Águas se fundem com o pranto,
percorrem todos os cantos,
deságuam os encantos
em oceanos salgados,
pardacentos, insensatos,
provocando dor e ferida
em quem se encantou pela vida...
Chegam de improviso
mutilando sorrisos,
tornando-se arrastão...
Devastam sentimentos
exterminando os momentos,
transbordando as ilusões...
E a água, fonte da vida,
desta vez não foi guarida,
mas traiçoeiro alçapão...
De bendita à maldita,
mostrou uma força bandida
vinda de supetão...
Soterrando inocentes,
produzindo grande enchente
dentro de cada coração...
Carmen Lúcia
( poema alusivo às vítimas das enchentes)