Oh Vó! Por clemência
nos arranque deste veloz carrocel
desgovernado, vertiginoso
com cabeças de dragões
simulando ilusões de conquistas
entre tesouros ocultados
mas vó, não nos leva a lugar algum
senão nesta seara de lágrimas
que já atravessastes altaneira.
Responda-nos vovó,
Por que no amor damos uma de faquir
Quando possuímos pés
de recém-nascidos?
Oh vó! Veja isso!
por que essas fendas em suas mãos
e esses vincos em sua tez
tornaram-se berçários sete estrelas??
Vovó,
nos de a honra de contemplar e nos deleitar
com este seu flertar da janela
com o crepúsculo vespertino
entre novelos multicoloridos,
entre lânguidos felinos,
entre netos enjeitados
e ouvir o crepitar na chaleira de ferro
da erva-cidreira da resignação
Mas na conclusão de tudo isso, vovó
corremos arfantes e pressurosos
pra sua casinha centenária
entre pardais e ipês, entre araucárias e riachos
emoldurada por baldias azaléias, gérberas do arco–íris
e valentes violetas
voltamos assim, angustiados vovó
só mais uma vez , eu juro!
pra repassar aquele texto,
extraído da sua “caixinha de pandora”:
O b- a- ba da sobrevivência.
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