tristeza

Foto de Carmen Lúcia

Momentos

Minha loucura me leva a bravuras
que a sã consciência
e a tímida prudência
não me permitiriam levar...

Dizer o que penso,
revelar como sou,
livre de consenso,
da moral que pesou...

Minha momentânea insanidade
é meu evangelho de verdades...
Impulsos não reprimidos,
reprimindo inverdades.

Esses discursos inflamados
traduzem meu verbo, meu outro lado...
Então me retrato... corpo, alma e mente,
conjugados em comunhão estridente
contando tudo o que sentem...

Quando me recato, desacato
a identidade, a vontade e a sede de falar...
Por fora me calo, sóbria insensatez...
Por dentro me violento...insensata lucidez.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Até o pôr-do-sol...

O sol estava se pondo...
Tarde de outono.
Observo minha mãe
num denso sono...

Nem percebe as folhas que caem
e amareladas se esvaem,
tocando seu inexpressivo rosto.
Parece querer de pleno gosto
ir de encontro ao sol se pondo,
sem resistência, sem confronto...

Espera que a leve a luz tênue da tarde,
sem barulho, sem aviso, sem alarde.
Frágil como a pluma a dançar no ar.

Logo ela, que se lançava aos desafios,
entrega-se agora...Nem luta, nem chora.
Desiste a cada dia, definha a cada hora...
Espera ver o pôr-do-sol levá-la embora.

Triste saber que ela desiste...
Oscila entre o existe e o inexiste.

Tão triste vê-la
triste...

_Carmen Lúcia_

Foto de Xaverloo

As Partes de mim sem som

É mim
Que agora luz se apaga
É mim que quase já sem som afaga o vazio
Em forma de esperança que morreu.

É mim
Que quando partes de mim sem som
Destila os ruídos para ouvir de longe e em mim
A mistura dos sons que o silêncio faz.

É mim que agora já sem forma
Contando pedaços me perco
É mim em subtrações,
Dividendos,
Proporções inconcebíveis.

É mim agora já sem voz
Perdido em olhos de ninguém
Prisões sem muros
Apuros
Impossíveis.

É mim que agora vela
O facho de luz que se desfez antes que o tocasse.

Xaverloo

Foto de Ana Rita Viegas

Amanhã, um outro dia

Amanhã, um outro dia
Amanhã a minha dor vai passar
Afogo esta dor tão profunda
no silêncio, no interior mais longinquo da minha alma
Choro sem fim
Doí
Não havisto o fim da minha dor
A tua omição feriu-me
As lágrimas permanecem em meu olhar
Entalo meu grito
Sustenho o meu grito
A dor ferve tanto que até me queima
Queima os sentimentos que tenho por ti.

Foto de Jessik Vlinder

Preciso de Um Amor

(Lamento ao Pôr do Sol)

Eu queria versos prontos agora
Versos que exalassem a minha dor
Cantando pra mim a trilha sonora
Da orquestra regida pelo meu rancor

Preciso de calor nessas noites frias
Me bastaria um Sol particular
Que me iluminasse não só durante o dia
E de mim mesma pudesse me salvar

Na verdade, eu preciso é de um mundo
Para somente em torno de mim girar
Eu preciso é de um amor absurdo
Nascido exclusivamente para eu amar

Foto de Carmen Lúcia

Madrugada

Madrugada fria...
O ar me congela...
Nada me aquece...
Cobertas me guarnecem,
acaloram o meu corpo,
mas de minh’alma se esquecem...

Madrugada vazia...
Os minutos não passam,
as horas se resfriam
e preguiçosamente
empurram os ponteiros
de um relógio cansado,
querendo parar.

Minha solidão aumenta
nessa madrugada fria,
que não quer terminar...
Os cantos do quarto
parecem me olhar...
Desejam me abrigar,
mas, permanecem calados.
Seres inanimados.Coitados!(?)

O guarda apita, lá fora,
rondando e afrontando o passar das horas.
Sente o frio na pele que o impele
a rondar e a vigiar. E o frio na alma?
É o pior que há!
Talvez não o sinta...
Mas, ele está lá.
Me faz ponderar
que não estou só...

