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O canto da ave passageira
Rompe o amanhecer e segue.
Outros sons dão vida à orquestra,
Num ritmo acelerado e breve.
Outros cantos, ouvirem-se fazem,
Mais além do que a vista alcança,
Remete a alma ao paraíso eterno,
Sigo com pássaros na suave dança.
A aragem toca-me a face,
Traz o aroma da liberdade.
Nesse espaço de segurança
Não há hora, manhã ou tarde.
O vento sacode árvores,
Sino dos ventos, em frenesi,
Movimentos e sons espargem,
Mas preciso levantar daqui.
A dança do universo prende-me
Aos cantos, aos sons, à aragem.
Ergo a cabeça , contemplo o brilho
Nas folhas alegres das árvores.
Segue seu ritmo, a dança, no dia,
Que presenteia um arco-íris no oeste.
A ameaça de guerra que paira,
É nada, na luz que a Terra veste.
Tudo é Luz. Neste instante, nada me fere.
Marilene Anacleto