QUAL É A CARA DA MORTE?
Uma sombra a convidar
Para a fuga das dores.
Uma luz a reclamar
Vivência repleta de amores,
Que não queríamos dar.
Ou, quem sabe, a Clara Luz,
De cujo mergulho fugimos,
No peso de nossa cruz:
O mergulho na verdade
Que à divindade conduz.
Só sei que ficamos irados,
Quando vai chegando a hora,
E achamos todos culpados.
Evitamos seguir a Senhora
Que nos mostra o “outro lado”.
Acontece que ela nos chega
Em momentos vários da vida,
Em que ficamos às cegas:
Momentos de transformação,
Dos quais não temos saída.
Mas, à transformação final,
Do nosso estágio na Terra,
Não podemos fugir do sinal.
Tenha o rosto que quisermos
A Senhora da Transformação
Não nos fará nenhum mal.
Marilene Anacleto