Se do amor eu sou cativa
é porque meu sentimento não morreu
e por menos que eu ainda viva
permitirei sempre que seu fulgor envolva meu eu.
Busco-te, amor, em muitas faces...
Desvendo-as entre dor, alegrias e solidão
e por mais que o egoísmo te disfarce
encontro-te com a luz do coração.
Busco-te nas ruas, nas favelas,
busco-te nas mãos que oferecem o pão,
busco-te nos palácios ou nas capelas,
busco-te em toda e qualquer dimensão.
Mesmo que alguns digam que não és nada
vou caminhando em tua direção...
E na face do Cristo ensanguentada
clareio mais e mais minha visão.
Nas pegadas do Cristo crucificado
vou desvendando minha escuridão...
Mesmo tantas vezes extenuado
vou te cultivando de grão em grão!
Carmen Vervloet