Amadas preciosas pérolas,
Desfilam em minha estante,
Livros de tantos poemas,
Poesias de agora e distante.
Entre os saldos de sebos,
Os presentes de amigos,
As sobras de prateleiras,
E doações de parentes,
Estão algumas relíquias
Dos velhos tempos de escola
Encontrados em perdidas
E surradas caixas e sacolas.
Poemas, textos e poesias
Da nossa rica literatura
Municípios em poemas
Mobral, uma nova leitura.
Livretos e antologias
Dos que se foram, autores,
E, desde os anos sessenta,
Uma antologia da árvore.
Visitar um sebo é lazer,
É perder-se entre esquecidos,
É voar ao futuro distante,
É a saudade dos tempos idos.
Aprendo novas palavras
Nos sentimentos que aflora
Da vida que se desnudou
Em versos escritos outrora,
Em tantos desejos perdidos,
Em amores sufocados
De pessoas, talvez tímidas,
Nas palavras libertadas.
Cada leitura é uma pérola
Que acrescento ao meu saber
E, de tantas agradáveis,
‘Poemas para encontrar Deus’.
Nem sempre me apego à métrica
Mas, à melodia que me anima
Neles eu encontro a história
Do escritor, e do povo e seus viveres,
No entusiasmo que me contamina.