Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Amar outra vez

Enterrei o passado
E com ele, lacrados,
Desenganos, fracassos,
Os meus sonhos frustrados
E tudo que fez estrago,
Dilacerando meus planos.
Dos caminhos trilhados
Retirei os seus passos,
Seus resquícios amargos,
Cruzados com os meus...
O meu corpo viciado
De carinhos ousados,
Livrei dos pecados,
Confessei-os a Deus!
Apaguei as palavras,
Falsidade incrustada
Que você descreveu...
(ao deixar de ser eu)
Mudarei a história,
Amarei mais que outrora...
Meu passado morreu.

Foto de Carmen Lúcia

Retalhos de Fantasias

Nesse carnaval estarei na avenida
A reviver pedaços de minha vida,
Em cada disfarce, em cada fantasia
Uma verdade mascarada de utopia...

Em cada arlequim, um pouco de mim,
Da colombina, o amor que termina,
Do pierrô... lágrimas vertidas,
E da jardineira, as flores perdidas.

Do palhaço, o riso sofrido,
Da odalisca, prazer reprimido,
Do bobo da corte, o grito contido,
Da porta-bandeira, a paixão derradeira.

E verei minha história
Refletida na escola...
E no samba a tocar,
Meu enredo a sambar.

Foto de Carmen Lúcia

Fantasia

Visto a fantasia
A mesma alegoria
Desse meu dia a dia
Que cobre meu interior
E agora, tripudia,
Extrapola meu exterior
Caio na folia
Busco alegria
Em meio à nostalgia
De mil foliões...
Falsa euforia...
Em plena orgia
Vejo amanhecer o dia
A alma vazia...
É só fantasia...

Mas é carnaval...
Dissipa-se todo o mal.

Foto de Carmen Lúcia

O último passo

A música termina.
Os últimos acordes pairam no ar...
É tempo de parar...
Num esforço sobrenatural,
O salto da bailarina...
Quase um mortal!
Um desfecho sem igual
Que guardará para sempre...
Docemente, soberbamente...
O último rodopio
Levitante, trepidante...
Na espinha, um frio...
Na alma, calafrio...
E um vazio que ficou...
Lágrimas contidas...
Pra que chorar?
Desmoronar agora?
Não!Não era hora!
Enfim, seu momento de glória,
Epílogo de uma história...
Ainda no ar,
Combina a arte com a despedida...
O último passo a abalar a vida,
A última nota em sintonia
Com seu gesto perfeito...
Simultaneidade, saudade...
Com majestade estrema
Coreografia suprema...
Retorna ao solo suavemente,
Feito uma garça,
Cheia de graça...Brandamente!
Solenemente se curva
Em saudação, a reverência
À ovação e a si mesma
À arte no palco despejada
E acabada...
Engole a dor, dissimulada.

Foto de Carmen Lúcia

Deixa o dia raiar...

Deixa o dia clarear
E a luz te inundar,
Deixa passar a escuridão,
O pranto lavar toda a desilusão.
Deixa a noite acontecer
E a lua aparecer,
Um novo céu irá se abrir
Só pra te ver sorrir.
Faz da dor uma canção,
Canta o amor, canta a ilusão,
Deixa te levar o coração,
Vem viver toda a emoção...
Deixa o mar te navegar,
Suas ondas misturar
As águas de sua imensidão
Com as lágrimas do teu olhar.
Vem de novo acreditar,
Vem...Não deixes de sonhar...
Que o dia irá raiar,
Mesmo se o sol não aparecer...
Deixa a vida acontecer!

Foto de Carmen Lúcia

Bastidores

Invadi o teu palco
Impedi tua cena
Teus gestos tresloucados
Ora febris, ora apagados
Silenciei os aplausos
O teu riso sorvi
O teu pranto extorqui
Lavei o teu rosto
Removi maquiagem
E toda abordagem...
Máscaras servis
Que faziam de ti
Reles personagem
De tramas vis...
Rasguei o teu texto
A tua inverdade
Sem nenhum pretexto
Fiz atuar a verdade
Que mais te condiz
E que deixa feliz...
Desliguei refletores
Luzes de esplendores
Que cegam...refleti(dores)...
Escancarei as cortinas
Esmiucei teu espaço
Ultrapassei bastidores
Olhei por trás dos panos
Te acolhi num abraço
Beijei teu verdadeiro pranto.

