Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Só falta você...

Surge a lua...
Compactuando com a noite,
quebrando a gravidade da escuridão soturna,
lançando luminosidade aos cantos;
becos, esquinas,
lugares solitários e esquecidos,
preferidos dos amores clandestinos...
Imbuídos de fagulhas de misticismo.

Estrelas silenciosas contribuem com o momento;
não mudam de lugar, nem se apagam.
Piscam caladas, submissas à cumplicidade,
demonstram expectativa, ansiedade...
Uma aragem morna passeia pra lá e pra cá;
temperatura propícia para a ocasião,
talvez aumente conforme a dimensão
da paixão...

No ar, essência de dama da noite
inebria e incita a amar;
mistura-se aos suspiros e pulsações
que se arranjam em fundo musical.
Cenário de amor incondicional...

Saio à rua, alma nua, coração ardente;
ouço apenas meus próprios passos,
eco eloquente,
que permeia os espaços vazios
e retorna dizendo que você
não está...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Celebração

Volto ao lugar do encontro...
Ou desencontro?
Mesmo dia, mesma hora...
Mesma lua a me olhar, de fora,
testemunhando a dor que foi embora.

Agora vejo o seu clarão!
Desfez-se a escuridão.
Quanto tempo faz?
Nem lembro mais...
Gravei o dia, marquei a hora,
o tempo ficou pra trás.

Despojo-me do luto e das dores.
Pra celebrar, trago flores
e as despejo na rua...
A mesma onde um dia
morri de amores...

Festejo só...com a lua.

_Carmen Lúcia_

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Sem perceber...

Nem percebi quando você chegou...
Ainda chorava a dor de um desamor;
colava, um a um, pedaços de mim,
pra retornar à vida, recomeçar pelo fim...
De repente...um sorriso, um recado, um agrado...
O recomeço, promessas de um novo amor...

Embevecida, perdi-me em seus enlevos,
me dei de corpo e alma e disse adeus à dor.
Voltou-me o sorriso; tornei a ver o sol,
cicatrizei feridas,varri todas fuligens,
soprei meu coração...
Joguei-me em seus braços
assim como uma náufraga, à tábua de salvação.

Não entendi porque se foi...
Seus passos na calçada fria
ainda ressoam dentro de mim...
Fria atitude de se dizer fim.

Não vou chorar, nem vou sofrer...
só esperar o dia amanhecer...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Delírios de um poeta...

Caminha junto à lucidez e à loucura,
sem nunca recuar, pois sua vida é uma procura...
Ora sóbrio, ora ébrio, sedento de emoção,
galopa sem cavalo, voa sem ter asas, levita sem ficção...

Possui alado o seu coração.

Serra as armaduras de seu peito atravancado,
libera pensamentos inusitados, seres transfigurados,
Monstros, Aliens, Bichos de Sete Cabeças;
mergulha fundo em seu mundo ilimitado.

Pensa no Apartheid, no sentimento infundado...

Como um louco, uiva feito um lobo ao ver a lua;
exige inspiração que abrande sua loucura...
Quando lúcido, em menino se transforma ao se enternecer
diante da beleza da flor que está por nascer...

Sóbrio ou ébrio, canta as amarguras e as venturas.
Vai à guerra, da morte se aproxima...
Relembra angustiado a "Rosa de Hiroshima".
Pede a paz agora, reza, implora, chora...

E assim segue o poeta
pela vida afora...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

"Mulheres cheias de graça"(do livro a ser lançado-pe Fábio de Melo)

"Mulher que é mulher faz da fragilidade o seu escudo. Seu grito de guerra é manso. É no seu olhar que descansa o remanso do mundo."

_Pe Fábiode Melo_

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Amor e poesia...

Poesia, assim como amor,
não têm explicação...
Chegam bem de mansinho
e se alastram na imensidão...
Envolvem-nos dos pés à cabeça
e nos prendem num alçapão...

