A que ponto chegamos...
Do tudo que fomos
Ao nada que somos...
Dois estranhos...
Onde foi que erramos
E dos sonhos nos dispersamos?
O pouco que restou se desgastou...
O amor se acabou...
Será que um dia nos amamos?
Ou apenas nos enganamos...
Quando a rotina se instala,
O coração se cala...
Camufla-se, finge que fala
E dissimulado se talha...
Os dias fluem iguais...
As mesmices costumeiras,
Traiçoeiras, embusteiras, cruciais...
Das labaredas da paixão
Às cinzas da desilusão...
Da vida em comunhão
À cruel separação...
Serão os atalhos do caminho
Ou ironia do destino
A nos persuadir, confundir, fazer desistir?
E hoje, estranhamente, somos estranhos...
Em que parte paramos,
Permitindo à vida passar?
Por que a vimos passar
E nos esquecemos de amar?
Estranhos
Data de publicação:
Quinta-feira, 31 Janeiro, 2008 - 22:49
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Comentários
p/ Carmen Lúcia
A que ponto se chega, não é mesmo querida poetisa Carmen???
O amor é algo tão lindo e divino....
Mas até mesmo em nome de Deus, covardes desistem de amar...
E os que foram amantes
Ficam distantes,
Como estranhos....
Lindo e muito bem escrito seu poema. Parabéns Carmen!!!
Abraços,
Rose Felliciano.
DIRCEU / CARMEM LUCIA - Açúcena
Lindo esse Avatar de Gata,
Estou fazendo algumas poesias sobre eles.
Tenho os teus anteriores, se me permiteres,
gostaria de descrevê-lo poeticamente.
Quanto às tuas poesias em geral,
Já te disse em outra ocasião
Que todas são lindas,
Mas, sempre tem uma que nos marca mais,
Não é aquela do "jaez" não, pois, desejo
apreciar tuas poesias até os fins dos meus dias.
A que me marcou foi “Três lágrimas”.
Antes de comentar estas novas poesias, ao perceber que voltaste de férias, li-as conforme você postou, mas, alguma coisa, como se fosse um magnetismo me chama a ler as três lágrimas.
Cheguei a escrever uma prosa poética "RESPINGOS DE PAIXÃO VI, inspirado nela, pois, os versos daquela linda poesia,
Ressoam em minha mente
E ressona em meus tímpanos,
Ao ouvir os três pingos que caem
"Um,
Outro
e mais
Um".
Quando penso que esqueci aquele som surdo de um piano,
Passo a ouvir o som
De cada uma das pétalas,
Que se desfolham da rosa amarela,
Que deixaste sobre o piano
E, agora, quando escreves essa nova poesia,
Estranho,
E como eu visse que aquela pétala
Marcada pelo carmim
De teu beijo,
Só agora
Flutua como o vento
E, não posso,
Sequer imaginar,
Como alguém não te
Deseje como amante,
E, aí fico pensando,
Onde está a linha tênue,
Que separa a Paixão do Amor.
E se é possível este persistir,
Quando a chama daquela
Se esvanece,
Se apaga.
Enfim,
Não consigo conceber a idéia de
Um homem se tornar um estranho
A uma mulher tão maravilhosa
E cativante,
Quando deveria ser teu
Eterno amante.
Dirceu, menino grande...
Atrás desse avatar, está uma foto minha.Percebe?Foi presente de uma grande amiga, que fez a montagem.
Quanto ao "estranho" que você acha,creio que é muito comum nos dias de hoje, infelizmente.
Quanto ao poema"Três Lágrimas", é uma história real...e tudo que é real, autêntico, flue com mais força, mais emoção...Concorda?
Um enorme abraço, amigo poeta!
Carmen Açucena
Carmen Lúcia
Carmen/ Carmen
Querida amiga,
Este seu belíssimo poema pode até ser ficção, mas tenho ceteza que todos nós já vivemos um momento semelhante. É lindo e triste! Triste porque o desenlace de um amor sempre machuca. O nosso poetinha Vínicius disse: "O amor é eterno enquanto dura", mas como seria bom se ele durasse para sempre. O seu poema está lindamente escrito! Amei! Meu voto com louvor!
Beijos,
Carmen