Nunca que eu quis
dizer palavras tão insanas.
Mas um vento bateu
levou-as aos teus ouvidos
e cerrou-te os olhos,
impedindo-o que me visse
[estrepitando minha neurose por ti.
E o vento nunca para de ventar.
As palavras ficaram voando
sem sentido,
porque o sentindo está solitário
no rosto que te mira,
mas que tu não podes mais ver,
pois os olhos estão cerrados.
O sentido esta perdido
num suspiro
que busca-te incansável,
mas, ao finalmente encontrar-te,
desespera-se ao constatar que tu não tens
a intenção de ouvi-lo.
E, assim, ele se dissipa em meio ao vento.
Nunca se ouviu de ninguém que sofresse
tanto por simples palavras.
Palavras que eu nunca quis dizer,
mas, uma vez ditas,
estarão sempre voando ao vento,
até encontrar quem se candidate a ouvi-las.