Acho até que poesia
define bem o amor...
(Ou o amor a poesia...)
Em meio a fogo cruzado,
nos rendemos sem perceber...

Almas entorpecidas,
geram asas pra alegria,
acalentam a dor,
e nos tocam tão profundamente
que ora se chora, ora se ri,
ora não se sabe
nem pra onde ir...

Na poesia há versos rimados,
compassos ritmados, inspiração...
No amor há que se ter sintonia,
química que propicia
unir razão e emoção...

Quando bem sintonizados
dão-se as mãos, amor e poesia;
e alçam os vôos mais ousados...
O amor, vibrando corações apaixonados;
a poesia, resultante da paixão itinerante...

Ambos querendo explicar o inexplicável...

Carmen Lúcia

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O grito...

Lancei o grito...
Estridente, sibilante, penetrante...
Assim, à queima-roupa...
Que cala a boca...
Causa estardalhaço,
saído do profundo...
Vulcão em erupção
lançando labaredas
e agitando o mundo
como um terremoto,
cuja trepidação
cessa a respiração,
leva à perplexão.
Lancei o grito...
Há muito tempo contido,
escondido, reprimido...
Represado na garganta
que inflava minha alma
sufocada num gemido...
Lancei o grito de vida
que replica, que revida,
que dá vida...
Mostra a alma.
Grito de liberdade,
que invade...
Do livre-arbítrio.
Da minha vontade.

Carmen Lúcia

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Morte e ressurreição de um poeta (ao Dia do Poeta:20/10)

Sangra, agora, seu coração...
Mudo, destroçado, sem vibração.
Quer bramir um verso,
despertar a emoção...
Mas cala-se ante o gemido que brota
confirmando a triste derrota.
Sangrando assim, não é capaz...
Sangrando assim, seu verso jaz.

Outrora voava com a fantasia,
som de violino em feitio de poesia,
seus versos percorriam céus e terras...
Era o amor indo ao encontro de almas vazias.
Pisotearam o poeta, tiraram-lhe a visão,
rasgaram os seus versos, escarraram suas rimas...
Amores perversos, almas desumanas,
maldade imbuída na mente humana...

Hoje, um farrapo vagueia pelas esquinas,
um resto de inspiração o incita à nova vida...
E tateia as emoções pelos cantos, perdidas,
restaurando seus versos, resgatando suas rimas...
Esculpindo sua alma...
Um verdadeiro artista!

(Carmen Lúcia)

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De ti, a poesia...

Procuro, em vão, não relembrar tua partida;
inevitável que ela acontecesse um dia,
nada é pra sempre, tudo muda, se transforma...
a cada tempo uma desilusão aflora,
assim é a vida; nem ao amor perdoa...

E vou vivendo cada momento que ecoa...
Tua lembrança é saudade que alucina,
mas faz nascer a poesia e a esperança
de renascer cada manhã de todo dia
e recolher a tua luz para meus versos...

E então me perco na emoção de estar contigo
e me revejo retratada em teus olhos...
No aconchego de teus braços me imagino,
E a fantasia me extasia com teus beijos...

Na poesia mais sentida és minha rima...
Em meu bailado, a expressão de minha alma,
toda canção de amor te traz para o meu lado,
vivo contigo a inspiração que me acalma.

_Carmen Lúcia_

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Meus sentimentos

Quero libertar meus sentimentos,
abrir gaiolas de isolamento,
deixá-los correr de encontro ao vento
sem represálias ou contratempos.

Que eles soprem as dunas,
espalhem areias, revirem os montes,
que brinquem de esconde-esconde
nos labirintos e mistérios das ruínas.

Povoem recantos baldios,
transformem o silêncio em sonoros delírios,
percorram terras e mares
e encantem corações vazios.

Que brilhem qual purpurina
que à luz do sol faísca, fascina...
Que voem quais pássaros que migram
e levem aos poetas as mais belas rimas.

_Carmen Lúcia_

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