Perco o chão,
prendo a respiração,
ouço meu coração...
Vibro de emoção,
morro de paixão,
transbordo excitação...
Canto uma canção,
toco um violão...
Digo sim e não,
qualquer que seja a razão.
Fico na solidão,
só, na imensidão...
Grito um palavrão
em prol da libertação...
Saio da prisão;
o sol embaça a visão,
habituada à escuridão.
Olho pra multidão
andando sem direção...
Arrisco uma reflexão,
faço uma confissão,
entrego-me à oração,
me doo à conversão,
me agarro à religião
libero a devoção
sem noção ou pretensão...
Discuto a relação,
eterna procura de solução...
já tenho o não;
quem sabe um sim, então.
Por que não?
Procuro temas,
estratagemas,
cenas...
isentas ou não de problemas,
obscenas ou serenas,
profundas ou amenas...
Enfim, busco da vida
o poema.
Carmen Lúcia