"Depois de perder junto a meu pc uns quatro poemas prontos finalmente um novo... "
SEM NOME
Você tem esse algo incapturável,
algo sutil e intangível,
uma própria e convidativa atmosfera,
uma força gravitacional.
Tem esse ar de transgressão
misturado a uma confortável ilusão
que não precisa de enfeites estereotipados
e que me apavora de tão real.
Que eu tenha a coragem de por os dois pés além da margem
e diga logo o que sinto por você e que estou com medo.
Por hora, me abrace e não deixe que eu escape...
Não há manual de instrução,
qualquer dica de antemão,
não há heróis estampados em suas camisas,
não há palavras-chave no que você diz.
Nada me prepara para a temida hora
em que seus olhos criam desordem em mim.
E o que eu faço agora?
Que eu tenha a decência de não me esconder na distância
e confesse logo o que sinto e que estou com medo.
Por hora, não tire os olhos de mim, não deixe que eu escape...
Sempre vitimizando meus sentimentos,
investigando contextos e arrumando pretextos.
Mas, de repente, quero o que ainda nem tem nome,
o que ainda não foi dito,
o que nem se intitula resposta.
Que eu apenas me permita ser fluídico feito a vida
e diga finalmente o que sinto e que estou morrendo de medo.
E quanto a você.....
Por hora, só me abrace e não deixe que eu escape.