grande Explosão.

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Centurião: Passagem I

Ele carregava em cada uma de suas mãos, uma espada;
Em suas costas, um escudo.
Era ciente do inconsciente.
Porém, inconsciente da verdade.

Carregava por debaixo do elmo, um quebra-cabeça.
Composto de peças de sua jornada.
E já conseguia imaginar a figura que seria revelada.

Possuía também, uma pedra dos pensamentos.
Que vezes mostrava o caminho, e vezes o confundia.
Enxergava no mundo real, um mundo das fantasias.

Enfrentava Dragões, Ogros, Bruxos e até Demônios.
Mas seu maior inimigo era um Cavaleiro Reluzente.
Cujo nome era Etnem, um amante da guerra, um real combatente.

Vindo de uma terra desconhecida, com costumes diferentes.
Conhecedores de todos os mistérios sob a Terra existentes.
Mistérios que diziam-se impossíveis de se responder.
Mistérios que homens morriam sem decifrar.

Derrotar Etnem, não era o que o Centurião buscava.
Queria aprender com o mesmo, sobre as verdades abandonadas.
Queria conhecer as razões desconhecidas.
Ambicionava um estado que não sabia onde encontrar.

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Toque

A substância no líquido escuro e quente,
que sai do brilhante e frio recipiente,
que é frio por fora, porém, por dentro és ardente;

Revela as descomplicações das rodovias cinzentas,
estabelecendo a paz e calmaria em meio a tormenta,
aumentando o ácido na bolsa amarelada,
mas deixe-a pra lá, é resistente, está apenas descorada;

Mas aguenta os impactos dos farelos esfarelados,
em meio as montanhas brancas e os vales avermelhados,
chicoteados por seu chicote, sensível e molhado,
que se sacode para todos os lados;

Que dá prazer se encontrando com outro chicote molhado,
ou molhando um corpo, deixando seu rastro, deixando-o arrepiado,
ou saboreando a substância do líquido escuro, no fogo esquentado.

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Novo Dia

Naquele dia, o sol se pôs com um novo gosto,
o Amarelo não era mais o brilho do ouro,
e nem o Cinza a cor do chumbo.

Naquela noite, as estrelas brilharam mais fortes,
o caminho não era mais uma estrada,
Assim como o céu era mais do que azul.

Na manhã seguinte, a Lua não se foi por completa.
E sua janela, não estava mais fechada, estava aberta.
Os sonhos não eram mais sonhados, eram vividos.
E a coragem, e não o medo, estava ao seu lado.

A aventura era sua nova amiga.
E o horizonte o seu objetivo.
Sua maior arma era um sorriso,
que carregava em baixo de seus olhos, tão vivos.

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Lareira

Se soltou, nem pensava em sentar-se.
Para o lado olhou, e com as brasas se deparou.
Vivas! Ardentes! Não por sangue, mas famintas.

Como navalhas se pôs a despir, em movimentos rasos,
Insanos e provocantes, com força maior que o maior dos gigantes,
mas tão delicados quanto as mãos de um artista, sorrateiro, com dedos safados...

Consumia com a língua o gosto do corpo em seus braços.
Virava-se de lado, ou em pé, na parede apoiado.
E as chamas saiam por todos os lados.

Queimando e consumindo todo o oxigênio.
Fazendo faltar o ar, parecia desejo concebido por um gênio.
Porém, sem restrições de quantidade.

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Maçãs do Lago

As portas se abrem para lagos diversos,
com barcos a espera, a céu aberto.
Onde os pássaros voam, e a brisa nunca para,
onde o ar é limpo e não há linha que separa,

o Hoje, o Amanhã, o Ontem.
Tudo passa e volta, tudo volta e vai
Mas nada se perde, apenas se adiciona

Flutuando no meio dos lagos, sorrindo para si mesmo
e enxergando através das águas que parecem um espelho
as voltas dadas e os caminhos trilhados,
acaba adicionando água ao lago, emocionado.

O reflexo se vai e ficam as gostas escorridas nas maçãs,
dando vitalidade, realçando o teu brilho e contorno,
aumentando as cores para que se pinte um novo amanhã.

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Emaranhado

Emaranhado nos cachos negros feitos molas
indo e vindo com o molear ao caminhar
quase sai e vai lá, mas o emaranhado há de segurar,

entre a parede cinza, e nada há de fazer,
sendo que o cinza logo logo domina você
e então o molear para, e o calor se vai

fica a sensação agradável, um frescor, praticamente
enxergando vários filmes em sua própria mente,
não são campeões de bilheteria,
mas lhes dão mil continuações para aquilo que se acabaria

Se tivesse saído dos cachos negros feito molas
ao caminhar com molear, embola,
a beleza do emaranhado de vários fios sedosos,
as fagulhas imprensadas contra a parede cinza.

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Grafias

As ondas vibram as cordas que costuram aquilo que ecoa,
por entre os estandartes que o protegem,
fazendo ressoar a canção que ecoa por dentro e por fora,

vibrando a base chegando ao topo,
balançando e dando a sensação de que irá chover,
e como em um terremoto a base e seus apoios começam a tremer,
as câmeras já fintam embaçado, logo nada será possível se ver.

Linhas aparecem nos campos vastos, tomando formas
e tamanhos, encorpando o nada e preenchendo o vazio
deixando marcas e riscos, para os próximos que ão de vir

Grafias fortes e marcantes, que não iram se deteriorar
não, com certeza suas marcas irão deixar
que responderão as novas notas, formarão novas canções
que adoçaram os ouvidos nas mais diversas situações.

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