Também os anjos da guarda,
apesar da fria madrugada
fazem-me companhia...
Quem sabe me façam poesia!
E a manhã nasça ensolarada,
clara, iluminando, iluminada...
Fruto da angelical fantasia
de uma madrugada fria e vazia.

Agora minh’alma não mais se arrefece...
Ao crer no amanhã, se aquece e adormece.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Amanhã...talvez!

Acordei apática, amortecida,
nem disse bom dia ao dia,
nem fiz a oração a Deus
bendizendo o dom da vida.

Não quis falar de poesia,
nem relembrar sonhos meus.
Senti a alma vazia...
Onde deixei os sentimentos
nesses estranhos e tristes momentos?

A dor em meu peito ardia
e por mais que a rebatesse,
não se desfazia.
Sequer abri a janela,
pra deixar o sol entrar...
A luz transpassada por ela
fez meu olhar se fechar...

Perto dali eu ouvia
um alegre bem-te-vi
fazendo homenagem ao dia...
Tapei os ouvidos, fingi
que não o ouvia...
Mal-te-vi!

Deixei que as horas passassem,
malditos minutos incontáveis...
Por que existem manhãs?
E todo frescor matinal?
Por que a poesia lá fora
quer me falar logo agora?

Por que existe tristeza
em contraste com tanta beleza?
Por que não consigo chorar
pra minh’alma aliviar?

Hoje não estou para nada!
Sinto-me inanimada.
Dormirei outra vez...
Amanhã, quem sabe?
Talvez...

_Carmen Lúcia_
21/10/2007

Foto de Ozeias

Das rosas

Das rosas regadas à mentira
tens apenas o perfume iludido
a falsa beleza no jardim
e o tempo que seca as pétalas
matando-a com a verdade
que de tão esquecida
morre antes de tudo.

Foto de Miguel Duarte

Pedido de Desculpa

Olá a todos,

Peço desculpa pelos problemas que acontecerem no Poemas de Amor nas últimas horas, em que os utilizadores ficaram sem acesso aos seus poemas de muitos anos, apanhando um grande susto. O problema deveu-se a uma operação de manutenção que, devido à grande dimensão do site, baralhou as permissões dos utilizadores.

Para resolver o problema rapidamente, tive que reestabelecer o último backup, que tinha cerca de 10 horas (o site tem backups diários, pelo que todos os poemas estão bem guardados!), pelo que, infelizmente, qualquer adição de conteúdos entre o backup e o momento em que se restabeleceu o mesmo, foi perdida. No entanto, a nível de acessos, a situação já está normalizada.

Estou muito triste pelo que aconteceu, e mais uma vez, peço desculpa por qualquer inconveniente que tenha causado aos utilizadores do Poemas de Amor.

Miguel Duarte

Foto de Carmen Vervloet

O PLANETA PRECISA DE LOUCOS...

Nesta revolução industrial
que polui, agride, aquece, destrói o planeta,
procuro loucos, até com lunetas...
Preciso de loucos, muitos loucos,
e são tão poucos...

No paradoxo da insânia e da razão
urge um fim para a sanidade
que se apega a fiapos de falsa sobrevivência
quando todo o planeta implora por clemência.
Só os loucos salvarão as devastadas cidades.

Louco de pedra, nu, maltrapilho,
fedendo a suor, louco andarilho...
Sem medo de se expor e ser julgado,
não tem juízo o coitado, portanto,
jamais se sentirá acovardado.
Aos loucos caberá a tarefa de salvar os lúcidos
pois só a eles pertencem os entendimentos mais esdrúxulos.

E esses loucos penetrarão nos palácios
e nas paredes escreverão um oportuno prefácio
mostrando o tudo e o nada,
ditando novas regras na esplanada.
Salvarão os lúcidos do sanatório da lucidez,
essa doença que escraviza e esvazia...
E, diga-se de passagem, se tornou mania...
Curando-os da sua avidez,
do seu egoísmo e da sua covardia!

Quero arregimentar loucos
mas, são tão poucos!

Carmen Vervloet

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