Sento-me muito quieto,
Por momentos a pensar,
Estará o mundo certo,
Na sua forma de nos enganar.
O mundo é cheio de sonhos,
Que nunca vamos encontrar,
Pois num mundo cheio de escolhos,
O mais difícil é conseguir andar.
A vida é muito curta,
E cheia de labirintos,
Quando nos damos conta,
Vivemos os últimos minutos.
Não se esqueçam,
É de aproveitar,
Não se percam,
Pois ela vai acabar.
Já sinto o vazio,
Da noite a chegar,
As moiras cortam o fio (*),
Que me irá matar.
Singela homenagem,
Eu presto a todos,
Mas não vejam o mundo,
Nunca através dos meus olhos.
(*) - Referência a três moiras gregas de nome Cloto, Láquesis e Atrópos que tinham como função determinar os destinos humanos, nomeadamente quando morriam e o quinhão de dores que correspondia a cada um.