Foto de Carmen Lúcia

Introspecção

Hoje me recuo,
Recolho meus vestígios,
Fecho-me em mim...
Repudio pensamentos pesados,
Por demais ousados
Que me vestiram assim...
Recomeço pelo fim...
Apago marcas do que sou
Que travam passos que dou...
Disperso o meu cheiro
Que impregna meus devaneios
Dissimulados, sem roteiro...
Renovo os sonhos que nunca busquei,
Escondo os rastros que por aí deixei,
Que gritam como sou, onde estou...
Hoje refaço o destino
Incisivo e opositor,
Esvazio o meu íntimo,
Liberto-o do dissabor...
Desdenho o desatino,
Tudo o que faz retroceder
E sofrer...Quase perder...
Os últimos acordes entristecidos
Perdem-se no ar, a vagar...
Canção que não tem razão de ser,
Que já não quero mais cantar...
Já não quero mais dançar...
E nesse ostracismo, a me buscar,
A me encarar, me enfrentar,
Confronto com meu próprio eu...
Talvez descubra o que restou...
O que morreu...
Ou quem sou eu...

Foto de Carmen Lúcia

Estranhos

A que ponto chegamos...
Do tudo que fomos
Ao nada que somos...
Dois estranhos...
Onde foi que erramos
E dos sonhos nos dispersamos?
O pouco que restou se desgastou...
O amor se acabou...
Será que um dia nos amamos?
Ou apenas nos enganamos...
Quando a rotina se instala,
O coração se cala...
Camufla-se, finge que fala
E dissimulado se talha...
Os dias fluem iguais...
As mesmices costumeiras,
Traiçoeiras, embusteiras, cruciais...
Das labaredas da paixão
Às cinzas da desilusão...
Da vida em comunhão
À cruel separação...
Serão os atalhos do caminho
Ou ironia do destino
A nos persuadir, confundir, fazer desistir?
E hoje, estranhamente, somos estranhos...
Em que parte paramos,
Permitindo à vida passar?
Por que a vimos passar
E nos esquecemos de amar?

Foto de Carmen Lúcia

Indescritível...

Vejo o mar...
Mergulho em meu sonhar...
A dança das águas lançadas sobre rochedos
Que sorrateiramente retornam ao mar,
Num vaivém incessante,
Eloqüente, inebriante,
Convida-me a divagar
Onde nunca se atreve
A atingir o meu sonhar...
Movimento cíclico das ondas
Inesperadas, esfuziantes,
Grandes, rasteiras, festeiras,
Quebrando-se em camadas
Brancas, sonoras, espumantes...
O bailado de duas gaivotas
Coroa o cenário...
Vôo ritmado, imaginário e real...
Singrando o céu...Coreografia surreal.
Nuances de azuis, banhos de luz,
Realçam o belo, o que não se traduz...
Como brisa leve, reconfortante e breve...
Apenas sente-se, respira-se, vive-se...
Momento incomparável, indescritível...
A paz inunda meu ser
E me leva a crer
Que o impossível
Pode acontecer...

Foto de Carmen Lúcia

Ainda te espero...

Ainda te espero...
Como as manhãs chamam pelo sol,
Que inunda de cores o arrebol,
Ou como a natureza, o toque de amor...
E a tristeza...o que carregue a dor!

Ainda te espero...
Sei que hás de estar em algum lugar...
Lugar que um ponto comum será
Para nós dois...nosso depois...

Te espero tanto...
Sem me importar em qual tempo,
Em que estação ou dimensão ...
(Te encontrarei em qualquer canto),
Surpreendente e desejado,
Sei que temos encontro marcado...

Ainda te espero...
Resignadamente, incansavelmente...
Sem planos ou trajetórias traçadas...
Apenas carícias indescritíveis, improvisadas...
Cenas explícitas e liberadas...
Sem páginas arquivadas ou lacradas...
Nosso amor será sempre assim...
História de amor sem fim.

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